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SUICÍDIO CRESCE ENTRE MILITARES AMERICANOS

1/05/2010
Desde pelo menos a época de Abraham Lincoln, os presidentes enviam cartas de condolências às famílias dos militares mortos em ação, independente das mortes terem ocorrido por fogo inimigo ou por acidente. Todavia, não é o que ocorre quando o soldado comete suicídio, mesmo que em ação ou ainda sobre forte transtorno emocional.

Segundo uma política não escrita que existe pelo menos desde o governo Clinton, os presidentes não enviam cartas aos parentes de soldados que tiraram suas próprias vidas. As raízes dessa política são obscuras e provavelmente baseadas na visão de que o suicídio não é uma forma honrada de morrer. Mas esta visão começa a ser revista, forçada mais pelos fatos do que pela mudança de conceito dos governos ou do comando militar.

Isto porque é crescente o número de suicídios nas tropas norte-americanas. Apesar da maioria dos suicídios ocorrer em postos nos Estados Unidos, um número significativo ocorre no Iraque e no Afeganistão: pelo menos 184 desde 2001. Até outubro, o Exército, que lidera com folga em casos de suicídio entre as forças armadas, relatou 133 entre soldados no serviço ativo, o colocando-se a caminho de superar o recorde do ano passado, 140. O Corpo de Marines dos Estados Unidos, que apresenta o segundo maior número, também terá provavelmente mais suicídios do que no ano passado, 42.

O aumento dos suicídios levou o Pentágono a tomar uma série de medidas. O Exército está colaborando com o Instituto Nacional de Saúde Mental no estudo de doenças mentais e suicídio."Nós temos que reduzir o estigma que cerca a procura por ajuda em saúde mental", disse o general Peter Chiarelli, o vice-chefe do Estado Maior do Exército.

O objetivo é evitar casos como o de Chancellor Keesling, que atirou em si mesmo em uma latrina em 19 de junho. Horas antes de se matar, ele tinha discutido com sua namorada pelo telefone e então enviou um e-mail incoerente e melancólico para casa. "Eu não posso explicar quão envergonhado estou. Eu disse algumas coisas por raiva", ele escreveu. "Eu não aguento sem cada um de vocês me apoiando o tempo todo. Eu me sinto sozinho por algum estranho motivo e pensei em me matar. Carreguei uma bala na minha m4 mas decidi não puxar o gatilho. Eu sei que preciso de ajuda e colocar minha família em primeiro lugar. Por favor me perdoem e aceitem minhas desculpas."Cerca de 17 horas depois, ele estava morto.

"Minhas últimas palavras para meu filho foram: 'Seja um homem e supere'", disse Keesling, lembrando de um dentre dezenas de telefonemas frenéticos ao Iraque horas antes da morte de Chancellor. "Eu fui um pai estúpido. Se meu filho tivesse dito: 'Pai, quebrei minha perna, não consigo seguir em frente', eu teria entendido. Mas eu não entendi o lado da saúde mental."

A partir de reortagem do New York Times. Leia texto integral
 
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