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SERÁ A MORTE APENAS OUTRA FACE DA MOEDA ?

6/19/2012

Não sei porque fico me ocupando pensando essas coisas. Talvez a loucura seja uma proteção contra a tristeza. Como quando eu fico doente: eu simplesmente deixo de ficar deprimido. Meu corpo ganha uma coisa mais importante para lidar. Talvez minha mente faça isso também, tendo idéias mirabolantes e me distraindo.

Eu acho um pouco frustrante que o assunto mais importante da nossa existência seja tão descaradamente ignorado. Desde crianças a morte é um assunto jogado pra frente. Ninguém pensa a respeito dela até que ela aparece para um confronto, e o resultado é sempre tristeza.

De certa forma há um motivo para isso, já que morrer deixa saudades e na maioria das vezes não é indolor. Além do óbvio motivo de simplesmente não sabermos o que há depois. E é esse aspecto que chamou a atenção da minha mente curiosa. Nós sempre encaramos a vida e a morte como dois extremos. Duas coisas completamente antagônicas, dois extremos de uma linha. Mas e se a morte for na verdade um tanto próxima da vida? Se ela for apenas uma outra forma de existência? Faz sentido. As pessoas falam que alguém "morreu", e não que "deixou de existir". Talvez a morte signifique outra vida. Muitos imaginam a morte como uma eterna noite dormindo, sem sonhar. A mente apagada, sem pensar nem sentir nada.

Talvez seja isso, mas talvez seja um leque inteiramente novo de possibilidades. Algo tão magnífico quanto a vida não pode simplesmente acabar morrendo. Os sentimentos que temos são fortes e reais demais para simplesmente se perderem com a morte orgânica do corpo. Tem que haver algo mais. Tem que haver o outro lado da moeda. Tem que haver a possibilidade de caminharmos para a morte sem isso ser uma sentença de punição e sofrimento.

É o que eu acho.

CECÍLIA MEIRELES RELATA EM CARTA SUICÍDIO DO MARIDO

1/14/2011
Na manhã do dia 19 de Novembro de 1935 uma das três meninas de uma casa do Rio de Janeiro sai do quarto, desce à sala de jantar, e vê o pai dependurado no candeeiro, atado pelo pescoço a um pedaço de uma rede de balançar. Dá um grito, e chama pela mãe, que logo acorre. A menina chamava-se Maria Matilde. O pai chamava-se Fernando Correia Dias, português nascido em 1892 em Penajóia, filho de capitão de infantaria, que partiu, em 1914, para o Brasil, instalando-se no Rio de Janeiro. Em 1922 casou com a jovem poetisa Cecília Meireles, nascida em 1901 no Rio de Janeiro mas de descendência portuguesa, e órfã, muito cedo, de pai e mãe.

Cecília Meireles foi autora de uma vasta obra poética, iniciada em 1919, e com pontos altos como Viagem, Mar Absoluto, Retrato Natural e Romanceiro da Inconfidência A carta que a seguir reproduzimos é uma das muitas cartas que escreveu para os seus amigos portugueses. Mas desde o seu início se vê que não se trata de uma carta como as outras, ou que se trata, mais do que de uma carta, de um texto de qualidade excepcional, humana e artística, e de um testemunho raro sobre a tragédia do suicídio do seu marido. As razões dessa tragédia relacionou-as a imprensa do tempo, brasileira e portuguesa, com a "neurastenia" que se abatera sobre Correia Dias sobretudo depois do regresso da viagem, em 1934, a Portugal. Mas o sucesso da bonita e inteligente e sensível Cecília junto dos portugueses foi tão notório quanto o apagamento do "neurasténico" marido, que às vezes se quedava ignorado a um canto dos salões em que sua mulher centralmente brilhava.

A escritora acompanhou a "doença" do marido, e pôde pensar em soluções ou hipóteses de "cura". Numa outra carta, dizia ela: "há muitas mortes pordetrás dessa morte. E não foi apenas um suicídio: foi também um assassinato". E, apesar da indignação, registem-se as confissões de amor de Cecília ("dando-me, dando-me, dando-me infinitamente", "eu o amei sobre todas as coisas"). 

QUE FAZER QUANDO ALGUÉM PENSA EM SUICÍDIO

11/12/2009
Alexandrina Meleiro, médica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, sugere três atitudes:

1- A primeira coisa é vencer o tabu de falar sobre morte e suicídio com a pessoa que está com essa idéia na cabeça. Enfrente o tema. Não tente disfarçar a situação. Cerca de 70% das pessoas que se mataram comunicaram antes de alguma forma suas intenções e ninguém deu ouvidos. Preste muita atenção no que ela tem a dizer. A pessoa precisa perceber que tem um fator de proteção em sua vida, ou seja: família, amigos, alguém de confiança que esteja disposto a ouvir.

2- Tente mostrar para ela que, por pior que seja a situação, sempre existe um plano B. Muitas pessoas se suicidam porque perderam muito dinheiro, ou romperam algum relacionamento onde eram dependentes afetivamente, por serem jogadores patogênicos, por gravidez na adolescência etc. Mas sempre existe uma saída para qualquer um desses becos.

3- Se a situação for muito grave, você deve levá-la a um profissional para que ele avalie o diagnóstico. Se é o caso de dar remédios, de internar, de indicar uma psicoterapia.

 
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