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A CONCEPÇÃO DO SUICÍDIO - MORRENDO EM MIM MESMO

4/14/2013
Motivos mais comuns são a depressão,
 a esquizofrenia e o uso de substâncias tóxicas
Imagem   por Gustavo Vara
A morte do ator Walmor Chagas aos 82 anos em seu sítio remonta uma discussão intrigante e que sempre causa consternação, o ato de suicídio. O corpo do ator foi encontrado caído na cozinha com um tiro na cabeça pelo caseiro José Arteiro de Almeida. De acordo com relatos de pessoas próximas e familiares, Walmor já estava recluso há muito tempo em seu sítio na cidade de Guaratinguetá por conta de problemas de saúde. O ator sofria com a diabetes e com fortes dores nas pernas, tinha dificuldade de locomoção, problemas de visão e quase não se alimentava. Walmor Chagas estava sozinho em casa e de acordo com a perícia, foi achado pólvora nos dedos do ator, o que fomenta a ideia de suicídio.

Todo este quadro, a saúde debilitada e o isolamento denunciam um estado de abandono e solidão, afinal, o ator não recebia muitas visitas e aos poucos o estado emocional se enfraquecera. Um dos motivos mais comuns a consumar o suicídio é proveniente de depressão, situação na qual a pessoa vai perdendo sua própria identidade, descuidando de si próprio, fica engessado a pensamentos negativos até permanecer apático e melancólico em relação a si, às pessoas e à vida. O segundo maior motivo de suicídio é a esquizofrenia e a terceira o uso de substâncias tóxicas.

O suicídio se divide em algumas categorias, como o suicídio consumado, ou seja, o ato concretizado. Caso não aconteça o suicídio é frustrado, pois, por alguma causa a intenção não foi sustentada pelo indivíduo. A intenção de suicídio é um dano auto-infligido e com o intuito de morrer ou causar fortes lesões. Este comportamento aproxima-se da concepção dos gestos suicidas que são comportamentos também destrutivos e permeados de significados inconscientes. Ainda a estas categorias temos o suicídio coletivo, grupo de pessoas que, geralmente, induzidas por um líder, são conduzidas a concretizar o ato. Caso que ilustra isso aconteceu nos Estados Unidos em 18 de Novembro de 1978, quando Jim Jones, líder de uma seita religiosa promoveu um suicídio coletivo de 918 pessoas, sendo 270 crianças, através da ingestão de veneno.

No caso do ator Walmor Chagas, o suicídio cometido foi racional, ou seja, ele escolheu exatamente como e onde seria sua morte. A pessoa está decidida a acabar com aquilo que está fazendo mal para ela, e para tal, prepara-se internamente para tirar a própria vida.

O psicanalista Sigmund Freud, em uma de suas teorias, descreve a pulsão, uma pressão ou força (carga energética, fator de motricidade) que faz o organismo tender para um objetivo. Embora não seja instinto, a pulsão é uma energia que transita entre o psiquismo e o aspecto somático, força propulsora da personalidade. Existe uma dualidade entre as pulsões, Eros (vida) e Tânatos (morte). Uma pulsão é construtiva e evolucionista, que faz com que a pessoa consiga enaltecer características próprias, ao prazer de si mesmo. Já na pulsão de morte acontece a redução completa das tensões, ou seja, são pulsões autodestrutivas e conduzem a pessoa a um estado anorgânico. Manifestam-se de maneira agressiva e autodestrutiva. No suicídio poderíamos dizer que as pulsões de morte predominam sobre as pulsões de vida.

Somos imersos em nossas próprias incapacidades e temos que lidar com a própria impotência de não saber de tudo. Na vida as respostas não são imediatas, ora buscamos, ora construímos. As perguntas e questionamentos sobre si, o mundo, as pessoas e o sentido da vida se multiplicam e, ao indivíduo, resta administrar estas indagações e dar sentido a idéias e concepções obscuras. A morte desperta curiosidade e até certo fascínio, tanto quanto viver e todos os prazeres atribuídos a esta vida. Mas assim como se escolhe viver, igualmente a morte é uma escolha. A existência é sentida como um castigo divino.

O suicídio é um assunto que não é explorado na sociedade e tampouco na mídia, que deveria ter um papel importante para a compreensão deste fenômeno de massa. O que permeia o suicídio como a depressão, angústia, receios, melhor qualidade de vida não dá ibope. As futilidades, frivolidades e banalizações são mais lucrativas. Um desafio para psicólogos, médicos e psiquiatras que devem se antecipar e prevenir situações de risco e perigo, bem como a sociedade precisa olhar com mais atenção às manifestações, impasses e conflitos da alma.
Breno Rosostolato
Psicólogo clínico, terapeuta sexual e professor da Faculdade Santa Marcelina – FASM
A partir  do Portal Hospitais do Brasil. Leia no  original

MORTE DE ATOR ALERTA PARA DEPRESSÃO NA VELHICE

2/08/2013
  • Fernando Donasci/Folha Imagem 27.março.2006
    Walmor Chagas estrelou estrelou novelas como "Os Mutantes", "Selva de Pedra" e "Salsa e Merengue"
    Walmor Chagas estrelou estrelou novelas como "Os Mutantes", "Selva de Pedra" e "Salsa e Merengue"
suicídio do ator, diretor e produtor Walmor Chagas, no dia 18 de janeiro, trouxe à tona um assunto espinhoso, mas de suma importância: a depressão na terceira idade. Aos 82 anos, Walmor vivia praticamente isolado em um sítio no interior de São Paulo. Enxergava mal, tinha dificuldades para andar, se alimentava pouco e contava frequentemente com a ajuda de empregados para executar tarefas cotidianas. Um de seus amigos disse à imprensa que o artista teria comentado que desejaria partir, caso se tornasse uma pessoa dependente.

As limitações típicas da velhice são o principal detonador dos casos de depressão entre idosos, conforme pesquisas da psicóloga Denise Pará Diniz, coordenadora do Setor de Gerenciamento de Estresse e Qualidade de Vida da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). "O sistema imunológico, a visão e a capacidade motora e de locomoção ficam comprometidos. Em alguns casos, a pessoa requer auxílio até para fazer a própria higiene. É uma fase de difícil aceitação, e há quem jamais a aceite", afirma a especialista.

Outros fatores que devem ser levados em consideração são o isolamento social e o sentimento de inutilidade, em geral decorrentes da ausência do mercado de trabalho.

"Hoje em dia, a maioria das famílias não tem tempo ou estrutura para cuidar dos idosos. Todos têm de trabalhar e os deixam sós. A solidão, a falta de dinheiro e a dependência entristecem", explica Sônia Fuentes, psicóloga com especialização em geriatria e mestre em Gerontologia pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo). "E mesmo em circunstâncias em que as condições monetárias são boas, há casos em que a depressão e as limitações os atrapalham, impedindo-os de fazer suas escolhas e tornando-os apáticos demais".

Relembre personagens e imagens da carreira de Walmor Chagas




Foto 7 de 48 - 1965 - Walmor Chagas faz sua estreia no cinema no filme "São Paulo S.A.". No filme, o ator foi dirigido por Luís Sérgio Person e teve seu primeiro encontro com a atriz Eva Wilma, de quem se tornou amigo próximo. A atuação de Walmor no longa lhe rendeu elogios do cineasta espanhol Luis Buñuel Mais Divulgação/Folhapress
A perda de parceiros e amigos de toda uma vida pode contribuir para o surgimento da depressão. "Quando morre alguém querido, morre também uma parte sua. Para um idoso isso é ainda mais grave, porque ele sabe que foi embora um pedaço de sua vida que nunca mais vai poder viver de novo", declara Denise Diniz.

De acordo com o cardiologista Thiago Marchini Naves, diretor-administrativo da Casa Vita – Moradia Assistida para Idosos, em São Paulo, a depressão ainda costuma surgir associada a doenças de grande incidência na terceira idade, como pressão alta, diabetes, infarto, artrose, derrame e câncer. Certos remédios também podem provocar quadros depressivos.


Sinais de alerta

Boa parte dos sintomas é a mesma dos casos de depressão em qualquer faixa etária: distúrbios do sono e do apetite, fadiga, tristeza, choro, dificuldade de concentração e memória falha. O que define a doença é a intensidade e a frequência desses sinais. Mas os idosos, de acordo com a psicóloga Denise Diniz, costumam se entregar com mais facilidade.

"Os idosos têm sentimentos de culpa e inutilidade. Dificilmente vão falar abertamente que querem morrer, porém começam a usar frases como ‘Seria melhor seu eu desaparecesse’, ‘Não queria dar tanto trabalho’, ‘Velho não serve para nada’ etc. A desesperança revelada por essas palavras é um caminho perigoso rumo ao suicídio", diz a médica.

Dados da OMS (Organização Mundial de Saúde) apontam que as taxas de suicídio é maior entre os homens. "As mulheres também sofrem com os problemas típicos da velhice, claro, mas costumam encarar a vida com mais realismo e menos passividade, talvez porque tenham uma noção mais nítida da mortalidade e se cuidem mais, sob os pontos de vista estético e da saúde", afirma Thiago Naves.
 


Velhice feliz

A maneira com que cada pessoa investe na qualidade de vida ao longo dos anos tem tudo a ver com o que vai colher na terceira idade, obviamente. Racionalmente, o que você faz hoje repercutirá no futuro, mas nem sempre as coisas saem conforme o planejado. E apesar do aumento da longevidade e dos avanços tecnológicos ninguém pode nem deve contar com a garantia de que chegará aos 90, 100 anos, com saúde e vigor.

Além dos medicamentos específicos e das sessões de psicoterapia, para enfrentar a depressão é preciso coragem, motivação e vontade de se adaptar às necessidades de mais uma fase do desenvolvimento humano. A família e os amigos têm papel fundamental para ajudar o idoso a atravessar a doença, mas ele também tem de encontrar os próprios mecanismos de defesa e procurar se manter ativo.

Seja na companhia de parentes, amigos ou em centros de convivência, é fundamental não descuidar da socialização e cultivar algum hobby. Se existe algum tipo de limitação, vale procurar outras formas de atividade. Quem sempre adorou ler ou escrever, por exemplo, mas agora tem a visão debilitada, pode gravar suas memórias ou narrá-las para alguém.

Lembrar acontecimentos antigos e contar histórias para a nova geração são atitudes importantes, porém, o idoso não deve ficar preso somente ao passado. "Ter objetivos é fundamental para ter disposição e mandar bem longe a impressão de que o tempo está acabando", diz a psicóloga Denise Diniz. 
A partir do UOL. Leia no original

SUICÍDIO DE IDOSOS: SOFRIMENTO FAMILIAR E PREVENÇÃO

9/06/2012
Para apresentar e discutir os resultados da pesquisa É possível prevenir a antecipação do fim? Suicídio de idosos no Brasil e possibilidade de atuação do setor saúde, o Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde Jorge Careli (Claves/ENSP) realizou o I Seminário Nacional sobre Prevenção de Suicídio de Pessoas Idosas. Durante os três dias de atividades, os participantes debateram, entre outros temas, visão epidemiológica sobre o suicídio de idosos, perspectiva de gênero em relação ao suicídio, o impacto do ato suicida na família, fatores de risco e prevenção de suicídio de idosos. Confira na Biblioteca Multimídia da ENSP as apresentações do seminário.

“Este seminário nos fez refletir sobre um tema que atravessa várias áreas disciplinares e foi tratado por meio de uma pesquisa realizada no período de dois anos e financiada pelo programa Inova-ENSP, que incentiva e apoia investigações de temas novos que possam contribuir, estrategicamente, para o avanço da saúde pública”, destacou a coordenadora da pesquisa, Cecília Minayo. A pesquisa de âmbito nacional deu origem ao volume 17, número 8 da Revista Ciência e Saúde Coletiva, com diversos artigos sobre o suicídio de idosos no Brasil.



Na ocasião, Ana Elisa Bastos Figueiredo, pesquisadora do Claves e participante do estudo, ressaltou que o suicídio não ocorre em uma relação lateral, e sim sempre numa relação bilateral. Ana Elisa é autora, com Raimunda Magalhães da Silva, professora da Universidade de Fortaleza (Unifor), do artigo intitulado "O impacto do suicídio da pessoa idosa em suas famílias". Elas apontaram que o suicídio tem consequências impactantes nos grupos sociais mais próximos das pessoas que cometem o ato suicida, nesse caso o grupo familiar. “O caso de suicídio é uma realidade da qual ninguém sai ileso, além da família, todos que estão em volta sofrem.” Para explicar a relação de sofrimento das famílias, as pesquisadoras citaram o cruzamento entre a dinâmica e a estrutura familiar, procurando buscar como as famílias entendem o ato suicida.

O conceito de dinâmica familiar foi explicado como as condutas e ações sustentadas em uma normatividade estabelecida, que permeiam a vida cotidiana dos membros de um grupo. O padrão organizado dentro do qual os membros da família interagem é visto como a estrutura familiar. Elas explicaram ainda a trajetória metodológica do estudo de âmbito nacional que teve abordagem qualitativa. Ana Elisa e Raimunda apresentaram histórias contadas pelos familiares dos idosos e ressaltaram a importância de compreender a atmosfera em que ocorreu o ato suicida e mostrar as fraturas que ficam entre os familiares.



Foram entrevistadas cerca de 50 famílias que possuíam desde nível superior a nenhum grau de escolaridade, residentes da zona rural ou procedentes dela, de diversas religiões, com predomínio da católica, e os mais diversos níveis de ocupação, desde servidores públicos, agricultores e autônomos a vendedor ambulante e trabalhadores rurais. No estudo, foram apresentados ainda os núcleos de sentido, que dizem respeito ao que fica para as famílias. Cinco descritores foram apontados nos núcleos de sentido: sentimento de culpa pelo ato suicida do familiar idoso; isolamento social e suas manifestações na saúde; estigma, preconceito social e crença na improbabilidade do ato; raiva e sofrimento familiar; e superação e atenção aos familiares.

Outro ponto explorado pela pesquisa foi em relação à atenção do setor saúde para esses casos. De acordo com dados citados no artigo, 67% ou mais de idosos que cometeram suicídio estavam em atendimento em serviços de atenção primária nos últimos 30 dias de vida e até meia semana antes de cometerem o ato. Por fim, as pesquisadoras afirmaram que é preciso intensificar programas de atenção ao idoso e seus familiares no sistema de saúde e fortalecer os programas sociais e psicológicos entre os familiares. “Capacitar profissionais em todos os níveis de atenção, principalmente na atenção básica, para dar suporte aos idosos e suas famílias e desvelar o mito do suicídio entre os diversos atores que mantêm vínculo com o idoso são ações muito importantes no combate ao suicídio”, concluíram.

Para debater o artigo "Autópsia psicológica e psicossocial sobre suicídio de idosos: abordagem metodológica", Fátima Gonçalves Cavalcante, professora da Universidade Veiga de Almeida e também coordenadora da pesquisa É possível prevenir a antecipação do fim?, esteve presente no evento. Fátima explicou que a autópsia psicológica é um tipo de estudo retrospectivo que reconstitui o status da saúde física e mental e as circunstanciais sociais das pessoas que se suicidaram, a partir de entrevistas com familiares e informantes próximos às vítimas. O objetivo da apresentação da professora foi apresentar a metodologia de autópsia psicológica e psicossocial, além de expor os primeiros recortes que o estudo produziu.

De acordo com a professora, a maior parte das famílias quer conversar sobre o suicídio. Por isso, é muito importante abrir espaços de escuta, ressaltando a atuação dos profissionais de saúde, para beneficiar as famílias. Em seguida, a professora citou que o ponto forte da autópsia psicológica e psicossocial está na contextualização dos dados da história psicológica e psicossocial das pessoas estudadas e na possibilidade de se mostrar uma série de circunstâncias e nuances que grandes estudos epidemiológicos ou populacionais não conseguem apontar. Por fim, Fátima apresentou os formatos de entrevista, a construção dos roteiros, ficha de identificação e genograma.



Fatores de risco, prática e teoria da prevenção e experiência exitosa

O último de dia do seminário abordou os fatores de risco e a prevenção de suicídio de idosos, e a prática e a produção de conhecimento sobre a prevenção de suicídio. Também apresentou a experiência exitosa do caso de Candelária, no Rio Grande do Sul. "Fatores de Risco e Prevenção de Suicídio de Idosos" foi o tema do artigo escrito pelo médico da Sociedade Cubana de Psiquiatria Sergio Perez. Segundo ele, os fatores de risco são aqueles que facilitam o surgimento ou desenvolvimento de um estado mórbido; no caso de suicídio, são aqueles que aumentam, facilitam ou promovem a ocorrência do ato suicida.



Em sua exposição, o médico descreveu os fatores de risco para o suicídio em idosos, entre os quais estão a depressão, o abuso e os fatores médicos, psicológicos e sociais. De acordo com Perez, os fatores de risco possuem as seguintes características: individuais, genéricos, historicamente determinados, associados a cultura e geracionais. Além disso, existem os fatores de risco pessoais, familiares e socioambientais. Sergio Perez ofereceu ainda um guia prático para avaliar o risco de suicídio em idosos.

Em seguida, Marta Conte, também pesquisadora do estudo, apresentou a prática e a produção de conhecimento sobre a prevenção de suicídio de idosos. Segundo Marta, nas teorias de prevenção, as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) são, em linhas gerais, quanto à identificação do problema, às abordagens, às formas de comunicação fatos e ficção, às articulações de retaguarda e às formas de encaminhamento. No entanto, essa não é a realidade do cotidiano na relação entre o profissional de saúde e o paciente.


De acordo com Marta Conte, a rede de saúde deve ser vista como um local de conexão envolvendo o sujeito idoso na linha de cuidado (desenha o itinerário que o usuário faz por dentro de uma rede de saúde). Em seguida, Marta falou das condições para acolhimento na linha de cuidado, com destaque para a hospitalidade. “É preciso considerar o que é risco para cada um e como exercer o autocuidado, construindo, a partir daí, estratégias para isso. Apenas agir com flexibilidade não suprime o estabelecimento de algumas combinações”, afirmou.

Finalizando as exposições, a coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial (CAP) de Candelária, Rio Grande do Sul, Aline Trindade, apresentou dados da experiência exitosa do CAP. Inicialmente, Aline contextualizou o problema. De acordo com ela, estima-se que anualmente 1 milhão de pessoas no mundo cometem suicídio, são cerca de dez tentativas para cada suicídio consumado. A cada 40 segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo e, a cada quatro segundos, alguém tenta contra a própria vida no mundo. “O Rio Grande do Sul é o estado brasileiro com maior percentual de suicídios. "A cada dia, três pessoas se matam no estado. Para cada morte, 30 tentativas ocorrem”, advertiu.



Em seguida, Aline falou sobre o Programa de Prevenção ao Suicídio, que reduziu significativamente os números de suicídios na região. De acordo com a coordenadora, as estratégias de prevenção do Programa foram baseadas na estruturação dos profissionais envolvidos nas oficinas; na prioridade do grupo de risco, ou seja, pacientes com tentativas de suicídio; na sensibilização da rede sobre a realidade do município e aplicação de ações de prevenção; e na capacitação de profissionais e locais envolvidos.

Aline afirmou também que, mesmo com a avaliação e o tratamento adequado, os suicídios ocorrem e causam forte impacto sobre os profissionais envolvidos. “O objetivo do trabalho de prevenção é obter um bom índice dentro dos padrões epidemiológicos. É preciso sempre aplicar ações que facilitem o programa identificando e tratando transtornos mentais, por exemplo, conversando francamente sobre o assunto e acompanhando adequadamente pacientes que já tiveram tentativas de suicídio”, finalizou.

Tatiane Vargas 
A partir do Informe ENPS Fiocruz. Leia no original
 
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