DEPRESSÃO NÃO DEVE SER ASSOCIADA AO ENVELHECIMENTO

A depressão, bem como o aparecimento de outras doenças mentais, é muito comum entre os idosos. E o tratamento destas condições geralmente está atrelado à importância que o médico que atende o idoso dá aos cuidados com a saúde mental. 

Neste sentido, um estudo americano - Two-Minute Mental Health Care for Elderly Patients: Inside Primary Care Visits – sobre o tema, publicado no The Journal of the American Geriatrics Society, sugere que os médicos dedicam muito pouco tempo para falar sobre essas doenças com os pacientes idosos.
Para chegar a tal conclusão, os pesquisadores analisaram gravações de 385 consultas com pacientes idosos e descobriram que o tempo médio gasto nas consultas, discutindo a saúde mental do paciente era de apenas dois minutos e que os temas relativos à saúde mental foram abordados em apenas 22% das visitas, embora a pesquisa tenha revelado que 50% dos pacientes estavam deprimidos.

Depressão na terceira idade


“A depressão do paciente idoso precisa ser encarada como natural, mas não inerente ao envelhecimento. A depressão na terceira idade é um problema frequente que, muitas vezes, não é diagnosticado e tratado. É comum que o idoso não admita que determinados sinais e sintomas são de depressão, pois ele tem medo de ser visto como ‘fraco’ ou ‘louco’ pela família. Outros têm consciência de sua depressão, mas acreditam que nada pode ser feito sobre isso”, explica a médica Vanessa Morais, diretora da VRMedCare, empresa especializada em cuidados domiciliares na terceira idade.


Segundo a médica, a depressão na terceira idade tem diversas causas ambientais:


· Mudanças no seio da família;


· Dor e doenças crônicas;


· Dificuldade para se locomover;


· Frustração com a perda de memória;


· Perda de um amigo ou do cônjuge;


· Dificuldade para se adaptar a uma mudança de vida, como mudar do lar para uma casa de repouso, por exemplo.


“A depressão na terceira idade também pode ser um sinal de um problema médico ou mesmo ser efeito colateral de alguns medicamentos, comumente prescritos para os idosos”, afirma Vanessa Morais.


Sintomas de depressão


Os sintomas de depressão nos idosos podem não ser fáceis de identificar. Isto porque estes sintomas freqüentemente são ignorados ou confundidos com outras doenças comuns na terceira idade, tais como:


· Doença de Alzheimer;


· Câncer;


· Doença cardíaca;


· Doença de Parkinson;


· Distúrbios da tireóide.


Segundo a médica, os sintomas de depressão em idosos abrangem:


· Pensamentos fixos sobre a morte;


· Pensamentos inadequados de culpa excessiva ou inapropriada;


· Dores;


· Alterações no apetite (geralmente uma perda de apetite);


· Mudanças no peso: perda involuntária de peso (mais comum)

ou ganho de peso;

· Irritação excessiva;


· Dificuldade de concentração;


· Cansaço ou fadiga;


· Sentimentos de inutilidade ou tristeza;


· Comportamentos irresponsáveis;


· Perda de interesse ou prazer nas atividades diárias;


· Perda de memória;


· Planos de cometer suicídio ou tentativas reais de suicídio;


· Temperamento agitado;


· Problemas para dormir;


· Sonolência diurna;


· Acordar várias vezes durante a noite.


“O diagnóstico só pode ser feito, após rigoroso acompanhamento médico, pois a depressão no idoso é mais difícil de ser definida. Por exemplo, sintomas como fadiga, perda de apetite e dificuldade para dormir podem indicar depressão, como também podem ser parte do processo de envelhecimento ou de uma condição médica. Uma consulta médica ampla poderá determinar se uma doença está causando a depressão. A avaliação psiquiátrica e outros exames podem ser necessários para a conclusão do diagnóstico”, explica a diretora da VRMedCare.


Importância do tratamento


“Ao contrário do que muitas pessoas pensam, é preciso destacar que a depressão não é uma parte normal do envelhecimento, nem é mais difícil de tratar em pessoas idosas”, afirma a médica Renata Diniz, que também dirige a VRMedCare, empresa especializada em cuidados médicos na terceira idade.


Segundo a médica, “o ideal, quando lidamos com pacientes idosos, é evitar situações que favoreçam o desenvolvimento dos sintomas depressivos, fazendo com que o idoso mantenha um ciclo regular de atividades previamente planejadas que visem o seu prazer e fortaleçam a sua razão para viver. Mas quando o quadro de depressão está presente, existem muitas alternativas terapêuticas que podem ser aplicadas a cada caso, em particular”, diz Renata Diniz.


“Em alguns casos, aliviar a solidão através de saídas em grupo, trabalho voluntário ou ter visitantes regulares pode ajudar no tratamento. Programas de exercícios físicos também podem reduzir a depressão em idosos. Para outros pacientes, o tratamento consiste em tratar as condições médicas que causam a doença ou parar a administração de certos medicamentos”, conta a diretora da VRMedCare.


“A psicoterapia também é um tratamento eficaz. Em casos de depressão moderada a grave, os pacientes idosos podem obter melhores resultados através da combinação de psicoterapia com medicamentos antidepressivos, prescritos por um psiquiatra ou por um geriatra. Estes medicamentos são cuidadosamente monitorados devido aos seus efeitos colaterais. Os geriatras costumam receitar doses mais baixas de antidepressivos para as pessoas mais idosas, e, aos poucos, aumentam a dose mais lentamente do que em adultos jovens”, explica Renata Diniz.


A partir do site RAC. Leia no original 

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