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CÉREBRO DÁ VALOR ESPECIAL A QUEM NOS FEZ RIR

8/01/2017
Ter oportunidades para rir ao longo do dia pode parecer um bônus, uma pausa bem-vinda no meio de um dia de afazeres. Mas um corpo crescente de evidências indicam que o que leva ao riso faz muito mais do que divertir: reduz o estresse, melhora a capacidade do corpo de combater infecções –e ainda promove laços afetivos entre todos os que compartilham a risada.

Um estudo finlandês recém publicado no "Journal of Neuroscience" mediu a liberação de opioides pelo cérebro de voluntários após estes terem passado 30 minutos assistindo com dois amigos próximos a uma compilação de cenas de comédia, e comparou o nível de opioides com aquele nos mesmos voluntários após 30 minutos de silêncio, sozinhos em um quarto.

Os opioides mais famosos são morfina e heroína, conhecidos pelas sensações de analgesia, relaxamento e prazer que causam –e que tão rapidamente levam ao vício, se intensos e frequentes demais. Se tais substâncias funcionam, no entanto, é justamente porque existem opioides internos, produzidos pelo próprio cérebro, e que provavelmente levam a efeitos semelhantes, ainda que mais brandos.

De fato, hoje se sabe que o efeito placebo, a melhora no bem-estar e redução da dor que acontecem só de se acreditar que se recebeu tratamento (quando o remédio na verdade era apenas água, farinha ou glóbulos de homeopatia sem qualquer princípio ativo), depende da capacidade do cérebro de produzir seus próprios opioides.

Ser acariciado ou abraçado por quem se gosta é uma maneira certeira de fazer o cérebro liberar seus próprios opioides –mas que só tem efeito sobre as duas pessoas envolvidas. Segundo o estudo finlandês, rir em grupo também funciona, e aparentemente surte efeitos no cérebro de todos os envolvidos: a liberação de opioides endógenos aumenta nas partes do cérebro que levam ao bem-estar e ao prazer, e junto com isso vêm não só sensações agradáveis de diversão como também de calma e paz interna. Quanto mais intensas as risadas, mais forte é a ativação do cérebro por seus próprios opioides –e mais intensas as sensações positivas.

De quebra, fica no cérebro um registro da associação entre a companhia do momento e o resultado prazeroso. E assim quem riu conosco, ou nos fez rir, ganha valor especial para nosso cérebro.

Não é à toa que gostamos tanto dos nossos amigos e parceiros bem-humorados, e preferimos sua companhia à de qualquer outra pessoa. Rir faz bem ao cérebro - e ele lembra com carinho especial de quem nos levou ao riso.

A partir da Folha de S.Paulo. Leia no original
Imagem : Pexels

QUAL O MOTIVO DE TUDO ISSO ?

1/31/2013

"Há mais de um ano estou num processo depressivo. Já tentei fluoxetina, homeopatia, terapia psicológica, relaxamento, e até constelações familiares.

Já pensei em como morrer sem que ninguém descubra que foi suicídio. Isto para que minha filha de 15 anos não sofra, pois, acredito que minha presença só fará mal a ela cada vez mais.

Estou com ódio do mundo, amarga, triste, insuportável, odiando a vida. Não tenho vontade de fazer nada.

Me afastei das pessoas, das festas, coisas que eu amava fazer.

Me afastei da religião que eu tinha e que me dava sustentação, pois, tinha fé suprema em Deus. 

Hoje penso que viver é uma piada de mal gosto. Qual o motivo de tudo isso? Nunca saberei, mas sei que perdi totalmente aquilo que eu amava: alegria de viver e conviver."
C.
Depoimento por e-mail

DECIDI PERDOAR E PASSEI A VIVER MELHOR

1/28/2013
"O sentimento de vazio aparece quando existe algo que gostaríamos de fazer e por algum motivo não o fazemos e vamos adiando, adiando e o sentimento vai tomando conta de nós. Não peça a Deus para dar a sua vida a outra pessoa, porque não pede a Deus para lhe devolver a alegria de viver.

Sim saber viver pode parecer muito difícil. Se pensarmos que o que pensamos são apenas pensamentos, veremos que eles não podem mais que nós. Lembra-te que nós somos livres de pensamento é a única coisa que controlamos, certo? E não tenha medo do desconhecido, apele ao seu anjo da guarda que a ajude a cultivar bons pensamentos.

Vivermos com o pensamento no passado destrói qualquer ser humano disso não tenho a menor dúvida. Eu escolhi perdoar, não esqueci é certo, pois ninguém esquece, mas decidi que o que passou, passou e fiquei mais forte. Não tema, faça amigos sem olhar o passado, de nada adianta falar sobre o passado. Chore, grite, deite fora tudo que está ai dentro. Imagine que você está diante da pessoa que lhe fez mal, e diga o que a fez sentir. Acredite se sentirá bem melhor!

Perder o interesse pelas atividades quotidianas é um sinal de alerta. Quer ser feliz? Diga para si mesma, olhe para si, olhos nos olhos e diga o que quer. Você está preso(a) tem que se libertar. Ficar calado tem aprisionado você, lembre-se Deus lhe deu uma voz, use-a.

Uma coisa aprendi a muito custo, para ter amigos primeiro temos de ser amigos de nós mesmos, enquanto não o fizermos tudo nos magoará e a esperança de dias melhores acabará por desaparecer, ficando a depressão e o desejo desesperado de morrer. Quando sentimos medo é porque não é por ai o caminho. Quando sentimos paz, o coração tranquilo é nosso espírito comunicando dizendo sim."
Anônimo
Comentário em Procure cuidar de você

AQUI POSSO ABRIR MEU CORAÇÃO

1/17/2013

Gostaria de escrever um pouco sobre mim, sobre meus sentimentos, sobre minhas frustrações e desejos. Acho que aqui estarei segura, finalmente poderia abrir meu coração. Não reparem a forma com a qual escrevi, fui usando tempos aleatório, palavras aleatórias, a última coisa que me preocupou foi a coesão do texto, quis escrever com o coração, e pronto.

Desde criança, sempre tive vontade de ser alguém de vários amigos e amigas, mas ao mesmo tempo, sempre tive vontade de ficar sozinha com meu eu, pois sempre me senti rejeitada pelas pessoas, no entanto até tempos atrás (uns dois anos), eu não falava sobre isso, nem deixava que as pessoas percebessem, todos sempre me olharam como uma garota decidida e autoconfiante, até uns dois anos atrás eu realmente era assim, mas na verdade eu sempre vivi um conflito existencial infinito.

Sempre fui excluída, as pessoas começavam com amizade comigo e depois me trocavam e isso sempre me afetou bastante, só que sempre guardei para mim, eu tinha uma necessidade imensa de ter amigos, galeras, mas eu nunca tive um grupo de amigos no qual eu realmente fosse amada por eles, sem falsidade, mas na verdade sempre fiz parte de grupos dos quais não me amavam e em um momento ou outro eu acaba me afastando, na infância briguei com pessoas que eu jamais quis brigar, aconteceu e marcou minha vida de forma significante, minha adolescência foi muito triste, tive um amigo que realmente me amava eu também o amava, ele praticamente foi o único amigo que povoou minha vida, hoje não temos mais contato, lembro dele quase todos os dias, já liguei para ele algumas vezes, mas parece que para ele nossa amizade ficou no passado, faz anos que não o vejo.

Hoje aos 22 anos, sou cheia de medos... Percebo que algumas pessoas aproximam - se de mim, apenas por interesse em alguma coisa, tirar proveito ou coisa do tipo, quando percebo isso sofro demasiadamente, quando vejo alguém se sentido superior a mim, fico furiosa, eu nunca me senti superior a ninguém em nada, talvez seja isso, a minha humildade, isso me faz infeliz. Sinto uma vontade imensa de arrumar um namorando, mas só me aparece pessoas que não combinam comigo, dessa forma vejo a vida passar sozinha, sinto falta de alguém ao meu lado, todo mundo tem alguém menos eu, por quê ?

Eu sou uma jovem bonita;
Um pouco inteligente;
De bom coração;
Mas condenada a infelicidade, é isso? 

Estou a dois anos de terminar minha faculdade, tenho um bom emprego, mas, não estou feliz, tenho sonhos que parecem irreais, irrealizáveis, não desisto mas não não sei como realizá - los. Atualmente sinto uma vontade imensa de aprender outro idioma, juntar uma grana e ficar um tempo fora, mas isso contraria toda a minha profissão, todos os meus projetos antes planejados, sonhados desde a infância, conquistados com muita dificuldade, com muita força e determinação, será o meu fim?

O que fazer, têm dias que simplesmente sinto vontade de morrer. Outros dias, sinto uma vontade imensa de viver, ajudem - me, ajudem - me.
Luana

A DEPRESSÃO TEM DENTES E SORRI

11/01/2012
“Tristeza por favor vá embora, minha alma que chora.....”

***

Quando se fala em depressão a imagem é de alguma coisa cinzenta, opaca e completamente fechada. No entanto, a depressão é uma doença com várias características e sintomas. Podemos até dizer que quando a tristeza passa do limite possível para um ser humano, se transforma em depressão, e esse limite não é medido, uma vez que varia de pessoa para pessoa.

Cada ser humano tem uma história e suporte para lidar com tristezas, frustrações, mágoas e perdas. Cada ser humano tem uma reserva de força ao longo da vida, e ao esgotá-la, se renova ou se extingue, dependendo dos fatores que a envolvem. O interessante de observar é que pessoas que sorriem ou riem, sempre passam uma idéia que estão bem.

Pessoas piadistas, que gostam de fazer humor também transmitem socialmente a felicidade. No entanto, pode-se dizer que muitas vezes a depressão também se instala na vida dessas pessoas, pois como se sabe tem múltiplas facetas.

Confundir conceitos é muito comum em nossa sociedade, até pela própria riqueza de nosso vocabulário.

O português é composto de quase 500 mil palavras e em média 5 palavras para a mesma coisa. Como é de se esperar, feliz se confunde com alegre, que se confunde com satisfeito, que se confunde com agradável, que se confunde com confortável ,que se confunde com pleno e saciado. Nem sempre a ordem é essa. Nem sempre a sequência é assim, sendo interrompida em alguma fase desse conjunto de palavras.

Portanto, há depressivos que sorriem, riem e mesmo com depressão em algum grau conseguem “mostrar os dentes”, contrariando a imagem estipulada no imaginário coletivo. Para uma avaliação precisa é necessário se despir de preconceitos, que são conceitos estabelecidos para o diagnóstico eficaz. Fato é que a depressão não escolhe rosto, endereço ou sexo, podendo se instalar como mar revolto em dias de tempestade ofuscando o sol, tornando a vida da pessoa uma noite permanente. Mas que frente ao tratamento adequado a luz do final do túnel se aproxima clareando o caminho a ser percorrido e repondo o estoque findado de forças para continuar a trajetória a ser percorrida, que se chama vida!

Mariângela Salomão
A partir de Paraná Online. Leia no original

FAMOSOS SOFREM DE TRANSTORNO BIPOLAR

10/27/2012

Lark Voorhies: a mãe da atriz contou que
a filha foi diagnosticada com este tipo de
desordem, depois de um vídeo em que Lark
parece brigar com as respostas se tornou um
viral na internet.
"Existem coisas que traumatizaram ela", disse a mãe


Jesse Jackson Jr.: segundo relatórios médicos,
 o congressista americano vem
 recebendo medicação para a
 bipolaridade, após uma inexplicável
 licença médica há cerca de dois meses


Demi Lovato: depois de passar três meses em reabilitação por problemas como bulimia, anorexia e depressão, a cantora de 18 anos anunciou que sofre de bipolaridade. Ela contou à revista People que não sabia que sofria do problema até começar o tratamento. A cantora disse também que pretende continuar falando sobre suas experiências, com o objetivo de ajudar as outras pessoas. "Eu sinto que não é uma coincidência Deus me colocar nessa situação e me dar a voz que eu tenho. Acredito que meu propósito na Terra é muito mais do que ser uma cantora ou atriz. Eu acho que é alertar as pessoas e ampliar a consciência sobre um problema que muitas pessoas não falam a respeito"

Catherine Zeta-Jones: a atriz divulgou publicamente o seu diagnóstico e se colocou à disposição para apoiar quem sofre com o distúrbio bipolar. Em entrevista à revista People, ela disse que "não há necessidade para sofrer em silêncio", e que se ela conseguisse ajudar ao menos uma pessoa a procurar ajuda, então sua experiência terá valido a pena.


Jean-Claude Van Damme: o ator disse ao site E! Online que vem recebendo tratamento para a doença. Ele contou que depois que tornou público o problema, a comoção das pessoas ao seu redor vem ajudando no processo.


Amber Portwood: Amber já experienciou muitos altos e baixos na frente das câmeras. Ela disse que toma medicação para tratar a bipolaridade desde que foi diagnosticada, em 2008. "Eu não acho que sou bipolar, para ser honesta. Eu acho que todo mundo acha que é bipolar hoje em dia", disse em uma entrevista. Mais recentemente, ela tratou a doença com mais seriedade. Eu luto com isso. Eu odeio isso, falou, referindo-se ao seu diagnóstico

Sinead O'Connor: em 2007, a cantora contou no programa The Oprah Winfrey Show sobre sua batalha com a o transtorno bipolar. Ela falou para a apresentadora que o tratamento trouxe a chance para construir uma nova vida

Michael Angelakos: depois de cancelar vários shows, no último mês de julho, o líder da banda Passion Pit contou que foi diagnosticado com o problema aos 18 anos. "Minha depressão estava tão ruim quando cancelei tudo, mas as pessoas não entendem que isso não é apenas debilitante, é muito abrangente", desabafou.


Carrie Fisher: a atriz discutiu publicamente o problema no ano de 2000, dizendo que foi viciada em drogas por muito tempo antes de descobrir que era depressiva. Carrie fala abertamente sobre sua batalha, que incluiu um período em um hospital psiquiátrico. "Ser bipolar pode ser um grande desafio e exigir muita coragem", contou.

Patty Duke: a atriz foi diagnosticada com o problema aos 35 anos. Em entrevista, ela contou que a descoberta foi um alívio, porque isso significava que ela não era a única pessoa no mundo que se sentia daquela forma. Ela disse que, quando era jovem, achava que existia algo errado com ela. Ao longo dos anos, falou abertamente sobre o assunto e chegou a escrever um livro sobre o tema. Patty afirmou que se considera uma sortuda, por ter acesso à mídia, escrever um livro e falar sobre seu problema.

Jane Pauley: a apresentadora discutiu seu problema em 2004, durante uma entrevista. Depois de lutar com uma depressão por meses e não se sentir melhor, Jane disse que ficou chocada quando o seu médico explicou que ela estava sofrendo do transtorno bipolar. Em seu livro, ela conta que não sabia quando ou onde teria outro episódio bipolar, mas que já está adaptada com suas mudanças de humor.


Linda Hamilton: a atriz contou a Larry King em 2005 que sua saúde mental foi piorando ao passo que sua carreira profissional foi crescendo. E por ter sofrido de depressão, ela disse que conversa abertamente com seus filhos e os lembra que é importante falar sobre os seus sentimentos. "Eu gosto de falar para que as pessoas saibam que não estão sozinhas", contou.


BIPOLAR: FELICIDADE INTENSA OU TRISTEZA PROFUNDA

5/02/2011

Cerca de 8% da população apresenta os sintomas mais marcantes do transtorno bipolar: a montanha-russa de humor.

O transtorno bipolar vem ganhando cada vez mais espaço na mídia e seus sintomas passaram a ser conhecidos de uma maneira mais ampla. Provavelmente, isso se deve aos avanços nos últimos anos para tentar esclarecer os mecanismos da doença. E, não muito raro, pessoas famosas, conhecidas por suas variações de humor, admitem o problema.

O diagnóstico não é tão simples. Isso porque o transtorno é caracterizado pelos extremos. Em alguns momentos – e esse estado pode durar dias, semanas ou meses – a pessoa fica eufórica e pode sentir prazer extremo, alegria estonteante, autoestima elevada e uma sensação de poder incrível. Há quem não tenha sequer sono. Mas, na fase seguinte, que também pode durar dias, semanas ou meses, ela experimenta o outro lado da moeda. E vai da euforia à tristeza. São períodos de depressão profunda, em que nada lhe dá prazer e a rotina não faz mais sentido. Há quem sinta sono demais ou exagere na comida nessa fase.

Esse efeito montanha-russa tem consequências desastrosas para as esferas pessoal e profissional e, em geral, o paciente só procura ajuda quando a maré está baixa. Isso torna o diagnóstico mais difícil. Nesse período, é comum que o portador do transtorno seja tratado como alguém deprimido. Daí, para muitos especialistas, a importância da família nas consultas. São os pais, a esposa ou o marido que podem dar subsídios para o médico traçar um panorama mais completo.

Sabe-se que a genética tem forte influência na origem do transtorno. Segundo a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar, 50% dos portadores da doença têm pelo menos um familiar com o problema. Acredita-se que cerca de 8% da população apresente os sintomas mais marcantes entre 15 e 25 anos. Mas já existem crianças diagnosticadas. A vantagem de perceber cedo esses estados alterados de humor é que o tratamento tende a ser mais eficiente. No entanto, ainda não é possível falar em cura, apenas em controle.

O transtorno bipolar pode vir à tona depois de períodos de estresse intenso. Outro dado interessante é que essas alterações de humor aumentam o estresse oxidativo das células, ou seja, a saúde de quem sofre do transtorno tende a se deteriorar mais rapidamente porque o organismo envelhece em um ritmo mais acelerado. Portanto, o diagnóstico e o tratamento devem ser iniciados o quanto antes para controlar a evolução da doença.

A doença afeta homens e mulheres, mas estudos sugerem que elas apresentam mais episódios de depressão e estados de alternância entre a tristeza e a euforia.

O transtorno não escolhe sexo. Homens e mulheres são vítimas, mas estudos sugerem que as mulheres apresentam mais episódios de depressão e estados mistos, em que a tristeza e a euforia trocam de papéis vertiginosamente.

Atualmente, os medicamentos mais usados para tratar o problema são os estabilizadores de humor. E, para casos mais graves, há a eletroconvulsoterapia, na qual se altera a atividade elétrica do cérebro por meio de corrente elétrica. De qualquer forma, a psicoterapia é sempre necessária para ajudar o paciente a entender a doença, aceitá-la e, assim, voltar a encarar a vida com mais coragem e menos medo de ver sua rotina em uma eterna corda bamba.

SOMOS PREDISPOSTOS A SER FELIZES

12/02/2010
David Lykken acredita em um componente genético para a felicidade. Para ele, todos nós somos predispostos a sermos felizes.'Ao longo da evolução de nossa espécie, parece provável que os tristes e rabugentos tivessem uma probabilidade menor de sobreviver por tempo suficiente para procriarem e, caso sobrevivessem, teriam desempenho inferior no jogo do acasalamento', opina Lykken.

Para comprovar sua teoria, o cientista realizou diversas pesquisas com irmãos gêmeos. Selecionou pares que foram criados pela mesma família e gêmeos separados no nascimento, que só se conheceram depois de adultos. Estudou gêmeos monozigóticos (idênticos, nascidos do mesmo óvulo e que possuem a mesma carga genética) e dizigóticos (nascidos de óvulos distintos, compartilham cerca de metade de seus genes). Lykken fez descobertas fascinantes. Entre elas, a de que gêmeos monozigóticos criados em famílias diferentes desenvolvem uma personalidade muito parecida. Ele cita como traços psicológicos que possuem alto grau de hereditariedade o QI, a extroversão, a tendência neurótica, o talento musical, a criatividade, os interesses científicos, a religiosidade, o autoritarismo e, até, a felicidade.

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A produção da dopamina na região conhecida como substância negra é estimulada por situações prazerosas como comer ou fazer sexo A dopamina é liberada pelo nucleus accumbens, e deposita-se nos terminais dos neurônios Os neurônios liberam a dopamina, ligando-se aos receptores de células adjacentes, estabelecendo as sinapses para transportar sinais elétricos Os impulsos elétricos são transformados em sensação de bem-estar no córtex cerebral
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1- Nucleus accubens
2- Substância negra
3- Neurônios
4- Eixo do neurônio 5- Liberação de dopamina
6- Giro cíngulo
7- Amídala
8- Hipocampo
Fonte: Dr. Ricardo Alberto Moreno, Hospital das Clínicas

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Adaptação
Para Lykken, a seleção natural nos deu a capacidade de experimentar a felicidade não por generosidade, mas para que ela seja o estímulo que nos faz ter um comportamento construtivo, adaptando-nos ao nosso meio ambiente para sobrevivermos, para termos filhos e criá-los com segurança e saúde.

E a boa saúde depende também, em parte, da nossa disposição. Pessoas mais otimistas e satisfeitas com a vida são mais saudáveis, têm sistema imunológico mais forte, são menos propensas a ficarem doentes, e quando adoecem, recuperam-se mais rápido. 'O grau de satisfação melhora e estimula as condições físicas, a forma como o organismo está preparado para enfrentar o dia-a-dia', opina o psiquiatra Ricardo Alberto Moreno, coordenador geral do Gruda - Grupo de Estudos de Doenças Afetivas - do Hospital das Clínicas. Até o riso entra nesse jogo.

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Injeção de ânimo
Baseado em 'A Mulher que Chora',
de Pablo Picasso
Além do riso fazer bem para a circulação do sangue no coração e o otimismo ajudar a fortalecer o sistema imunológico, especialistas são unânimes ao afirmar que pessoas mais felizes respondem melhor a tratamentos médicos. O Projeto Felicidade, sediado em São Paulo, é uma mostra disso. Sua missão: alegrar crianças portadoras de câncer e desenvolver sua auto-estima. Durante uma semana, as crianças enfermas, junto com um responsável e um irmão, hospedam-se em bons hotéis e têm uma programação intensa de lazer e atividades de integração. Ao retornarem para suas casas, continuam em contato com os voluntários do projeto por meio de cartas, e, caso morem próximos à cidade, recebem visitas em seus aniversários. Apesar de ainda não terem realizado nenhuma pesquisa científica que prove os efeitos na saúde das crianças, os médicos dizem em coro que os pacientes que passaram pelo projeto voltam mudados: mais afetivos, mais interessados, com mais ânsia de viver. E menos resistente aos tratamentos. 'As crianças chegam aqui sérias, sentindo dores, às vezes com febre. No final da semana, já estão muito mais dispostas', conta a diretora do projeto Flávia Bochernitsan.
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O melhor remédio
Estudo divulgado por Michael Miller, da Universidade de Maryland, provou que, enquanto a depressão afeta negativamente todo o organismo, aumentando principalmente o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, quando rimos ocorre uma descontração no endotélio, fazendo o sangue fluir mais livremente, semelhante ao que acontece com a prática de atividade física intensa. O endotélio é o tecido que cobre a parte interna dos vasos sanguíneos, e é onde geralmente se iniciam doenças como aterosclerose, que se caracteriza pelo endurecimento das artérias. 'O riso combate o estresse e tira a mente de um estado negativo', conta o psicólogo Michael Mercer. 'Acredito que, quando rimos, tiramos o foco da preocupação, é uma boa maneira de modificar o modo como você está pensando e sentindo. É realmente o melhor remédio', defende.

'Não se conhece nenhuma civilização que não tenha o riso incorporado entre seus membros. Certamente o riso é inato, vem agregado no nosso código genético', acredita o neurologista Edson Amâncio, médico do Hospital Albert Einstein.

Circuito do riso
Ele conta o estranho caso da mulher que morreu de rir. Ocorreu com uma bibliotecária da Filadélfia que teve um súbito ataque de riso que se seguiu uma intensa dor de cabeça. Começou a rir e não parava mais. Levada a um hospital, entrou em coma poucas horas depois. Ela apresentou uma hemorragia cerebral: o sangue invadiu o terceiro ventrículo e comprimiu várias estruturas na base do cérebro. Em outro caso citado por Amâncio e publicado na revista científica 'Nature', uma paciente sob neurocirurgia com anestesia local teve uma crise de riso quando o eletrodo que mapeava as áreas cerebrais que deveriam ser operadas para curá-la de uma epilepsia tocou determinada região nos lobos frontais. 'Esses casos nos trouxeram a conclusão óbvia de que as áreas responsáveis pelo riso estão situadas no sistema límbico, um conjunto de estruturas que regulam nossas emoções. Isso nos faz supor que há no cérebro um 'circuito do riso'. Saber que há um circuito para o riso não nos dá a resposta da sua finalidade, da mesma forma que o bocejo e o prazer sexual. Provavelmente nossos ancestrais que adquiriram o riso se beneficiaram disso e ele deve ter tido um papel importante, de alguma forma contribuiu para a manutenção da espécie', acredita Amâncio.

Anatomia da felicidade
Existem três regiões importantes pela modulação do estado de humor no cérebro, pertencentes ao sistema límbico: o giro cíngulo, a amídala e o hipocampo, que concentram a produção de substâncias como a noradrenalina ou norepidefrina, a serotonina e a dopamina. Elas interagem modulando várias funções do nosso organismo: energia, interesse, impulsividade e ansiedade, por exemplo, mas todas são responsáveis por modular o humor, as emoções e a cognição (tudo que se refere à capacidade de adquirir conhecimento: memória, concentração, raciocínio, abstração, inteligência). O humor é o estado mais primário, implica na capacidade de mudar nossos afetos para o pólo da alegria e tristeza. Essa polarização também é responsável pelos sentimentos. Dos neurotransmissores, a dopamina é o que mais dá sensação de bem-estar. Está também relacionada com substância como cocaína e anfetamina, drogas que provocam sensação de euforia. É um efeito bifásico, já que depois de euforia pode haver esgotamento de dopamina, causando graves estados de depressão em usuários crônicos. A parte do cérebro mais estudada quando o assunto é felicidade é o córtex pré-frontal, região mais externa do cérebro, já que é onde ocorre maior convergência das vias de serotonina, norepinefrina e dopamina. 'Quando um indivíduo tem emoções positivas, o afluxo na região pré-frontal é muito grande', explica Ricardo Moreno.

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Ditado Esperto
Baseado na obra 'O Filho do homem',
de René Magritte
Não é só uma frase conformista: dinheiro, de fato, não traz felicidade. Desde que uma pessoa tenha suas necessidades básicas atendidas, um bolso recheado não traz felicidade por si só. Uma pessoa pessimista, que não se valoriza, não conhece suas próprias necessidades e tem relações tumultuadas com outras pessoas dificilmente será feliz, mesmo que seja milionária. O psicólogo Martin Seligman mostra que o poder geral de compra do país e a satisfação com a vida caminham na mesma direção. Porém, assim que o Produto Interno Bruto atinge e excede 8.000 dólares por pessoa, essa correlação desaparece. 'Os suíços ricos são mais felizes que os búlgaros pobres, mas a riqueza tem pouca importância quando se trata de um cidadão da Irlanda, Itália, Noruega ou Estados Unidos', conta Seligman.

Memória seletiva
Tente se lembrar dos últimos acontecimentos da sua vida. Quais prevalecem, os positivos ou os negativos?Se você pensou em mais eventos agradáveis, ou você realmente passou por mais momentos bons que ruins, ou seu cérebro se lembra melhor dos positivos. Pesquisa da Universidade Estadual de Winston-Salem mostra que as lembranças boas tendem a permanecer durante mais tempo em nossa memória. Isso relaciona-se com um processo conhecido por minimização. Para voltar aos nossos níveis normais de felicidade, temos a tendência de minimizar o impactos dos acontecimentos. Isso acontece biológica, cognitiva e socialmente, e esse processo é mais acentuado em relação às experiências negativas.
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Pet terapia

A felicidade que vem de relacionamentos bem desenvolvidos não ocorre somente de ser humano para ser humano. Quem tem um animal de estimação sabe muito bem como esses seres podem alegrar nossas vidas. E não é só do ponto de vista psicológico. Um estudo da Universidade Estadual de Nova York mostrou que a convivência com mascotes ajuda a baixar a pressão e acalmar. Karen Allen, autora da pesquisa, acredita que as pessoas sentem-se menos nervosas na presença dos animais porque eles não as julgam. Ter um animal de estimação ainda ajuda a diminuir o colesterol, aumentar as chances de recuperação após um ataque cardíaco e diminuir a solidão e sentimentos depressivos.

Aqui no Brasil, uma experiência iniciada em março do ano passado comprova os benefícios da convivência com animais. Uma vez por semana, Ventus e Barney visitam o Centro de Referência para os Portadores da Doença de Alzheimer, que funciona no Centro de Medicina do Idoso do Hospital Universitário de Brasília. Não, eles não são médicos. São cães-terapeutas. No centro, os pacientes brincam com eles, os acariciam e conversam com suas donas. Isso ajuda os idosos a ativar a memória recente, a mais afetada pela doença, além de melhorar o humor e estimular o contato físico. Ao jogar bolinhas para os cachorros, os idosos fazem exercícios físicos leves, de forma lúdica e divertida. Os participantes são estimulados a memorizar os nomes e cores dos cães, assim como relembrar passagens da vida despertadas pela presença do animal. O resultado: o humor e a atenção de todos melhoraram. Idosos antes calados passaram a conversar mais, melhorando até mesmo a relação com a família.

Felicidade sem culpa

Para o neurologista e psicoterapeuta Paulo de Mello, feliz é aquele que sabe encontrar oportunidades onde poucos encontrariam, mesmo nos momentos de tristeza. Afinal, é normal uma pessoa sentir-se triste diante de algum acontecimento desagradável. 'Tudo se resume em buscar relações de amor consigo mesmo, com os outros e com o mundo, buscar a verdade, ou seja, o fato como se apresenta e o perdão verdadeiro, desenvolvendo defesas psicológicas maduras para que possamos eliminar o sofrimento. A felicidade pode, sem dúvida, ser o resultado do desenvolvimento de uma maior tolerância às frustrações, maior habilidade em reparar os estragos que possamos ter causado em nossas vidas ou na vida de outros e sobretudo pela coragem de sermos nós mesmos a despeito de quem quer que seja', conclui.

Saiba mais

• 'Felicidade Autêntica', Martin Seligman. Ed. Objetiva. 2002
• 'Felicidade', David Lykken. Ed. Objetiva. 1999
• 'Happiness', Richard Layard. Penguin. 2005
Para navegar
• Ed Diener, www.psych.uiuc.edu/~ediener
• Arquivo Mundial da Felicidade, www.eur.nl/fsw/research/happiness
• Projeto Felicidade, www.felicidade.org.br


Imagens: Galileu e darkchacal (Flickr)
A partir da revista Galileu ( n.165-abril/2005). Leia no original

FELICIDADE DEPENDE DA MANEIRA DE ENCARAR A VIDA

12/01/2010
O que têm em comum mulheres e homens, negros e brancos, ricos e pobres, jovens e idosos? Segundo muitos cientistas, a possibilidade de serem felizes e atingir satisfação na vida, não importa em qual situação se encontrem. Personalidade, relações pessoais, carreira, renda, cultura, religiosidade, ambiente, são muitos os fatores que influenciam nosso nível de felicidade. Ao longo dos últimos anos, psicólogos e neurologistas vêm fazendo importantes descobertas sobre o que é e como funciona nossa felicidade. E as idéias que vêm surgindo corroboram pesquisas anteriores e acrescentam novas descobertas, que podem ser resumidas da seguinte maneira: a felicidade depende muito mais da maneira como encaramos os fatos da vida do que de fatores externos.

'Para mim felicidade é um estado físico, psíquico e psicossocial. É um estado de bem-estar e resultado do amadurecimento e do desenvolvimento pessoal', opina o neurologista Paulo de Mello, mestre em psicologia da saúde pela Umesp e professor associado da Unifesp. Para ele, a felicidade é um estado recorrente, que vai e volta, e é formado de momentos de saciedade e satisfação. É um sentimento, não uma emoção. A emoção (ex.: alegria) é mais passageira, já o sentimento felicidade é mais duradouro e depende de mecanismos neurais mais complexos.

É claro que o que nos torna ou não felizes depende também da cultura na qual fomos criados. 'Na medida em que os autoconceitos variam conforme a cultura, é de se esperar que a relação entre a personalidade e o bem-estar subjetivo varie também', explica o psicólogo Ed Diener, da Universidade de Illinois, conhecido como 'Dr. Felicidade' por ser um dos maiores estudiosos do assunto. Ele esclarece que, apesar da auto-estima ser freqüentemente correlacionada com a satisfação de vida, essa característica parece não ser tão essencial em meio a culturas coletivistas. 'No Japão, uma tendência autocrítica pode ser valorizada como uma maneira de melhorar a habilidade de uma pessoa conhecer suas obrigações sociais', afirma Diener.

Pesquisa realizada pelo psicólogo Kennon Sheldon, da Universidade de Missouri-Columbia, com estudantes universitários norte-americanos e sul-coreanos, mostrou que os valores mais importantes para atingir a felicidade em ambos os grupos são auto-estima, autonomia, competência e relações pessoais. O que muda é a ordem de importância desses fatores em culturas tão distintas. 'A Coréia do Sul é uma cultura coletivista, na qual o indivíduo tende a ser menos importante do que o grupo, e as relações com outras pessoas são mais importantes do que a auto-estima', descreve Sheldon. Porém, a auto-estima vem em segundo lugar para os coreanos. Na opinião do pesquisador, talvez isso aconteça porque a geração mais nova seja mais ocidentalizada do que seus pais e outras pessoas mais velhas.

Felizes para sempre?
Assim como para os orientais, as relações pessoais saudáveis são apontadas pelos especialistas como fundamentais para a busca pela felicidade. Alguns estudos mostram que pessoas casadas costumam ser mais felizes do que os solteiros. A explicação para esse fenômeno varia entre os especialistas. Alguns acreditam que o resultado se deve ao fato de que o casamento traz uma intimidade muito grande, e a certeza de que pode contar com o outro, aumentando assim o otimismo e a sensação de bem-estar. Outros, como Ed Diener, acham que pessoas que já são felizes quando solteiras têm maior probabilidade de se casar e se manterem casadas. O psicólogo realizou um estudo que mostrou que o casamento aumenta o nível de felicidade dos noivos em um primeiro momento, mas com o tempo costumam voltar ao nível de antes do casamento.

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Espelho meu
A opinião que os outros têm sobre nós influencia nossa auto-estima e conseqüentemente nosso nível de felicidade. Como é de se esperar, pessoas com auto-estima alta são mais felizes. Estudo da Universidade Estadual de Ohio com universitários mostrou que os estudantes muito estimados por seus colegas de quarto são mais felizes e mais saudáveis do que os pouco apreciados. 'A falta de uma interação social pode criar estresse emocional', acredita o professor de psicologia Brad Schmidt. 'Quando uma pessoa é julgada desfavoravelmente, ela aceita ou rejeita essa opinião', explica Schmidt. A aceitação pode levar à depressão, enquanto a rejeição leva à raiva e até à agressão física.
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Busca sem fim

O fato de as pessoas sentirem-se eufóricas com eventos extremamente felizes, como um casamento, e voltarem depois de um tempo ao nível de felicidade de antes não surpreende.

O sucesso profissional traz felicidade? Sim, é claro, mas a satisfação alcançada por um trabalho bem-feito não dura para sempre. Se o sucesso profissional trouxesse um sentimento de satisfação permanentemente, iríamos nos acomodar e deixar de buscar novos desafios. Isso acontece com fatos desagradáveis também. Se para você a frase 'o tempo cura tudo' parece complacente demais e típica daqueles que nunca sofreram um baque como a perda de um ente querido, saiba que, do ponto de vista psicológico, ela é inteiramente verdadeira. O ser humano tem a capacidade biológica de adaptar-se às condições mais adversas possíveis. 'Pela acomodação tanto à adversidade quanto à boa fortuna, continuamos mais produtivos, mais adaptáveis às circunstâncias e com maior probabilidade de ter uma prole viável', acredita o psicólogo David Lykken.

Porém, essa não é uma resposta definitiva para a função da felicidade. 'Emoções negativas - medo, tristeza e raiva - são nossa linha de frente da defesa contra ameaças externas. É estranho, entretanto, que não haja idéias aceitas acerca da razão das nossas emoções positivas', opina o psicólogo Martin Seligman, o principal divulgador da Psicologia Positiva, que prefere estudar a saúde mental em vez da doença mental.

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Novos padrões
Hoje a felicidade está associada a coisas padronizadas, mas o ser humano é singular', acredita a psicóloga Alessandra Turton. A maioria das pessoas parece pensar que só serão felizes se seguirem o modelo consagrado de família ideal, com um pai, uma mãe e filhos. A realidade é diferente. Há casais que não estão preparados - e talvez nunca estejam - para ter filhos, por exemplo. No entanto, podemos apostar que devem sofrer pressão da família e dos amigos para que proliferem a espécie humana. Outros casais, por exemplo, preferem viver em casas separadas. Sem falar nos casais homossexuais, que ainda sofrem preconceito e dificuldades para adotar filhos. Além da pressão para seguir padrões, Alessandra aponta a chamada liberdade sexual que encontramos nos dias de hoje como uma possível fonte de angústia em vez de prazer, principalmente para as mulheres, que durante longo tempo foram muito reprimidas. As pessoas parecem não ter muita paciência para se conhecerem e descobrirem o outro, e isso pode até levar a problemas como a anorgasmia (incapacidade de atingir o orgasmo nas mulheres). 'Felicidade tem muito a ver com sexualidade bem resolvida', opina Alessandra.


Imagens: Galileu e por darkchacal (Flickr)
A partir da revista Galileu ( n.165-abril/2005). Leia no original

VIDA : CUMPRA UM OBJETIVO DE CADA VEZ

10/28/2010
Simplicidade, foco e maturidade são fundamentais para quem quer encontrar sua fórmula de bem-estar


Simplificar a vida e definir o que é importante para você. Eis a última etapa da nossa busca pela felicidade. Avalie: você precisa mesmo daquele celular de última geração? Se achar que sim, vá em frente. Mas pense se não vale mais a pena investir o dinheiro em uma viagem, por exemplo. Segundo Tal Ben-Shahar, Ph.D. em psicologia e filosofia e professor de psicologia positiva na Universidade de Harvard (EUA), pesquisas mostram que uma vez que nossas necessidades básicas estejam supridas - alimento, abrigo e educação, por exemplo -, renda extra ou prestígio fazem pouca diferença.

Uma prova viva disso é Mitch Dorge, outro entrevistado pela psicóloga Sonja Lyubomirsky e ex-percussionista da banda canadense Crash Test Dummies, que atingiu relativo sucesso mundial no começo dos anos 1990 com o hit "Mmm Mmm Mmm Mmm". Na época, o músico concorreu ao prêmio Grammy, participou de programas como o "Saturday Night Live" e viajou pelo mundo. Mas as coisas começaram a dar errado. Ele saiu da banda, perdeu sua mansão e rompeu com a mulher. Hoje, vive próximo a Winnipeg (Canadá), em uma região pouco habitada e gelada, em companhia dos dois filhos pequenos. Em paz e envolvido com sua música. "Já tive dinheiro e fama. Agora não os tenho, mas meu nível de felicidade é o mesmo. Não há nenhuma diferença", diz Neil. Esse estilo de vida não funcionaria para todo mundo, obviamente. Mas o importante aqui é que o músico encontrou seu foco.

Às vezes, a promessa de ganhar um bom dinheiro motiva mudanças radicais. Esse é o caso de centenas de jovens jogadores de futebol que vão trabalhar em outros países. Em troca de um bom (às vezes milionário) salário, enfrentam obstáculos como idioma, comida, clima e diferenças culturais. Mas muitos não estão preparados. De acordo com o livro "Futebol Exportação" (Editora Senac-Rio), dos jornalistas Fernando Duarte e Claudia Silva Jacobs, dos 804 boleiros que em 2005 deixaram o Brasil, mais da metade retornou: 491.

Nossa crença na importância do acúmulo de bens, dinheiro e prestígio para nossa felicidade pode ter raízes evolucionárias
Mania de acumular

Muitos ainda não têm a maturidade para adaptar-se a uma situação adversa, fator determinante no percurso rumo à satisfação, segundo os psicólogos. Esse foi o caso do jogador Denílson de Oliveira, atualmente no Palmeiras. Em 1998, com quase 21 anos e destacando-se no futebol brasileiro, o atacante foi comprado pelo time espanhol Real Bétis, tornando-se o jogador mais caro do mundo. "Era impossível recusar, mas se o contrato fosse assinado hoje eu teria reagido de outra maneira. A pressão para ser o melhor do mundo pesou muito", afirmou em entrevista aos autores do livro. Até seu jeito espontâneo atrapalhou a convivência em outra cultura. "Ser alegre me prejudicou. Você sorri e não te levam a sério", afirma Denílson.

Então por que ainda acreditamos que ter mais bens ou status vai nos trazer felicidade? Sob uma abordagem evolucionária, pode ser que nosso passado distante determine nosso comportamento atual. "Quando éramos coletores caçadores, o estoque de riquezas - comida, principalmente - determinava se iríamos sobreviver à próxima seca ou inverno rigoroso", afirma Tal Ben-Shahar. Estocar tornou-se parte de nossa existência, mas hoje acumulamos muito mais do que realmente precisamos.

Isso não significa que você não deve se preocupar com dinheiro ou trabalho. Afinal, a realização profissional também pode ser uma fonte de satisfação. Principalmente se você estiver envolvido com um trabalho que traga um senso de valor e pertencimento, cujos esforços resultem em efeitos palpáveis. "Isso vale tanto para a atividade de um médico quanto para a de um varredor de rua", diz o psiquiatra Hermano Tavares. Afinal, ambas as ocupações trazem um benefício para a sociedade.

A chave neste ponto é descobrir o que move você. Gretchen Rubin, a advogada do "Projeto Felicidade", dá seu palpite. "Quando me pedem conselhos de carreira, eu pergunto: 'O que você faz no seu tempo livre?' Sugiro que transformem isso em trabalho". Para Gretchen, pode ser difícil descobrir sua paixão, mas é fácil se lembrar do que você curtiu fazer nos últimos domingos. Ela mesma deixou um emprego bem-sucedido na Suprema Corte americana para se dedicar em tempo integral ao hobby de escrever. Alguém dúvida que Bill Gates, fundador da Microsoft, acertou em cheio quando transformou sua paixão por informática em trabalho?

MÃOS À OBRA

  • Simplifique sua vida. Geralmente estamos muito ocupados tentando espremer mais e mais atividades em cada vez menos tempo
  • Segundo o psicólogo Tal Ben-Shahar, a felicidade situa-se na intersecção entre prazer e significado. No trabalho ou em casa, o objetivo é engajar-se em atividades que sejam importantes e agradáveis. Se você adora animais, que tal colaborar com algum projeto de adoção de cães e gatos, por exemplo
  • Tenha controle sobre a própria vida. Aprenda a dizer não quando não puder ou não quiser fazer algo
  • Tente transformar seu hobby em fonte de renda
  • Faça uma lista de objetivos concretos, como conseguir um emprego melhor, fazer exercício, passar mais tempo com a família ou, por que não, comprar uma roupa bacana - afinal, se você chegou até aqui já entendeu que o segredo é dosar as coisas, e um pouco de consumo não faz mal

SAIBA MAIS

"A Ciência da Fe
licidade", Sonja Lyubomirsky. Campus. 2008
"A Fórmula da Felicidade", Stefan Klein. Sextante. 2005
"Happiness", Ed Diener e Robert Biswas-Diener. Blackwell/Wiley. 2008
"The Loss of Sadness", Allan Horwitz e Jerome Wakefield. Oxford. 2007

Juliana Tiraboschi
Ilustração: darkchacal (Flickr)

FELICIDADE: EXERCÍCIOS E SEXO COMO ALIADOS

10/27/2010
A importância dos exercícios físicos e do sexo, aliados poderosos do esforço mental na busca pela felicidade

Contrariando pesquisas passadas, um recente estudo da Universidade VU, de Amsterdã (Holanda), concluiu que não há relação de causa e efeito entre praticar exercícios físicos e obter alívio nos sintomas da depressão. O que ocorre, dizem os holandeses, é que quem não gosta de praticar exercícios tende a ser mais depressivo.

Porém isso não quer dizer que a atividade física não seja recomendada para a saúde mental. Pelo contrário. Exercícios liberam o neurotransmissor endorfina no cérebro. A substância melhora a memória, o humor, faz bem para os sistemas imunológico e circulatório, diminui o risco de doenças da próstata no homem e combate os radicais livres responsáveis pelo envelhecimento das células.

Além disso, segundo o psiquiatra Hermano Tavares, há o benefício psicológico em obter um retorno causado pelo esforço corporal. "A atividade ainda promove a regulação dos hormônios do estresse", afirma. Tavares coordenou um estudo com dependentes químicos atendidos pelo ambulatório em que trabalha no Hospital das Clínicas de São Paulo, no qual os voluntários passavam por sessões semanais de caminhada ou corrida. A maioria conseguiu reduzir a fissura causada pelo vício.

Por falar em cuidados com o corpo, onde entra a aparência na equação da felicidade? Cuidar de si mesmo é importante, claro. Mas, assim como o dinheiro, a beleza pode trazer somente uma felicidade temporária. Neste ponto voltamos à tal "adaptação hedonista", citada no início da reportagem. Ela ocorre quando nos acostumamos com uma determinada fonte de prazer, seja ela um bem material ou uma cirurgia plástica, ao ponto em que ela deixa de proporcionar satisfação.

Foi o que aconteceu com Denise, também entrevistada pela psicóloga Sonja Lyubomirsky. Aos 40 anos, mãe de três crianças, estressada, fora de forma e com a pele castigada pelo sol, sentia-se muito mais velha do que dizia sua identidade. Um belo dia, Denise foi selecionada para o "Extreme Makeover", programa de TV que transforma radicalmente a aparência dos participantes. Após 12 horas de cirurgia, que incluiu lifting facial, rinoplastia, lipoaspiração e tratamento com laser, seu rosto ficou novo. Sentia-se mais jovem e tão bonita como uma "estrela de cinema" com a atenção que passou a receber da família, dos amigos e da mídia. Cogitou deixar o marido para iniciar uma nova vida. Um ano depois, a euforia baixou. Denise confidenciou à psicóloga que, apesar de ser ótimo ter menos rugas, a plástica não se traduziu em verdadeira felicidade.

Qualquer tipo de atividade física (incluindo a sexual) libera endorfina, que melhora a memória, o humor e os sistemas imune, cardiológico e circulatório
Malhação da mente

Bem, se você já se convenceu de que ser bonito é bacana, mas não é tudo, está na hora de passar para a última parte dessa etapa: o treino mental, mais precisamente por meio de meditação ou outras atividades introspectivas. "Estudos mostram que a prática regular de meditação pode promover uma alteração da fisiologia do cérebro provavelmente associada ao bem-estar, durante e depois da atividade", diz Tavares.

De acordo com o autor de best sellers de auto-ajuda Deepak Chopra, médico indiano radicado nos EUA, o exercício mental da meditação pode ajudar a aliviar o incômodo causado por questões existenciais como "quem sou eu?" e "para onde vou?". Conhecido por fazer uma ponte entre ensinamentos milenares hindus e conceitos avançados da ciência ocidental, Chopra acredita que a felicidade duradoura vem do reconhecimento daquilo que temos de eterno por sermos manifestações de uma consciência universal. Logo, não teríamos início nem fim. Você não precisa acreditar nisso, mas esse pode ser um ponto de partida para suas reflexões.

Richard Davidson, autor do estudo com monges budistas cujos cérebros foram monitorados, também gosta de fazer essa ponte. "Na cultura ocidental não levamos nossas mentes tão a sério quanto em outras. Creio que a mente emocional não deve ser tratada de forma diferente do que qualquer outro componente do corpo", diz Davidson.

E essa mente emocional está ligada ao circuito do bem-estar no cérebro. Um dos grandes marcos nos estudos da felicidade aconteceu em 1950, quando os psicólogos americanos James Olds e Peter Milner descobriram os "centros de prazer" do cérebro. Esse mecanismo está ligado a um processo chamado "sistema de recompensa". Nele, determinadas ações geram como resposta uma sensação de prazer imediato. "Esse sistema é tão bom que pode ser ruim", diz a neurocientista Silvia Helena Cardoso. Segundo ela, o problema está na ligação entre ele e todos os tipos de dependência, das drogas às compras ou o jogo compulsivo. Mas é preciso lembrar que ele está ligado à alimentação, ao sono e à atividade sexual, ações fundamentais para nossa sobrevivência como indivíduos e como espécie.

Além disso, o sexo também estimula a produção de endorfinas e todas as conseqüências benéficas acima citadas. Exatamente por isso a falta de prazer (e de felicidade) na cama é um alerta. Além das disfunções serem um enorme problema do ponto de vista das relações e da saúde mental, elas podem ser um sinal de que há outros perigos para a saúde do indivíduo, como as doenças cardíacas. Em suma, o sexo "dá liga" nos relacionamentos, promove a intimidade e a sensação de conexão com outro ser humano. Felicidade pura.

MÃOS À OBRA
  • Lembre-se da conexão entre mente e corpo. O que fazemos - ou deixamos de fazer - por um influencia o outro
  • Se você é sedentário, comece devagar. Uma caminhada diária de 20 minutos já ajuda a melhorar o humor
  • Sono adequado e hábitos alimentares saudáveis também são fundamentais
  • Se começar a meditar, seja formal: estabeleça horários e um lugar (tranqüilo) específico
  • Comece a prática respirando profunda e lentamente. Procure sentir todas as partes do corpo. Depois, tente focar seus pensamentos em um tópico específico, como um problema que está enfrentando
  • Lembre-se que a meditação não precisa necessariamente estar ligada à religião budista ou qualquer outra
  • Procure ter uma vida sexual saudável e prazerosa - para você e seu(sua)

Juliana Tiraboschi
Imagem: por sinabeet (Flickr)

EXERCITAR A SUA FÉ TRAZ LEVEZA À VIDA

10/26/2010
'Preciso de uma palavra. Estou de saco cheio, cansei de correr atrás de migalhas de afeto. Quando as pessoas tem problema me procuram, mas quando seus problemas são solucionado simplesmente somem da minha vida como num passe de mágica. Sou sempre usada pelas pessoas para acalmar a dor de quem está sentindo, mais ninguém ajuda a passar a minha. Tenho falado para Deus: eu preciso ser feliz. Estou em desespero pois ajudo a curar as feridas de todos e ninguém me ajuda. É muito grande a dor'. - (Mara - comentário em  Estou aqui porque preciso de ajuda)


O desenvolvimento da espiritualidade pode alterar a forma como você vê o mundo e até mesmo mudar a sua vida

Com a palavra, Ed Diener, professor de psicologia da Universidade de Illinois: "A religião, em certo sentido, age como um manual para a vida". É só procurar em qualquer livro sagrado, como a Bíblia ou o Talmud (compilação de escritos judaicos), para encontrar lições sobre generosidade e respeito ao próximo, por exemplo. Dependendo de como você enxerga a questão, eis um bom punhado de atalhos para encontrar a felicidade.

As religiões formais também oferecem uma espécie de rede de proteção. Algumas pesquisas revelam que, quando comparados a ateus, os crentes são mais saudáveis e se recuperam melhor depois de um trauma. Um estudo com pais que haviam perdido seus bebês por síndrome da morte súbita demonstrou isso. A conclusão é que, além da crença em um mundo espiritual, em um deus e em vida após a morte serem reconfortantes, o apoio encontrado entre os companheiros de fé ajudou os casais a seguirem em frente.

Como aponta Diener em "Happiness - Unlocking the Mysteries of Psychological Wealth" (Felicidade - Revelando os Mistérios da Riqueza Psicológica, inédito no Brasil), muitos estudos mostram pequenos - mas significantes - benefícios da religião para o bem-estar. O pesquisador Neal Krause, da Universidade de Michigan (EUA), compilou informações sobre apoio social, estresse em relação a dinheiro e saúde, além de outras variáveis, entre milhares de cristãos idosos. Descobriu que receber e dar ajuda a outros fiéis ajudava a aliviar as preocupações financeiras, e os que freqüentavam a igreja com mais assiduidade tinham maior probabilidade de viver mais.

E isso não vale apenas para cristãos. Em um estudo célebre, Richard Davidson, da Universidade Harvard (EUA), vasculhou o cérebro de monges budistas durante a meditação. Suas pesquisas ajudaram a provar que, se há uma região que concentra os pensamentos de bem-estar no cérebro, ela fica do lado esquerdo do córtex pré-frontal. Até Tenzin Gyatso, o 14o Dalai Lama e líder do budismo tibetano, já visitou o laboratório de Davidson e participou de suas pesquisas de imageamento cerebral.

Religiosos costumam viver mais, ganhar mais dinheiro e reportar maior nível de satisfação. Mas a fé cega em Deus ou nas orações pode fazer muito mal à saúde
Diferenças culturaisSabe-se que, entre outros objetivos, a filosofia budista aspira superar os desejos mundanos. Em parte por meio do "pensamento correto", que enfatiza a consciência, a concentração e a consideração. Ou seja, meditação. "Ocorrem profundas mudanças no cérebro apenas com esse exercício mental", diz Davidson.

Outras pesquisas mostram que pessoas religiosas (independentemente do credo) são menos propensas a usar drogas e cometer crimes e têm mais potencial para educar-se e ganhar dinheiro. Para o filósofo norte-americano Daniel Dennet, um dos cabeças do novo ateísmo (Galileu 186), as religiões são bem-sucedidas em parte porque ajudam as pessoas a sentirem-se bem em relação a si mesmas e ao mundo. "É fácil reconhecer que qualquer religião não seria disseminada se deixasse as pessoas tristes", afirma Diener. É claro que não dá para dizer que todo religioso é feliz, mas pesquisas sustentam a idéia de que, na média, os crentes se sentem melhor do que os não-crentes.

E não dá para generalizar também porque, como muitas outras coisas na vida, a religião pode ter seu lado negativo. Segundo Sonja Lyubomirsky, estudos mostram que pessoas que acreditam cegamente no poder curativo de orações podem negligenciar exercícios físicos e cuidados com a saúde. E não é só isso: aqueles que transferem de modo passivo seus problemas para Deus mostram níveis mais baixos de saúde mental, afirmam os pesquisadores George Brown e Tirril Harris no livro "Social Origins of Depression" (As Origens Sociais da Depressão, inédito no Brasil).

Mas esses resultados também dependem do local onde as pesquisas são feitas. Para Diener, não surpreende que a relação entre felicidade e fé varie entre diferentes nações e indivíduos, já que a religião inclui diversas práticas. "Um cientologista e um muçulmano têm poucos princípios, costumes e regras em comum", afirma.

Um exemplo é o estudo dos pesquisadores Adam Cohen e Paul Rozin, respectivamente das universidades do Arizona e da Pensilvânia (EUA), sobre a relação de judeus e protestantes com o perdão. Eles descobriram que os primeiros estão mais propensos a relevar o pecado em pensamento, mas condenam mais fortemente as ações pecaminosas. Já os protestantes dão mais importância ao que se pensa. Portanto, um fiel dessa crença pode sentir-se mais culpado por pensar em trair o cônjuge, por exemplo. Essas diferenças certamente se refletem na influência que cada religião pode ter sobre o bem-estar.

MÃOS À OBRA
  • Se você ainda não tem uma religião, pesquise sobre várias delas em livros, na internet e conversando com amigos
  • Quando você descobrir qual fé quer seguir (ou mesmo se ainda não se decidiu), freqüente um templo ou grupos de estudos
  • Reze. Independentemente de sua religião, crie esse hábito
  • Estabeleça como objetivo assistir a uma prática religiosa de sua escolha ao menos uma vez por semana
  • Desenvolva a capacidade de ver a santidade em todas as coisas, diariamente. Uma refeição pode ser sagrada, assim como o riso de uma criança ou uma paisagem

Juliana Tiraboschi
Ilustrações: Zé Otávio Zangirolami
 
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