A revelação de recente pesquisa sobre o suicídio de índios no Brasil, trouxe um dado inusitado como motivador da desistência de viver: a dor de amor. Segundo o antropólogo da Universidade Federal da Paraíba, Fábio Mura - que desde 1991 estuda a etnia Guarani Kaiowá –os 34 índios da etnia que cometeram suicídio no ano passado em Mato Grosso do Sul fizeram isso não só pela falta de terras, mas também por amor e paixão.
Segundo ele, paixão, o amor proibido e o conflito de gerações afetam tragicamente os Guarani Kaiowá. “Não dá para dizer que seja efeito direto e simples da falta de espaço. Existe uma conjunção entre esses fatores estressantes para a organização social e fatores mais íntimos, que vêm da educação, da visão cosmológica dos Guarani Kaiowá, em que o indivíduo em sua formação psicológica é muito contido, fechado e suscetível às relações afetivas dentro do mundo doméstico”, afirmou o antropólogo.
Ainda conforme Mura, muitos jovens indígenas dizem que o homem branco sabe lidar com a paixão, mas eles não. Por causa disso, até jovens e crianças Guarani Kaiowá cometem suicídio. “Há registros de suicídio de uma menina com nove anos. Os conflitos geracionais fazem com que o jovem queira fugir do controle social, que é esmagador dentro do contexto familiar. (...) Quando ocorre uma briga com a mãe ou com o pai, em situação pública especialmente, em que o jovem sinta-se ridicularizado ou maltratado, ele pode atingir um estado que chama nhemyrô”, explica.
O nhemyrô é uma profunda mágoa, que causa perda da consciência e leva a pessoa a sentir-se chamada pelos espíritos de companheiros que se suicidaram ou estão mortos. “Se um índio brigou com os pais porque queria namorar com uma pessoa não permitida, e essa se suicidou, é possível que na sequência aquele índio possa se suicidar porque se sinta chamado enquanto a alma daquela pessoa está em um patamar do céu, que ainda é muito próximo da terra”, afirma.
Em 2009, foram registrados 60 assassinatos e 34 suicídios de índios brasileiros. Dos assassinatos, 42 ocorreram em Mato Grosso do Sul. Já os suicídios foram todos no Estado.
Segundo ele, paixão, o amor proibido e o conflito de gerações afetam tragicamente os Guarani Kaiowá. “Não dá para dizer que seja efeito direto e simples da falta de espaço. Existe uma conjunção entre esses fatores estressantes para a organização social e fatores mais íntimos, que vêm da educação, da visão cosmológica dos Guarani Kaiowá, em que o indivíduo em sua formação psicológica é muito contido, fechado e suscetível às relações afetivas dentro do mundo doméstico”, afirmou o antropólogo.
Ainda conforme Mura, muitos jovens indígenas dizem que o homem branco sabe lidar com a paixão, mas eles não. Por causa disso, até jovens e crianças Guarani Kaiowá cometem suicídio. “Há registros de suicídio de uma menina com nove anos. Os conflitos geracionais fazem com que o jovem queira fugir do controle social, que é esmagador dentro do contexto familiar. (...) Quando ocorre uma briga com a mãe ou com o pai, em situação pública especialmente, em que o jovem sinta-se ridicularizado ou maltratado, ele pode atingir um estado que chama nhemyrô”, explica.
O nhemyrô é uma profunda mágoa, que causa perda da consciência e leva a pessoa a sentir-se chamada pelos espíritos de companheiros que se suicidaram ou estão mortos. “Se um índio brigou com os pais porque queria namorar com uma pessoa não permitida, e essa se suicidou, é possível que na sequência aquele índio possa se suicidar porque se sinta chamado enquanto a alma daquela pessoa está em um patamar do céu, que ainda é muito próximo da terra”, afirma.
Em 2009, foram registrados 60 assassinatos e 34 suicídios de índios brasileiros. Dos assassinatos, 42 ocorreram em Mato Grosso do Sul. Já os suicídios foram todos no Estado.