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SORRIA PARA O ESPELHO

2/24/2013
Imagem por victorcamilo
"Nossa, estou chocada com os comentários que li... Quanta dor, quanto sofrimento, não tenho mais coragem de reclamar da minha vida. Mesmo as coisas não dando certo para mim, meu casamento ser tudo do avesso, tudo errado, eu não me sinto agora com direito de reclamar.

Minha vida melhorou e tomou outro rumo quando conheci Jesus. Já sei o que vão pensar: lá vem uma crente falando de Deus e falando que tudo vai mudar e blá-blá-blá, mas não vou falar isso, vou falar o que aconteceu comigo.

Estava desesperada, com uma criança de colo e fotos de traições do meu marido no meu computador... cenas fortes e chocantes. Perdi o chão, morava dentro da casa dos meus pais, não podia deixar que ninguém percebesse o que eu estava passando. Falei com ele e ele negou, mentiu; foi sujo até que confessou.

Eu estava desempregada, depressiva e sozinha, ainda tinha que cuidar do meu filho. Dei o braço a torcer e fui pra igreja, mas não gostei, até que conheci uma moça, jovem que me levou a um grupo de mulheres que oravam as quartas-feiras. A partir daí, a cada semana me sentia mais fortalecida, mais independente. 

Percebi que tinha que me auto afirmar, me amar para que toda a dor fosse embora.

Mudei minhas ações, não mais ficava trancada em casa. Fui viver com Deus, por assim dizer. Me arrumava para os encontros de quarta, orava, me transformei, mas a vida continuou a mesma... Foi quando pedi ajuda a Deus. Passado alguns dias sonhei que tinha que ser mais decidida, que eu fazia tantos pedidos diferentes que Deus não sabia o que me conceder, o que eu realmente queria.

Passei a orar por um emprego, achava que se eu ganhasse dinheiro, seria independente e seguiria minha vida....e não é que consegui um 15 dias depois...

Bom, não vou alongar a historia, sai do emprego 3 meses depois, mas decidida a me amar, a amar a Deus e meu filho, voltei a advogar (sim, sou advogada e larguei tudo pra seguir meu marido), e estou nessa luta há 15 meses.

Ainda não esta fácil, toda vez que o olho vem imagem da traição, tenho recaídas, mas hoje vejo o quanto ele esta se dedicando a ser melhor, o quanto Deus esta abrindo as portas na minha vida, o quanto eu posso ser feliz se continuar crendo que não preciso de ninguém para ser.

Não sei se vai ajudar o que escrevi aqui. Já nem lembro como comecei esse texto

Mas quero dizer que mesmo sem conhecer você eu te amo e Deus te ama bem mais....sei que esta difícil, esta insuportável essa situação, mas minha vida passou a melhorar quando passei a buscar alternativas nos meus problemas, quando passei a crer que havia uma possibilidade positiva numa situação.

Estou devendo horrores, não sei se terei dinheiro pro aluguel esse mês  mas de uma coisa eu sei, Deus me ama e me mostrou que nada pode me atingir se eu crer que sou protegida por Ele... que Ele jamais desistiu de mim, Ele me ama e quer meu bem...

A dor para voltar ao caminho que Deus tem pra nós é difícil  dói, machuca e as vezes sangras, mas vale a pena pois ganharemos uma eternidade de felicidade...

Minha idade, 28 anos, já me ensinou tanta coisa... já me machucou tanto.... mas creio que serei feliz !!!

Seja feliz também,  sorria para o espelho, quem verá seu sorriso será a pessoa mais importante para sua vida... "
Anônima
Depoimento em "Um Pedido de Ajuda"

TODO DIA É DIA DE SER FELIZ

11/16/2012

A felicidade está nas coisas simples da vida.

Mas, para poder perceber as coisas simples, aquelas que podem fazê-lo feliz, você precisa estar aberto para a felicidade. Mais ainda, você precisa dar-se permissão para ser feliz."

Todo dia é dia de ser feliz. E tudo é apenas uma questão de atitude que você tem perante a vida.

Levante-se pela manhã, olhe-se no espelho e diga a si mesmo, em voz alta e com convicção: "Apenas pelo dia de hoje, eu escolho ser feliz".

Isso será o começo de uma transformação positiva que vai tomar conta de sua vida. Que vai torná-lo mais aberto à felicidade.

Roberto Shinyashiki
Psiquiatra, escritor e palestrante
A partir do livro "Todo dia é dia de ser feliz"

ENTÃO VOCÊ QUER SE MATAR ?

9/30/2012
Marcela Bossiger
Eu quero me matar, Marcela.

"Então você que ser matar? Porque ninguém liga pra você. Sua família te odeia. Certo? Não. Seu pais entram no seu quarto de manhã e encontram um cadáver. Se esforçam ao máximo para não pensar negativo, e pra pensar que você só está brincando. Então eles começam a te chacoalhar. Porque você não está respirando? Eles ficarão arrasados. Lágrimas. Muitas lágrimas. Mais lágrimas do que você já chorou sua vida inteira. Foram eles? Eles foram a razão de você ter feito aquilo? Mais lágrimas. Dor. Todo dia. Toda noite. Todo segundo do dia. Culpa. Mais culpa. E os seus melhores amigos? Eles não vão ligar. Certo? Não.

Qual será a primeira coisa que virá à mente deles quando o seu diretor entrar na sala e avisar à turma que você não está viva? Sua melhor amiga se senta aos prantos. Aquela garota para a qual você sorria mas com quem nunca conversava? Ela está chorando agora. O menino que te chutava debaixo da mesa só pra te irritar? Ficará chocado. Ficará devastado. Irá se culpar. E a sua professora? Pensamentos cruzando sua mente. Ela se perguntará se você se matou porque ela não tornou a escola confortável o bastante para você. Dor. Devastação. Tudo junto. Quem organiza seu funeral? 
'Curta cada minuto da sua vida como se fosse o último."

Quem vai pegar suas coisas? Roupas? Cadernos? Algumas das garotas mais velhas que costumavam te irritar na escola? Se sentirão arrependidas. Irão se culpar. Veja, se você se matar hoje, jamais saberá o que pode acontecer amanhã. Jamais saberá porque estará morta. Completamente morta. Sem respirar. Sem vida. Só morta. Sua família se odeia por isso. Sua melhor amiga entra em depressão. Lágrimas. Lágrimas. Mais lágrimas que em um rio. Tudo por que você se matou por pensar que ninguém ligava pra você. Certo? 


Você é amada. Por muitos. Alguém nesse instante está pensando em você. E agora, estou pensando em todos que pensaram ou estejam considerando o suicídio. Você é linda. Não importa se é negra, branca, homossexual, alta, baixa, gorda ou anoréxica. Você é linda. Quer se matar? Pense nisso antes. Não há volta. E eu juro que, se você o fizer, não estará apenas se ferindo; estará ferindo muitos. Está criando mais lágrimas do que já se permitiu chorar. Está tornando todo mundo infeliz e fazendo-os se sentir culpados e com dor. Eles jamais se sentirão plenos como se sentiam quando tinham você. Você é linda. E nunca está sozinha."

Depoimento no Ask. Leia o original
Desde que descobriu que estava com câncer,
 ela criou esta página no Facebook para
 compartilhar experiências com velhos e, cada vez mais, novos amigos

GINASTA CALA MÉDICOS E LUTA POR MEDALHA

7/29/2012
Os Jogos Olímpicos são recheados de histórias de superação. Um ginasta irlandês que vai estrear na competição mais importante do planeta é um exemplo disso. Kieran Behan passou boa parte da vida brigando contra doenças e lesões. Entre os muitos diagnósticos, veio o veredicto: "pare com seus sonhos doidos de ser atleta, você nunca mais poderá andar". Mas ele calou os médicos e neste sábado cumpre o que tanto imaginou, desde garoto.

Behan é o primeiro irlandês a conquistar uma vaga olímpica na ginástica artística - outros atletas competiram nos Jogos, mas por convite -, e leva para Londres um histórico que poderia virar filme, em que precisou vencer um tumor e uma lesão cerebral para poder competir. Ele chegou a ser carregado de um hospital pela mãe, descontente com o tratamento dado ao filho.

Desde os seis anos o irlandês cultivava o sonho de ser ginasta, após assistir aos Jogos Olímpicos, mas as dificuldades começaram cedo. Aos dez, ele descobriu um tumor do tamanho de uma bola de golfe em sua perna esquerda. A cirurgia revelou que ele era benigno, mas um erro médico que deixou um torniquete apertando o membro mais tempo do que o devido causou danos em seus nervos. Isso limitou as sensações de seu pé.

Sem poder andar e com o aviso de que esses nervos poderiam não mais se regenerar, um psiquiatra o alertou para se preparar para uma vida na carreira de rodas. "Muitas vezes eu ficava olhando as outras crianças correndo no parque e jogando futebol. Isso me emocionava, eu só queria ser uma criança normal", afirmou o ginasta, ao The New York Times.

Behan demorou 15 meses, mas conseguiu voltar a ser um garoto convencional. A sorte, no entanto, veio e se foi. Na volta à ginástica, ele sofreu uma queda e bateu a parte de trás da cabeça, vivendo um novo drama.

Desta vez, o trauma causou lesão cerebral e afetou seu senso de equilíbrio de tal forma, que alguns movimentos o faziam desmaiar - o que aconteceu centenas de vezes, segundo sua mãe. Ela, frustrada com o lento progresso após dois meses de hospital, pegou o filho pelos braços, o levou para casa e deixou o trabalho como personal trainer para se dedicar à sua cura.

"Ele dizia aos médicos: 'eu posso andar, fale para eles, mãe'. Meu coração estava em pedaços. Eu ia para meu carro, chorava, mas voltava e falava: 'Sim, você pode. Faremos isso, eu acredito em você'", contou ela.

Dois anos depois, ele mais uma vez se recuperou e conseguiu voltar à ginástica. Apesar de enxugar o chão para financiar os treinos, ele conseguiu retomar a atividade. Sem conseguir se afastar dos hospitais, teve algumas fraturas "comuns" na ginástica, no braço e no pulso e até uma ruptura de ligamento. Mas era pouco para vencê-lo.

Como atleta, o irlandês mostrou talento com três pódios em etapas da Copa do Mundo em 2011 e faturou o primeiro ouro para seu país na história, no solo. Favorecido por novas regras de classificação para as Olimpíadas, que diminuíram de seis para cinco os atletas classificados por equipe e privilegiaram vagas individuais, o ginasta cumpriu seu sonho.

"Parece que passei por um conto de fadas para chegar até aqui", disse Behan, que dá sua explicação para a comovente história de resistência. "Apenas acho que nasci assim."

A partir do Portal UOL. Leia no original

TENDÊNCIA AO SUICÍDIO É UM PEDIDO DE AJUDA

6/23/2012
Girodet, 1808, O Enterro de Atala. Ela se suicidou por amor
Suicídio é o ato intencional que visa retirar a própria vida ou o ato deliberado no qual o sujeito provoca a própria morte. O suicídio é um ato, particular a raça humana, pois apesar de alguns animais terem certos comportamentos que os levem a morte (a corrida dos lêmingue, por exemplo) não existe provas que esses atos tenham por vontade ou intenção de causar a própria morte. O suicídio é uma ação que contraria o instinto natural de auto-preservação comum a todos os seres vivos, ao mesmo tempo contraria a moral judaico-cristã (predominante na cultura ocidental), que diz  o suicida está destinado ao inferno ou coisa que o valha.

As formas escolhidas para acarretar a morte e falta de preocupação em tomar precauções para alguém ou algo evite que o ato seja consumado (a maioria dos suicídios pode ser evitado se alguém chegar a tempo) demonstram que por mais que um suicida planeje a dar cabo da própria vida o ato do suicídio em si é algo feito de maneira impulsiva. Do meu ponto de vista esses fatores demonstram também que no fundo o suicida tem a esperança de alguém ou alguma coisa possa lhe resgatar no ultimo minuto salvando a sua vida e lhe resgatando o desejo de viver.

O que leva alguém a cometer suicídio?

Existem diversos fatores que podem acarretar nessa decisão entre eles estão os sentimentos de vazio e solidão, a falta de perspectiva, os adoecimentos mentais (depressão, borderline, esquizofrenia, etc.), a tentativa de aliviar o sofrimento e a dor (como no caso de receber um diagnóstico de uma doença grave), traumas e lembranças dolorosas que não se consegue esquecer.

O suicida não consegue enxergar a vida como o oceano de possibilidades que ela é, ao invés disso ele se mantém preso aos problemas e ao seu sofrimento. Ele (a) não fica nesse estado por querer, mas sim por ser incapaz de sair dele sozinho (a).

De forma geral o suicídio é uma forma de fuga, uma porta de saída de uma situação a qual não se pode suportar. Para o suicida a morte pode ser uma libertação, uma passagem para um lugar onde os problemas deste mundo não possam chegar.

Não devemos nos esquecer de que a maioria dos suicidas (e pessoas com ideia de cometer suicídio) são portadores de alguma patologia psiquiátrica (mais comumente a depressão) e precisam de ajuda profissional e do apoio dos familiares e amigos.


Como identificar alguém que quer cometer suicídio?

Como eu posso identificar um suicida? Na verdade, a pessoa com ideação suicida dá alguns indícios: 
  • Melancolia, desânimo, pessimismo constante, falta de interesses e esperança (sintomas de depressão)
  • Sentimentos de autodesvalorização: “Sou um fracasso só trago problemas para os outros” “não sirvo para nada”
  • Falta de sono ou sono excessivo
  • Dicotomia ou rigidez cognitiva: estado de pensamento que leva o indivíduo a ver as coisas de maneira extrema: ou tudo ou nada. Ou a minha vida é perfeita ou é um desastre. 
  • Afastamento ou isolamento social, dificuldades de relacionamento e integração na família ou outro grupo no qual faz parte.
  • Oferecer ou doar objetos pessoais (de valor) sem um bom motivo para isso.  
  • Uso abusivo ou exagerado de álcool, drogas ou remédios. 
  • Agressividade e impulsividade.
  • História de suicídio na família.
  • Falar sobre morte e sobre morrer: “eu preferia estar morto”, “os outros vão ser mais felizes sem mim”. 
  • Se despedir das pessoas como se fosse pela ultima vez. 
  • Histórico de tentativas de suicídio.  

Se esses comportamentos aparecerem nos últimos tempos, ou logo após um acontecimento importante tal como a morte de um ente querido, um divórcio ou termino de relacionamento existe uma possibilidade muito grande de ideação suicida. 

Como eu posso ajudar alguém que está pensando em cometer suicídio?

Alguém que está em risco de cometer suicídio deseja e precisa ser ouvida, afinal ela se encontra cheia de conflitos e dúvidas e desabafar com alguém é a melhor forma de dissipara esses problemas.

Encontre um ambiente adequado para conversar. É necessário que a pessoa se sinta segura para falar, que não aja risco de interrupções e da presença de “curiosos” e “palpiteiros”.

Fale sobre a ideia de cometer suicídio: ao contrário do que as pessoas pensam falar sobre morte e suicidio não vai reforçar o desejo do suicídio, ao contrário ajuda o suicida a compreender melhor a os pensamentos e entender que essa não é a única e nem a melhor solução. 

Ouça de verdade: esse é um tipo de diálogo que precisa de toda sua atenção, não adianta ficar olhando para a cara do outro e ficar “viajando na maionese”. É necessário escutar e compreender o que o outro está lhe dizendo.
  
Deixe de lado a crítica: o suicida já possui uma carga muito grande de culpa e não precisa que você coloque mais disso sobre ele. Ao invés disso tente ser empático e compreender como ele (a) está se sentindo.

Valorize a vida: NÃO existe na face da terra nenhum motivo bom ou forte o suficiente para se cometer suicídio.  Por isso nunca pense: “no lugar dele acho que eu faria a mesma coisa”. Por maior que seja um problema ele sempre acaba, Existe sempre uma alegria e um prazer capaz de superar qualquer dor ou tristeza equivalente.

Reserve tempo: o suicida pode necessitar de muito tempo para expor todos os seus conflitos e mais tempo ainda para auxiliar a pessoa a mudar de ideia.

Como eu devo conversar com alguém em risco de cometer suicídio?
  • Fale com calma e ajude a pessoa e manter ou/e recuperar a calma
  • Fale menos e escute mais, não fique interrompendo o que ele (a) estiver falando o tempo todo.
  • Vá além das palavras, um abraço, segurar as mãos ou um toque nas costas ajuda a outra pessoa a se sentir compreendida e apoiada.
  • Não faça juízo de valores “mas isso é errado” “é pecado”.
  • Controle suas palavras e expressões de reprovação e espanto.
  • Demonstre que você está preocupado e que quer ajudar.
  • Demonstre que possui respeito pela pessoa e pela situação que ela está passando. 
  • Evite fazer perguntas indiscretas e desnecessárias.
  • Evite (extremamente) menosprezar a pessoa e o problema dela. Não diga coisa tipo: “isso não é nada” “já isso passa” ”se você tivesse os meus problemas então...”.
  • Converse de verdade não fique dizendo que apenas que “tudo vai ficar bem”.

Se quiser maiores informações ou se essa ideia estiver passando pela sua cabeça, ligue para o CVV (Centro de valorização da Vida) no telefone 141. Procure ajuda profissional (psicólogo ou médico) converse com alguém de sua confiança (familiar, amigo, pastor, padre etc.) mas não fique com esse problema só para você.

Cesar Augusto
 Psicólogo clínico e trabalha na prefeitura de São Caetano do Sul
A partir do site PsicólogoSP. Leia no original

ENFRENTE E APRENDA COM A DEPRESSÃO

12/26/2010
Vivemos em constante pressão. Prazos, cobranças, o trânsito, problemas a resolver, contas a pagar, parece que o tempo todo alguém ou alguma situação está nos interrompendo e nos tirando da tranquilidade.

Ficamos estressados e reclamamos disso. Para mudar a forma como lidamos com a pressão, precisamos ter uma perspectiva diferente da vida. Mudando a forma como encaramos a situação, podemos chegar ao ponto em que nossos sentimentos também se transformam.

O primeiro entendimento é que não estamos neste mundo simplesmente para ter uma vida tranquila. Não estamos aqui para ser boas pessoas e curtir. Estamos aqui para evoluir. Esta perspectiva que envolve a alma e uma compreensão do propósito espiritual da vida é fundamental para lidarmos melhor com o estresse.

Sendo que estamos aqui para evoluir, não podemos nos contentar com o nível no qual nos encontramos atualmente. O objetivo é a elevação para níveis cada vez mais altos.

Sendo assim, imagine que uma fábrica chegou ao máximo de produtividade, mas que a demanda continua aumentando. O dono da fábrica precisa investir num maquinário mais pesado para produzir mais, e assim lucrar mais. Mas os engenheiros dizem que o piso da fábrica atual não suportará o novo maquinário. Este empresário agora tem duas opções: pode desistir e se contentar com a produtividade atual ou pode fazer uma obra para fortalecer o piso.

A segunda opção é obviamente a mais satisfatória. Todos querem crescer. O crescimento envolve um desconforto, uma obra, talvez até alguns meses de produtividade menor para acomodar a transformação. Mas depois o lucro aumentará.

Isto é, a pressão nos leva ao crescimento. Em vez de reclamar do estresse, entenda que a vida está querendo levar você ao próximo nível. Não se revolte contra os acontecimentos. Aceite os desafios e flua junto com eles, sabendo que sairá fortalecido.

Se você não aproveita a pressão como oportunidade de crescimento, ela pode virar depressão. Depressão é quando não há mais energia alguma, só o vazio, a ausência de luz.

Pressão nos faz crescer. Depressão destrói. Para não chegar à depressão, aproveite a pressão, pegue o impulso e revele o diamante que você foi criado para ser.

E se já estiver deprimido, para sair da escuridão, por mais que seja difícil, faça um esforço para sair para fora do seu eu e entrar em ação. Comece, e gradualmente ficará cada vez mais fácil.

Imagem: por aussiegall

DEPRESSÃO É DISCUTIDA POR ESPECIALISTAS

10/16/2010

No início do ano, a revista Galileu convidou três renomados especialistas em doenças mentais para debater o tema da depressão. O encontro foi realizado no dia 9 de abril, em São Paulo. Participaram do evento o psiquiatra Geraldo Possendoro, o psiquiatra e médico do trabalho Duílio Antero de Camargo e o psicólogo José Roberto Leite. Em uma conversa franca, eles mostraram suas visões sobre tristeza, melancolia e depressão, entre outros assuntos. Leia a seguir os principais trechos do debate e veja o vídeo aqui :

A depressão pode ter um lado bom?
José Roberto Leite: Tenho sérias dúvidas sobre isso, principalmente vendo o prejuízo que a depressão causa em meus pacientes. A única visão que eu poderia ter a respeito de algo útil na depressão seria que ela provoca um impacto de tamanha grandeza na vida do indivíduo que poderia motivá-lo a buscar recursos para, talvez, modificar aquele estado.

Duílio Antero de Camargo: É difícil ver o lado bom da depressão, especialmente para o paciente depressivo. O sofrimento psíquico no trabalho é muito grande. A depressão chega a ser a terceira causa de incapacidade no trabalho no Brasil. De lado positivo mesmo, só consigo ver que a depressão trouxe, para nossa legislação trabalhista, leis de proteção à saúde do trabalhador.

Geraldo Possendoro: Parece que os autores das teorias que dizem que a depressão tem um lado bom confundem depressão com tristeza. A tristeza tem a função de recolher o indivíduo, de fazer com que ele reflita, pense onde erraram com ele, onde errou com as pessoas. Tudo isso faz com que ele tente se adaptar melhor a uma situação futura semelhante. Qual é o limite entre a tristeza funcional e a depressão? Os americanos, em seu Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, falam em 15 dias. Se você tem a vida prejudicada por mais de 15 dias, já pode ser medicado. Não acredito que a maior parte dos clínicos use rigorosamente essa marca. Para o luto patológico, por exemplo, em que o paciente perde um ente querido e acaba desenvolvendo uma depressão, os tratados mais antigos falam em seis meses para essa avaliação. Acredito que esse limite é uma questão de bom senso.

Na reportagem, citamos novos livros que dizem que houve uma patologização da melancolia, que a sociedade transformou tristeza profunda em doença que precisa ser tratada. Os senhores concordam?
Geraldo: Pessoas que têm parentes de primeiro grau com depressão unipolar têm três vezes mais chance de ter depressão. Veja o caso de gêmeos idênticos: se um deles tiver depressão, o outro tem 40% de chance de ter também a doença, mesmo se forem separados ao nascer e criados por famílias diferentes. O ser humano é biopsicossocial, claro. Os dados que citei, no entanto, trazem a ideia irrefutável de que há uma base biológica, não só para a depressão, mas para várias outras doenças.

José Roberto: O mundo moderno propicia o que chamamos de pseudoprogresso: em vez de beneficiar o homem, o progresso começa a se tornar um fator de extremo estresse a tal ponto que começa a manifestar um potencial patológico. Nesse sentido, esses livros podem ter uma parcela de razão.

Duílio: A depressão sempre existiu. Vale lembrar que a melancolia é um termo grego de 3.000 anos antes de Cristo. Na Idade Média, virou problema religioso: as pessoas deprimidas eram colocadas na fogueira. Só a partir da década de 1950, quando surgiram os antidepressivos, é que a depressão passou a ser vista como um problema médico.

Entrevistamos pessoas que disseram ser muito exigentes e perfeccionistas. Isso é uma característica comum a quem desenvolve a doença?
José Roberto: Acredito que seja uma característica comportamental que pode levar o indivíduo a manifestar algo que ele já tem em potencial. Até a própria criação da pessoa pode influenciar nisso. Os pais, muitas vezes, fazem uma barganha entre desempenho e afeto. Com isso, a criança acaba crescendo pleiteando o afeto e sempre se exigindo um maior desempenho. E isso gera um estresse para o resto da vida, ainda mais quando não se consegue alcançar o desempenho desejado. Esse estresse é de tamanha magnitude que pode levar o indivíduo a manifestar um quadro depressivo em alguma etapa da vida.

As pessoas que entrevistamos reconhecem que a depressão foi sofrida, mas importantíssima para fazê-las prestar atenção em certos aspectos da vida. O que vocês acham disso?
José Roberto: Acredito que o indivíduo não precisa entrar em um estado depressivo patológico para, de repente, dar importância à vida e alcançar um estado de bem-estar. É óbvio que um período de sofrimento, mesmo que seja uma simples tristeza, serve de alerta para a pessoa modificar alguma coisa na vida. Não diria que uma depressão genuína possa beneficiar um indivíduo em relação a isso.

Geraldo: É importante frisar que essas pessoas afirmaram que o período de tratamento da doença foi horrível. No processo, que geralmente alia psicoterapia e psicofarmacologia, eles podem, sim, ter aprendido uma série de coisas sobre seus limites e capacidades.

Na opinião de vocês, quando se trata de um quadro grave de depressão, não há como a pessoa tirar algo de bom da doença, mesmo após superá-la?
José Roberto: Jamais. Se a depressão foi grave, desconheço alguém que tenha falado que foi útil. Os pacientes se recordam do episódio com muito sofrimento. Lembram que não tinham energia para fazer absolutamente nada, com uma dor muito grande. Dizer que, em um quadro desses, a pessoa tem capacidade intelectual de tirar alguma coisa boa da situação é muito difícil. Impossível, acredito.

Geraldo: Em uma depressão moderada, o paciente muitas vezes não consegue nem se concentrar no que o psiquiatra está dizendo. Como psicoterapeuta, não trato um paciente antes de tirá-lo da depressão. Primeiro tiro-o da doença, com remédios, para que volte a viver tristezas funcionais, e não disfuncionais. Os remédios não são para abolir a tristeza, mas para abolir a depressão. Depois que ele sai da depressão, aspectos da personalidade dele surgem e são trabalhados. Assim é até compreensível que a pessoa tenha aprendido durante esse processo de melhora.

Participantes :

Duílio Antero de Camargo
 1. Duílio Antero de Camargo | Psiquiatra e médico do trabalho do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP)
 
José Roberto Leite
Geraldo Possendoro
2. Geraldo Possendoro | Psiquiatra, psicoterapeuta e
professor da atualização profissional em medicina comportamental da Unifesp


3. José Roberto Leite | Psicólogo, pesquisador e coordenador da unidade de medicina comportamental da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)


 
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