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A FACE FELIZ DE QUEM SOFRE DE DEPRESSÃO

10/05/2017
O vocalista do Linkin Park, Chester Bennington, com a mulher Talinda, em 2012; ele se matou neste ano

Trinta e seis horas antes de cometer suicídio, Chester Bennington, do Linkin Park, se divertia com a família num vídeo divulgado por sua mulher. "A depressão não tem rosto ou mau humor", escreveu Talinda, no Twitter.

Não sei como é para outras pessoas que sofrem com a doença, mas ouvi muitas vezes que eu parecia ótima. Eu queria estar bem, me divertir, voltar a experimentar aquilo que chamamos de felicidade. Desejava reencontrar a pessoa que sempre fui até sofrer uma crise de pânico e mergulhar numa tristeza profunda. Era a vontade de superar o problema que fazia com que, na maioria das vezes, eu não parecesse triste. Mas eu sabia que estava.

Durante mais ou menos um ano a hora mais feliz do meu dia era quando eu deitava na cama e fechava os olhos, com a esperança de que aquela noite de sono não terminasse nunca. Não era vontade de morrer, mas eu imaginava que se dormisse muito talvez acordasse mais disposta a ser feliz de novo.

Nunca era o suficiente. Nem o sono, nem os remédios, nem a paciência do meu psicanalista ou o infinito amor que recebi do meu marido e dos meus pais naquele período.

Eu queria estar bem. Me esforçava a reagir e parecer recuperada. Não podia decepcionar quem estava em minha volta. Então, eu tentava alcançar dentro de mim a pessoa que havia se perdido, mas durante a maior parte do tempo não tive forças para mergulhar tão fundo para resgatar aquela parte que havia naufragado.

Lembro que alternava entusiasmo exagerado em qualquer coisa que fizesse com dias e dias em que não queria sair de casa para nada. E era durante os episódios em que bancava a esfuziante que eu mais me enganava. E os outros acreditavam. E eu confiava no que eles viam.

Gostava de ouvir que estava bem, talvez eles conseguissem ver nitidamente o que eu não conseguia sentir. Em alguns momentos pensei que pudesse estar fingindo. Não estava. Estava tentando me arrancar daquele buraco. Mas entendi que a felicidade que eu transmitia era só a tarja preta que anestesiava a tristeza.

Funcionava. Cheguei a interromper a medicação, tudo com acompanhamento médico, porque me sentia melhor. Achava que tinha uma parte naquele processo que dependia apenas de vontade. Não adianta só querer. Levei um tombo. Mas foi dessa vez que entendi que dá para conviver pacificamente com a doença, embora os sintomas estejam apenas adormecidos.

Quase tudo que vivi naquele período parece meio nublado agora. Mesmo as lembranças dos bons momentos nem sempre têm a nitidez que a felicidade carimba em nossa memória. O cérebro não conseguia assimilar.

Não sei o que a depressão causa nos outros. Em mim, era como se a doença sufocasse no peito a pessoa alegre, divertida e bem-humorada que sempre fui. Era como se, por mais que eu tentasse, não conseguisse sentir prazer em pequenas coisas ou euforia nos grandes acontecimentos. Me olhava no espelho e não me enxergava. Passei um ano e meio da vida chapada de tristeza.

Deixei de fazer muitas coisas que gostava. O único prazer que eu tinha era afundar no sofá e beber. Beber até anestesiar os sentimentos e dormir noites intermináveis de sono. Tenho sorte. Muita gente não tem. Tornam-se alcoólatras, viciados em drogas, tiram a própria vida, tudo para fugir da dor de sentir-se triste.

Pessoas passam a vida lutando diariamente contra a depressão, algumas conseguem colocar a cabeça para fora da lama e respirar. Não sei o que funcionou no meu caso. Mas quando isso aconteceu, percebi que a doença tinha causado transformações em mim, inclusive fisicamente. Foi como se eu estivesse ficando sóbria aos poucos e me dando conta do estrago que ela tinha feito. E a ressaca é grande. Mas ela passa.

Imagine que você consegue recuperar o seu HD inteiro e ele te ajuda a lembrar quem você é, te mostra os caminhos que costumava fazer para sentir-se feliz. Dançar, correr, comer ovos mexidos no café da manhã, fazer piadas bobas, soltar o verbo. Você consegue se lembrar de como era antes da doença, que nem sempre teve que lidar com o desequilíbrio causado por suas emoções. Foi o que aconteceu comigo. E eu me agarrei a isso. E todos os dias faço um baita esforço para não soltar essa corda.

Hoje, sinto-me sóbria, e não porque não tomo mais remédios, mas porque voltei a experimentar sentimentos na intensidade que eles têm de fato. Fico feliz, alegre, decepcionada, animada e triste também. Faz parte da vida experimentar disso tudo no dia a dia. Já a depressão é um mergulho profundo na tristeza, mas nem sempre ela parece, aos olhos de quem está de fora, tão triste e devastadora quanto pode ser.

A partir do UOL. Leia no original

7 COISAS QUE VOCÊ NÃO DEVE DIZER PARA ALGUÉM COM DEPRESSÃO

9/15/2017

A depressão é um transtorno grave. Muitas vezes, ter boa vontade não é suficiente para conseguir ajudar quem tem a doença. Saber o que dizer (e o que não dizer) ajuda a mitigar o sofrimento.


A depressão é o problema psicológico mais recorrente em todo o mundo, vitimando adolescentes, jovens e adultos, sem distinção de sexo ou condição social. Se lidar com o transtorno é um grande desafio, demandando psicoterapia e, na maioria dos casos, o uso de antidepressivos, conviver com um quadro assim de forma menos direta, por acometer um familiar ou amigo, tampouco é fácil. Por uma parte, há uma imensa vontade de ajudar, de transmitir a energia necessária para que a pessoa consiga reagir e dar os primeiros passos rumo ao equilíbrio emocional e à cura; isso nem sempre é recebido como o esperado. Em outros casos, é possível que impere a dificuldade para entender os pormenores da situação, os sintomas e como o transtorno altera o curso da vida da pessoa; isso dificulta a comunicação e o relacionamento. Dizer a uma pessoa com depressão que há algo de exagero naquilo que sente fará com que se sinta ainda pior. É preciso entender que a depressão faz com que o mundo passe por um prisma de pessimismo e desalento. A verdade é que é difícil não haver frustração, já que a pessoa com depressão costuma fechar-se em si mesma, o que gera impotência em quem quer ajudar e não consegue. O apoio psicológico é o que pode ajudar a encontrar mecanismos eficientes para apoiar essas pessoas queridas. Entretanto, deixamos aqui algumas dicas para facilitar a comunicação e evitar que você provoque efeito contrário na pessoa que você deseja ajudar. Por isso, atento ao que nunca dizer: 1) Você está exagerando, não é tão mal assim Não se trata de minimizar o problema, dizendo que muitos passam por situações similares. O que será capaz de romper a barreira negativa que a rodeia é o fato de você se colocar à disposição para ser um aliado nessa busca por uma vida melhor, não julgando e fortalecendo a esperança na cura. A pessoa não escolhe interpretar a vida assim, por isso use empatia e ofereça acolhimento. Não tente forçar uma mudança de perspectiva; melhor tratar de transmitir a ideia de que o momento é duro, sim, mas que ela terá o apoio que necessita para encontrar uma via de escape. 2) Todos temos problemas, você precisa reagir Ninguém escolhe ter depressão. Cobrar uma reação que você considera "adequada" é colocar ainda mais pressão sobre a pessoa, que já se sente fragilizada e impotente. 3) Amanhã é outro dia e você se sentirá melhor Falar isso é fazer uma promessa, e você não tem os recursos necessários para cumpri-la. A pessoa com depressão sabe que o amanhã não será melhor, o que aumentará sua frustração. Prefira animá-la a fazer pequenas ações que podem trazer bem-estar imediato, como escutar uma música, comer algo que ela gosta, sair para caminhar… esses pequenos prazeres ajudam a desviar os pensamentos daquilo que mais angustia e provoca sofrimento. 4) Sei o que você está passando, porque já senti também Escutar que o outro também sofre não vai fazer qualquer diferença nesse processo. É preferível redobrar a dedicação à escuta e compreensão dos sintomas e do problema, para tirar conclusões que ajudem na hora de buscar soluções para a superação. Se há algo que ajuda a uma pessoa com depressão (ou outro transtorno) é ter uma via de diálogo aberta, que lhe permita falar do que sente, desabafar sobre sua dor, suas vontades não cumpridas e sua frustração. É normal que todas as atenções girem em torno da pessoa que tem depressão. O que muita gente não sabe é que, dificilmente, ela se sentirá cômoda ou confortável com isso. Falar de egoísmo é colocar a depressão como uma escolha, e não é. 5) Você precisa tomar o controle e melhorar de uma vez Não é questão de falta de vontade ou pouco esforço. Sair da depressão não é fácil, não é algo que se consiga sozinho, demanda tratamento com psicoterapia e medicamentos. A pessoa simplesmente está perdida e não vê o caminho para sair de todo esse sofrimento. Uma promessa de continuidade para uma pessoa com depressão significa uma promessa de mais sofrimento e mal-estar. Na maioria das vezes, a pessoa com depressão se sente presa e sem saída, tendo dificuldades para imaginar como terminará o dia, quanto mais para ir além no "aqui e agora". Não peça o impossível, pois estará colaborando para elevar a impotência a níveis máximos. Seja um ombro amigo e um apoio, independente de você entender ou não o caminho. 6) Vamos, a vida continua! Prefira dizer como sente falta de estar com ela e pergunte se há algo que possa fazer para ajudar. O melhor é tentar lembrar-lhe que há coisas pelas quais vale a pena seguir vivendo. Não cair na armadilha de criar uma lista, mas oferecer-se para ajudá-la a descobrir quais são. 7) Você está sendo egoísta É normal que todas as atenções girem em torno da pessoa que tem depressão. O que muita gente não sabe é que, dificilmente, ela se sentirá cômoda ou confortável com isso. Falar de egoísmo é colocar a depressão como uma escolha, e não é. Prefira dizer como sente falta de estar com ela e pergunte se há algo que possa fazer para ajudar.

TAXA DE SUICÍDIOS SUPERA A DE MORTOS POR AIDS E CÂNCER

9/09/2017

O câncer, a AIDS e demais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) há duas ou três décadas eram rodeadas de tabus e viam o número de suas vítimas aumentando a olhos nus. Foi necessário o esforço coletivo, liderado por pessoas corajosas e organizações engajadas, para quebrar esses tabus, falando sobre o assunto, esclarecendo, conscientizando e estimulando a prevenção para reverter esse cenário.

Um problema de saúde pública que vive atualmente a situação do tabu e do aumento de suas vítimas é o suicídio. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas.

A esperança é o fato de que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta.

Mas como buscar ajuda se sequer a pessoa sabe que ela pode ser ajudada e que o que ela passa naquele momento é mais comum do que se divulga? Ao mesmo tempo, como é possível oferecer ajuda a um amigo ou parente se também não sabemos identificar os sinais e muito menos temos familiaridade com a abordagem mais adequada?

PÂNICO : ALGUNS SINTOMAS DA DOENÇA

8/30/2017

A saúde mental ainda é considerada um tabu por muitos, apesar dos dados alarmantes: cerca de 15,1% da população brasileira sofre com algum tipo de transtorno, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado em 2017. Deste percentual, 9,3% têm ansiedade, um dos principais problemas de saúde que desencadeiam a síndrome do pânico.

No último ano, apesar do receio em falar sobre o tema, diversas celebridades têm ajudado a derrubar o preconceito em torno da enfermidade. Giovanna Antonelli foi uma delas. Ela afirmou ter sofrido crises de pânico, aos 12 anos, assim como o padre Fábio de Melo que disse, recentemente, estar lutando contra a síndrome.

Ao compartilhar o momento difícil e sua melhora ao buscar tratamento médico, tanto o padre quanto Giovanna puderam alertar pessoas que sofrem com o mal ou que têm familiares na mesma situação a enfrentar ou até identificar transtorno.


Síndrome do pânico: o que é?


A síndrome que acomete três vezes mais mulheres que homens faz parte do que os especialistas enquadram de transtorno de ansiedade. De acordo com Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), só é considerado transtorno do pânico quando os ataques não acontecem imediatamente a uma situação de estresse ou de ameaças físicas reais, como por exemplo um assalto.

"As crises duram cerca de 10 a 20 minutos e se repetem com frequência semanal ou diária", explica Mario Louzã, psiquiatra e doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, na Alemanha, e que atende em São Paulo. "Os ataques podem ocorrer até mesmo durante o sono", diz. "A síndrome deve ser compreendida como um transtorno de causa multifatorial, com impacto genético, dos hormônios e até do ambiente socioeconômicos", diz Triana Portal, psicóloga clínica, também de SP. Traumas, frustrações, preocupações financeiras ou perdas emocionais são alguns gatilhos que causam a crise.

Tratamento

O tratamento do transtorno do pânico é acompanhado por psiquiatras que prescrevem medicamentos e também indicam psicoterapia, que ajuda a identificar o pânico e criar mecanismos para manter o controle durante a crise. O tratamento é contínuo, mesmo que o indivíduo entre em um quadro assintomático, "já que a suspensão abrupta dos medicamentos podem provocar crises ainda mais severas que as iniciais”, afirma Louzã. O especialista diz ainda que não há uma "cura", mas, sim, uma diminuição da dosagem dos remédios e espaçamento das consultas.




Veja alguns sintomas da síndrome do pânico

  • Palpitação ou taquicardia

    É uma das reações mais comuns. O coração bombeia mais sangue enquanto as amígdalas cerebrais --estruturas responsáveis pelas emoções de medo e apreensão e que não têm nada a ver com as glândulas da garganta-- entram em intensa atividade. E como acontece em um susto, elas descarregam adrenalina no organismo, como se preparassem o corpo para fugir de um perigo. Esse é o sintoma que mais assusta pessoas durante as crises, que acham que estão sofrendo um ataque cardíaco.
  • Suor excessivo e tremor
    O corpo e a mente estão completamente interligados. Com a descarga do homônio da adrenalina no organismo, o estado de apreensão causa tais reações físicas de nervosismo.
  • Falta de ar e asfixia
    A dificuldade de respirar acontece em decorrência da aceleração cardíaca e do medo de não entender o que está acontecendo com o corpo.
  • Enjoo, tontura, calafrios e boca seca

    O estresse experimentado pelo organismo também causa essas reações fisiológicas. 30% dos pacientes dos pacientes apresentam algum problema no sistema vestibular --conjunto de órgão do ouvido interno, responsável por perceber os movimentos do corpo--, fazendo com que o cérebro receba informações errôneas sobre a posição em relação ao espaço, causando a sensação de queda e flutuação.
  • Despersonalização e desrealização

    Percebidos em crises mais severas, esses episódios são descritos como uma separação do corpo, de não se identificar durante a crise nem reconhecer o ambiente. Há pessoas que relatam não reconhecer o quarto e seus objetos pessoais, por exemplo.
Fonte: Mario Louzã, psiquiatra e doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, na Alemanha. Yuri Busin, psicólogo e diretor Centro de Atenção à Saúde Mental - Equilíbrio (SP). Triana Portal, psicóloga clínica (SP).

A partir do UOL. Leia no original
Imagem: Pexels

O QUE DIZER (OU NÃO DIZER) A UMA PESSOA COM DEPRESSÃO

8/29/2017

Quando uma pessoa de que gostamos está em depressão, queremos fazer de tudo para ajudar. Mas, muitas vezes, é difícil saber como agir. O diálogo ajuda, mas falar as palavras erradas pode atrapalhar bastante. Com a ajuda de especialistas, listamos 8 frases que devem ser evitadas -- e o que dizer no lugar delas:

Não diga: "Você precisa procurar ajuda”


Prefira: “Posso te ajudar a buscar ajuda especializada? Eu vou com você!”

É claro que quem tem depressão precisa de ajuda: essa doença dificilmente se cura sozinha. Mas ao usar a primeira frase, o deprimido se sente atacado e pode se isolar ainda mais, por defesa. Dependendo do estágio em que está, a pessoa também não consegue procurar ajuda sozinha, por isso, é melhor se oferecer.

Não diga: "Como isso foi acontecer com você?"


Prefira: “Poderia acontecer com qualquer pessoa”

O transtorno tem diferentes causas -- biológicas, psicológicas e sociais -- e afeta 322 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Por isso, a primeira pergunta, na verdade, não tem resposta, e só fará o deprimido se sentir ainda mais culpado e derrotado.

Não diga: "Até quando você vai ficar assim?"


Prefira: "Nós vamos ajudá-lo pelo tempo que for preciso, até você melhorar"

A depressão não tem prazo de validade. Se o deprimido tivesse algum controle sobre a situação, sairia dela imediatamente. Portanto, perguntar até quando ele ficará assim é uma cobrança desnecessária. Você vai ajudar mais ao mantê-lo motivado: ao perceber qualquer melhora no quadro, faça um elogio. 

Não diga: "Por que você não sai dessa cama e vai se distrair?"


Prefira: “Vou abrir as suas janelas para entrar sol”

A sensação de inutilidade invade os depressivos e a frase só potencializa o sentimento. Não é ruim incentivar, mas dá para fazer isso sem lembrar o outro que ele não consegue sentir prazer. Pode ajudar expor a pessoa à luz natural, que deixa o organismo mais disposto ou ativo. Uma caminhada de mais de 20 minutos também é uma boa, porque libera endorfina.

Não diga: "Ah, para, as coisas não estão tão ruins assim!"


Prefira: "Eu imagino que não deva estar sendo fácil para você”

Na depressão, é como se o indivíduo enxergasse o mundo com lentes cinza: a perspectiva dele é muito mais sombria. Por isso, chamá-lo de pessimista não vai mudar o que ele sente. É sempre a melhor opção não menosprezar a dor do outro, depressivo ou não. Aposte na empatia: deixe claro que você entende que a dor é real, mas que ele não está sozinho para lidar com ela.

Não diga: "Você tem que se esforçar"


Prefira: “Vamos enfrentar isso juntos!”

Por mais que o deprimido se empenhe para melhorar -- e, acredite, ele sempre tenta -- é invadido por uma tristeza paralisante. Por isso, é muito importante que ele não se sinta sozinho nessa luta constante. Ajude-o a reconhecer pequenas conquistas e pequenos passos em direção à melhora, que é sempre gradativa.

Não diga: "Eu não te reconheço mais"


Prefira: “É uma questão de tempo para você voltar a ser como era antes”

É melhor dizer que as mudanças de comportamento são temporárias e fazem parte da depressão. Também vale reforçar: embora a doença o faça acreditar que ele não é importante, para você, ele é, sim! É importante ajudá-lo a reconhecer o que é real e o que é um pensamento provocado pelo transtorno.

Não diga: "Você tem que ter fé na cura"


Prefira: “Sua fé pode ajudar, mas vamos buscar ajuda profissional também”

Para quem crê em algo superior, a fé pode ajudar a passar pelo momento. Mas um médico deve ser consultado, sempre, para diagnosticar o caso e orientar o tratamento, que pode exigir sessões de psicoterapia, medicamentos, além da prática de atividade física.
A partir do UOL. Leia no original

Imagem : Pexels


Fontes: Fabíola Luciano, psicóloga do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Eduardo Ferreira Santos, psiquiatra e psicoterapeuta de adultos e adolescentes. Angelica Takushi Sanda, psicóloga. Fernanda G. Moreira, psiquiatra, psicoterapeuta e professora da Unifesp. Fernando Fernandes, psiquiatra do Programa de Transtornos do Humor do Instituto de Psiquiatria da USP.

FÁBIO DE MELO FALA SOBRE SÍNDROME DO PÂNICO

8/09/2017

O padre e cantor Fábio de Melo, que atua na diocese de Taubaté, no interior de São Paulo, falou a respeito da síndrome do pânico da qual sofre atualmente em entrevista ao programa “No Ar”, na Rádio Globo.

“Eu sou extremamente aberto a contar minhas fraquezas. Acabei de te dizer que estou enfrentando uma síndrome do pânico. Não tenho medo da minha humanidade, sei que sou afetivamente exigido o tempo todo, faz parte do meu trabalho, as pessoas se aproximam de mim e chegam muito afetuosas, cheias de histórias. E é claro que há um desgaste emocional natural de tudo aquilo que eu faço”, contou.

“Estou vivendo um tempo muito difícil na minha vida, mas com muita disposição, também, não me sinto vítima. Não gosto desse ‘ai, coitadinho, tá cansado’. Quero continuar minha vida e fazer o que eu faço”, disse Melo.

Nas redes sociais do religioso, fãs dele estão pedindo correntes de oração pela melhora da sua saúde e enviando mensagens positivas. No programa, padre Fábio também falou sobre o sucesso que faz nas redes sociais.


"Gosto dos personagens que me ajudam no snap, me ajudam no Instagram a dizer o que nem sempre eu posso diretamente dizer. Mas eu sou eu. Não me escondo atrás de ninguém. Gosto dessa verdade. A autenticidade é a fatura que a gente tem que pagar com gosto todos os dias."

A partir da Revista IstoÉ. Leia no original
Imagem :  Divulgação

PÂNICO : ESTUDANTES CRIAM APLICATIVO PARA AJUDAR PESSOAS EM CRISE

8/02/2017
Be Okay inclui recursos para acalmar durante ataques e possibilita montar histórico
Gabriella Lopes (à esquerda) e duas colegas da PUC-Rio elaboraram um app para ajudar pessoas com crise de pânico

Três universitárias desenvolveram um aplicativo de celular para ajudar pessoas que têm crises de pânico ou de ansiedade. Batizado de Be Okay, o app já está disponível para aparelhos com sistema iOS, de forma gratuita. A intenção é ajudar tanto no exato momento da crise quanto a longo prazo. Quando o ataque está acontecendo, o usuário pode acessar uma animação para acompanhar um exercício de respiração — já que a falta de ar é um dos principais sintomas —; pode ver fotos que o acalmam, selecionadas previamente por ele mesmo; pode acionar uma discagem rápida para alguém capaz de ajudá-lo nessa hora, entre outros recursos.

Uma das criadoras, Gabriella Lopes, de 20 anos, conta que nunca experimentou ela própria uma crise de pânico, mas tem amigos e familiares que já passaram por tal situação.

— Conforme pesquisávamos para desenvolver o app, nos demos conta de que todos com quem nós falávamos conheciam pelo menos uma pessoa que já teve crise de pânico. É algo comum, e muitas vezes essas pessoas se veem sem qualquer ajuda — diz ela, que é estudante de Design de Mídia Digital.

A plataforma doi desenvolvida dentro do Programa de Formação para Desenvolvimento de Aplicativos iOS, coordenado pelo Laboratório de Engenharia de Software do Centro Técnico Científico (CTC) da PUC-Rio. Além de Gabriella, participaram da criação as alunas Ana Luiza Ferrer, do curso de Engenharia de Produção, e Helena Leitão, de Sistemas de Informação.

— Várias das funções do app foram fruto de sugestões de pessoas que já passaram por crises. Uma delas nos disse que o que a acalmava nessas horas era ver fotos de cachorrinhos pug — lembra Gabriella. — Então nós criamos a possibilidade de o usuário do app selecionar algumas fotos para que, nos momentos de crise, ele possa acessar. São as fotos que fizerem algum sentido para ele, que provoquem relaxamento. O app é uma zona de conforto, como gostamos de chamar.

Além da ajuda imediata, é possível fazer um histórico, por meio de registros com detalhes da crise que ocorreu. Passado o ataque de pânico, o Be Okay oferece a opção de preencher um formulário com hora, duração, local e sintomas. Essa ferramenta foi acrescentada com o objetivo de dar ao usuário a possibilidade de identificar quais são os gatilhos que o levam à crise e verificar qual a frequência que isso acontece.

— Todas as técnicas de auxílio são muito úteis no momento que você está tendo o ataque. Mas e depois? É aí que entra a parte de registros. Você tem um controle muito maior. E um dos pontos do nosso aplicativo é exercer esse controle sobre algo que afeta a sua vida como um todo — destaca Gabriella.

A partir de O Globo. Leia no original
Imagens : Divulgação 
 
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