Estudos & Pesquisas

Últimas Postagens

Mostrando postagens com marcador triste. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador triste. Mostrar todas as postagens

ESTOU GRÁVIDA E MEU MARIDO SE SUICIDOU

9/01/2011
Eu acabo de perder meu marido em razão de suicídio. De fato, é difícil se colocar no lugar dele quanto ao sofrimento descrito por muitos de vocês como algo avassalador, incontornável, sufocante. 

Entender as razões é algo que foge do que presumo ser lógico, racional, mas também não há porque entender já que o fato foi consumado e é irreparável. 

DEPRESSÃO ESTÁ EM TODAS AS IDADES:

1/08/2010
Pesquisa com 2 milhões de pessoas mostra que a felicidade da juventude retorna na velhice

A entrada na casa dos 40 anos causa mesmo um tremendo baque emocional – e é muito difícil evitá-lo. Em compensação, quem chega aos 70 anos com boa saúde tem grandes chances de encarar o dia-a-dia com o mesmo otimismo e a mesma disposição que movem os jovens de 20. Essas são as duas principais conclusões da mais extensa pesquisa já feita sobre a relação entre a idade e a satisfação com a vida. O estudo, coordenado por economistas americanos e ingleses, analisou dados médicos de quase 2 milhões de pessoas de oitenta países, incluindo o Brasil. As informações foram obtidas em hospitais, clínicas e universidades. Os quarentões concentram o maior índice de infelicidade e de casos de depressão independentemente de sexo, estado civil, condição social, número de filhos ou nacionalidade. A pesquisa conclui que a sensação de felicidade ao longo da vida evolui como um gráfico em forma de "U". Está no auge por volta dos 20 anos, entra em curva descendente na década seguinte e chega ao fundo do poço na meia-idade. A partir dos 60 anos, a curva da felicidade recupera o fôlego e, aos 70 anos, volta ao mesmo nível relatado pelos jovens adultos. "Os dados foram muito consistentes, mas ainda estamos estudando os desdobramentos da pesquisa", disse Andrew Oswald, professor da Universidade de Warwick, na Inglaterra, um dos autores do trabalho.


A fossa dos quarentões e a boa disposição de jovens e idosos explicam-se em boa parte pelas situações que geralmente surgem nessas fases. Enquanto os jovens têm uma enorme confiança no futuro e os idosos saudáveis experimentam a sensação de dever cumprido, os quarentões enfrentam um cenário bem diferente. Mesmo involuntariamente, a chegada à maturidade estimula uma análise da trajetória até aquele ponto da vida, muitas vezes acompanhada de sentimentos de frustração por projetos não realizados e de medo do futuro.

O resultado da pesquisa chama atenção para a maior discussão atualmente em pauta nos consultórios psiquiátricos: se a quantidade de diagnósticos de depressão é ou não excessiva. As estimativas mais divulgadas apontam que 20% da população mundial tem pelo menos uma crise depressiva ao longo da vida. Muitos médicos acreditam que, na realidade, o número de doentes possa ser 25% menor. No livro The Loss of Sadness: How Psychiatry Transformed Normal Sorrow into Depressive Disorder (A Perda da Tristeza: Como a Psiquiatria Transformou o Sofrimento Normal em Depressão), lançado no ano passado nos Estados Unidos, os pesquisadores Allan Horwitz e Jerome Wakefield argumentam que antidepressivos como Prozac e Zoloft são freqüentemente utilizados para tratar a tristeza, um sentimento natural do ser humano que, apesar de indesejável, nada tem de patológico. "O tratamento com remédios só é indicado nos casos em que os sintomas incapacitam o portador de alguma forma", diz Marcio Versiani, coordenador do programa de depressão e ansiedade da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "O que se observa hoje é que muitas pessoas tomam remédios em vez de enfrentar os problemas", conclui.

Paula Neiva

A partir da revista Veja. Leia no original

DEPRESSÃO ATINGE MILHÕES: ENTENDA O QUE É

1/07/2010
A depressão tem algumas características que muitas vezes passam despercebidas, não somente por quem sofre da doença, mas também por familiares e amigos, podendo ser confundida com tristeza. Ficar atento aos seus sintomas é importante - afinal, isso possibilita um diagnóstico precoce e um tratamento mais eficaz, de acordo com a recomendação dos médicos. A seguir, saiba um pouco mais sobre a doença, que atinge milhões de pessoas no mundo todo.

1. Quais são os principais sintomas da depressão?

Mudanças de humor, perda de interesse ou prazer nas atividades, sentimento de culpa ou perda de auto-estima, distúrbio de sono ou de apetite, perda de energia e falta de concentração.

2. Quais são as suas conseqüências?

Se não tratada devidamente, pode levar a uma incapacidade de gerenciar a própria vida e à perda da responsabilidade em relação aos outros. A depressão pode levar a casos extremos como o suicídio. A doença está associada à morte de cerca de 850.000 pessoas por ano, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

3. É uma doença ligada aos tempos modernos?

A doença é muito mais antiga do que muitos imaginam. Há registros de casos de depressão que remontam à antiguidade..

4. Quantas pessoas sofrem de depressão?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão atinge 121 milhões de pessoas ao redor do mundo e está entre as principais causas que contribuem para incapacitar um indivíduo. A OMS prevê que até o ano de 2020 a depressão passe a ser a segunda maior causa de incapacidade e perda de qualidade de vida..

5. E no Brasil, quantas pessoas são atingidas pela doença?

Estima-se que cerca de 17 milhões de brasileiros tenham a doença. De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), 74.418 trabalhadores foram afastados de suas atividades em 2007 em decorrência de depressão.

6. A doença só atinge um grupo específico de pessoas?

Não. A depressão pode ocorrer tanto em homens como em mulheres, de todas as idades e de qualquer classe social. No entanto, a incidência é muito maior entre as mulheres do que entre os homens (a proporção é de dois casos entre elas para cada caso entre eles). Entre os indivíduos que também apresentam maior risco de desenvolver a doença estão as pessoas com casos de depressão na família, usuários de drogas, medicamentos e álcool, e mulheres nos dezoito meses seguintes a um parto.

7. Por que as mulheres são mais sujeitas à depressão?

Ainda não existe uma explicação científica que justifique o fato de a mulher ser mais sensível à depressão. Há algumas teorias, entre elas a que relaciona esse efeito aos hormônios femininos.

8. E quais são as causas da doença na terceira idade?

No idoso, é comum que a depressão esteja associada à diminuição da autonomia, da capacidade funcional, ao isolamento, e à perda de familiares e amigos. Conforme a Associação Brasileira de Psiquiatria, cerca de 15% da população de idosos apresentam os sintomas clínicos da doença.

9. Como é feito o tratamento da depressão?

O tratamento tradicional é feito à base de antidepressivos com acompanhamento psicológico. A complementação ao tratamento com atividades esportivas aeróbicas também é recomendável por alguns profissionais de saúde.

10. Existe cura para a doença?

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, a depressão tem natureza recorrente, como uma enxaqueca. Porém, 70% dos depressivos respondem bem ao tratamento. Os outros 30% têm resposta parcial ou não apresentam qualquer sinal de melhora. De acordo com a OMS, pouco mais de 25% das pessoas afetadas pela doença no mundo recebem o tratamento adequado. No Brasil, esse índice só não é maior devido à falta de preparo de uma parcela de profissionais de saúde em reconhecer os sintomas da doença e encaminhar os pacientes para o tratamento adequado.

TRISTEZA E DEPRESSÃO, SUAS DIFERENÇAS

12/19/2009
É comum confundir os conceitos de tristeza com depressão. E dá-lhe remédio. É como se quiséssemos abolir de nossa vida toda e qualquer contrariedade. "Eu não tenho problemas de depressão, apenas de mau humor e timidez", diz um internauta da comunidade Confissões de um Prozaquiano, que tem 160 membros no site de relacionamento Orkut. "Uso pelo estresse do dia-a-dia mesmo. É um santo remédio." O próprio Del Sant é um exemplo contra o abuso. No ano passado, uma de suas filhas, Carlota, sofreu um acidente de trânsito e está em coma até agora. Já passou por 16 cirurgias. "Eu, minha mulher, Solange, e minha outra filha, Lorena, estamos profundamente tristes. Muitas vezes, choramos. Sentimos falta da nossa Carlota. Mas não estamos depressivos."

Assustado com a enorme indústria que se formou em torno de nossa necessidade de ser felizes acima de tudo, um dos pioneiros do estudo da felicidade, o psicólogo americano Edward Diener - por muito tempo alcunhado de Doutor Felicidade - voltou atrás. Não à toa, seu próximo livro, em parceria com o filho, Robert Biswas-Diener, terá o título de Rethinking Happiness (Repensando a Felicidade). Diener não renega sua tese central, de que as pessoas felizes vivem mais (por ter sistemas imunes mais fortes) e são mais bem-sucedidas. Mas ele aprofundou suas pesquisas. Em geral, os estudos sobre o tema comparam pessoas felizes com pessoas infelizes. Desta vez, Diener comparou pessoas felizes e pessoas extremamente felizes. Aí, o resultado é outro. Os extremamente felizes vivem menos que os moderadamente felizes, e são menos bem-sucedidos.

Sua conclusão: há um nível de felicidade ótimo, além do qual ela se torna mais prejudicial que benéfica. Segundo ele, numa escala de 0 a 10, sendo 0 o sujeito miserável e 10 a pessoa inabalavelmente contente, o melhor é uma nota 8, nível médio de felicidade. Ele garante uma existência aprazível e traz uma margem de insatisfação que evita a letargia.

Como diz Diener, há uma lista enorme de pessoas que querem que você seja mais feliz - não importa quanto você já seja. Essa lista inclui os ativistas da psicologia positiva, uma corrente que se tornou preponderante nos Estados Unidos no fim da década de 90 e afirma que, em vez de apenas curar doenças, a medicina da mente deve tratar de elevar nosso bem-estar. Também inclui os autores de livros com receitas para sermos mais contentes, os políticos em quem você votou (porque a probabilidade é que os reeleja), os profissionais de auto-ajuda, os técnicos de laboratórios que buscam drogas cada vez mais eficazes para combater a tristeza. Até sua mãe, "porque ela o ama e provavelmente se sentirá um fracasso se você for uma pessoa infeliz". Há, no entanto, uma corrente cada vez mais vigorosa contra essa indústria da felicidade. Ela inclui quatro vertentes de combate: Felicidade tem limite; Sem obstáculos, não há vitória; A alegria ou a vida e Angústia dos gênios. Estes temas serão tratados nas próximas postagens.

Reportagem publicada originalmente na Revista Época (Edição nº 511)
 
Copyright © QUERO MORRER. . OddThemes