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JORNALISTA SE AUTO-MUTILAVA E TENTOU SUICÍDIO

3/22/2013
A vida pode se tornar muito cruel ao ponto de acharmos ser insuportável continuar. A jornalista Emma Forrest passou por isso. No desespero, feria a si própria com gilete e tentou se matar. Mas seu destino era outro. Aos 22 anos, a jornalista, escritora e roteirista Emma parecia levar uma vida maravilhosa: havia deixado a casa dos pais em Londres, cidade onde foi criada, para morar em Nova York, tinha um contrato com o jornal britânico The Guardian e estava prestes a publicar seu primeiro livro.

Mas, por trás da aparência bem-sucedida, havia uma jovem com sérios problemas psiquiátricos, que se cortava com gilete, sofria de bulimia e era extremamente autodestrutiva. Em Sua voz dentro de mim, Emma apresenta suas memórias, sem medo de expor o lado mais escuro que guarda dentro de si.

O livro começa com a autora descrevendo sua obsessão pelo quadro Ofélia, de Millais, em exposição na Galeria Tate, em Londres. Aos 13 anos, Emma passava as tardes observando a pintura, que retrata a namorada suicida de Hamlet, personagem da obra de Shakespeare.

Conforme lista outras de suas peculiaridades, bem como alguns aspectos curiosos de sua família, Emma direciona os leitores para a conclusão a que ela mesma chegou quando morava em Nova York: havia cruzado a fronteira que separa os excêntricos dos maníaco-depressivos.

Ao chegar ao ponto em que não sentia quase nada, somente dor e tristeza, Emma começa a frequentar o consultório do psiquiatra a quem se refere como Dr. R. Ainda assim, após algumas sessões, ela tenta o suicídio e vai parar na emergência de um hospital.

Levada pela mãe para terminar de se tratar na Inglaterra, a autora continua a ver o Dr. R quando volta aos Estados Unidos. Durante oito anos, ela é paciente dele, que tem papel fundamental em sua recuperação.

Quando tudo parecia bem – as visitas ao Dr. R tinham se tornado esporádicas e ela achava que havia encontrado o amor de sua vida –, a notícia da morte do médico cai como uma bomba e pode ameaçar seu progresso.

Sua Voz Dentro de Mim também fala dos relacionamentos amorosos de Emma. Um deles, em especial, chama a atenção: o namoro com o ator Colin Farrell, cujo nome não é citado no livro. Ela se refere a ele como seu “Marido Cigano”, ou simplesmente MC, e revela que se trata de uma estrela do cinema. Os dois ficaram juntos durante cerca de um ano, viveram uma história intensa e chegaram a fazer planos de ter um filho, mas Farrell decidiu botar um ponto final no caso, tempos depois da morte do Dr. R.

Sem o psiquiatra para apoiá-la, Emma terá que reunir forças para superar sozinha mais essa perda.
Apesar de toda a dor e do mergulho profundo na depressão e na autodestruição que permeiam o livro, Emma Forrest consegue explorar a beleza do amor e falar de superação ao longo das páginas. De quebra, ela ainda faz refletir sobre a relação que temos com nós mesmos. Ainda neste ano, Sua Voz Dentro de Mim deve chegar às telas do cinema, com a atriz Emma Watson no papel de Emma e o ator Stanley Tucci como o Dr. R.
A partir do R7. Leia no original

DESISTIR É DAR VITÓRIA AO 'INIMIGO'

11/17/2010
"Tenho 35 anos e minhas primeiras lembranças na vida são de abuso sexual contra mim. A partir daí só tive sofrimentos,pobreza extrema, decepções, traições, solidão, baixa auto-estma, sequelas e mais sequelas. Namorei e casei com um único homem durante toda a minha vida e este foi justamente ele que me ensinou o que é tristeza e solidão. Ele não me ama, nem respeita e diz todos os dias que não gosta de mim e como seria mais feliz se eu estivesse longe. Que eu sou uma péssima mãe, profissional e esposa e como ninguém mais vai me querer se ele me largar, porque sou gorda, feia, sem graça e ninguém gosta de mim.
De tanto ele dizer isto eu acho que já interiorizei essa história, pois o medo de ficar só me paraliza, me impede de tomar qualquer decisão.
Tenho suportado violência verbal, psicológica, preconceito, traição, rejeição e fracassei. Financeiramente tenho muitas dívidas, insegurança. Só penso que não há mais solução para meus problemas e por isso quero morrer, pois neste caso seria um alívio e não um castigo. Espero que alguém leia isso!"


Mais difícil do que controlar expectativas diante da vida é lidar com a frustração que costuma vir de ressaca nesse processo. Mas, se idealizar é fundamental para crescer, se decepcionar pode ser também uma ótima oportunidade de rever horizontes.

Da mesma forma que somos, senão os únicos, ao menos os principais responsáveis pela nossa felicidade, também o somos pela nossa infelicidade. Para viver, sonhar e idealizar é instintivo e fundamental, mesmo que em algumas situações façamos isso com uma equivocada certeza sobre a nossa capacidade de atingir metas estabelecidas, à nossa maneira. Nesses casos, a vontade de ser é tanta que acabamos deixando vazar expectativa pelas frestas, tornando pantanoso o caminho que separa o real do ideal. É aí que chega a frustração, em mais uma de suas muitas aparições pelo decorrer da vida humana e que, se não for colocada rapidamente para jogar a nosso favor, pode, por não ser do presente e nem do passado, comprometer seriamente o futuro.

Carolina Ferreira é hoje musicoterapeuta mas, durante quase dez anos, viveu de uma possibilidade impossível. "Eu achava que ia ser cantora. Minha irmã dois anos mais velha é, nós cantávamos juntas desde criança, estudamos música. Ela se mudou pro Rio e eu fiquei em São Paulo fazendo teste, correndo atrás, me dedicando. Mas era tudo um inferno porque eu não cantava bem. Aliás, cantava mal", ressalta ela. Carolina lembra que não conseguia imaginar outra vida senão a dos palcos e estúdios e que, mesmo com o punho doendo de tanto socar ponta de faca, se sentia injustiçada. "Fazia milhões de testes e não passava em nenhum. Na faculdade de música ignorava todas as propostas que apareciam se não fossem para o trabalho de cantora. Como eu não conseguia nada, minha vida foi ficando engessada. Felizmente, meus amigos e minha família perceberam o problema e começaram a me esclarecer que eu estava tornando meu horizonte cada vez mais restrito. Foi aí que eu comecei a entender que meu problema era excesso de expectativa", revela. Depois de mais dois anos perdida, sem saber se casava ou comprava uma bicicleta, Carolina chegou ao trabalho que a realiza hoje. "Fui tomando contato com musicoterapia pela faculdade. Quando percebi já estava suprindo minhas carências de cantora que eu queria ser nos grupos em que eu trabalhava, ajudando na comunicação deles, na expressão. E descobrindo a minha função", conta.

No campo dos relacionamentos, o duelo entre real e ideal costuma ser demolidor, como confirmam a arquiteta Cristina Sobreira e seus muitos príncipes encantados com prazos de validade vencidos. "Teve uma época na minha vida em que eu conhecia um cara e apostava todas as fichas nele, quase cegamente. Naquela primeira fase de sedução, ficava sonhando sempre que tinha achado o homem perfeito, que eu ia sair do buraco. Acontecia que imaginava o cara de um jeito que ele não era e, como eu acabava me apaixonando por esse que não existia, ia me decepcionando terrivelmente, com o tempo", lembra. Passada essa fase de desengano, Cristina, então, resolveu que homem nenhum prestava e que, se quisesse ser feliz, teria de ser solteira. "Passei a descartar quase todos os caras até que conheci um namorado com quem eu fiquei dois anos. Ele foi encantador comigo, extremamente sedutor e eu não resisti", conta a arquiteta, que confessa, entretanto, sofrer até hoje com seu instinto de idealização exacerbado. "Muitas vezes ainda me pego esperando coisas das pessoas que eu não tinha motivo para exigir", assume.

A psicóloga Marlúcia Pessoa explica que se manter imune à frustração é praticamente impossível. Mas o encontro de um obstáculo no caminho da realização de um desejo pode ser uma ótima oportunidade de aprendizado e crescimento. "A expectativa começa para muitos de nós como algo difuso que vai se tornando cada vez mais objetivo de acordo com o grau de probabilidade que ela tem de se concretizar. E a gente chega a essa probabilidade pela autoconfiança adquirida nas nossas experiências acumuladas. Por exemplo, um grande jogador de futebol, que já venceu muitas vezes, não se permite ter dúvidas sobre o resultado do próximo jogo. É uma expectativa fechada. Se ele perde, a frustração é imensa porque, quanto maior é nosso modelo perfeccionista, maior a sensação de culpa", comenta ela. Idealizar e criar modelos, no entanto, é primordial para qualquer crescimento. Portanto, nada de se contentar com pouco: é preciso, sim, estar com o bom-senso sempre ligado e de pés bem firmes no chão para que esse processo surta efeitos positivos. "Muita gente chega a distorcer a percepção da realidade quando se dá conta de que ela não corresponde completamente às suas expectativas. No entanto, desistir é dar uma solução definitiva demais para um problema apenas temporário. Se permitir errar e mudar é a melhor maneira de conviver com nossas decepções", conclui ela.

O fantasma da frustração (Bolsa de Mulher). Leia no original
Imagem: por TheAlieness GiselaGiardino²³ 
 
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