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'CHORO POR MIM, CHORO POR TER ME PERDIDO... "

4/08/2017

E
u não tenho uma história propriamente dita, afinal, só tenho 17 anos. Pensar que com essa idade já penso em dar um fim a minha vida, estranho não é? Perspectivas e sonhos ainda podem ser concretizadas porém, eu não tenho mais vontade de saber o que vai acontecer amanhã. Gosto de permanecer na minha zona de conforto, todos os dias eu levanto, vou para escola e lá eu sorrio, finjo estar completamente bem mas, choro todos os dias por razões não muito importantes mas, choro por mim, choro por ter me perdido e por perceber a cada dia que passa que o mundo em que vivemos é mais frustrante do que eu acreditava que fosse.


Não sou protagonista da minha história para me utilizar como personagem principal, mas acredito que tenha que expor minha história, então, vamos lá. Nasci doente, não uma doença pesada que gerasse coisas muito ruins mas, tudo começa ali, um erro, um fardo e uma irmã perfeita - perfeita mesmo, uma irmã sensacional - pais queridos e amorosos porém, briguentos e com algumas palavras rudes as quais ninguém é capaz de esquecer. 


A vida escolar anteriormente era promissora, agora, infelizmente, estou fadada ao extremo fracasso e os professores costumam dizer que “quem for mal nisso nunca vai passar no vestibular” o que me deixa ainda mais desacreditada: para que lutar se já sou dada como derrotada? Isso é o que me pergunto todos os dias quando me levanto, quando me deito e até quando vou assistir televisão. Eu não consigo ter vontade de ler, não consigo ter vontade de sair porque me sinto extremamente cansada, com a mente pesada. 

Nada de grave aconteceu comigo e você até pode pensar que sou uma ridícula por cogitar suicídio mas, tudo isso tem um sentido: o mundo, sim, ele mesmo, ele é uma grande mentira, ele é cheio de maldade e pouco importa se tens o coração bom ou mau: isso não consta no currículo muito menos lhe dá capacidade de fazer algo e, no fim, poucos valorizam aquilo que para mim é de verdade. 

O mundo parece muito errado e costumam dizer “então o mude”, olhe em torno as bases arcaicas as quais utilizamos como suporte. Todas elas intransponíveis, todas elas maciças e, infelizmente, tristes. Quando eu era menor eu olhava para o céu e conseguia ver muita coisa, conseguia fitar a imensidão azul e senti-la dentro de mim mas, hoje, me sinto oca, acabada, saturada e sem nenhuma razão ou objetivo de vida. Eu sei que aparentemente tenho muita vida pela frente mas, em vez de isso me dar esperanças, me assusta. 

Às vezes eu quero gritar e dizer o quanto isso está errado porém eu sou como todos os outros: eu sou má e tento fingir que não porque lidar com isso é horrível. Eu costumo riscar a parede de casa, surtar com músicas, arrancar meus próprios cabelos enquanto choro, ingerir remédios para dormir, ingerir remédios com bebidas porque me canso. Antes eu odiava bebidas, repugnava toda e qualquer droga, porém hoje, mesmo que não use frequentemente, eu entendo quem as usam, afinal, para mim faz todo o sentido querer fugir de tudo isso. Eu queria ser forte, eu queria acreditar, e eu acredito em Deus, acredito que ele cuide de todos nós porém, estragamos tudo, colocamos maldade em tudo aquilo considerado bonito. 

Às vezes prefiro pensar que Deus esqueceu de mim porque está cuidando de pessoas que precisam muito mais que eu. E eu entendo, eu entendo que eu só estou dramatizando minha situação, mas, a cada dia que passa eu menos sei porque vive e mesmo vendo nos olhos das pessoas que amo meu reflexo, não consigo me enxergar ali. Não gosto de falar disso, não quero falar disso, eu não quero ser a egoísta que pensa em suicídio sem nunca ter passado por algo horrível mas, a pior merda é se sentir mal sem ter razões para isso, saber que está sendo fútil e ridícula mas, me perdoe, eu me sinto assim. Eu tinha sonhos, muitos, e eu costumava me visualizar em histórias, porém, meus sonhos foram esmagados com o tempo e não consigo mais ter predições para o futuro: só decepções. 

Eu queria ser escritora, eu quero ser, eu quero que algum dia pessoas leiam minhas palavras mas isso nunca vai acontecer, primeiro porque pelo que vê meu texto é horrível e segundo porque eu não sei se vou viver muito ou pouco. Eu tenho medo de lâminas, de remédios, de sequelas e de me atirar da ponto, na verdade eu tenho medo da dor mesmo que esteja sangrando internamente. Eu só queria conseguir dize um adeus descente e, também, queria ter coragem de acabar com isso, com tudo, eu sei que isso é covarde, afinal, só corajosos vivem, mas eu cansei de fingir ser uma super-heroína, sou mais frágil do que muitos imaginam e mesmo que eu soe extremamente engraçada e feliz isso é só para que você possa sorrir, pelo menos, possa sorrir mais que eu.

Sinto muito se isso não contribuiu com sua vida, com seus sonhos, mas eu quero que lute por nós e por mim, eu ainda me importo, eu ainda quero ajudar aquela velhinha a atravessa a rua e tentar conscientizar o mundo que jogar lixo no chão é errado e, por fim, mostrar que não é preciso um diploma para isso… eu ainda quero isso mais que tudo, mesmo que pareça utópico, eu prefiro pensar assim, faz com que eu continue, mesmo que infeliz me faz ter um fio de esperança, um fio que me segura apesar de estar prestes a cair.
Depoimento de F.
Imagem : Pexels

VEJO O MUNDO EM PRETO E BRANCO

5/03/2015

Nossa, eu não suporto essa depressão maldita implorando pra entrar na minha vida! Eu suporto, mas não pra sempre... Ela faz eu ver o mundo em preto e branco. Não vejo graça em nada; nunca sorrio pra ninguém, nunca me dou bem em nada. Nem no amor, nem mesmo na dor. Tudo que conquisto eu perco, não consigo terminar meus desejos, realizar meus sonhos... Que vontade de morrer!

Mas morrer pra quê? Pra ir pro inferno e ter uma eternidade lá? 

Que bosta que é a vida ! Cheia de desilusões...  tudo é passageiro, todos são egoístas, traiçoeiros, espertos e inimigos. Nunca tive um amor, só ilusões e arrependimentos. Não tenho poder sobre meus pensamentos eles que mandam em mim e me fazem fazer coisas ridículas! 

Tenho medo de tudo e de todos e, quando penso que estou bem, no mesmo momento vejo que estou ‘pensando que estou bem’ mas na verdade estou pior do que nunca...

Odeio minha vida. Sei que tem gente pior do que eu, mas eu não pedi pra
estar aqui. Me sinto um peixe fora d’água.

Meus pensamentos que só sabem me colocar para baixo.

Acredito muito em Deus, mas parece que ele só cuida de quem não merece! Odeio, odeio, odeio isso.

Cada segundo é viver como se fosse torturado até a morte. Morte que não chega nunca! Quem pensar igual a mim, comente sua vida, entre em contato comigo! Mesmo sendo muito legal, não consigo nada de bom pra mim, só ilusões, prazeres inúteis e uma vida inútil. Me sinto muito pior do que um mendigo que pelo menos sabe viver sozinho... 

Anderson, 17 anos
A partir da Comunidade QM
Imagem: Pexels

FILHOS COM DEPRESSÃO : COMO AJUDAR

3/04/2013
Imagem por physiognomist
Depressão na adolescência não é apenas mau humor e a melancolia ocasional de estar crescendo. É um problema sério que afeta todos os aspectos da vida de uma adolescente. Depressão na adolescência pode levar a drogas e álcool, auto-mutilação, gravidez, violência, e até mesmo suicídio. Mas, como um preocupado pai, há muitas maneiras para ajudar. Falar sobre o problema e oferecer apoio pode ser um caminho para conseguir colocar o adolescente de volta aos trilhos.

Por que filhos adolescentes podem ter depressão?

Adolescentes enfrentam uma série de pressões, desde as mudanças da puberdade a questões sobre quem são e onde eles se encaixam dentro do se universo jovem. A transição natural da criança para  adulto também pode trazer conflito parental, pois os adolescentes começam a afirmar sua independência. 

Com todo este drama, nem sempre é fácil diferenciar entre a depressão e mau humor adolescente normal. Tornando as coisas ainda mais complicadas, os adolescentes com depressão não necessariamente parecem tristes, nem sempre se retraem ou fazem algo de errado. Para alguns adolescentes deprimidos, os sintomas são irritabilidade, agressividade e raiva constante.

Os efeitos negativos da depressão na adolescência vão muito além de um humor melancólico. Muitos comportamentos rebeldes e insalubres ou atitudes em adolescentes são na verdade indícios de depressão. 

Como ajudar seu filho com depressão

Se você suspeitar que um adolescente em sua vida está sofrendo de depressão, converse com ele de imediato. Mesmo se você não tiver certeza de que a depressão é o problema, os comportamentos problemáticos e emoções que você está vendo em seu filho adolescente são sinais de um problema.

Seja ou não esse problema uma depressão, ele ainda precisa ser tratado. Quanto mais cedo melhor. De uma forma amorosa e sem julgamento, compartilhe suas preocupações com seu filho adolescente. Deixe que ele ou ela sabe que sinais específicos de depressão você percebeu e porque se preocupa. Em seguida incentive o seu filho a dividir o que ele ou ela está passando.

O adolescente pode estar relutante em se abrir, ter vergonha ou com medo de ser mal interpretado. Como alternativa, você pode incentivar seu filho a ir a um psicólogo para conversar como uma pessoa neutra.
A partir do site Relacionamentos. Leia no original

SABE QUANDO VOCÊ SE SENTE IMPOTENTE ?!

3/03/2013
Imagem por angelssol
Sabe quando você se sente impotente? E ainda sabe que a culpa é sua por tudo estar acontecendo dessa maneira? Sabe como é difícil olhar pra trás e saber que você poderia ter feito diferente, mas não fez. Pior ainda é saber que você sabe dos erros, mais não aprendeu com eles, continua a errar da mesma forma... Medos. Medos graves mesmo, sabe? Não é medo do “bicho papão” de ser roubado, de um “filme de terror” ou algo assim. O medo que eu sinto é o pior medo que alguém pode sentir... Medo do futuro! Meu futuro é incerto, estou construindo ele hoje, o pior de tudo é que estou construindo errado, cheio de falhas. Nada acontece como eu planejei. Minhas vontades parecem ser maiores que meus sonhos, meus objetivos, minha carência muda meu comportamento.

Quanto eu faço por ter as pessoas ao meu lado? E elas não fazem nada por mim... Mesmo assim, eu cometo o mesmo erro de ir atrás, de ferir os meus sonhos. É tão triste saber que meus sonhos estão afundando e eu assistindo isso, me sentindo impotente, com as mãos amarradas. 

Não sei como achar uma saída, realmente não sei onde esta aquela famosa “luz no fim do túnel”, mas estou a procurá-la. Ainda bem que eu ainda tenho força pra continuar, ou talvez “empurrar com a barriga” mesmo sabendo que o certo seria de outro jeito. Fico a pensar... Porque eu não consigo? Por quê? Se eu sei o que é certo a se fazer, se eu sei o que deve ser feito... Fico a pensar o porquê de eu não ter a capacidade intelectual para conseguir traçar meus objetivos, fico a pensar onde estão as minhas qualidades? Só vejo mentiras sobre mim... Eu não sou nada do que as pessoas acham que eu sou: não inteligente, eu não sou legal, eu acho que nem mesmo “coração bom” como algumas pessoas falaram que eu tenho. Que tipo de ser humano eu sou? E o porquê que eu tenho que ser assim? Fico a pensar, como eu posso conseguir mudar? Sumir com esse orgulho que me sufoca a cabeça, acabar com esse egoísmo que machuca meu peito, e desaparecer com essa inveja que sufoca meu amor próprio.

Onde eu posso conseguir ajuda? Quem pode me ajudar? Eu sei que não adianta chorar, não adianta fingir, as máscaras caem um dia... Eu só quero ser um ser humano melhor, eu só quero poder ajudar a minha mãe, meus irmãos, eu só quero poder dar orgulho a minha família, amá-los como eles me amam e me sentir amado também. Será se é pedir muito? Sabe, eu juro, dinheiro não me interessa muito, o que me interessa é o que ele pode me proporcionar, ajudar todas as pessoas que eu amo. Eu sei que dinheiro não trás saúde, amor ou até mesmo felicidade, mas ele ajuda e muito nesses fatores... Eu só queria ter o suficiente pra ajudar minha família e poder seguir em frente, porque eu sonho em ter uma família, filhos, esposa, netos. Sonho com um futuro bom. Mas, como eu posso conseguir isso, se eu estou tendo a chance e a estou perdendo, devido a minha preguiça, burrice, orgulho, egocentrismo, maldade, egoísmo, inveja, falta de amor próprio, “vadiagem”. Como eu posso mudar isso, se esse sou eu? Eu queria realmente poder responder essa pergunta a mim mesmo... Eu queria realmente mudar, (viver dói, dói muito! Mas é necessário viver...).

Um dia li um texto que me identifiquei muito “a síndrome dos 20 e poucos anos”, como é difícil chegar a essa fase, sonhos, interesses, objetivos, pessoas, amigos, responsabilidades, é uma difícil transição e o pior é que você tem que traçá-la sozinho, ninguém pode te ajudar, mas precisamos de ajuda (eu preciso), escrevo esse texto de forma de desabafo, pra eu mesmo às vezes ler e saber quem sou eu, pra eu saber que se eu fracassei ou fracassar o culpado sou eu e mais ninguém... O meu choro, vem com poucas lágrimas, mas me dói tanto... Às vezes eu acho que se eu chorasse com mais vigor poderia até não acabar com toda a dor que eu sinto agora, mas me aliviaria um pouco só que infelizmente nem isso eu tenho mais (lágrimas).  Tem uma música do "los hermanos" que eu fico a pensar no trecho dela que diz assim: (...) “e se eu fosse o primeiro a voltar, pra mudar o que eu fiz... Quem então agora eu seria?”.

Então, quem eu seria? Na verdade eu não sei mudar, eu não consigo mudar, mas eu quero, quero muito! Tenho as ferramentas, sei dos meus erros, mas porque eu não consigo usá-las? Porque eu sou tão “burro” ao ponto de me ver errando e não mudar? Por que eu não tenho capacidades cognitiva e intelectual para ser um profissional de sucesso? São tantos os porquês e nenhuma as respostas... Mas, fica tranquilo... Eu to seguindo, mesmo com o coração todo quebrado, cheio de mágoas e às vezes me sentindo a “pior pessoa do mundo”, mas como eu já disse é necessário viver... Certo de que cada um tem seu destino, fico a imaginar como os deficientes (visuais, cegos, surdos, mudos, paraplégicos ou outras síndromes) quais são os porquês deles, e as respostas que eles encontram pra continuar com vigor e “felicidade” talvez o sorriso deles sejam igual ao meu: cheio de tristeza, que ninguém percebe. Não percebem porque somos guerreiros, porque conseguimos viver e apesar de todas as dificuldades, sabemos que é preciso continuar... Ás vezes não por nós, mas por quem amamos, mesmo dando trabalho, mesmo sendo “uma pedra no sapato” dessas pessoas que nos amam, mesmo assim elas nos amam, não sei por que, mas amam...
A partir da Comunidade QM. Leia no original

DEPRESSÃO EM ADOLESCENTES NÃO É LEVADA A SÉRIO

5/10/2011
“A depressão entre adolescentes é uma problema sério de saúde pública que é muitas vezes subestimado e as conseqüências podem ser devastadoras”. A afirmação de Pamela S. Hyde (administradora do órgão americano Substance Abuse and Mental Health Services Administration,) chama atenção para o aumento na incidência de depressão entre jovens americanos. Cerca de 8% dos jovens sofreram pelo menos um episódio depressivo leve no último ano.

Durante esses episódios – que podem durar até duas semanas – a pessoa perde o interesse em diversas atividades, tem problemas para dormir, comer e se concentrar e pode enfrentar outras complicações. A ocorrência desses episódios e outros sintomas podem indicar que a pessoa está sofrendo de um quadro mais sério da depressão.

Uma pesquisa estudou 22.626 jovens americanos de até 17 anos de idade para avaliar a incidência da doença. Ela mostrou que meninas tinham duas vezes mais chances de terem sofrido um episódio depressivo no ano anterior ao estudo. A pesquisa aponta também que as probabilidade de os episódios ocorrerem aumentam com a idade dos adolescentes. Os jovens acima de 15 anos tinham 10.4% de chances de terem um episódio depressivo leve enquanto esse número foi de apenas 3.6% entre pessoas de 12 anos.

O fator mais preocupante, de acordo com o estudo, é que mais da metade dos jovens que passaram por esses problemas não recebeu tratamento adequado. Apenas 35% consultaram um médico e 6.7% receberam medicamentos. “Se a depressão entre jovens é identificada e tratada cedo nós podemos mudar uma vida e reduzir o impacto da doença mental e abuso de substâncias”, completa Hyde.

A pesquisa foi publicada pelo Substance Abuse and Mental Health Services Administration.

A partir de LiveScience (28/04/2011). Leia no original

A REALIDADE DO SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA

1/05/2011

Embora aqueles que rodeiam o adolescente suicida vejam o ato do suicídio deste como um ato infantil ou uma forma de chamar a atenção, o suicídio é algo muito maior e mais complexo que isso.

Para começar a compreender este ato, temos que primeiro perguntar a nós próprios por que alguém desejaria acabar com a própria vida e tentar suicídio? Certamente não será uma decisão fácil de tomar, seja em que idade for, mas tenhamos em atenção que é na adolescência que muitos destes casos ocorrem.

Ao tentar responder a essa pergunta, facilmente chegamos à conclusão de que vários autores (por exemplo, Crumley, 1982; Joffe, 1989; Laufer, 1993) tinham razão ao dizer que as tentativas de suicidio são sempre sinal de um estado mental deteriorado e de uma patologia grave.

Para compreender melhor uma tentativa de suicidio na adolescência, temos que examinar o acto em si e o seu significado. Sampaio (1995) afirma que apesar de ser um gesto individual, o suicidio tem um significado relacional. Este autor refere que a tentativa de suicidio na adolescência pode ser dividida em quatro tipos fundamentais, nomeadamente:

· Apelo – O adolescente tem como intenção pedir ajuda;
· Desafio – O jovem pretende com o seu gesto contestar uma certa autoridade.
· Fuga – O adolescente tenta suicidar-se com a intenção de escapar a sentimentos negativos e ao isolamento em que possa ter caído.
· Renascimento – Com a sua morte, o adolescente pretende renascer de forma diferente.
Sampaio afirma ainda que existem factores predisponentes a uma tentativa de suicídio, tais como histórias familiares ou da pessoa em questão de depressão ou suicídio; historial de problemas psiquiátricos ou de dependência a substâncias químicas; personalidade impulsiva, que na presença de uma situação limite, leve ao comportamento suicida.

O Adolescente Suicida

A adolescência é um período conturbado e difícil, cheio de mudanças a nível físico, emocional, intelectual e sexual.

Tal como Catalina Bronstein afirma, a auto-imagem da criança pré-adolescente dá lugar à tomada de consciência de um corpo cambiante, um corpo sexual maduro que anuncia a chegada de uma nova identidade, novas liberdades e novas responsabilidades, e o indivíduo tem que ter a capacidade para enfrentar estas mudanças, capacidade essa influenciada por muitas caracteristicas de personalidade construidas na infância. 

DEPRESSÃO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

12/17/2010
A depressão na adolescência não consiste apenas em maus humores e melancolia ocasional. A depressão é um problema sério com grande impacto na vida de um adolescente. Se não for tratada, a depressão poderá conduzir a problemas na escola e em casa, abuso de drogas, ódio por si mesmo e até tragédias irreversíveis como homicídios ou suicídios.

Felizmente, a depressão na adolescência pode ser tratada, e como pai, professor ou amigo, há várias coisas nas quais pode ajudar.

Perceber a depressão na adolescência - Existem algumas ideias erradas acerca da depressão na adolescência, assim como acerca dos adolescentes em geral. Já todos sabemos que a adolescência é difícil, mas a maioria dos jovens contrabalança a ansiedade e angustia com boas amizades, sucesso na escola ou em outras actividades, e o desenvolvimento de um forte sentido de si próprio. Maus humores e rebeldia são normais na idade, mas a depressão na adolescência é muito diferente. A depressão pode destruir a essência da personalidade do adolescente, causando tristeza, desespero, ou raiva.

A depressão na adolescência está a aumentar, ou talvez só agora estamos a apercebermo-nos dela, o facto é que a depressão atinge mais os adolescentes do que a maioria das pessoas pensa. E apesar de a depressão poder ser tratada, os peritos afirmam que apenas 20% dos adolescentes deprimidos recebem ajuda.

Ao contrário dos adultos, que têm a capacidade de procurar ajuda sozinhos, os adolescentes dependem dos pais, professores ou outros adultos para se aperceberem do seu sofrimento e para encaminhar para um tratamento. Portanto, se tiver um adolescente presente na sua vida, é importante que saiba o que é uma depressão na adolescência e como detectar os sinais de alarme.

Sinais e sintomas de depressão na adolescência - Os adolescentes enfrentam variadíssimas pressões, desde as mudanças da puberdade a questões sobre quem são e onde pertencem. A transição de criança para adulto também pode trazer conflitos com os pais, na medida em que os adolescentes começam a exigir a sua independência. Com todo este drama, nem sempre é fácil diferenciar entre depressão e estados de humor típicos da adolescência. Tornando as coisas ainda mais complicadas. Os adolescentes com depressão não aparentam necessariamente tristeza. Em alguns adolescentes deprimidos, são mais visíveis sintomas como irritabilidade, agressividade e raiva.

Podem ser sinais e sintomas de depressão nos adolescentes:

• tristeza ou desespero;
• irritabilidade;
• raiva;
• hostilidade;
• choro frequente;
• isolamento;
• perda de interesse em actividades;
• mudanças nos hábitos de alimentação e de sono;
• falta de descanso e agitação;
• sentimentos de culpa;
• falta de entusiasmo e de motivação;
• fadiga ou falta de energia;
• dificuldades na concentração;
• pensamentos de morte ou suicido.

Se não tem a certeza se um adolescente está deprimido ou se se trata apenas de uma fase da adolescência, tenha em atenção a duração e gravidade dos sintomas, e nas diferenças de atitudes em relação à sua maneira de ser.

Enquanto algumas “dores” são necessárias nas etapas de crescimento, grandes e dramáticas mudanças de personalidade, humor ou comportamento são sinais de um problema grave.


A diferença entre a depressão na idade adulta e na adolescência

A depressão nos adolescentes pode ser muito diferente da depressão nos adultos.

Os seguintes sintomas são mais frequentes nos adolescentes:

• irritabilidade ou raiva;
• dores inexplicáveis (adolescentes deprimidos queixam-se frequentemente de dores de cabeça ou de estômago);
• extrema sensibilidade às críticas;
• isolamento de algumas pessoas (enquanto que os adultos se isolam completamente, os adolescentes tendem a conservar algumas amizades).

Efeitos da depressão na adolescência

Os efeitos negativos da depressão na adolescência vão mais além do que um estado melancólico. Várias atitudes de rebelião são, por vezes, indicação de depressão.

A depressão na adolescência pode levar a:

• Problemas na Escola
A depressão pode causar baixos níveis de energia e dificuldades de concentração. Na escola, pode resultar em falta de atenção, descida das notas, ou dificuldades com os trabalhos de casa.

• Fugas
Vários adolescentes deprimidos fogem de casa ou falam acerca disso. Tentativas deste género são usualmente pedidos de ajuda.

• Abuso de Substâncias
Os adolescentes podem utilizar drogas e/ou álcool para se “auto-medicarem”. Infelizmente, o abuso de substância só torna as coisas ainda piores.

• Baixa auto-estima
A depressão pode levar um adolescente a sentir-se feio, envergonhado, falhado, ou sem valor.

• Distúrbio Alimentares
Anorexia, bulimia, comer de mais e fazer dietas “yo-yo” são frequentemente sinais de depressão.

• Adição à Internet
Os adolescentes podem utilizar a Internet como escape dos seus problemas. Mas o uso excessivo de computadores apenas aumenta o seu isolamento e torna-os ainda mais deprimidos.

• Auto-mutilação
Cortar-se, queimar-se, e outros tipos de auto-mutilação estão quase sempre associados a depressões.

• Comportamentos de risco
Os adolescentes deprimidos tendem a assumir comportamentos de risco, como conduzir embriagado, exagerar no consumo de bebidas alcoólicas, e ter relações sexuais sem protecção.

• Violência
Alguns adolescentes deprimidos (por norma, aqueles que são vitimas de bullying, i.e., vitimas de outros colegas mais velhos ou fortes) tornam-se violentos. Como os conhecidos casos de massacres em escolas, que infelizmente têm aumentado. Os adolescentes deprimidos podem desenvolver aversão a si próprios e desejo de morrer, podem originar uma raiva violenta e até homicida.

• Suicídio
Adolescentes seriamente deprimidos pensam e falam em suicídio, ou chamam à atenção com tentativas de suicídio. De acordo com os especialistas, o suicídio é a terceira causa de morte entre jovens dos 15 aos 24 anos. Para a maioria dos jovens suicidas, a depressão ou outra desordem psicológica têm um papel fundamental. Em jovens deprimidos que abusam de álcool ou de drogas, o risco de suicídio é ainda maior. Devido ao perigo real de suicídio, os adolescentes deprimidos devem ser acompanhados para uma mais rápida detecção de pensamentos ou comportamentos suicidas.
Os sinais de alarme incluem:
- falar ou fazer piadas acerca de tentativas de suicídio;
- dizer coisas do género “estava melhor morto”, “quem me dera desaparecer para sempre” ou “não há saída”;
- falar positivamente acerca da morte e romantizar a morte (“se morresse, as pessoas iriam de certeza gostar mais de mim”);
- escrever histórias e poemas acerca da morte ou do suicídio;
- ter comportamentos de risco ou ferir-se várias vezes em acidentes;
- dar os seus bens pessoais;
- dizer adeus à família e aos amigos; procurar armas, comprimidos ou outras formas de suicídio.
Imagem: por hiperkarma
 
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