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O IMPORTANTE É SAIR DOS TRILHOS

9/10/2017


Sair dos trilhos é fugir a um padrão de comportamento, não agir conforme o esperado. Todos nós temos paradigmas. Desses que encalacram a vida da gente. Eles nascem, brotam, surgem do nada, pelos cantos, frestas e paredes, por cima, por baixo, de pé, deitado, em nossa casa, nas padarias, nos escritórios, nas empresas, nos jornais, nas tevês. 

Mas o que são paradigmas? Diriam  as testemunhas do trabalho e das idéias de Albert Einstein: “ele fez o seu trabalho mais brilhante quando desafiou os paradigmas da ciência e ousou sair dos trilhos, violando regras que constrangiam seu pensamento. Felizmente não se deixou limitar pelo mundo tridimensional que conhecia. Ele usou a
imaginação para ir além das suas experiências e entrar de corpo e alma num universo multidimensional. Nós, físicos e amigos de Einstein, descobrimos que essa idéia se aproxima
mais do  modo pelo qual o universo se estrutura na realidade. Einstein só pode chegar a ela por seu espírito transgressor. De maneira imaginativa e inovadora, e de natureza perseverante, saiu dos trilhos, voou sentado na ponta de um raio de luz.”

Mas quer ver como nasce um paradigma?

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No centro dessa jaula puseram uma escada e no ponto mais alto da escada, no último degrau, um bonito e maduro cacho de nanicas, a marca de bananas preferida dessa macacada. Quando um macaco subia a escada para apanhar uma banana que fosse, os cientistas esguichavam água fria – atente para o detalhe – nos que estavam no chão. Esses pagavam o maior mico. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam o pobre coitado de pancada. Passado algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada. E as nanicas continuavam lá, tentadoras. Então os cientistas substituíram um dos cinco macacos.

primeira coisa que ele fez, morrendo de fome que estava, foi subir tranquilamente a escada. Os outros macacos, antes que o jato gelado de água fosse detonado, retiraram o novato rapidinho e não deixaram por menos, pancada em cima de pancada no calouro. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo aprendeu, não subia mais a escada. Um segundo macaco foi substituído, e a mesma coisa acabou acontecendo, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, da surra ao novato.

Bem, um terceiro foi trocado, e o fato repetiu-se. Subiu a escada, pancada. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído. Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse
chegar às bananas. 

Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: “Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui…”

Agora continue fora dos trilhos e troque essa jaula pela sua casa, padaria, escritório, empresa. Em grandes companhias o pessoal da administração diz que isso não pode porque o ‘policy’ da empresa não permite. As coisas sempre foram assim por aqui! Daí a gente traduz ‘policy’ e vê que é a linha política, o plano de ação, a orientação, o método, as normas, os programas, os TRILHOS. Bem que Einstein dizia, “é mais fácil desintegrar um átomo do que um paradigma, um preconceito.”


*     *     *
Sobre a animação

A divisão entre os poderosos e os impotentes nunca foi tão grande. E nestes tempos difíceis, temos de perceber que, se queremos mudar o mundo, precisamos mudar a forma como ele funciona. AIME é uma organização de caridade que faz exatamente isso, usando mentoring para tornar o sistema de educação mais justa e inclusiva para todos. 

Porque as crianças com acesso a uma boa educação têm condições de sair da pobreza e começar a quebrar o ciclo de desigualdade. Na Austrália, AIME já capacitou dezenas de milhares de crianças para mudar o curso de suas vidas. 

Créditos 
Filme: Dirigido por Laurent Witz Animado por Zeilt produções criadas por M & C Saatchi, Sydney música composta por Olivier Defradat letras cantadas por Mariot Pejot

A partir de artigo Cláudio Corrêa de Almeida
Imagem : Pixabay

TRISTEZA

9/01/2017

Há um espécie de tristeza
que me habita
Tristeza sem dono, ou nome
Tristeza sem hora,ou lugar
Ainda não estudada,
não tem como ser medicada

Será doença de poeta?

Penso, quando assim estou,
que é a Morte
que me visita, vem me beijar...
Quase vejo-a, invisível que é,
diante da xícara
fumegante com meu café.
Como anseio pegá-la
em meus braços, beijá-la...

Será a pestilência da poesia
que me contamina?

Há uma espécie de tristeza
que me habita
E mora em mim há tanto tempo
que me apeguei profundamente
a ela.
Tornou-se praticamente
uma característica minha:
" Lá vai Maria
e seus olhos tristes"...
Dizem quando passo
Afundo os olhos num livro
e vou com mais pressa 

Tentando não deixar espaço,
tentando não virar conversa...

Quero estar comigo e com
minha tristeza

Só ela sabe de nós
Só ela sabe porque vive aqui dentro
desde que eu era pequenina
desde que eu me escondia na goiabeira
Só nos duas, de mãos dadas, comendo pipoca
assistíamos meus pesadelos.
Eu a calçava junto 
com meus sapatos, toda manhã.
A comia nos lanches da escola.
Ela desenhava comigo a giz
no muro do meu quintal.

Quando as luzes se apagavam,
quando todos iam dormir,
fugíamos juntas para o 
lugar mais alto e por horas
procurávamos sentido
nas estrelas...Entrelaçadas.
Eu e minha Tristeza sem nome.

Cresci, mas não muito. 
Ela cresceu comigo.
A Tristeza sem rosto e sem nome,
que não é
nem feia,
nem fria,
nem amarga.

De alguma forma,
mesmo sem forma,
a vejo. 
E a Tristeza que trago,
sem nome e sem rosto,
é quente- como o mormaço de uma tarde de tédio,
é bela- como uma cicatriz recém aberta,
e doce- como um favo de mel ainda não chupado.

Um quente que amolece o corpo
Um belo que arrepia a alma
Um doce que se come com os olhos

Meu maior medo, 
quando a encaro
é que seja uma falha genética,
que seja no meu dna. 
Que se espalhe através dele
como uma peste!
Que perturbe meus filhos,
como me perturba.

Talvez por isso 
eu não a deixe ir
Talvez por isso
eu a segure aqui
Não quero que
persiga ninguém.

Há uma espécie de tristeza
que me habita
E mora em mim há tanto tempo
que me apeguei profundamente
a ela.
Dizem todos quando passo:
" Lá vai Maria
e seus olhos tristes"...

Angel Piai
A partir de Crônicas e Poesias
Imagem : Pexels 

VOCÊ NÃO PRECISA SER FELIZ TODO DIA

8/09/2017

Quem disse que o estado natural do ser humano é ser feliz? Aliás, você não desconfia daquelas pessoas que postam fotos com cara e legenda de "plenitude" todos os dias? Então, temos uma notícia libertadora: você não tem obrigação de se sentir feliz 24 horas por dia.

A professora do Departamento de Filosofia da Unifesp, Cecilia C. Cavaleiro de Macedo, fala que a ideia de felicidade foi supervalorizada pela sociedade moderna. Como efeito colateral, uma ditadura de felicidade, beleza e juventude começou a fazer parte da nossa cultura. Os avanços científicos até garantiram maior longevidade, métodos cirúrgicos apurados e remédios para amenizar as dores da alma. Todo avanço é positivo, mas a realidade é: continuamos envelhecendo, perdendo a beleza, a juventude, a saúde e, por mais difícil que seja encarar, continuamos morrendo.

“Isso leva as pessoas a acharem vergonhoso envelhecer, assim como não corresponder a determinados padrões de beleza, não ser bem-sucedido e admirado. Há uma crença disseminada, em parte pela indústria farmacêutica, em parte pelos meios de comunicação de massa, de que ser ou estar triste não é normal”, diz Cecília.

Insatisfação dá sentido à vida

Felicidade é uma palavrinha com sentido amplo, pessoal e intransferível. Nem mesmo os filósofos, que debatem o assunto há milênios, conseguiram definir. “A felicidade não é algo delimitado e compartilhado, que se pode experimentar, como a alegria. Ela é mais que isso, é um propósito, uma meta a ser atingida”, explica a professora Cecília. Para ela, felicidade deve ser entendida como uma constante busca, pois, se pudéssemos alcançá-la completamente, não teríamos mais razão para viver. É um objetivo que funciona como um motor nos levando sempre para a frente.

Portanto, esqueça a ideia de que a tradução de felicidade é o Instagram daquele ex-colega da escola. “A felicidade é relativa, porque está baseada na referência de cada um sobre o que é esse sentimento”, explica Bruno Gimenes, professor, palestrante e autor do livro “Propósito Inabalável” (Ed. Luz da Serra).

Saber se você é feliz depende do autoconhecimento, de uma observação profunda da própria vida. Segundo a jornalista e escritora Vera Golik, palestrante da área de autoestima, a felicidade pode ser medida pelos resultados alcançados no dia a dia e tem muito a ver com o quanto você se sente realizado. Também é bom entender que os altos e baixos sempre estarão por aí. Mas quem determina seus fatores de realização é você.

A sombra do estresse

Você já viu seu nível de ansiedade subir só de pensar se é feliz ou não? Pois saiba que não está só. Há um mito de que a felicidade plena existe e já foi atingida pelos outros. Porém, se mudarmos nosso olhar um pouquinho, veremos que essa busca não precisa ser fonte de estresse. “Não devemos buscar a felicidade em si, mas a nós mesmos. Encontre a sua missão de vida e a felicidade encontrará você. Felicidade é sintoma e consequência”, explica Bruno.

Pode chegar, dona tristeza

Já dizia Mario Quintana: "Quem nunca quis morrer, não sabe o que é viver”. Pode até parecer contraditório, mas dá para usar a tristeza de um jeito bem funcional. “Acredito que a dor (como um estado emocional de conflito ou tristeza) seja um dos mais poderosos instrumentos de evolução, desde que se esteja disposto a aprender com ela”, diz Bruno Gimenes.

Então, da próxima vez que a infelicidade bater à sua porta, é bom abrir. E andar um tempinho de mãos dadas com ela.

Algumas atitudes podem ajudar:
  • Fique um pouquinho na sua –diga não aos convites dos outros sem culpa– e pare para refletir sobre os seus sonhos. O que você deixou para trás?
  • Aproveite para se conhecer, vá fundo nas suas fraquezas e limitações. Só quando descobrimos o que incomoda, de verdade, podemos fazer algo a respeito.
  • Abrace o sentimento negativo e encare-o, para vasculhar as causas da deprê. Pode ter algo a ver com você, mas, também, com situações que sugam a energia de qualquer pessoa e que costumamos alimentar sem nem perceber.
  • Se estiver difícil demais, cerque-se de pessoas positivas, que possam inspirar você em novos caminhos.
  • Acredite no poder de transformar qualquer situação em uma oportunidade de crescimento. “Se usar as situações boas e ruins como etapas, sempre evoluindo, estará caminhando em direção à felicidade. Não uma felicidade estática, mas aquela representada pela busca constante de aprimoramento”, finaliza Vera Golik.
Gabriela Guimarães e Carolina Prado
A partir do Portal UOL. Leia no original
Imagem : 

ANGÚSTIA

7/30/2017

'SÍNDROME DO PÂNICO ME FEZ TER MAIS RESPEITO PELO SOFRIMENTO', DIZ PADRE FÁBIO

7/04/2017

Padre Fábio de Melo, famoso nas redes sociais por suas publicações divertidas e por ser amigo de celebridades como Evaristo Costa, Lucas Lucco e Alcione, deu detalhes sobre a síndrome do pânico, doença diagnosticada há dois anos e que voltou a se manifestar nos últimos dias.

"As vezes eu me pegava me escondendo debaixo da cama tamanho era o pavor que eu sentia", disse o religioso a Poliana Abritta, apresentadora do "Fantástico", da Globo –a entrevista foi ao ar neste domingo (20).

Segundo Melo, no auge da angústia, era à mãe a quem recorria. "Teve um dia que meu desespero era tão grande que eu não queria falar com outra pessoa que não fosse ela", disse.

"Eu sou o padre Fábio de Melo, eu tenho muita responsabilidade como o padre Fábio de Melo, mas eu continuo sendo o Fabinho da minha mãe", completou.

A doença, que afirma já está sendo tratada e acompanhada por especialistas, "abalou a sua fé" e o fez pensar em desistir da batina.

"Foram dias em que eu decidi tanta coisa rapidamente dentro de mim que pensei 'eu não quero mais ser padre, eu não tenho mais coragem de enfrentar as pessoas, eu não tenho mais condições de ser quem eu sou'."

Melo também afirmou que a doença o fez "mais confiante". "Retomei essa fé que me move. Eu acho que foi extremamente providencial eu ter vivido isso porque, se eu já tinha um respeito pelo sofrimento humano e pelo mistério que é o ser humano, hoje eu tenho muito mais".


'CHORO POR MIM, CHORO POR TER ME PERDIDO... "

4/08/2017

E
u não tenho uma história propriamente dita, afinal, só tenho 17 anos. Pensar que com essa idade já penso em dar um fim a minha vida, estranho não é? Perspectivas e sonhos ainda podem ser concretizadas porém, eu não tenho mais vontade de saber o que vai acontecer amanhã. Gosto de permanecer na minha zona de conforto, todos os dias eu levanto, vou para escola e lá eu sorrio, finjo estar completamente bem mas, choro todos os dias por razões não muito importantes mas, choro por mim, choro por ter me perdido e por perceber a cada dia que passa que o mundo em que vivemos é mais frustrante do que eu acreditava que fosse.


Não sou protagonista da minha história para me utilizar como personagem principal, mas acredito que tenha que expor minha história, então, vamos lá. Nasci doente, não uma doença pesada que gerasse coisas muito ruins mas, tudo começa ali, um erro, um fardo e uma irmã perfeita - perfeita mesmo, uma irmã sensacional - pais queridos e amorosos porém, briguentos e com algumas palavras rudes as quais ninguém é capaz de esquecer. 


A vida escolar anteriormente era promissora, agora, infelizmente, estou fadada ao extremo fracasso e os professores costumam dizer que “quem for mal nisso nunca vai passar no vestibular” o que me deixa ainda mais desacreditada: para que lutar se já sou dada como derrotada? Isso é o que me pergunto todos os dias quando me levanto, quando me deito e até quando vou assistir televisão. Eu não consigo ter vontade de ler, não consigo ter vontade de sair porque me sinto extremamente cansada, com a mente pesada. 

Nada de grave aconteceu comigo e você até pode pensar que sou uma ridícula por cogitar suicídio mas, tudo isso tem um sentido: o mundo, sim, ele mesmo, ele é uma grande mentira, ele é cheio de maldade e pouco importa se tens o coração bom ou mau: isso não consta no currículo muito menos lhe dá capacidade de fazer algo e, no fim, poucos valorizam aquilo que para mim é de verdade. 

O mundo parece muito errado e costumam dizer “então o mude”, olhe em torno as bases arcaicas as quais utilizamos como suporte. Todas elas intransponíveis, todas elas maciças e, infelizmente, tristes. Quando eu era menor eu olhava para o céu e conseguia ver muita coisa, conseguia fitar a imensidão azul e senti-la dentro de mim mas, hoje, me sinto oca, acabada, saturada e sem nenhuma razão ou objetivo de vida. Eu sei que aparentemente tenho muita vida pela frente mas, em vez de isso me dar esperanças, me assusta. 

Às vezes eu quero gritar e dizer o quanto isso está errado porém eu sou como todos os outros: eu sou má e tento fingir que não porque lidar com isso é horrível. Eu costumo riscar a parede de casa, surtar com músicas, arrancar meus próprios cabelos enquanto choro, ingerir remédios para dormir, ingerir remédios com bebidas porque me canso. Antes eu odiava bebidas, repugnava toda e qualquer droga, porém hoje, mesmo que não use frequentemente, eu entendo quem as usam, afinal, para mim faz todo o sentido querer fugir de tudo isso. Eu queria ser forte, eu queria acreditar, e eu acredito em Deus, acredito que ele cuide de todos nós porém, estragamos tudo, colocamos maldade em tudo aquilo considerado bonito. 

Às vezes prefiro pensar que Deus esqueceu de mim porque está cuidando de pessoas que precisam muito mais que eu. E eu entendo, eu entendo que eu só estou dramatizando minha situação, mas, a cada dia que passa eu menos sei porque vive e mesmo vendo nos olhos das pessoas que amo meu reflexo, não consigo me enxergar ali. Não gosto de falar disso, não quero falar disso, eu não quero ser a egoísta que pensa em suicídio sem nunca ter passado por algo horrível mas, a pior merda é se sentir mal sem ter razões para isso, saber que está sendo fútil e ridícula mas, me perdoe, eu me sinto assim. Eu tinha sonhos, muitos, e eu costumava me visualizar em histórias, porém, meus sonhos foram esmagados com o tempo e não consigo mais ter predições para o futuro: só decepções. 

Eu queria ser escritora, eu quero ser, eu quero que algum dia pessoas leiam minhas palavras mas isso nunca vai acontecer, primeiro porque pelo que vê meu texto é horrível e segundo porque eu não sei se vou viver muito ou pouco. Eu tenho medo de lâminas, de remédios, de sequelas e de me atirar da ponto, na verdade eu tenho medo da dor mesmo que esteja sangrando internamente. Eu só queria conseguir dize um adeus descente e, também, queria ter coragem de acabar com isso, com tudo, eu sei que isso é covarde, afinal, só corajosos vivem, mas eu cansei de fingir ser uma super-heroína, sou mais frágil do que muitos imaginam e mesmo que eu soe extremamente engraçada e feliz isso é só para que você possa sorrir, pelo menos, possa sorrir mais que eu.

Sinto muito se isso não contribuiu com sua vida, com seus sonhos, mas eu quero que lute por nós e por mim, eu ainda me importo, eu ainda quero ajudar aquela velhinha a atravessa a rua e tentar conscientizar o mundo que jogar lixo no chão é errado e, por fim, mostrar que não é preciso um diploma para isso… eu ainda quero isso mais que tudo, mesmo que pareça utópico, eu prefiro pensar assim, faz com que eu continue, mesmo que infeliz me faz ter um fio de esperança, um fio que me segura apesar de estar prestes a cair.
Depoimento de F.
Imagem : Pexels

CHORO TODOS OS DIAS ESCONDIDA

9/23/2015
"Esse meu relato vai ser taxado por muitos como fútil, bobo, insignificante, mas eu não julgo porque é assim que a minha vida é! Eu tenho praticamente 25 anos e posso dizer que sempre tive uma vida boa, sou a caçula da família e sempre fui regada de mimos, sempre tive tudo que eu queria de forma muito fácil. Hoje eu vejo que parte da pessoa que eu me tornei se deve a todos esses mimos que me fizeram ficar acomodada, preguiçosa e tendo uma visão errada da vida... Meu pai faleceu quanto eu tinha 14 anos e eu sinto tanta saudades dele... Moro com a minha mãe, essa sempre está muito mais preocupada com o relacionamento dela com o namorido do que comigo! Em muitas situações o namorado dela pensa mais em mim do que ela mesma! Eu não consigo abrir a boca e pedir ajuda, eu não consigo conversar sobre como eu me sinto com ninguém, eu tenho vergonha de me expor. Eu até sinto vontade, mas eu simplesmente não consigo! 

Vejo os relatos no grupo e me lembro daquela frase "sempre há alguém pior do que você", mas eu sempre acho que a pessoa pior, no caso, sou eu. Vejo pessoas bonitas reclamando da vida, pessoas com família, com bons relacionamentos, que recebem amor... Eu odeio a pessoa que eu sou. Eu realmente odeio tudo em mim! Eu odeio o que eu vejo toda vez que olho no espelho, porque não sou nem de longe uma pessoa bonita. Nunca trabalhei na minha vida e nesse momento me sinto velha demais pra entrar no mercado de trabalho. Não estou trabalhando, não estou estudando, não tô fazendo nada da vida além de passar dias e dias trancada em meu quarto, comendo feito uma vaca. Mas vou contar o maior dos motivos que me deixa tão perdida...

Tudo "começou" quando um ano e meio atrás eu reencontrei uma pessoa, comecei a me envolver com ele. Fui apresentada a uma forma de vida que eu até então nunca tinha chegado perto de conhecer. Alguém envolvido com drogas, com assassinatos, com coisas que fariam a minha mãe enlouquecer se soubesse. Eu quis ficar com ele! Eu tinha uma fé absurda de que era plano de Deus que a gente tivesse se reencontrado, que era pra ficarmos juntos, que eu iria tirá-lo dessa vida e que ele iria de alguma forma me resgatar também. Não vou ser hipócrita, tivemos momentos muito bons e felizes juntos. Até então eu já tinha tido muitos "namorinhos", gostei de muitas pessoas e até me considero uma pessoa fácil de se apaixonar. Mas com ele foi diferente. 

Eu nunca amei uma pessoa da forma que eu o amo, eu o aceitei como ele era (com todos os seus defeitos e principalmente com a vida que ele tinha/tem). Mas não é aquele sentimento bonito de filmes e novelas. Eu me sinto doente. Eu sinto vontade de morrer por conta de tudo que ele me faz sentir. Ele não é nenhum príncipe encantado, está muito longe de ser. É alguém que sente vergonha de mim, que só sabe me xingar, que só sabe desfazer dos meus sentimentos, que não se importa de se expôr com outras na minha frente, que chama todos os meus sentimentos de drama! Ele nunca me agrediu fisicamente, mas foi por conta dele que eu aprendi que realmente existe essa tal de agressão verbal, porque todas as coisas que ele me fala parece que rasgam a minha alma. 

Chego a pensar que talvez um tapa não fosse me doer tanto do que as coisas que ele fala pra mim. E o fato de eu me sentir tão mal por conta de outra pessoa é o que me deixa mais envergonhada! E eu sei que isso deixou de ser amor faz tempos, é realmente uma doença! Eu não consigo me defender, eu não consigo reagir, eu não consigo me amar mais do que "amo" ele. Faço de tudo para vê-lo feliz, sempre estou disponível para cuidar dele quando ele precisa, quero ele sempre bem, sempre saudável, faço "campanha" pra ele não usar drogas, não ficar bebendo, me faço de tapete pra ele pisar em cima, a minha vida praticamente gira em torno dele, desse amor doentio que eu queria que ele enxergasse que eu sinto. 

Eu não consigo me afastar, parece que uma força maior me prende a ele. Na última briga séria que tivemos (na madrugada do dia 6/9 para o dia 7/9), passamos a madrugada batendo boca e quando ele foi embora, eu me pus de joelhos e comecei a orar, comecei a abdicar de tudo que estava acontecendo. Falei pra Deus que tudo tava errado, que as coisas não eram pra ser daquele jeito, que eu não aceitava mais passar por nenhuma humilhação por conta desse homem. A minha fé em Deus é tudo que eu tenho, é a única coisa que eu tenho. Fui dormir e quando acordei, eu me sentia anestesiada. Passei dias em paz, sem sentir a louca vontade que sinto de ir procurá-lo, mas logo veio a saudade (que eu não sei nem do que) e eu fui atrás dele para recomeçar esse ciclo de ser tratada como lixo. 

Não consigo entender porque eu me permito passar por isso! Eu sinto vontade de morrer, eu penso na minha vida e não vejo motivo nenhum pra continuar vivendo porque acho que todo mundo ficaria melhor sem mim, que eu só existo pra ser um peso na vida de todos que precisam conviver comigo. Eu não sei pra que que eu nasci se não sirvo pra nada, eu não sou uma pessoa merecedora de amor, ninguém me ama. Uma vez eu consegui me abrir com esse cara, falei pra ele como me sentia com relação a minha vida e ele mais uma vez fez pouco caso de mim. As vezes eu acho que ele é a única pessoa que poderia me ajudar, não como um namorado, mas como um amigo (porque é o mínimo que eu esperava ter dele), mas não, ele acha que tudo é drama. Ele é a única pessoa que eu consegui desabafar, foi a única pessoa a quem consegui pedir ajuda. 

Quando falei pra ele que sinto vontade de morrer, ele me disse "então se mata". Imagina como me senti ouvindo isso dele... Cheguei ao ponto de pedir pra ele tirar a minha vida, mas ele disse que não iria sujar as mãos comigo. Nesse momento que estou escrevendo, estou pensando na morte, porque eu a vejo como solução de todos os meus problemas. 

Choro todos os dias escondida e se eu não me matei ainda é porque eu não tenho coragem. Se eu tivesse coragem por alguns segundos, tiraria a minha vida sem nem pensar duas vezes. Eu sou formada em técnico em enfermagem, apesar de nunca ter trabalhado, sei exatamente o que me poderia ser letal, mas me falta a droga da coragem pra fazer! Oro dizendo a Deus que sou grata pelas coisas que ele me deu, mas que eu estou sofrendo e quero que ele me leve. Meus pensamentos sempre são os mesmos: eu quero morrer! Eu quero muito morrer! Fico esperando ansiosamente pelo dia em que eu não vou mais acordar. "

Anônima, por e-mail
Imagem: FreeImages

MAQUIAGEM E FANTASIA

5/07/2015

Toca o despertador, começa mais um dia.
Preparo a maquiagem, visto a fantasia.
No teatro da vida a plateia se posiciona,
Acendem-se as luzes, ajeitam-se as poltronas.
Abrem-se as cortinas, o show vai começar!
Vou ao centro do palco para me apresentar.
Todos que se aproximam divertem-se a valer...
Crianças, adultos, velhos, ninguém quer perder.

E o dia vai passando, o cansaço se faz presente
Mas o show continua, o público é exigente.
O texto não é decorado, é tudo de improviso
E até minhas quedas são motivos de risos.
Cenas que se apresentam, muitas vezes divertidas,
Noutras se mostram cruéis, sádicas e pervertidas...
Mas o dia vai terminando, outro show bem sucedido,
E a falsa satisfação pelo dever cumprido.

Mas vejam que coisa estranha... ninguém se dá conta...
O script não muda e tanta gente apronta!
Porque antigos valores, hoje não valem nada!
Riam das nossas caras, de bocas escancaradas...
Mas como todo artista, ao fim da apresentação,
Recebo os aplausos e agradeço com emoção.
Recolho-me ao camarim e dispo-me da fantasia.

No espelho, sem maquiagem, tristeza e melancolia.
E saio por dentro da noite, eu e minha solidão,
Até chegar o momento de outra apresentação.
E de novo frente ao espelho, tristeza e melancolia
Somem sob a maquiagem e as cores da fantasia.

Paulo Roberto de O. Feitoza
Imagem: Pexels

DAS CRISES ...

5/04/2015

Essas malditas chegam repentinamente muitas das vezes. São horas e mais horas de desespero e de prisão. 

Dentro da mente um inferno. 

Fora, no corpo horas e mais horas de sono. Sentimento de que cada membro do corpo pesa uma tonelada. E em cada grama desse peso há quase 100% de culpa. 

Uma culpa infeliz que nasceu não sei de onde e que me faz arrastar pelo caminho. 

Essas crises... insuportáveis. Me cegam, me tiram do caminho que tortuosamente seguia. Me fazem ter que recomeçar. Mas eu não sei até quando terei forças.

E não há remédio, conversa e reza que pareça resolver. Ou será que eu não creia o bastante? Deve ser minha culpa. 

Uma hora eu me deixo levar. Quem sabe num desses sonos profundos, um dia quem sabe eu não tenha mais força pra acordar.... e crise nunca mais
L.
A partir da Comunidade QM
Imagem : Pexels 

VEJO O MUNDO EM PRETO E BRANCO

5/03/2015

Nossa, eu não suporto essa depressão maldita implorando pra entrar na minha vida! Eu suporto, mas não pra sempre... Ela faz eu ver o mundo em preto e branco. Não vejo graça em nada; nunca sorrio pra ninguém, nunca me dou bem em nada. Nem no amor, nem mesmo na dor. Tudo que conquisto eu perco, não consigo terminar meus desejos, realizar meus sonhos... Que vontade de morrer!

Mas morrer pra quê? Pra ir pro inferno e ter uma eternidade lá? 

Que bosta que é a vida ! Cheia de desilusões...  tudo é passageiro, todos são egoístas, traiçoeiros, espertos e inimigos. Nunca tive um amor, só ilusões e arrependimentos. Não tenho poder sobre meus pensamentos eles que mandam em mim e me fazem fazer coisas ridículas! 

Tenho medo de tudo e de todos e, quando penso que estou bem, no mesmo momento vejo que estou ‘pensando que estou bem’ mas na verdade estou pior do que nunca...

Odeio minha vida. Sei que tem gente pior do que eu, mas eu não pedi pra
estar aqui. Me sinto um peixe fora d’água.

Meus pensamentos que só sabem me colocar para baixo.

Acredito muito em Deus, mas parece que ele só cuida de quem não merece! Odeio, odeio, odeio isso.

Cada segundo é viver como se fosse torturado até a morte. Morte que não chega nunca! Quem pensar igual a mim, comente sua vida, entre em contato comigo! Mesmo sendo muito legal, não consigo nada de bom pra mim, só ilusões, prazeres inúteis e uma vida inútil. Me sinto muito pior do que um mendigo que pelo menos sabe viver sozinho... 

Anderson, 17 anos
A partir da Comunidade QM
Imagem: Pexels

TRISTEZA É RUIM, FELICIDADE É BOA ?

5/02/2015

A Fundação Edge, uma associação que reúne intelectuais da ciência e da tecnologia, convidou 175 especialistas para responder a uma pergunta difícil: qual ideia científica está bloqueando o progresso da humanidade? As respostas, divulgadas ao longo de 2014, agora foram compiladas no livro This Idea Must Die (“Esta ideia deve morrer”, em tradução livre).

A revista Galileu selecionou 15 teorias da física, da medicina, da matemática e da psicologia que, na opinião de alguns dos mais brilhantes estudiosos do mundo, precisam ser enterradas para que a humanidade vá para a frente. Por sugestão de D.P., um dos membros da Comunidade QM, destacamos aqui apenas uma delas, justamente a que tem tudo a ver com nosso tema constante : tristeza x felicidade. 

Conheça e, na sequência, veja as observações de M.K., também integrante de nosso grupo de discussão.

Teoria : Tristeza é ruim, felicidade é boa

Quem matou : June Gruber, professora da Universidade do Colorado.

“Tristeza não tem fim, felicidade sim” – e isso pode ser bom para você. “Existem muitos trabalhos científicos que sugerem que emoções ruins são essenciais para nosso bem-estar psicológico”, defende June Gruber. Do ponto de vista evolutivo, a tristeza nos faz ficar atentos a problemas ou situações perigosas. Também ajuda a melhorar o foco e facilita uma visão analítica, enquanto felicidade demais nos torna egoístas e propensos a situações de risco. Mas ela não defende o fim da felicidade: o contexto de cada emoção é importante, e saber respeitá-las, em vez de suprimi-las, é a chave para o bem-estar psicológico.

*   *   *
Análise de M.K.

"A pesquisadora June Gruber defende a ideia de que uma pessoa que se considera feliz tem disfunções similares a quem é triste ou depressivo. A diferença se dá pela manifestação dessas disfunções no comportamento de cada indivíduo: o triste tende a focar sempre no próprio sofrimento (o que não significa que ele não tenha sentimentos bons) e o feliz, foca o tempo todo apenas na alegria (o que não significa que ele não tenha sentimentos tristes).

Seria a tristeza um estado normal da alma, mente, ou sei lá? Da mesma forma que uns se satisfazem com tudo e acham tudo uma festa, nós outros teremos uma inexplicável dificuldade em nos alegrarmos com o simples, com o banal, com a s coisas efêmeras da vida. Será que, de alguma forma, somos condicionados a não aceitarmos este estado de abatimento melancólico que nos envia para um banco de memórias de perdas, erros, fracassos, dificuldades, dor, angústia, Os ditos felizes não gostam de falar sobre sentimentos negativos, pois parecem temer que isso lhes retire a mascara da vida perfeita. 

Se para estar bem consigo mesmo temos de aceitar nossas limitações, sofrimentos, incompetências, fracassos, então, aceitar nossa tristeza seria uma forma de aceitar que felicidade pode ser ficar triste?

A tristeza é classifica como um sentimento frio, doloroso, corrosivo. Mas vejo nas pessoas tristes tanto sentimento, compreensão – embora não sejam compreendidas".

Trecho do livro O Demônio do Meio-dia – Uma Anatomia da Depressão, de Andrew Solomon.

“O oposto da depressão não é a felicidade, mas a vitalidade, e minha vida, enquanto escrevo isto, é vital, mesmo quando triste. Posse acordar de novo sem minha mente em algum dia do próximo ano: provavelmente ela não ficará por aí o tempo todo. (...) Por um instante petrificador aqui e ali, um rápido relâmpago, quero que um carro me atropele e tenho que cerrar os dentes para continuar na calçada até o sinal abrir; ou imagino como seria fácil cortar os pulsos; ou experimento famintamente o metal do cano de uma arma na boca; ou fantasio dormir e jamais acordar de novo. Detesto essas sensações, mas sei que elas me impeliram a olhar a vida de modo mais profundo, a descobrir e agarrar razões para viver. A cada dia, às vezes combativamente e às vezes contra a razão do momento, eu escolho ficar vivo. Isso não é uma rara alegria?”

A partir da Comunidade QM
Imagem : Pexels

UM DIA ACORDAMOS CANSADOS DE VIVER

5/01/2015
"Um dia a gente acorda e sente que já não é mais a mesma pessoa, que as antigas motivações não nos servem mais, percebe que a luz está diferente, que o som do nosso coração está cansado das mesmas batidas, percebe que antigos sonhos morreram e nada mais ocupa o lugar naquele espaço que lhes foi destinado.

A gente acorda e se dá conta do que não fez, de onde não chegou e,
decepcionados, quisemos crer em tantas crenças e doutrinas, nos esforçamos para agradar a todos, dissemos “sim” quando queríamos dizer “não”, e deixamos de falar “não” tantas vezes que já não sabíamos mais qual era o nosso querer, quais eram os nossos sabores preferidos e a direção que escolhemos caminhar.

Aí a gente se lembra do tanto que sofreu, chorou, sonhou, riu, comeu e sentou a mesa com gente que de fato nunca se importou, e a gente oferecendo nosso melhor sorriso em troca de aceitação. 
Lembramos que não protestamos diante de absurdos, recolhendo-nos à boa educação, que demos amor para a pessoa errada, e deixamos de amar, abraçar e pedir um abraço quando mais precisava e em quem mais precisava.

Um dia acordamos cansados de dizer que estamos cansados de viver."

M.K.
Depoimento na Comunidade QM
Imagem: Pexels

SE PERDER A ESPERANÇA, PERCO A MIM MESMO

4/29/2015
"Nem sei mais por que estou aqui, talvez preso a alguns sonhos e objetivos no futuro. Só vivo pelo futuro e pra mudar o agora, mudar primeiramente minha aparência que acho uma merda. Pra começar sou gordo, minha cara é estranha. Fico triste todos os dias por não conseguir ficar com nenhuma garota porque sou muito feio  e algumas vezes que já tentei nem as feias me quiseram.

Meu pai sabe o que passo, sabe de tudo isso, mas pouco se importa. Meu irmão pelo menos gosta de mim, mas nunca está em casa e sinto falta dele. Pra acabar de me lascar completamente fui idiota de me apaixonar por minha prima, que sempre que tento conversar me ignora e nem liga pra mim. Ela é orgulhosa e só gosta de ficar com garotos bonitos. De vez em quando ela me trata bem mas acho que é só pelo parentesco, se não fosse isso nem falava comigo.

Queria tentar chegar nela, mas sei que não tenho chance. Se as feias não me querem, as bonitas piorou.

Quase todos os dias choro e fico pensando como deve ser a vida de garotos normais e bonitos, que conseguem amor e se dar bem nas paixões. Fico pensando como seria feliz com ela, e embora eu saiba que não se deve valorizar tanto uma pessoa e colocá-la como única chance de ser feliz, estou preso nessa desgraça de amor que não tem como apagar ou esquecer. 

Odeio quando as pessoas me comparam com meu irmão, que é muito bonito e eu bem feio. Daí dizem que não somos irmãos,sou ridicularizado por pessoas da minha própria família por ter 16 e ainda ser bv, o que destrói qualquer auto-estima ou valor que eu possa pensar que tenho. Só queria viver em um lugar onde aparência não fosse tudo. Garotas hoje em dia, mesmo indiretamente, sempre vão valorizar mais garotos bonitinhos, não importa o que qualquer um diga.

Isso é lei. Está imposto isso no mundo e não vai mudar. Então ultimamente tenho vivido pra buscar isso e talvez mudar a minha vida, mas se não conseguir provavelmente vou morrer, não quero chegar aos 20 anos e ser zoado até pelas primas de "virjão" ou perdedor. 

Sei que tenho muitas habilidades únicas, tenho muito conteúdo, tenho grande conhecimento apesar de 16 anos, mas a lei que o mundo é submisso é de que beleza é tudo. Claro que há exceções, mas até agora não conheço ninguém assim. Vivo sonhando como seria a vida se eu fosse pelo menos mais bonito, mesmo que um pouco. Me imagino sendo feliz com a pessoa que amo, mas não sei se vou conseguir. E como muitos daqui, acredito que existam pessoas que nasçam pra se dar bem na vida e terem sucesso no amor, na carreira, ser sucedido na vida; enquanto outras nasçem pra desgraça, solidão e destruição emocional completa.

Eu não quero morrer, mas quero viver uma vida digna, onde pelo menos eu possa lutar por alguém que amo sem isso ser ridículo por causa da minha aparência. Todos os dias eu me preocupo com a minha aparência. Estou tomando medidas pra emagrecer e está funcionando, e espero que funcione, por que viver como um perdedor sem honra que não pega ninguém eu não suporto. Eu mudo essa vida minha ou termino logo com ela.  O que acontece com muitas pessoas é que não acreditam que a beleza é extremamente importante é que não vêem que isso é imposto de maneira subjetiva. É  claro que quando se envelhece naturalmente a beleza vai se acabando, mas ser feio na juventude é meio que um "tempo perdido" em que eu poderia estar sendo feliz, conquistando quem eu amo ou mesmo viver os "anos de ouro" da vida.

Sempre me ferro com garotas. Sempre elogio mas nunca sou elogiado. Sempre vou atrás mas nenhuma vem atrás ou puxa assunto comigo, não acho que vale a pena viver o corpo com a alma morta por decepções e perdas e danos emocionais. Estar bem por fora faz estar bem por dentro, é isso. Estou vivendo agora unicamente por um tênue fio de esperança de estar melhor no futuro. Tudo o que faço é direcionado a isso, por que é minha última esperança de ser feliz na vida. Por isso luto tanto pra viver. Se eu perder isso, perco a mim mesmo... "
Depoimento anônimo
Imagem : Pexels

O MUNDO É O TEATRO DA HIPOCRISIA

4/24/2015

Como é complicado sentir uma tristeza tão profunda, um vazio imenso, e ter que disfarçar. Não estou conseguindo manter minha aparência de falsa felicidade, mostrar-me feliz quando, na verdade, estou detonada por dentro, sentindo uma tristeza e uma angustia insuportáveis. 

E como é difícil viver nesse mundo onde parece que não existem mais pessoas normais, que digam que estão tristes e chateadas, que se assumam cansadas com a vida, mesmo de vez em quando. 

Como conviver com essa indústria da felicidade aparente sem sentir culpa?

Mesmo com tanta dificuldade para sustentar a falsa felicidade, somos obrigados a nos mostrar bem, porque a pessoa triste fica isolada, como se tivesse uma doença contagiosa, afinal, ninguém gosta de quem não está feliz o tempo todo – como se fosse possível alguém estar bem, alegre e satisfeito sempre. 

Diante de tanta “felicidade”, sinto vergonha da minha infelicidade e desesperançada, vergonha de expressar meu desalento diante da vida e da minha própria fraqueza.

Parece-me que o mundo é o teatro da hipocrisia onde todos são atores que interpretam papéis de extrema satisfação com a vida, onde todos são felizes menos eu.
M.K.
A partir da Comunidade QM
Imagem: Pexels

NINGUÉM ME CONHECE DE VERDADE

3/26/2015
Ano passado eu fui demitida de dois bons empregos por causa do meu comportamento instável, nunca fui muito sociável e trabalhar em equipe pra mim é um grande sacrifício!

Logo depois de ser demitida do segundo emprego eu entrei num poço tão fundo que quando não tinha mais pra onde ir, comecei a cavar mais fundo ainda...

Desisti de tudo, dos meus poucos amigos, da faculdade, de arrumar outro emprego, de sair de casa...
Eu me acho a pessoa mais fracassada do planeta, quem perde dois empregos em 6 meses???

Sempre tive complexo de inferioridade e nunca acreditei em que eu tinha potencial, mas nunca tinha pensado em desistir, até o ano passado.

Eu pensei em tantas maneiras de acabar com minha vida, mas eu sofria por minha família... 

Eu sempre me mostro feliz e sorridente, aparentemente sou calma e tranquila, como se eu não tivesse problemas na vida... 

Ninguém me conhece de verdade.

Eu não deixo as pessoas se aproximarem pq tenho medo que elas me desprezem, me confundem com uma pessoa antipática e arrogante quando na verdade eu só não quero me expor e deixar os outros descobrirem que tipo de monstro eu me tornei.

Sempre fui tão vaidosa e feminina, mas me abandonei.

Não uso mais maquiagem, cortei meu cabelo, minhas unhas crescem sem nenhum cuidado...

Estou tentando dar agora uma revira volta em minha vida, sou carioca e moro no RJ, vou pra Bahia tentar me afastar de tudo isso e recomeçar, quem sabe encontrar o que me falta... 

Vou arrumar um outro emprego e me cuidar mais...

Essa é minha última chance, se não der certo, farei parecer um acidente.

A.M.
A partir da Comunidade QM

LIVRO ABORDA DOLOROSO CAMINHO DA DEPRESSÃO

7/10/2013

Lana Valentim. Foto: Divulgação
Em 2012, a jornalista e escritora Svetlana Valentim deu entrada em um pronto-socorro do Recife tomada pelo desespero. Com as pernas doloridas e inchadas, implorava para os médicos amputá-las. Hoje, ao olhar para trás, ela reconhece que os sintomas eram todos psicológicos, frutos de uma das várias crises depressivas sofridas ao longo da vida. Não por acaso, o último episódio veio à tona justamente quando Lana transformava as agruras do passado em bandeira contra as doenças sociais. O projeto começa a tomar corpo nesta terça-feira (28), com o lançamento de Caminhos de Lana - como venci a depressão (Carpe Diem, 200 páginas, R$ 35).

Por meio de textos escritos durante uma grave crise depressiva, a pernambucana revela as muitas facetas da doença e os caminhos possíveis para a cura. De um lado, estão poesias densas e obscuras, capazes de lançar luz sobre as dores, a falta de interação com o mundo e a impotência diante da enfermidade psíquica. Do outro, as crônicas caminham leves, serenas, e são quase didáticas ao encarar o problema como um desequilíbrio biológico que precisa ser tratado.

“Não escrevi pensando em fazer livro, e sim como uma maneira de interagir comigo mesma e com a vida. Quando estava em crise profunda, me isolava, não falava com ninguém, mal me alimentava. Perdi todo o contato com o mundo”, diz. Após a superação do problema, Lana Valentim decretou como missão de vida o combate aos males da alma. “Quero ajudar o máximo de pessoas que sofrem bastante e muitas vezes nem sabem qual o problema”.

Além da própria doença, Lana Valentim destaca o preconceito como outro vilão de relevância no contexto. Ela própria foi vítima, inclusive dentro de casa. “Você se transforma em um peso. Se antes era uma pessoa produtiva e de repente não tem mais condições de manter o ritmo, ninguém aceita ou entende. O preconceito parte da sociedade e dos amigos, que privilegiam os vitoriosos e se afastam de quem está mal. Isso é desumano”, critica a autora.

Simultaneamente ao lançamento no Recife, entra no ar o portal www.lenteinterior.com.br, para expandir ainda mais o debate acerca da temática. Em seguida, estão agendados eventos de divulgação em livrarias de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília e Salvador. Terminada a maratona, Lana vai lançar novamente o livro, desta vez no formato de história em quadrinhos. “O esforço é no sentido de alcançar todo mundo. Em HQ, teremos um apelo visual maior, e tornaremos a obra mais interessante”.

Ainda na agenda de divulgação do livro e da página na internet, estão palestras em escolas, abrigos e instuições para jovens infratores. “Quero falar também para adolescentes que desde cedo têm a alma machucada, massacrada. São abandonados pela família, cobrados pela sociedade, sofrem diante dos apelos consumistas… e acabam seguindo caminhos errados. Essas são vítimas da vida”. Todas as apresentações serão gravadas e disponibilizadas na internet.

A partir do Diário de Pernambuco. Leia no original

SAIBA MAIS
Outros livros que abordam o tema
  
Sociedade x a depressão (Letras do Pensamento, 184 páginas, R$ 29), Roberto Hristos Ioannou
Depressão e autoconhecimento (Dufaux, 235 páginas, R$ 42), de Wanderley Oliveira
Depressão - teoria e clínica (Artmed, 248 páginas, R$ 79), de Antônio Geraldo Da Silva
Vencendo a depressão (Nossa Cultura, 363 páginas, R$ 44,90), de Richard O'Connor
 
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