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Psicanálise e a felicidade

5/13/2021

SETE MITOS SOBRE A FELICIDADE

9/28/2017

Não existe um manual para ser feliz. Muitas vezes ficamos à mercê de certos pensamentos e crenças que acabam nos sabotando, sabia? Há mitos sobre a felicidade que, além de nada realistas, fazem com que a gente deixe de viver plenamente. Esperar que grandes mudanças encham nosso coração de uma satisfação plena e imutável é apenas uma entre várias ideias equivocadas que cercam o tema.

1. Se eu emagrecer, fizer uma cirurgia plástica, viajar para o exterior, comprar um carro e/ou mudar de casa, serei mais feliz

É uma ilusão atribuir a felicidade à conquista de algo, mesmo de uma transformação na aparência. Todas essas coisas nos deixam alegres e até proporcionam entusiasmo por algum tempo, mas, efetivamente, não têm o poder de fazer ninguém feliz. Segundo o psicólogo norte-americano Shawn Achor, autor de "O jeito Harvard de ser feliz" (Ed. Saraiva), primeiro precisamos ter uma atitude mental positiva para depois atingirmos as conquistas materiais e vibrarmos com elas. A felicidade não é algo externo a nós, como temos tendência a idealizar, e sim interna. É o que o senso comum chama de “estado de espírito”. Senti-la é uma escolha de nossa responsabilidade, o que acaba assustando - por isso tendemos a idealizá-la como algo externo. Depois que a boa sensação vivenciada com uma viagem ou com a compra de um carro se esvai, se a pessoa tem um vazio interior a tendência é criar novas crenças e expectativas para preenchê-lo. E mais: há quem perca anos da vida reformando uma casa ou economizando para viajar e acaba deixando de lado várias circunstâncias felizes ao longo do caminho. É preciso ter objetivos, sim, mas sem virar escravo deles.

2. Quando eu ganhar mais dinheiro, encontrarei a felicidade

Não há dúvida nenhuma que o dinheiro proporciona acesso a certas coisas. Pesquisas mostram que até mesmo um simples aumento no salário pode deixar a pessoa mais feliz. Porém, depois essa felicidade se estabiliza e, muitas vezes, até cai. Mais do que ter um saldo bancário recheado, é fundamental aprender a viver com o que se ganha e a manter os boletos pagos em dia. Dívidas, contas atrasadas, cartão de crédito estourado e extrato no vermelho afetam o bem-estar físico e emocional.

3. A maternidade realiza a mulher

Para uma parcela das mulheres, sim. A maternidade promove mudanças emocionais profundas que transformam a vida significativamente. Porém, não deve ser encarada como a única ou maior realização feminina. Para qualquer mulher se sentir feliz de verdade, é preciso haver um equilíbrio entre os diversos papéis desempenhados em sociedade: mãe, esposa, amiga, amante, profissional, filha, etc. Vale lembrar que depositar toda a capacidade de encontrar satisfação nos ombros de uma criança é um peso muito grande para o filho.

4. Quando eu me apaixonar, serei feliz

Não necessariamente, viu? A paixão proporciona alegria e entusiasmo, mas não traz felicidade. Na verdade, durante o ápice ela atrapalha a razão e leva as pessoas a fazerem coisas sem sentido e, dependendo da habilidade e estrutura emocional, a chegarem a limites extremos. Entretanto, quando a paixão entra na maturidade, aí, sim, vira amor e faz a pessoa feliz. Mesmo assim, é importante aprender a gostar de si primeiro antes de amar alguém. Nós é que devemos ser responsáveis por nossa própria felicidade, em vez de atribuí-la aos outros.

5. Não se deve ostentar a felicidade, pois isso atrai inveja e olho gordo

Reflita: ao evitar demonstrar sua felicidade, você consegue usufruir 100% dela? Qual a serventia de disfarçar algo que se manifesta em seu olhar, no sorriso, em seus gestos, na expressão facial? Será que esse tipo de crença toma conta de seus pensamentos porque, na verdade, é você quem se incomoda com o sucesso e o bem-estar alheio? E, portanto, projeta nos outros algo que pertence a você? Enfim, quem quer ser feliz precisa se libertar da preocupação limitadora com a opinião alheia.

6. Meu tempo feliz já passou

Você é da turma que acredita que não dá pra ser feliz depois de uma certa idade? Acha que o auge da sua existência foi a adolescência ou relembra com saudosismo e pesar os dias gloriosos da sua infância? Continuar a viver assim só vai limitar a sua rotina. Ser feliz é uma questão de escolha, portanto é possível criar um cotidiano produtivo e interessante em qualquer momento da vida. Se você está respirando,  o aqui e o agora é o momento certo.

7. Felicidade é encontrar o trabalho perfeito

Todo trabalho é perfeito até que o tempo prove o contrário. Quando vislumbramos a possibilidade de trocar de emprego, o próximo sempre parece muito melhor do que o anterior. O ambiente diferente, os colegas novos, os desafios e os benefícios extras formam um cenário atraente e promovem uma sensação de realização plena. No entanto, à medida que o tempo passa, o doce sabor da novidade se esvai e o peso da rotina se impõe, trazendo de volta a insatisfação e demais sentimentos negativos anteriores. Não é o trabalho que deve te fazer feliz, e sim você precisa se sentir o mais feliz que pode com o trabalho que tem. E mais: um emprego sozinho não torna ninguém feliz. É preciso se sentir bem em família, com os amigos, na própria pele etc., ou seja, buscar contentamento contínuo e em todas as esferas.

Fontes: Hebe de Camargo, psicóloga especialista em depressão e em psicologia com ênfase em comunicação, arte e educação, de São Paulo (SP); Heloísa Capelas, especialista em inteligência comportamental, consteladora familiar, autora dos livros "O mapa da felicidade" e "Perdão – A revolução que falta" (Ed. Gente) e diretora do Centro Hoffman no Brasil, em São Paulo (SP); master coach Paulo Vieira, pós-graduado em gestão de pessoas, master coach e autor dos livros "O poder da ação" e Fator de enriquecimento" (Ed. Gente), e Sabrina Gonzalez, psicóloga e psicoterapeuta, de São Paulo (SP)

A partir do UOL. Leia no original
Imagem : Pexels

VOCÊ NÃO PRECISA SER FELIZ TODO DIA

8/09/2017

Quem disse que o estado natural do ser humano é ser feliz? Aliás, você não desconfia daquelas pessoas que postam fotos com cara e legenda de "plenitude" todos os dias? Então, temos uma notícia libertadora: você não tem obrigação de se sentir feliz 24 horas por dia.

A professora do Departamento de Filosofia da Unifesp, Cecilia C. Cavaleiro de Macedo, fala que a ideia de felicidade foi supervalorizada pela sociedade moderna. Como efeito colateral, uma ditadura de felicidade, beleza e juventude começou a fazer parte da nossa cultura. Os avanços científicos até garantiram maior longevidade, métodos cirúrgicos apurados e remédios para amenizar as dores da alma. Todo avanço é positivo, mas a realidade é: continuamos envelhecendo, perdendo a beleza, a juventude, a saúde e, por mais difícil que seja encarar, continuamos morrendo.

“Isso leva as pessoas a acharem vergonhoso envelhecer, assim como não corresponder a determinados padrões de beleza, não ser bem-sucedido e admirado. Há uma crença disseminada, em parte pela indústria farmacêutica, em parte pelos meios de comunicação de massa, de que ser ou estar triste não é normal”, diz Cecília.

Insatisfação dá sentido à vida

Felicidade é uma palavrinha com sentido amplo, pessoal e intransferível. Nem mesmo os filósofos, que debatem o assunto há milênios, conseguiram definir. “A felicidade não é algo delimitado e compartilhado, que se pode experimentar, como a alegria. Ela é mais que isso, é um propósito, uma meta a ser atingida”, explica a professora Cecília. Para ela, felicidade deve ser entendida como uma constante busca, pois, se pudéssemos alcançá-la completamente, não teríamos mais razão para viver. É um objetivo que funciona como um motor nos levando sempre para a frente.

Portanto, esqueça a ideia de que a tradução de felicidade é o Instagram daquele ex-colega da escola. “A felicidade é relativa, porque está baseada na referência de cada um sobre o que é esse sentimento”, explica Bruno Gimenes, professor, palestrante e autor do livro “Propósito Inabalável” (Ed. Luz da Serra).

Saber se você é feliz depende do autoconhecimento, de uma observação profunda da própria vida. Segundo a jornalista e escritora Vera Golik, palestrante da área de autoestima, a felicidade pode ser medida pelos resultados alcançados no dia a dia e tem muito a ver com o quanto você se sente realizado. Também é bom entender que os altos e baixos sempre estarão por aí. Mas quem determina seus fatores de realização é você.

A sombra do estresse

Você já viu seu nível de ansiedade subir só de pensar se é feliz ou não? Pois saiba que não está só. Há um mito de que a felicidade plena existe e já foi atingida pelos outros. Porém, se mudarmos nosso olhar um pouquinho, veremos que essa busca não precisa ser fonte de estresse. “Não devemos buscar a felicidade em si, mas a nós mesmos. Encontre a sua missão de vida e a felicidade encontrará você. Felicidade é sintoma e consequência”, explica Bruno.

Pode chegar, dona tristeza

Já dizia Mario Quintana: "Quem nunca quis morrer, não sabe o que é viver”. Pode até parecer contraditório, mas dá para usar a tristeza de um jeito bem funcional. “Acredito que a dor (como um estado emocional de conflito ou tristeza) seja um dos mais poderosos instrumentos de evolução, desde que se esteja disposto a aprender com ela”, diz Bruno Gimenes.

Então, da próxima vez que a infelicidade bater à sua porta, é bom abrir. E andar um tempinho de mãos dadas com ela.

Algumas atitudes podem ajudar:
  • Fique um pouquinho na sua –diga não aos convites dos outros sem culpa– e pare para refletir sobre os seus sonhos. O que você deixou para trás?
  • Aproveite para se conhecer, vá fundo nas suas fraquezas e limitações. Só quando descobrimos o que incomoda, de verdade, podemos fazer algo a respeito.
  • Abrace o sentimento negativo e encare-o, para vasculhar as causas da deprê. Pode ter algo a ver com você, mas, também, com situações que sugam a energia de qualquer pessoa e que costumamos alimentar sem nem perceber.
  • Se estiver difícil demais, cerque-se de pessoas positivas, que possam inspirar você em novos caminhos.
  • Acredite no poder de transformar qualquer situação em uma oportunidade de crescimento. “Se usar as situações boas e ruins como etapas, sempre evoluindo, estará caminhando em direção à felicidade. Não uma felicidade estática, mas aquela representada pela busca constante de aprimoramento”, finaliza Vera Golik.
Gabriela Guimarães e Carolina Prado
A partir do Portal UOL. Leia no original
Imagem : 

MAQUIAGEM E FANTASIA

5/07/2015

Toca o despertador, começa mais um dia.
Preparo a maquiagem, visto a fantasia.
No teatro da vida a plateia se posiciona,
Acendem-se as luzes, ajeitam-se as poltronas.
Abrem-se as cortinas, o show vai começar!
Vou ao centro do palco para me apresentar.
Todos que se aproximam divertem-se a valer...
Crianças, adultos, velhos, ninguém quer perder.

E o dia vai passando, o cansaço se faz presente
Mas o show continua, o público é exigente.
O texto não é decorado, é tudo de improviso
E até minhas quedas são motivos de risos.
Cenas que se apresentam, muitas vezes divertidas,
Noutras se mostram cruéis, sádicas e pervertidas...
Mas o dia vai terminando, outro show bem sucedido,
E a falsa satisfação pelo dever cumprido.

Mas vejam que coisa estranha... ninguém se dá conta...
O script não muda e tanta gente apronta!
Porque antigos valores, hoje não valem nada!
Riam das nossas caras, de bocas escancaradas...
Mas como todo artista, ao fim da apresentação,
Recebo os aplausos e agradeço com emoção.
Recolho-me ao camarim e dispo-me da fantasia.

No espelho, sem maquiagem, tristeza e melancolia.
E saio por dentro da noite, eu e minha solidão,
Até chegar o momento de outra apresentação.
E de novo frente ao espelho, tristeza e melancolia
Somem sob a maquiagem e as cores da fantasia.

Paulo Roberto de O. Feitoza
Imagem: Pexels

TRISTEZA É RUIM, FELICIDADE É BOA ?

5/02/2015

A Fundação Edge, uma associação que reúne intelectuais da ciência e da tecnologia, convidou 175 especialistas para responder a uma pergunta difícil: qual ideia científica está bloqueando o progresso da humanidade? As respostas, divulgadas ao longo de 2014, agora foram compiladas no livro This Idea Must Die (“Esta ideia deve morrer”, em tradução livre).

A revista Galileu selecionou 15 teorias da física, da medicina, da matemática e da psicologia que, na opinião de alguns dos mais brilhantes estudiosos do mundo, precisam ser enterradas para que a humanidade vá para a frente. Por sugestão de D.P., um dos membros da Comunidade QM, destacamos aqui apenas uma delas, justamente a que tem tudo a ver com nosso tema constante : tristeza x felicidade. 

Conheça e, na sequência, veja as observações de M.K., também integrante de nosso grupo de discussão.

Teoria : Tristeza é ruim, felicidade é boa

Quem matou : June Gruber, professora da Universidade do Colorado.

“Tristeza não tem fim, felicidade sim” – e isso pode ser bom para você. “Existem muitos trabalhos científicos que sugerem que emoções ruins são essenciais para nosso bem-estar psicológico”, defende June Gruber. Do ponto de vista evolutivo, a tristeza nos faz ficar atentos a problemas ou situações perigosas. Também ajuda a melhorar o foco e facilita uma visão analítica, enquanto felicidade demais nos torna egoístas e propensos a situações de risco. Mas ela não defende o fim da felicidade: o contexto de cada emoção é importante, e saber respeitá-las, em vez de suprimi-las, é a chave para o bem-estar psicológico.

*   *   *
Análise de M.K.

"A pesquisadora June Gruber defende a ideia de que uma pessoa que se considera feliz tem disfunções similares a quem é triste ou depressivo. A diferença se dá pela manifestação dessas disfunções no comportamento de cada indivíduo: o triste tende a focar sempre no próprio sofrimento (o que não significa que ele não tenha sentimentos bons) e o feliz, foca o tempo todo apenas na alegria (o que não significa que ele não tenha sentimentos tristes).

Seria a tristeza um estado normal da alma, mente, ou sei lá? Da mesma forma que uns se satisfazem com tudo e acham tudo uma festa, nós outros teremos uma inexplicável dificuldade em nos alegrarmos com o simples, com o banal, com a s coisas efêmeras da vida. Será que, de alguma forma, somos condicionados a não aceitarmos este estado de abatimento melancólico que nos envia para um banco de memórias de perdas, erros, fracassos, dificuldades, dor, angústia, Os ditos felizes não gostam de falar sobre sentimentos negativos, pois parecem temer que isso lhes retire a mascara da vida perfeita. 

Se para estar bem consigo mesmo temos de aceitar nossas limitações, sofrimentos, incompetências, fracassos, então, aceitar nossa tristeza seria uma forma de aceitar que felicidade pode ser ficar triste?

A tristeza é classifica como um sentimento frio, doloroso, corrosivo. Mas vejo nas pessoas tristes tanto sentimento, compreensão – embora não sejam compreendidas".

Trecho do livro O Demônio do Meio-dia – Uma Anatomia da Depressão, de Andrew Solomon.

“O oposto da depressão não é a felicidade, mas a vitalidade, e minha vida, enquanto escrevo isto, é vital, mesmo quando triste. Posse acordar de novo sem minha mente em algum dia do próximo ano: provavelmente ela não ficará por aí o tempo todo. (...) Por um instante petrificador aqui e ali, um rápido relâmpago, quero que um carro me atropele e tenho que cerrar os dentes para continuar na calçada até o sinal abrir; ou imagino como seria fácil cortar os pulsos; ou experimento famintamente o metal do cano de uma arma na boca; ou fantasio dormir e jamais acordar de novo. Detesto essas sensações, mas sei que elas me impeliram a olhar a vida de modo mais profundo, a descobrir e agarrar razões para viver. A cada dia, às vezes combativamente e às vezes contra a razão do momento, eu escolho ficar vivo. Isso não é uma rara alegria?”

A partir da Comunidade QM
Imagem : Pexels

O MUNDO É O TEATRO DA HIPOCRISIA

4/24/2015

Como é complicado sentir uma tristeza tão profunda, um vazio imenso, e ter que disfarçar. Não estou conseguindo manter minha aparência de falsa felicidade, mostrar-me feliz quando, na verdade, estou detonada por dentro, sentindo uma tristeza e uma angustia insuportáveis. 

E como é difícil viver nesse mundo onde parece que não existem mais pessoas normais, que digam que estão tristes e chateadas, que se assumam cansadas com a vida, mesmo de vez em quando. 

Como conviver com essa indústria da felicidade aparente sem sentir culpa?

Mesmo com tanta dificuldade para sustentar a falsa felicidade, somos obrigados a nos mostrar bem, porque a pessoa triste fica isolada, como se tivesse uma doença contagiosa, afinal, ninguém gosta de quem não está feliz o tempo todo – como se fosse possível alguém estar bem, alegre e satisfeito sempre. 

Diante de tanta “felicidade”, sinto vergonha da minha infelicidade e desesperançada, vergonha de expressar meu desalento diante da vida e da minha própria fraqueza.

Parece-me que o mundo é o teatro da hipocrisia onde todos são atores que interpretam papéis de extrema satisfação com a vida, onde todos são felizes menos eu.
M.K.
A partir da Comunidade QM
Imagem: Pexels

POR HOJE, ESTOU BEM !

9/12/2013
"Bem, quando estou mal, venho aqui me desabafar e me sinto muito bem em poder ter vocês aqui no blog, não me deixam sozinho, pessoas muito semelhantes a mim, me compreendem; e exatamente por isso achei injusto não vir aqui para dizer que estou bem, por hoje estou bem!


Não estou 100%, ainda, mas não piorei, e sinto sim uma melhora, não há um segredo, mas vou contar como tenho feito para alcançar a estrada que esta me tirando da depressão.

Bem, uma coisa eu percebi, as coisas não mudam, nós é quem mudamos. Meus problemas continuam os mesmos, minha forma de encara-los é que esta mudando.

Tenho sido muito mais individualista, tenho minha vida social, mas não me permito me apegar em ninguém  não quero que um qualquer me desestabilize emocionalmente.

Preenchi meu tempo vago, ficar sem fazer nada é a pior coisa que pode acontecer a um depressivo, estudos, trabalho, livros, passeios, filmes, jogos, sempre há algo pra fazer, mesmo que não seja tão interessante assim, mas devemos nos esforçar.

Aceitei que não adiante fugir da dor e da tristeza, na verdade esses sentimento não são tão ruins quando você encara eles como parte da vida, e cedo ou tarde terá que enfrenta-los. É como fugir de uma injeção, ou você enfrenta a dor e segue adiante ou fugirá pro resto da vida, e não progride, e quando enfrente vê que não era tão ruim assim!

Bem, e o velho ingrediente: meditação, em outras palavras, tirar da mente aquilo que não é produtivo, não alimentar pensamentos que sabemos que não vai dar em nada, pensar coisas indevidas é a raiz de todo sofrimento....

Enfim, muita coisa tenho mudado em mim, em mim! sempre em mim, o resto continua tudo igual...

Grande abraço a todos!"
Jonh
A partir da Comunidade QM

POSSO VESTIR UM SORRISO ...

3/09/2013
Hoje acordei com o coração apertado. Um vazio terrível na alma, por mais que esteja sol la fora, calor. Sinto que dentro do meu coração esta gelado, querendo gritar. Dói, parece que a qualquer momento ele vai parar de bater. Não sei se é tristeza, angustia, dor ou até mesmo um infarto agudo.

Sinto muito pelos meus pais, por ter tido um amor que eles nunca aceitariam, mas meu coração não pediu permissão. Apenas sentiu. Não quero ver ninguém que eu amo sofrer, me machuca ver o amor da minha vida, que fazia cartas, desenhos, não entender meus motivos pelo qual tudo acabou tão depressa.

Dizem que você tem que honrar sua familia acima de qualquer coisa, se o honrar meus pais for deixar a minha felicidade pelo lado de fora da janela, eu tenho que fazer. Posso vestir um sorriso, mas o brilho nos meus olhos nunca existiram. E não me importo se o sorriso verdadeiro, os brilhos dos olhos fosse atribuídos aos meus pais. Talvez a minha recompensa não esteja aqui mesmo, talvez eu vim para esse mundo por esse motivo. Para fazer aqueles que eu amo felizes por mais que essa felicidade não caiba em mim!
A partir da Comunidade QM. Leia no original

SOU CAPITÃO DA PM, PAI, CASADO E INFELIZ

1/30/2013
"Gente, sou Capitão da PM com 44 anos de idade e a minha vida sempre foi difícil. Falta exatamente 01 anos e meio para eu me aposentar como Major ou até Tenente Coronel, mas apesar de ter cumprido minhas obrigações, minha vida foi sempre um fardo. Sou espírita e tenho consciência de muitas coisas, sei que tenho más tendências as quais tento combater a todo tempo.

O suicídio faz parte dos meus pensamentos. Quanto mais vivo, mais tenho certeza de que serei provado em situações que me causarão sofrimento. Sou triste, casei aos 24 anos para proteger a minha então namorada que estava praticamente sozinha no mundo. Vi que nem sempre um ato nobre em pensamento é garantia de felicidade futura. Tive 02 filhos e muitas crises com esta esposa que a todo momento falava em sair de casa e deixava até mesmo uma mala pronta.

Instabilidade total na minha vida que me levou a depressão e doenças. Dei tudo que pude para criar meus filhos. Hoje a maior, com 18 anos brigou para namorar um sujeito pelo qual não tive nenhuma simpatia ao conhecer. Meses depois, quando foi mexer na bolsa, encontrei anticoncepcionais. Fiquei estarrecido, porque fui íntegro na criação desta filha e ela se colocou contraria aos princípios que a ensinei. 

Ganhei mais uma inimizade, já que meu pai (falecido) me expulsou de casa quando tinha 20 anos porque eu queria estudar e ele se sentiu ameaçado. Fui escorraçado e minha mãe falou que se arrependeu do dia em que eu nasci. Depois quando ele morreu, fui eu que estive ao lado deles durante alguns anos para dar-lhes alguma assistência, apesar de ter outros 04 irmãos. 

Cansei de viver há algum tempo, e tenho pedido a Deus para me levar antes que eu me mate. Já peguei a arma algumas vezes mas sempre falta coragem. Meu filho de 11 anos é a minha desculpa para evitar o ato derradeiro. Profissão, carreira, dinheiro, carro, casa, nada disso interfere na felicidade, são apenas desculpas. Depois de 16 anos de casado, sofrendo com a falta de amparo de minha esposa, encontrei uma pessoa também casada que preenchia muito as minhas necessidades, preocupava-se comigo, me ouvia e me dava atenção. Sou covarde porque não consigo investir nesta nova oportunidade. Queria mesmo morrer, porque a culpa me corrói por dentro."
N. 
Depoimento em Suicídio: Frases

O POUCO QUE NOS FALTA E O MUITO QUE TEMOS

1/23/2013

Chove e chove e chove, sem parar...

O dia fica mais escuro e nos remete, sem querer, ao passado. Em uma viagem onde tudo era simples e brincar na chuva, nada mais era do que uma maneira de se divertir e ser feliz. 

Me lembro que quando ameaçava chuva, esperava ansiosa para poder correr pra ela e me molhar e andar debaixo do beiral da casa, onde formava uma cortina de água. Depois corria pra rua e quando a chuva já estava mais forte a ponto de formar uma enxurrada na beira do meio fio, eu me sentava para bloquear o caminho da água e fazer com que passasse por cima das minhas pernas. Ou, ainda, quando não me atrevia a tanto, colocava meus pés, um na frente do outro pra fazer a mesma barragem. E ficava ali, olhando, como se fosse a coisa mais legal do mundo. Sem falar no barquinho improvisado que fazia, de papel, e deixava correr como se tivesse rumo certo e pressa em chegar ao destino: “bueiro”.

Não me lembro de ter ficado doente ou pego alguma bactéria por ter cometido tamanho desatino...rs

Me lembro também, das vezes em que passava férias na casa da minha avó, no sítio, e lá me deparava com uma outra espécie de chuva. Uma que chegava apavorando, gritando e esparramando tudo o que via pela frente. Com direito a pedras e tudo mais. E quando a coisa ficava mais séria, minha avó mandava a gente se esconder debaixo da mesa, pois havia o risco do granizo quebrar as telhas e elas caírem sobre a gente. É, porque não tinha forro, nem laje como é tão normal nos dias de hoje. Na hora era um pavor só, mas ao mesmo tempo, uma aventura que, duvido muito, que alguma criança tenha nestes tempo.

Antigamente as casas eram pequenas, as pessoas ficavam mais unidas, tanto no carinho quanto nas horas de medo. Não tinha muito pra onde correr, era só rezar pra que a chuva fosse embora sem fazer muitos estragos.

Hoje temos construído casas gigantes, com muitos cômodos, muitas salas e muitos banheiros, sendo que, na verdade pouco usufruímos de tudo isto. Já não nos satisfazemos com uma casa térrea, precisamos ter um andar, dois... e nem sempre  sente-se o calor e a sensação de um lar, de que ali abriga uma família. Parece mais uma caixa grande, dividida em várias caixinhas, com pessoas espalhadas por ali.

Temos salas, que em metros quadrados, tem o mesmo tamanho de pequenas residências. O mesmo tamanho das nossas casas na infância, onde éramos felizes e o pouco espaço não diminuía em nada esta felicidade.

Li uma frase estes dias no Facebook, onde dizia “sofremos demais pelo pouco que nos falta e alegramo-nos pouco pelo muito que temos”. É a mais pura verdade. Somos exigentes demais e quando pensamos em uma fase em que a vida tenha sido maravilhosa, vamos direto para a infância, onde tínhamos muito menos, mas éramos muito mais.

A chuva ainda continua, o domingo vai se acabando devagar e amanhã talvez venha o sol ou mais chuva (quem sabe?!), mas com certeza uma nova oportunidade de diminuir os erros e sermos melhores que hoje.

Solange Grignolli
A partir do Angel Blog. Leia no original

TODO DIA É DIA DE SER FELIZ

11/16/2012

A felicidade está nas coisas simples da vida.

Mas, para poder perceber as coisas simples, aquelas que podem fazê-lo feliz, você precisa estar aberto para a felicidade. Mais ainda, você precisa dar-se permissão para ser feliz."

Todo dia é dia de ser feliz. E tudo é apenas uma questão de atitude que você tem perante a vida.

Levante-se pela manhã, olhe-se no espelho e diga a si mesmo, em voz alta e com convicção: "Apenas pelo dia de hoje, eu escolho ser feliz".

Isso será o começo de uma transformação positiva que vai tomar conta de sua vida. Que vai torná-lo mais aberto à felicidade.

Roberto Shinyashiki
Psiquiatra, escritor e palestrante
A partir do livro "Todo dia é dia de ser feliz"

VOCÊ SE SENTE OBRIGADO A SER FELIZ ?

7/28/2012
No programa "Na Moral" de 26/07/2012, o jornalista Pedro Bial tratou de um assunto especialmente caro aos leitores deste espaço, a "ditadura da felicidade", questionando até onde vai a pressão da sociedade para que sejamos felizes ou que, ao menos, pareçamos felizes. Por restrições impostas pela Globo, não foi permitida a reprodução do programa no blog ou em nosso canal no YouTube, mas você pode ter acesso ao programa acessando o link abaixo. 

Veja os vídeos do programa, em sequência, na página da Globo-TV 

Acesse também o painel com opinião dos telespectadores

* * *

Personagem convidado do Na Moral, Edson Calil usa antidepressivos há 15 anos, e afirma com tranquilidade que não pretende abandonar a ajuda química. No entanto, quando destacou que o medicamento seria ‘a inteligência em pílulas’, Calil precisou se explicar com a DJ da noite, Camila Pitanga. A atriz deixou claro que não gosta do uso desregrado de remédios, disse que teme a 'mitificação' das pílulas, mas amenizou: “Eu não sou xiita, não mesmo".

Especialmente para o programa, Edson testou técnicas budistas e da psicologia positiva, mas garantiu preferir as pílulas na busca pela felicidade. Desde o início do depoimento do convidado, Camila demonstrou impaciência e não demorou para entrar no debate sobre medicamentos: “Você credita a uma pílula a tranquilidade? Quando você fala isso, a pessoa pode ver e, dentro desse estereótipo de solução infalível, ele vai comprar. E não é assim, eu acho assustador”, disparou Camila.


Outro convidado do programa, o psiquiatra Nelson Goldenstein explicou que, realmente, os medicamentos não devem ser indicados para todas as pessoas. “A prática clínica mostra que nem todas as pessoas, mesmo deprimidas, reagem bem aos antidepressivos”, destacou Goldenstein.


* * *

Abaixo a crônica de Pedro Bial sobre a felicidade.

"Para mim, felicidade é a busca da felicidade. Ou melhor: felicidade é ter direito à busca da felicidade. Os fundadores dos Estados Unidos foram muito felizes ao enunciar na declaração de independência americana: todo homem tem direito à busca da felicidade.

 E felicidade não é sinônimo de alegria, você pode muito bem ser feliz e estar triste, ou alegre. E para ser feliz não é preciso fechar os olhos para o sofrimento alheio, que tantas vezes nos rodeia. A felicidade não está na indiferença.

 A felicidade não estava nos planos da natureza, é uma invenção humana. E não existe felicidade obrigatória, ou uma única receita para a felicidade, felicidade é algo pessoal e sim, às vezes, transferível. Poucas coisas nos fazem mais felizes do que ver quem a gente ama feliz. Quer saber? Não se chega nunca à felicidade, a felicidade está no caminho. Eu, por exemplo, sigo em frente, felizmente."
Pedro Bial

AFETO E ESPIRITUALIDADE TRAEM QUALIDADE DE VIDA

6/06/2012

A capacidade de manter fortes laços emocionais e a crença em algo superior a si mesmo são fatores que têm sido relacionados à felicidade duradoura
 
Quais são os atributos de uma pessoa feliz? Inteligência, juventude, beleza, saúde? Embora a maioria acredite que isso tudo as faria mais satisfeitas, estudos mostram algo diferente. Boa educação, informação e capacidade cognitiva privilegiada, por exemplo, não são garantias de que alguém será capaz de fazer boas escolhas para si mesmo. Ser jovem também não ajuda muito. Na verdade, pesquisas indicam que idosos valorizam mais as experiências do presente, tendendo assim a ser mais felizes que os jovens. Depois dessa fase, o nível de satisfação (da maioria, pelo menos) sobe. Beleza? Embora seja uma característica extremamente valorizada e os mais atraentes muitas vezes consigam pequenas vantagens como elogios ou atenção, ser belo não é suficiente para sustentar a admiração de alguém ou manter relações duradouras. Saúde? Esse aspecto é certamente muito importante para a qualidade de vida, porém, não está necessariamente relacionado com felicidade. Muitas pessoas saudáveis não valorizam esse benefício e, por várias razões, são infelizes.

Dois fatores, porém, têm sido apontados como aqueles que proporcionam felicidade duradoura. Um deles é a capacidade de manter fortes laços afetivos. Pessoas que vivem relacionamentos amorosos estáveis e harmoniosos, por exemplo, costumam ser mais felizes do que as solteiras; alguns especialistas chegam a dizer que o casamento acrescenta, em média, sete anos de vida ao homem e quatro à mulher. Outro fator é conferir significado à própria existência, por meio da crença em algo superior a si mesmo, derivada da espiritualidade ou de uma filosofia pessoal de vida. Em outras palavras, um propósito externo que nos faça sentir que fazemos parte de um “todo”- e podemos contribuir para algo importante, maior que nós mesmos e além da existência humana tão limitada.

A partir da revista Mente & Cérebro. Leia no original

A FELICIDADE NÃO ESTÁ NO OUTRO

4/20/2012
A vida é busca. De prazer e de sentido. Vivemos um surto hedonista. As pessoas consumindo por prazer. O mundo pós-moderno, embora já conectado em rede, é caracterizado, paradoxalmente, pelas experiências individuais. 

A doença do século 21 é a depressão (“o câncer é o suicídio das células”) porque as pessoas perderam a capacidade de sentir prazer ou se envergonham dela. Clarice Lispector que tem um livro fundamental “Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres” falando de alguém sofrendo da vida e de amor disse: “Não procure alguém que te complete. Complete a si mesmo e procure alguém que te transborde”

A tal felicidade não está no outro. Está dentro de nós. “Sua visão se tornará clara somente quando você olhar para dentro do seu coração. Aquele que olha para fora sonha. Aquele que olha para dentro desperta”, disse Carl Gustav Jung. 

No entanto, é a busca de dar um sentido a vida que faz ela valer a pena. “A pedra tem mais sossego que a planta. A planta tem mais repouso que o réptil. O réptil é mais sonolento que o leopardo. O homem, este é pura insônia — trabalho futuro, vôo e flecha.” (Hélio Pellegrino, Minérios Domados). O sentido é quem pacifica a alma, eterniza. 

O prazer é uma canção de liberdade, mas não é a liberdade, que somente o sentido pode dar e, ainda, vencer a morte, a indesejada. Que o digam homens como Mandela, Gandhi e Luther King. Venceram os seus medos e foram livres. O tempo é a única coisa que existe no mundo igual para todos: 24 horas por dia para viver. 

A questão do tempo está interligada a necessidade de prazer, de viver o presente (Carpe Diem), de lutar contra a morte. Luxo é ser dono e usufruir o seu tempo. Todo homem é um tempo, um lugar e deveria ser uma causa. E no final da jornada é um regresso de onde partirmos: do ventre da mãe para o ventre da Terra. Dê sentido a sua vida, compartilhe os seus sonhos, seu viver, e faça disso um prazer.

DO LADO DE CÁ (Quando tudo parece não funcionar)

3/14/2012

Se a vida às vezes dá uns dias de segundos cinzas
E o tempo tic-taca devagar
Põe o teu melhor vestido,
Brilha teu sorriso
Vem pra cá,
Vem pra cá

Se a vida muitas vezes só chuvisca, só garoa
E tudo não parece funcionar
Deixa esse problema à toa
Pra ficar na boa
Vem pra cá

Do lado de cá,
A vista é bonita,
A maré é boa de provar
Do lado de cá,
Eu vivo tranqüila
E o meu corpo dança sem parar
Do lado de cá,
Tem música, amigos
E alguém pra amar
Do lado de cá

Se a vida às vezes dá uns dias de segundos cinzas
E o tempo tic-taca devagar
Põe o teu melhor vestido,
Brilha teu sorriso

Vem pra cá,
Vem pra cá
Se a vida muitas vezes só chuvisca, só garoa
E tudo não parece funcionar
Deixa esse problema à toa
Pra ficar na boa
Vem pra cá

Do lado de cá,
A vista é bonita,
A maré é boa de provar
Do lado de cá,
Eu vivo tranqüila
E o meu corpo dança sem parar
Do lado de cá,
Tem música, amigos

E alguém pra amar
Do lado de cá

A vida é agora
Vê se não demora Pra recomeçar
É só ter vontade
De felicidade
Pra pular

Do lado de cá,
A vista é bonita,
A maré é boa de provar
Do lado de cá,
Eu vivo tranqüila
E o meu corpo dança sem parar

Do lado de cá,
Tem música, amigos
E alguém pra amar
Do lado de cá

Banda Chimarruts
Composição: Fabrício de Gambogi / Gisele De Santi

PESSOAS FELIZES REDUZEM RISCO DE MORTE

11/05/2011

Felicidade está ligada a processos biológicos e fatores comportamentais. Um estudo publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences revelou que a felicidade pode ser a chave para uma vida longa, ou pelo menos mais longa do que se teria sem ela. A análise foi liderada por um cientista da University College London, no Reino Unido.

NÃO TENHO A RECEITA DE SER FELIZ

8/29/2011
Não se preocupem: não vou dar, pois não tenho, receita de ser feliz. Não vou querer, pois não consigo, dar lição de coisa alguma. Decido escrever sobre esse tema tão gasto, tão vago, quase sem sentido, porque leio sobre felicidade. Recebo livros sobre felicidade. Vejo que, longe de ser objeto de certa ironia e atribuída somente a livros de autoajuda (hoje em dia o melhor meio de querer insultar um escritor é dizer que ele escreve autoajuda), ela serve para análises filosóficas, psicanalíticas. Parece que existe até um movimento bobo para que a felicidade seja um direito do ser humano, oficializado, como casa, comida, dignidade, educação.

NÃO SE PREOCUPE, SEJA FELIZ

8/06/2011

É dele o hino para combater qualquer depressão, "Don't Worry Be Happy". Uma canção que transborda felicidade e boas energias. Basta assoviar a introdução que uma boa sensação emana pelo corpo. Mas nem mesmo seu autor está sempre sorridente. Ou despreocupado. O jazzista inglês, radicado em Nova York, Bobby McFerrin, de 61 anos, nem sempre está de bom humor. "Não tem ser humano que seja feliz sempre", disse McFerrin em entrevista recente.

O QUE SINTO TRAGO DESDE A INFÂNCIA

1/10/2011
"Pode ser inacreditável ver uma adolescente de 16 anos querendo morrer. Eu tava em uma das minhas depressões quando digitei no google, sem esperança de encontrar algo proveitoso, "QUERO MORRER" ! Pode ter sido por acaso, ou não.

O que sinto em mim trago desde a infância, quando vi as brigas horriveis de meus pais, pelas quais se separaram. Fui arrancada da minha mãe aos 6 anos pra morar com o pai que batia em minha mãe, e não a tive em meus momentos mais importantes.

Hoje, eu sofro e não a tenho ao meu lado para consolar-me. Meu pai não serve nem para dar um bom dia. Ele me sustenta, colégio bom, casa boa, comida. Não reclamei nunca. Mas eu prefiro catar lixo e ser feliz do que viver nesse inferno de dinheiro no qual vive minha familia. Não é a toa que a familia inteira é desestruturada.

Me sinto feia, despercebida, um verdadeiro patinho feio na frente de todos. Não sei se alguém vai ler isso, porque até eu mesma não li os outros depoimentos, mas confesso que não estava em um bom momento. Não sei o que é receber amor, a não ser de um namorado que eu tenho, e que na verdade, eu nem amo.

Enquanto ao meu pai, imagine uma filha repleta de medo do pai. Pois sou eu. Medo, angustia, insegurança, tudo isso me invade quando preciso lhe pedir algo, porque sei que o não é eterno. Uns dizem que ele me quer pra ele, outros dizem que é ciúmes, pois pareço demasiadamente com minha mãe, e ele foi deixado por ela, já que não aguentava mais apanhar. E eu apanhei, até essa tal Lei da Palmada surgir eu provei das mãos grossas e fortes de um homem que hora era o pai protetor, ora era o bicho papão do meu armário. Eu conto os dias pra minha maior idade, para só assim poder ir embora e morar com minha mãe, a única pessoa que poderá um dia me dar amor verdadeiro, reciprocamente. Ela faz falta :/ "

J.L.F.
Depoimento - Comunidade Q.M.

SOMOS PREDISPOSTOS A SER FELIZES

12/02/2010
David Lykken acredita em um componente genético para a felicidade. Para ele, todos nós somos predispostos a sermos felizes.'Ao longo da evolução de nossa espécie, parece provável que os tristes e rabugentos tivessem uma probabilidade menor de sobreviver por tempo suficiente para procriarem e, caso sobrevivessem, teriam desempenho inferior no jogo do acasalamento', opina Lykken.

Para comprovar sua teoria, o cientista realizou diversas pesquisas com irmãos gêmeos. Selecionou pares que foram criados pela mesma família e gêmeos separados no nascimento, que só se conheceram depois de adultos. Estudou gêmeos monozigóticos (idênticos, nascidos do mesmo óvulo e que possuem a mesma carga genética) e dizigóticos (nascidos de óvulos distintos, compartilham cerca de metade de seus genes). Lykken fez descobertas fascinantes. Entre elas, a de que gêmeos monozigóticos criados em famílias diferentes desenvolvem uma personalidade muito parecida. Ele cita como traços psicológicos que possuem alto grau de hereditariedade o QI, a extroversão, a tendência neurótica, o talento musical, a criatividade, os interesses científicos, a religiosidade, o autoritarismo e, até, a felicidade.

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A produção da dopamina na região conhecida como substância negra é estimulada por situações prazerosas como comer ou fazer sexo A dopamina é liberada pelo nucleus accumbens, e deposita-se nos terminais dos neurônios Os neurônios liberam a dopamina, ligando-se aos receptores de células adjacentes, estabelecendo as sinapses para transportar sinais elétricos Os impulsos elétricos são transformados em sensação de bem-estar no córtex cerebral
* * *
1- Nucleus accubens
2- Substância negra
3- Neurônios
4- Eixo do neurônio 5- Liberação de dopamina
6- Giro cíngulo
7- Amídala
8- Hipocampo
Fonte: Dr. Ricardo Alberto Moreno, Hospital das Clínicas

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Adaptação
Para Lykken, a seleção natural nos deu a capacidade de experimentar a felicidade não por generosidade, mas para que ela seja o estímulo que nos faz ter um comportamento construtivo, adaptando-nos ao nosso meio ambiente para sobrevivermos, para termos filhos e criá-los com segurança e saúde.

E a boa saúde depende também, em parte, da nossa disposição. Pessoas mais otimistas e satisfeitas com a vida são mais saudáveis, têm sistema imunológico mais forte, são menos propensas a ficarem doentes, e quando adoecem, recuperam-se mais rápido. 'O grau de satisfação melhora e estimula as condições físicas, a forma como o organismo está preparado para enfrentar o dia-a-dia', opina o psiquiatra Ricardo Alberto Moreno, coordenador geral do Gruda - Grupo de Estudos de Doenças Afetivas - do Hospital das Clínicas. Até o riso entra nesse jogo.

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Injeção de ânimo
Baseado em 'A Mulher que Chora',
de Pablo Picasso
Além do riso fazer bem para a circulação do sangue no coração e o otimismo ajudar a fortalecer o sistema imunológico, especialistas são unânimes ao afirmar que pessoas mais felizes respondem melhor a tratamentos médicos. O Projeto Felicidade, sediado em São Paulo, é uma mostra disso. Sua missão: alegrar crianças portadoras de câncer e desenvolver sua auto-estima. Durante uma semana, as crianças enfermas, junto com um responsável e um irmão, hospedam-se em bons hotéis e têm uma programação intensa de lazer e atividades de integração. Ao retornarem para suas casas, continuam em contato com os voluntários do projeto por meio de cartas, e, caso morem próximos à cidade, recebem visitas em seus aniversários. Apesar de ainda não terem realizado nenhuma pesquisa científica que prove os efeitos na saúde das crianças, os médicos dizem em coro que os pacientes que passaram pelo projeto voltam mudados: mais afetivos, mais interessados, com mais ânsia de viver. E menos resistente aos tratamentos. 'As crianças chegam aqui sérias, sentindo dores, às vezes com febre. No final da semana, já estão muito mais dispostas', conta a diretora do projeto Flávia Bochernitsan.
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O melhor remédio
Estudo divulgado por Michael Miller, da Universidade de Maryland, provou que, enquanto a depressão afeta negativamente todo o organismo, aumentando principalmente o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, quando rimos ocorre uma descontração no endotélio, fazendo o sangue fluir mais livremente, semelhante ao que acontece com a prática de atividade física intensa. O endotélio é o tecido que cobre a parte interna dos vasos sanguíneos, e é onde geralmente se iniciam doenças como aterosclerose, que se caracteriza pelo endurecimento das artérias. 'O riso combate o estresse e tira a mente de um estado negativo', conta o psicólogo Michael Mercer. 'Acredito que, quando rimos, tiramos o foco da preocupação, é uma boa maneira de modificar o modo como você está pensando e sentindo. É realmente o melhor remédio', defende.

'Não se conhece nenhuma civilização que não tenha o riso incorporado entre seus membros. Certamente o riso é inato, vem agregado no nosso código genético', acredita o neurologista Edson Amâncio, médico do Hospital Albert Einstein.

Circuito do riso
Ele conta o estranho caso da mulher que morreu de rir. Ocorreu com uma bibliotecária da Filadélfia que teve um súbito ataque de riso que se seguiu uma intensa dor de cabeça. Começou a rir e não parava mais. Levada a um hospital, entrou em coma poucas horas depois. Ela apresentou uma hemorragia cerebral: o sangue invadiu o terceiro ventrículo e comprimiu várias estruturas na base do cérebro. Em outro caso citado por Amâncio e publicado na revista científica 'Nature', uma paciente sob neurocirurgia com anestesia local teve uma crise de riso quando o eletrodo que mapeava as áreas cerebrais que deveriam ser operadas para curá-la de uma epilepsia tocou determinada região nos lobos frontais. 'Esses casos nos trouxeram a conclusão óbvia de que as áreas responsáveis pelo riso estão situadas no sistema límbico, um conjunto de estruturas que regulam nossas emoções. Isso nos faz supor que há no cérebro um 'circuito do riso'. Saber que há um circuito para o riso não nos dá a resposta da sua finalidade, da mesma forma que o bocejo e o prazer sexual. Provavelmente nossos ancestrais que adquiriram o riso se beneficiaram disso e ele deve ter tido um papel importante, de alguma forma contribuiu para a manutenção da espécie', acredita Amâncio.

Anatomia da felicidade
Existem três regiões importantes pela modulação do estado de humor no cérebro, pertencentes ao sistema límbico: o giro cíngulo, a amídala e o hipocampo, que concentram a produção de substâncias como a noradrenalina ou norepidefrina, a serotonina e a dopamina. Elas interagem modulando várias funções do nosso organismo: energia, interesse, impulsividade e ansiedade, por exemplo, mas todas são responsáveis por modular o humor, as emoções e a cognição (tudo que se refere à capacidade de adquirir conhecimento: memória, concentração, raciocínio, abstração, inteligência). O humor é o estado mais primário, implica na capacidade de mudar nossos afetos para o pólo da alegria e tristeza. Essa polarização também é responsável pelos sentimentos. Dos neurotransmissores, a dopamina é o que mais dá sensação de bem-estar. Está também relacionada com substância como cocaína e anfetamina, drogas que provocam sensação de euforia. É um efeito bifásico, já que depois de euforia pode haver esgotamento de dopamina, causando graves estados de depressão em usuários crônicos. A parte do cérebro mais estudada quando o assunto é felicidade é o córtex pré-frontal, região mais externa do cérebro, já que é onde ocorre maior convergência das vias de serotonina, norepinefrina e dopamina. 'Quando um indivíduo tem emoções positivas, o afluxo na região pré-frontal é muito grande', explica Ricardo Moreno.

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Ditado Esperto
Baseado na obra 'O Filho do homem',
de René Magritte
Não é só uma frase conformista: dinheiro, de fato, não traz felicidade. Desde que uma pessoa tenha suas necessidades básicas atendidas, um bolso recheado não traz felicidade por si só. Uma pessoa pessimista, que não se valoriza, não conhece suas próprias necessidades e tem relações tumultuadas com outras pessoas dificilmente será feliz, mesmo que seja milionária. O psicólogo Martin Seligman mostra que o poder geral de compra do país e a satisfação com a vida caminham na mesma direção. Porém, assim que o Produto Interno Bruto atinge e excede 8.000 dólares por pessoa, essa correlação desaparece. 'Os suíços ricos são mais felizes que os búlgaros pobres, mas a riqueza tem pouca importância quando se trata de um cidadão da Irlanda, Itália, Noruega ou Estados Unidos', conta Seligman.

Memória seletiva
Tente se lembrar dos últimos acontecimentos da sua vida. Quais prevalecem, os positivos ou os negativos?Se você pensou em mais eventos agradáveis, ou você realmente passou por mais momentos bons que ruins, ou seu cérebro se lembra melhor dos positivos. Pesquisa da Universidade Estadual de Winston-Salem mostra que as lembranças boas tendem a permanecer durante mais tempo em nossa memória. Isso relaciona-se com um processo conhecido por minimização. Para voltar aos nossos níveis normais de felicidade, temos a tendência de minimizar o impactos dos acontecimentos. Isso acontece biológica, cognitiva e socialmente, e esse processo é mais acentuado em relação às experiências negativas.
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Pet terapia

A felicidade que vem de relacionamentos bem desenvolvidos não ocorre somente de ser humano para ser humano. Quem tem um animal de estimação sabe muito bem como esses seres podem alegrar nossas vidas. E não é só do ponto de vista psicológico. Um estudo da Universidade Estadual de Nova York mostrou que a convivência com mascotes ajuda a baixar a pressão e acalmar. Karen Allen, autora da pesquisa, acredita que as pessoas sentem-se menos nervosas na presença dos animais porque eles não as julgam. Ter um animal de estimação ainda ajuda a diminuir o colesterol, aumentar as chances de recuperação após um ataque cardíaco e diminuir a solidão e sentimentos depressivos.

Aqui no Brasil, uma experiência iniciada em março do ano passado comprova os benefícios da convivência com animais. Uma vez por semana, Ventus e Barney visitam o Centro de Referência para os Portadores da Doença de Alzheimer, que funciona no Centro de Medicina do Idoso do Hospital Universitário de Brasília. Não, eles não são médicos. São cães-terapeutas. No centro, os pacientes brincam com eles, os acariciam e conversam com suas donas. Isso ajuda os idosos a ativar a memória recente, a mais afetada pela doença, além de melhorar o humor e estimular o contato físico. Ao jogar bolinhas para os cachorros, os idosos fazem exercícios físicos leves, de forma lúdica e divertida. Os participantes são estimulados a memorizar os nomes e cores dos cães, assim como relembrar passagens da vida despertadas pela presença do animal. O resultado: o humor e a atenção de todos melhoraram. Idosos antes calados passaram a conversar mais, melhorando até mesmo a relação com a família.

Felicidade sem culpa

Para o neurologista e psicoterapeuta Paulo de Mello, feliz é aquele que sabe encontrar oportunidades onde poucos encontrariam, mesmo nos momentos de tristeza. Afinal, é normal uma pessoa sentir-se triste diante de algum acontecimento desagradável. 'Tudo se resume em buscar relações de amor consigo mesmo, com os outros e com o mundo, buscar a verdade, ou seja, o fato como se apresenta e o perdão verdadeiro, desenvolvendo defesas psicológicas maduras para que possamos eliminar o sofrimento. A felicidade pode, sem dúvida, ser o resultado do desenvolvimento de uma maior tolerância às frustrações, maior habilidade em reparar os estragos que possamos ter causado em nossas vidas ou na vida de outros e sobretudo pela coragem de sermos nós mesmos a despeito de quem quer que seja', conclui.

Saiba mais

• 'Felicidade Autêntica', Martin Seligman. Ed. Objetiva. 2002
• 'Felicidade', David Lykken. Ed. Objetiva. 1999
• 'Happiness', Richard Layard. Penguin. 2005
Para navegar
• Ed Diener, www.psych.uiuc.edu/~ediener
• Arquivo Mundial da Felicidade, www.eur.nl/fsw/research/happiness
• Projeto Felicidade, www.felicidade.org.br


Imagens: Galileu e darkchacal (Flickr)
A partir da revista Galileu ( n.165-abril/2005). Leia no original
 
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