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A SUFOCANTE VIDA INTERIOR DE VIRGÍNIA WOOLF

3/16/2012
Virginia Woolf – A medida da vida (Cosac Naify, 584 pgs. R$77) não é uma biografia convencional. Concentrando-se nos últimos 10 anos da existência da escritora – da criação do ambicioso romance As Ondas até seu suicídio, em 1941 – Herbert Marder parece menos preocupado em reconstituir em minúcias a trajetória de Virginia – empreendimento, aliás, já realizado por outros autores, começando por Quentin Bell (sobrinho de Virginia) – que em realizar uma investigação psicológica de determinados temas recorrentes em sua vida e em sua obra. Dessa forma, a cronologia dos capítulos que se sucedem também se torna peculiar, como se fossem camadas nos quais Marder buscasse elementos e um núcleo comuns, expondo com cada vez mais intensidade a fragilidade emocional e a angústia essencial que se tornou uma segunda natureza para a autora de Orlando, Entre os atos e Ao farol.

Como pano de fundo histórico, Marder apresenta uma Inglaterra em crise, nos anos em que a Europa testemunhava a ascensão do totalitarismo e avançava inexoravelmente para a guerra. Contrastadas com essa atmosfera coletiva de crescente tensão e violência, as crises depressivas de Virginia ganham um sentido político, ainda que ela abominasse a política. Em seus diários, em mais de um momento ela demonstrou intuir a gravidade da situação com mais clareza que seus amigos intelectuais do grupo de Bloomsbury, sinal da crescente consciência social da escritora e de sua percepção do risco coletivo iminente. O seu colapso pessoal refletia o colapso do mundo em que ela vivia.

Virgínia Woolf em 1927
Virginia Woolf É com base principalmente nesses diários e na correspondência de Virginia que Marder sugere que seu suicídio foi ensaiado e simbolicamente encenado diversas vezes, ao longo daqueles anos. Reforçando a tese, olivro inclui um apêndice com cartas reveladoras, e desconhecidas até a publicação original da biografia, trocadas entre Virginia e Octavia Wilberforce, sua prima e médica. As cartas mostram também a obsessão de Virginia pelo trabalho: ela enxergava na escrita uma espécie de porto seguro de uma existência que carecia de alicerces emocionais e de sentido prático, assombrada pelo medo do fracasso e da loucura até os últimos dias, medo só atenuado pela dedicação dos amigos e do marido, Leonard.

Elegantemente escrito, com um estilo envolvente e sinuoso que em alguns momentos lembra a literatura de sua personagem – o que valoriza a tradução de Leonardo Fróes – A medida da vida é bem-sucedido em humanizar e mostrar as contradições e dificuldades da mulher Virginia Woolf, sobretudo sua incapacidade de administrar os sentimentos, seus problemas com os criados, seus recorrentes mergulhos na prostração e na impotência diante do mundo. Suas emoções parecem sempre mal graduadas, a ponto de ela se culpar por não sentir suficientemente a morte da mãe e de pessoas próximas, como Roger Fry e Dora Carrington, outra suicida, após viver um caso platônico com Virginia.

Desdenhando as convenções das narrativas jornalísticas, Herbert Marder – professor na Universidade de Illinois e autor de ensaios sobre feminismo e literatura – mergulha assim na sufocante vida interior de Virginia Woolf, investindo numa interpretação pessoal de suas motivações e idiossincrasias, seus impasses e angústias.

LEIA TAMBÉM:
Virginia Woolf de Alexandra Lemasson. L&PM, 192 pgs. R$16.

“Não quero ser célebre nem grande”, escreveu Virginia Woolf. “Quero avançar, mudar, abrir meu espírito e meus olhos, recusar ser rotulada e estereotipada. O que conta é liberar-se por si mesma, descobrir suas próprias dimensões, recusar os entraves.” Para Virginia (1882-1941), os livros eram o único refúgio, e a literatura a última salvação. Fundadora, ao lado do marido, de uma das mais influentes editoras britânicas do século XX, a Hogarth Press, Virginia viveu e escreveu atormentada por alucinações e por sucessivas crises depressivas. Em março de 1941, decidiu abreviar a vida deixando-se levar pelas águas.

SE TE QUERES MATAR

11/30/2011
Se te queres matar, por que não te queres matar?
Ah, aproveita! que eu, que tanto amo a morte e a vida,
Se ousasse matar-me, também me mataria...
Ah, se ousares, ousa!
De que te serve o quadro sucessivo das imagens externas
A que chamamos o mundo?
A cinematografia das horas representadas
Por atores de convenções e poses determinadas,
O circo policromo do nosso dinamismo sem fím?
De que te serve o teu mundo interior que desconheces?
Talvez, matando-te, o conheças finalmente...
Talvez, acabando, comeces...
E, de qualquer forma, se te cansa seres,
Ah, cansa-te nobremente,
E não cantes, como eu, a vida por bebedeira,
Não saúdes como eu a morte em literatura!

O SUICÍDIO E A IMORTALIDADE

11/27/2011

Está claro que o suicídio, quando se perdeu a ideia da imortalidade, torna-se de uma imprescindibilidade absoluta e inevitável para todo o homem que tenha alguma noção da sua superioridade sobre os animais. Pelo contrário, a imortalidade que nos promete uma vida eterna amarra o homem, por isso mesmo, mais fortemente à Terra. Poderá parecer que há aqui contradição; se há tanta vida, quer dizer, a imortal, além da terrena, porque estimar tanto esta última? Acontece o contrário; é em virtude da sua fé na imortalidade que o homem alcança o seu fim razoável na Terra. Sem fé na imortalidade quebram-se os laços que prendem o homem à Terra, tornando-se mais subtis, mais frouxos, e a perda do alto conceito da vida (ainda que se sinta apenas em forma de inconsciente pesar) leva, inevitávelmente, ao suicídio.

A VISÃO ESPIRITUAL SOBRE O SUICÍDIO

10/06/2011
Por trás de cada ato há sempre uma força-poderosa, que chamamos de motivação. É a motivação que determina cada ato de nossas vidas -- não apenas o suicídio. Como sempre afirmo, há uma lei natural de causa e efeito, ou seja, a ação é resultado direto da motivação.

SUICIDAS SE TORNAM 'ALMAS ATORMENTADAS', DIZ ESCRITOR

10/03/2011
Muitos me perguntam o que deve ser feito com o corpo daqueles que cometem suicídio. O corpo é meramente uma concha. Ao deixar a concha, o espírito perde suas ligações com o envoltório físico. É como uma peça de roupa já gasta. No caso do suicídio ou de um acidente trágico, é importante que o corpo seja cremado. A cremação destrói o corpo rapidamente, e o espírito é liberado de qualquer resquício de ligação com o corpo. Assim, irá se tornar mais fácil para a alma conscientizar-se de sua nova situação.

'QUANDO ALGUÉM SE MATA E SE DÁ CONTA QUE NÃO MORREU'

10/03/2011
  
A terra é o lugar onde se experimentam os elementos e aspectos da condição humana - que não podem ser vivenciados em nenhum outro lugar. É um lugar de crescimento - e crescer não é fácil. A maioria das pessoas vivas hoje está constantemente pressionada por desafios de sobrevivência. Somos bombardeados com preocupações de ordem financeira, profissional, emocional, por problemas de saúde. Muitas dessas preocupações estão associadas com sentimentos de autodestruição. A certa altura, acreditamos: "Não posso suportar isso!" ou "É melhor morrer!".

SUICÍDIO, SEGUNDO 'O LIVRO DOS ESPÍRITOS'

9/24/2011
944. Tem o homem o direito de dispor da sua vida?
"Não, só a Deus assiste esse direito. O suicídio voluntário transforma-se numa transgressão desta lei."

944.   a) Não é sempre voluntário o suicídio?
"O louco que se mata não sabe o que faz."

ESPIRITISMO E O SUICÍDIO: PERGUNTAS E RESPOSTAS

9/23/2011
Quais as principais motivações que podem levar alguém ao suicídio nos dias de hoje?
A primeira delas é a falta da noção da Ideia de Deus. O restante é tudo consequência, como por exemplo uma noção deturpada da vida após a morte. Hoje, como consequência destas duas ideias citadas acima, vemos as pessoas a procurar necessidades que as fazem sofrer por não atingir o padrão que os meios de comunicação e a sociedade impõem; estes cobram das criaturas que elas tenham determinado padrão de beleza, determinado padrão social, determinado padrão de cultura determinado padrão de pensamentos e se as pessoas não alcançam este padrão, entram num desânimo, num sentimento de menos valia, na depressão e daí, como lhes faltam o conhecimento da Ideia de Deus e de Suas Leis, para o suicídio faltam poucos passos, pois a noção de mundo espiritual também é frágil.
 
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