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DEPRESSÃO ESTÁ EM TODAS AS IDADES:

1/08/2010
Pesquisa com 2 milhões de pessoas mostra que a felicidade da juventude retorna na velhice

A entrada na casa dos 40 anos causa mesmo um tremendo baque emocional – e é muito difícil evitá-lo. Em compensação, quem chega aos 70 anos com boa saúde tem grandes chances de encarar o dia-a-dia com o mesmo otimismo e a mesma disposição que movem os jovens de 20. Essas são as duas principais conclusões da mais extensa pesquisa já feita sobre a relação entre a idade e a satisfação com a vida. O estudo, coordenado por economistas americanos e ingleses, analisou dados médicos de quase 2 milhões de pessoas de oitenta países, incluindo o Brasil. As informações foram obtidas em hospitais, clínicas e universidades. Os quarentões concentram o maior índice de infelicidade e de casos de depressão independentemente de sexo, estado civil, condição social, número de filhos ou nacionalidade. A pesquisa conclui que a sensação de felicidade ao longo da vida evolui como um gráfico em forma de "U". Está no auge por volta dos 20 anos, entra em curva descendente na década seguinte e chega ao fundo do poço na meia-idade. A partir dos 60 anos, a curva da felicidade recupera o fôlego e, aos 70 anos, volta ao mesmo nível relatado pelos jovens adultos. "Os dados foram muito consistentes, mas ainda estamos estudando os desdobramentos da pesquisa", disse Andrew Oswald, professor da Universidade de Warwick, na Inglaterra, um dos autores do trabalho.


A fossa dos quarentões e a boa disposição de jovens e idosos explicam-se em boa parte pelas situações que geralmente surgem nessas fases. Enquanto os jovens têm uma enorme confiança no futuro e os idosos saudáveis experimentam a sensação de dever cumprido, os quarentões enfrentam um cenário bem diferente. Mesmo involuntariamente, a chegada à maturidade estimula uma análise da trajetória até aquele ponto da vida, muitas vezes acompanhada de sentimentos de frustração por projetos não realizados e de medo do futuro.

O resultado da pesquisa chama atenção para a maior discussão atualmente em pauta nos consultórios psiquiátricos: se a quantidade de diagnósticos de depressão é ou não excessiva. As estimativas mais divulgadas apontam que 20% da população mundial tem pelo menos uma crise depressiva ao longo da vida. Muitos médicos acreditam que, na realidade, o número de doentes possa ser 25% menor. No livro The Loss of Sadness: How Psychiatry Transformed Normal Sorrow into Depressive Disorder (A Perda da Tristeza: Como a Psiquiatria Transformou o Sofrimento Normal em Depressão), lançado no ano passado nos Estados Unidos, os pesquisadores Allan Horwitz e Jerome Wakefield argumentam que antidepressivos como Prozac e Zoloft são freqüentemente utilizados para tratar a tristeza, um sentimento natural do ser humano que, apesar de indesejável, nada tem de patológico. "O tratamento com remédios só é indicado nos casos em que os sintomas incapacitam o portador de alguma forma", diz Marcio Versiani, coordenador do programa de depressão e ansiedade da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "O que se observa hoje é que muitas pessoas tomam remédios em vez de enfrentar os problemas", conclui.

Paula Neiva

A partir da revista Veja. Leia no original

DEPRESSÃO ATINGE MILHÕES: ENTENDA O QUE É

1/07/2010
A depressão tem algumas características que muitas vezes passam despercebidas, não somente por quem sofre da doença, mas também por familiares e amigos, podendo ser confundida com tristeza. Ficar atento aos seus sintomas é importante - afinal, isso possibilita um diagnóstico precoce e um tratamento mais eficaz, de acordo com a recomendação dos médicos. A seguir, saiba um pouco mais sobre a doença, que atinge milhões de pessoas no mundo todo.

1. Quais são os principais sintomas da depressão?

Mudanças de humor, perda de interesse ou prazer nas atividades, sentimento de culpa ou perda de auto-estima, distúrbio de sono ou de apetite, perda de energia e falta de concentração.

2. Quais são as suas conseqüências?

Se não tratada devidamente, pode levar a uma incapacidade de gerenciar a própria vida e à perda da responsabilidade em relação aos outros. A depressão pode levar a casos extremos como o suicídio. A doença está associada à morte de cerca de 850.000 pessoas por ano, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).

3. É uma doença ligada aos tempos modernos?

A doença é muito mais antiga do que muitos imaginam. Há registros de casos de depressão que remontam à antiguidade..

4. Quantas pessoas sofrem de depressão?

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão atinge 121 milhões de pessoas ao redor do mundo e está entre as principais causas que contribuem para incapacitar um indivíduo. A OMS prevê que até o ano de 2020 a depressão passe a ser a segunda maior causa de incapacidade e perda de qualidade de vida..

5. E no Brasil, quantas pessoas são atingidas pela doença?

Estima-se que cerca de 17 milhões de brasileiros tenham a doença. De acordo com um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), 74.418 trabalhadores foram afastados de suas atividades em 2007 em decorrência de depressão.

6. A doença só atinge um grupo específico de pessoas?

Não. A depressão pode ocorrer tanto em homens como em mulheres, de todas as idades e de qualquer classe social. No entanto, a incidência é muito maior entre as mulheres do que entre os homens (a proporção é de dois casos entre elas para cada caso entre eles). Entre os indivíduos que também apresentam maior risco de desenvolver a doença estão as pessoas com casos de depressão na família, usuários de drogas, medicamentos e álcool, e mulheres nos dezoito meses seguintes a um parto.

7. Por que as mulheres são mais sujeitas à depressão?

Ainda não existe uma explicação científica que justifique o fato de a mulher ser mais sensível à depressão. Há algumas teorias, entre elas a que relaciona esse efeito aos hormônios femininos.

8. E quais são as causas da doença na terceira idade?

No idoso, é comum que a depressão esteja associada à diminuição da autonomia, da capacidade funcional, ao isolamento, e à perda de familiares e amigos. Conforme a Associação Brasileira de Psiquiatria, cerca de 15% da população de idosos apresentam os sintomas clínicos da doença.

9. Como é feito o tratamento da depressão?

O tratamento tradicional é feito à base de antidepressivos com acompanhamento psicológico. A complementação ao tratamento com atividades esportivas aeróbicas também é recomendável por alguns profissionais de saúde.

10. Existe cura para a doença?

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, a depressão tem natureza recorrente, como uma enxaqueca. Porém, 70% dos depressivos respondem bem ao tratamento. Os outros 30% têm resposta parcial ou não apresentam qualquer sinal de melhora. De acordo com a OMS, pouco mais de 25% das pessoas afetadas pela doença no mundo recebem o tratamento adequado. No Brasil, esse índice só não é maior devido à falta de preparo de uma parcela de profissionais de saúde em reconhecer os sintomas da doença e encaminhar os pacientes para o tratamento adequado.

BUSQUE EXERCITAR A PAZ DIARIAMENTE

12/29/2009
Hábitos que você pode adotar no dia-a-dia permitem alcançar a paz interior mesmo quando o mundo parece estar desabando lá fora. Ter uma tranqüilidade inabalável é uma escolha que você faz a cada dia. Conheça as práticas recomendadas por estudiosos da paz, como o líder espiritual dalai-lama, que irão ajudá-lo a não se sentir engolido pelo caótico mundo moderno.

Apertar o off que causa ansiedade
Checar e-mails do trabalho no fim de semana, fazer mil ligações até na hora do almoço, entrar no MSN por puro hábito. Se essas situações soam familiar a você, é sinal de que a tecnologia virou um gerador de ansiedade na sua vida — quando, na verdade, ela deveria facilitar as coisas.

A saída, então, é se desconectar sempre que puder. “Procure deixar de sobrecarregar cada hora com estímulos excessivos”, aconselha a professora de introdução ao budismo tibetano e prática meditativa Mônica Miguez. Passar um tempo sem fazer nada é um jeito de acalentar a alma e, assim, se fortalecer para não sucumbir ao estresse diário, explodindo com tudo e todos.

Ser menos exigente consigo
“Há uma citação do dalai-lama que diz: ‘É somente abrindo o nosso coração que poderemos acessar a compaixão, nos tornando mais amorosos’”, conta a psicoterapeuta com enfoque na psicologia budista Celina Figueiredo.

E não só com os outros, mas também com você mesmo. Seguir o conselho do mais famoso dos lamas exige perdoar-se, ser menos perfeccionista e exigente quando não conseguir mudar uma realidade. Afinal, nem sempre as coisas se resolvem como a gente gostaria. Já pensou o peso que vai tirar das costas numa crise profissional ou familiar ao admitir que não é perfeito, mas se ama mesmo assim?

Fazer menos tempestade em copo d’água
Digamos que você esteja cheio de dívidas. Remoer-se de preocupação ou reclamar que ganha mal não resolve — até piora a situação. É muito melhor concentrar energias em um jeito de saldá-las: cortar gastos, fazer um bico.

Veja também se não está supervalorizando os contratempos. Uma buzinada no trânsito ou o elevador que quebra, por exemplo, o deixam fora dos eixos por horas? Na opinião da monja Coen Sensei, missionária oficial da tradição Soto Shu — Zen Budismo, com sede no Japão, quando isso acontece, é preciso voltar duas casas e ver se há motivo para se agitar tanto.

Abril Notícias. Leia texto original

CONFESSE: O MAU HUMOR JÁ TE AJUDOU EM ALGO?

12/28/2009

A revista Circulation, da Associação Americana do Coração publicou um estudo, realizado por uma equipe da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. O título era muito sugestivo: Verdade: raiva mata mesmo. E dizia do aumento significativo dos riscos de se ter um ataque cardíaco, devido ao mau humor. A equipe, durante seis anos, estudou nada menos do que o comportamento de 13.000 homens e mulheres, com idade entre 45 e 64 anos.

Os pesquisadores descobriram que as pessoas que se irritam intensamente, e com frequência, têm três vezes mais probabilidades de sofrer um infarto do coração, do que aquelas que encaram os problemas com mais serenidade. Segundo esses estudiosos, cada vez que a pessoa tem um episódio de raiva, o organismo joga no sangue uma carga extra de adrenalina.

A concentração desse hormônio no corpo aumenta o número de batimentos cardíacos e estreita os vasos sanguíneos, o que faz com que a pressão arterial se eleve. A repetição dos momentos de raiva pode gerar problemas que se associam ao infarto. Um deles é a arritmia cardíaca, o que quer dizer que o coração bate de forma descompassada.

Por tudo isto, é bom analisarmos os nossos atos. Procuremos examinar as suas origens, a fim de que o possamos liquidar o mais rápido possível. Caso o problema seja de alguma dívida que esteja nos preocupando, recordemos que não será com mau humor que conseguiremos os recursos para pagá-la. Se a dificuldade é uma doença que nos atormenta, tenhamos em mente que enfermidade precisa de remédio e não de intolerância, para se curar.

Se estivermos precisando da cooperação de alguém para um empreendimento, uma tarefa, com certeza não será apresentando uma carranca que conseguiremos simpatia e ajuda. Se estiverem se apresentando contratempos na família, não serão frases ásperas, cheias de amargura e má vontade que irão resolvê-los. Tudo isto quer dizer que, em verdade, até hoje não se tem conhecimento de ninguém que o azedume e o mau humor tenham auxiliado.

Então, simplifique a vida. Pense no tempo que está perdendo com seu mau humor, com sua irritação e aprenda a rir de si mesmo. Aprenda que o ridículo da vida é levar a sério o que, na verdade, não tem importância alguma; que a aparente desgraça e má sorte de hoje pode significar a gargalhada de amanhã. Entenda, assim, quanto tempo está perdendo com seu irritante mau humor...

A partir de texto do Momento Espírita
Texto relacionado : O importante na vida

EVITE TER PIEDADE DE SI MESMO

12/26/2009
"Também perdi um filho com apenas 11 anos. com uma doença chamado síndrome de lenox. Era uma criança especial. com todo seu problema que ele tinha ele nunca reclamava. Ele foi um pequeno herói... Me dava força para superar as dores que ele tinha. O meu querido filho pablo também foi um anjo na minha vida. Hoje Deus levou o meu anjinho para perto dele. Só me restou saudades e belas lembranças de um filho maravilhoso. Deixo aqui esse pequeno e emocionante recado para todos as mães que perderam seus filhos. Tenham muita força em deus. Com certeza nossos filhos estão olhando por nós de lá de cima". (Marta Cristina de Oliveira - por e-mail)

As palavras de Marta nos levam a refletir precisamente no tamanho de nossas dores e no peso que atribuímos a elas. Não cabe a mim quantificar a dor de ninguém, muito menos ponderar acerca de como devemos encarar os desafios da vida (e da morte). Mas é a vida que nos ensina, por obra de uma força maior que somos feitos para encarar a vida com coragem e compaixão. Coragem para nós e para os que estão à nossa volta e compaixão para com os outros e, na medida exata, para nós mesmos. Não devemos nos apiedar de nossa própria trajetória, pois nós a determinamos em algum momento. Afinal, somos espíritos imortais e esta não é uma verdade que pertence ao Espiritismo, apenas foi revelada por ela.

E para melhor ilustrar o que digo, recorro às sempre inspiradas palavras de Chico Xavier. Leia com atenção a mensagem abaixo e depois gaste um minuto que seja para refletir.

"Quando você conseguir superar graves problemas de relacionamentos, não se detenha na lembrança dos momentos difíceis, mas na alegria de haver atravessado mais essa prova em sua vida.


Quando sair de um longo tratamento de saúde, não pense no sofrimento que foi necessário enfrentar, mas na benção de Deus que permitiu a cura.


Elas serão uma prova de sua capacidade, e lhe darão confiança diante de qualquer obstáculo.

Uns queriam um emprego melhor; outros, só um emprego.
Uns queriam uma refeição mais farta; outros, só uma refeição.
Uns queriam uma vida mais amena; outros, apenas viver.
Uns queriam pais mais esclarecidos; outros, ter pais.

Uns queriam ter olhos claros; outros, enxergar.
Uns queriam ter voz bonita; outros, falar.
Uns queriam silêncio; outros, ouvir.
Uns queriam sapato novo; outros, ter pés.

Uns queriam um carro; outros, andar.
Uns queriam o supérfluo; outros, apenas o necessário.
Há dois tipos de sabedoria: a inferior e a superior.

A sabedoria inferior é dada pelo quanto uma pessoa sabe, e a superior é dada pelo quanto ela tem consciência de que não sabe.
Tenha a sabedoria superior. Seja um eterno aprendiz na escola da vida.

A sabedoria superior tolera, a inferior julga; a superior alivia, a inferior culpa; a superior perdoa, a inferior condena. Tem coisas que o coração só fala para quem sabe escutar!"

Chico Xavier

SENTIDO DA VIDA E A FELICIDADE

12/25/2009
Muitos adolescentes (talvez eu e você) já pensaram em sair para a escola e abandonar o barco da sociedade: queimar os documentos, abandonar pais e amigos, colégio, compromissos e, principalmente, planos. Tudo para por o pé na estrada, sem rumo, pensando em viver uma silenciosa vida de protesto contra um mundo com o qual não concordamos. No filme "Na Natureza Selvagem", inspirado na história real de Christopher McCandless (Emile Hirsch), um jovem rapaz abandona sua vida de conforto para buscar a liberdade pelos caminhos do mundo, uma viagem que o leva ao Alasca selvagem. Escrito e dirigido por Sean Penn, foi tido pela crítica norte-americana como "perturbador, envolvente e impressionante quanto belo". Não se trata, numa exceção à nossa lista de filmes selecionados, de um filme de temática espiritualista; mas fala da vida com uma profundidade que merece a recomendação.

Este é o quarto longa do também ator Sean Penn e venceu o Oscar em duas categorias (melhor ator coadjuvante e montagem). O roteiro também é assinado por Penn e se baseia no livro homônimo de não-ficção de Jon Krakauer, que conta a vida de Christopher McCandless, um rapaz que no início dos anos 1990 abandonou tudo, entregou à caridade todo o dinheiro guardado para custear seus estudos e caiu no mundo em direção ao Alasca, sem sequer avisar a família. Pode-se encarar Chistopher de duas maneiras: como um egoísta arrogante, impulsivo e mimado que fez essas escolhas para agredir seus pais ou como uma espécie de herói romântico.

Em seus escritos, como um diário, Chistopher enfatiza o que há de belo na natureza, rejeitando os bens materiais e se autodefinindo como "viajante estético". Adotando o pseudônimo de Alexander Supertramp, o rapaz desistiu de ter documentos, dinheiro e residência fixa. Fez de tudo para não ser encontrado por sua família, vivendo em plena liberdade, seguindo textos de escritores como Leon Tolstói, Henry David Thoreau e Jack London. Em seu caminho, o personagem faz alguns amigos, como um casal de hippies; um fazendeiro; uma garota por quem se interessa e um viúvo solitário, que vê nele o neto que nunca teve. Para conferir autenticidade, muitas das cenas foram rodadas nos lugares por onde Chris passou realmente. Depois de hesitar por dez anos, a família McCandless concordou em dar o seu aval à produção.

Doloroso e verdadeiro, o roteiro traz a realidade da busca pelo sentido da vida e fala sobre a dor da solidão. E toca quando o personagem, num momento extremo, conclui que "a verdadeira felicidade tem que ser compartilhada". Veja o trailer abaixo.

Ficha Técnica - Duração: 140 minutos - Ano de Lançamento (EUA): 2007 - Direção: Sean Penn - Roteiro: Sean Penn, baseado em livro de Jon Krakauer - Música: Michael Brook, Kaki King e Eddie Vedder - Elenco : Emile Hirsch (Christopher McCandless)Marcia Gay Harden (Billie McCandless)William Hurt (Walt McCandless) Jena Malone (Carine McCandless)

PEÇA FALA DO LADO RISÍVEL DA MORTE

12/22/2009
Em 2006, em plena Copa do Mundo da Alemanha, morria vítima de um ataque cardíaco o Sr. Cláudio Besserman Vianna, 43 anos, o "Bussunda" do programa "Casseta e Planeta". Embora pareça uma piada mórbida e de mau gosto sobre um acontecimento trágico, os próprios "cassetas" previram ou brincaram com uma fictícia morte do humorista anos antes, em março de 2003. À época, repercutindo um boato que circulou no Rio de Janeiro, os integrantes do grupo divulgaram a seguinte nota no site oficial : "Agora é oficial: o humorista Bussunda está morto! E só não foi enterrado ainda porque é espada e ainda não conseguiram um caixão que se adequasse ao seu tamanho avantajado!"

A "piada" saiu do ar e no dia do enterro de "Bussunda" o jornalista Pedro Bial fez uma crônica sobre a partida "sem graça" do colega. Dizia ele que "A morte por si só, é uma piada pronta. A morte é ridícula. Você combinou de jantar com a namorada, está em pleno tratamento dentário.Tem planos para semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório... Colocar gasolina no carro e no meio da tarde... MORRE. Como assim? E os e-mails que você ainda não abriu? O livro que ficou pela metade? O telefonema que você prometeu dar a tardinha para um cliente?Não sei de onde tiraram esta idéia: MORRER..."

E continua mais adiante : "A troco de que? Morrer é um chiste. Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida. Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas... Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas... A apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira. Logo você que dizia: das minhas coisas cuido eu".

Para concluir : "Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas. Morrer é um exagero. E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas. Só que esta não tem graça.Por isso viva tudo que há para viver.Não se apegue as coisas pequenas e inúteis da vida...Perdoe...Sempre!!"

Pois agora quem explora o aspecto risível da morte é o dramaturgo Renato Prieto. Em seu novo espetáculo ”A Morte, é uma piada", o ator faz uma reflexão sobre o lado cômico da partida. A proposta do projeto é dar a oportunidade aos espectadores fazerem uma reflexão séria sobre um tema que inquieta a todos: de onde viemos, o que estamos fazendo aqui e para onde vamos. "Pesquisadores, grupos sérios de estudos, a ciência, a literatura, o cinema e o teatro estão sempre colocando em pauta: E a vida continua?", observa Prieto, para responder em seguida : "A resposta é sim: A morte é uma piada!"

A peça traz ainda músicas de Roberto Carlos, Milton Nascimento/ Fernando Brant, Nelson Cavaquinho/ Guilherme de Brito, Paulo César Feital e Noel Rosa. A estréia está marcada para o dia 1o. de janeiro de 2010, no "Teatro Princesa Isabel", que fica na Av. Princesa Isabel, 186, em Copacabana, no Rio de Janeiro. No elenco, além de Prieto, estarão ylvia D´Silva e Adriana Mattos. A pesquisa e texto são de Alexandre Wacker, Amilcar E. Zampirollo e Semíramis Alencar. Maires informações pelo site oficial ou pelos telefones (21) 2208-5282 e (21) 3215-2822.

Foto: Renato Prieto e elenco da peça "E a vida continua..."

FIM DE ANO : COMO COMBATER A DEPRESSÃO

12/19/2009
John Lennon iniciou uma canção famosa da sua fase pós-Beatles com o seguinte verso: "Então é Natal / E o que você tem feito?" (Merry Christmans - War Is Over). É uma pergunta desconcertante para uma época do ano que pretende reunir e pacificar, e nos coloca diante de reflexões existenciais sobre vitórias e fracassos pessoais. Segundo especialistas ouvidos por VEJA.com, o período de Festas tem, de fato, esse poder. Em outras palavras: ao invés de encerrar uma noite de celebração abraçada a parentes e amigos queridos, muita gente termina agarrada à tristeza e auto-comiseração.

"É uma época de cobranças, em que fazemos balanços do que foi conquistado. E isso pode trazer sentimentos de fracasso, baixa autoestima e desesperança", explica Acioly Lacerda, psiquiatra da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Ele acrescenta que constatações clínicas revelam aumento de casos de depressão e tristeza nessa fase do ano. "As Festas podem funcionar como um gatilho para quem tem pré-disposição à depressão", completa o psiquiatra Ricardo Moreno, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP).

Pular sete ondinhas na praia ou comer lentilha podem não resolver toda a questão. Mas os especialistas acreditam que há maneiras de combater a eventual "deprê de fim de ano".

Em primeiro lugar, é aconselhável evitar o rigor excessivo consigo mesmo, além de relativizar os acontecimentos recentes. "Ao invés de fazer uma lista das coisas ruins que ocorreram no ano, enumere as boas", diz Moreno. O segundo passo é lembrar o quanto se é querido pelas pessoas mais próximas - as que realmente importam. Isso ajuda a elevar a autoestima.

Um terceira dica do psiquiatra: as Festas são um momento propício para tentar resolver conflitos com familiares e amigos. "É uma ocasião em que as pessoas estão abertas para ouvir, perdoar e restabelecer vínculos afetivos", diz Moreno. "Esse sentimento gregário é inconsciente, mas é o verdadeiro espírito de Natal."

Os especialistas advertem também que é preciso tomar cuidados ao se olhar para o futuro, para o Ano Novo que chega. Isso vale especialmente para aquelas pessoas que planejam uma "revolução" a cada Réveillon. "Essa data não deve ser encarada como um marco para uma vida nova, pois isso gera um clima de euforia e ansiedade", aconselha Lacerda.

Nesse sentido, é de grande ajuda não estabelecer metas inatingíveis e prazos para a mudança - o que pode criar ambientes favoráveis à depressão. Ou seja, risque da lista de metas a ideia de perder vinte quilos, comprar a casa dos sonhos ou ser promovido a presidente da empresa se não há chances de isso acontecer. "Ter metas é bom, desde que elas sejam alcançáveis. É preciso adequar os desejos às possibilidades", afirma a psicanalista Dorli Kamkhagi, especialista em estudos do envelhecimento.

Por fim, pode-se voltar à canção de Lennon. Logo após o trecho citado na abertura desta reportagem, ele emendou: "Outro ano se encerrou/ E um novo acaba de começar." Ou seja: a despeito de nossos eventuais fracassos passados, uma nova etapa, uma nova oportunidade se abre à nossa frente.

 
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