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ENSAIO COM SIMULAÇÕES DE SUICÍDIO É CRITICADO

7/18/2013

As revistas de moda frequentemente abusam de temas polêmicos par ilustrarem seus ensaios fotográficos. Por mais que algumas fotos chamem a atenção para causas sociais importantes – como a marca italiana Benneton, que já foi alvo de críticas e elogios por com temas como desigualdade social, racismo e AIDS em seus ensaios – não se deve esquecer que o objetivo original de uma campanha publicitária de moda é vender roupas. Além disso, as marcas acabam vendendo também uma imagem a ser seguida, um padrão social e um estilo de vida, e a maioria dos consumidores acabam seguindo esses padrões inconscientemente. Seguem a “filosofia” da marca; e compram não só uma roupa, mas o que ela representa, achando que assim passará também a representar tal coisa.

Isso pode ser extremamente perigoso, pois os consumidores são muitas vezes influenciados a ter certos tipos de comportamento seguindo o que a marca propõe, sem realmente perceber se concordam ou não com isso. Um exemplo claro disso é a quantidade de meninas – e meninos também, em menor proporção – com distúrbios alimentares como anorexia e bulimia ter aumentado depois do padrão de beleza das modelos e atrizes ter passado a ser a magreza extrema. Muitas das modelos são bastante magras por um fator genético, mas, querendo copiar sua natureza, a maioria passou a apresentar obsessão por perder quilos – e isso foi passado para os jovens por ser considerado o certo dentro e o dentro do padrão.

E é por causa dessa grande influência que a mídia possui na formação de opinião, principalmente de jovens, que a edição americana da revista Vice foi tão criticada ao lançar o ensaio “Last Words”. A publicação simulava o momento de morte de importantes escritoras com algo em comum: todas tinham se suicidado. Amplamente criticado por blogs, leitores, organizações anti-suicidas e grupos em prol da saúde mental, as críticas acerca da publicação talvez tivessem sido menores se, junto com as fotos, fosse inserida ao menos uma nota sobre a autora, uma análise sobre sua obra ou qualquer outra coisa que no mínimo mostrasse um mínimo de consideração com sua contribuição literária. Ao contrário disso, o foco da legenda foi o inventário de roupas e a marca/estilista de cada, fazendo com que as fotos perdessem todo o seu teor poético e senso de homenagem que poderiam ter.

Cada foto possuía uma nota com o nome da escritora em referência, suas datas de nascimento e morte e o método suicida utilizado, além, é claro, dos créditos de moda pelo que cada modelo estava vestindo (“vestido Issa, óculos Morgenthal Frederics, sapatos Jenni Kayne”).

O real problema não é o conteúdo das fotos, e sim como ele foi abordado. Não se deve crucificar a revista Vice, apenas alertar que pequenos erros como esse cometidos pelos meios midiáticos podem acarretar em consequências trágicas. Se essas fotografias tivessem sido exibidas em exposições de arte, o impacto no público seria outro. Seriam apreciadas como imagens e avaliadas por sua composição e cor, além da poética. Inseridas em outro contexto, o das revistas de moda, a mensagem muda e acontece uma glamourização do suicídio, como sendo uma atitude que, sendo seguida, te faz estar “dentro dos padrões”, de comportamento e de beleza.

Após ter sido tão criticada pelos meios midiáticos, a Vice tirou o ensaio do ar com um pedido de desculpas a todos que se sentiram ofendidos. Foi publicado no site da Jezebel (leia a entrevista completa em inglês aqui http://jezebel.com/model-from-vice-suicide-shoot-speaks-i-was-uncomforta-514323121) uma entrevista com uma das modelos que participou das fotos acerca da opinião dela sobre o impacto causado pelo ensaio. Paige Morgan, 26, retratou a poeta Elise Cowen no momento de sua morte: caída no chão depois de pular de sete andares de altura. Morgan disse que não teve conhecimento da natureza do ensaio até chegar ao local, e que não sabia que as fotos apareceriam na revista sem nenhum tipo de referência ao trabalho das escritoras. Recebeu o convite com a descrição que o tema seria “escritoras que cometeram suicídio”, mas pensando que as fotos ilustrariam matérias sobre a vida delas, e não com foco na morte.

Questionada na entrevista sobre o porquê dela não ter desistido após saber qual seria a real intenção do projeto, Morgan disse que se sentiu desconfortável, mas que, como modelo, não tinha exatamente o direito de questionar nada. “A modelo é a pessoa com o menor poder nessas questões”, ela esclarece. “Infelizmente, eu sabia muito bem que não era meu trabalho perguntar ‘Bom, o que vocês vão fazer com isso?’ ou ‘Vocês vão colocar catalogar roupas nisso? Qual o nome do editorial?’. Se eles fossem me dar uma resposta, certamente seria: caia fora daqui. E a comunidade fashion, mesmo em Nova York, é muito pequena.  E daí eu seria tipo aquela menina ‘Ela é difícil, apareceu um dia e saiu sem completar o trabalho’”. Morgan ainda disse que se sentiu instigada com o fato de ter a vida toda lutado contra depressão, assim como a poeta Elise Cowen, que além disso viveu na mesma vizinhança que ela.  “E acho que pensei, bom, pelo menos eu sou alguém que sabia quem ela era, que entende onde ela estava. E como todos que também já passaram pela depressão sabem, não é algo que se cura verdadeiramente, você tenta controlar o melhor que conseguir mas isso nunca vai embora de verdade. E talvez no futuro, eu ainda possa ter paz com isso. Porque eu e ela provavelmente olhamos para exatamente a mesma vista fora de nossas janelas.”

Ela ainda completa dizendo que se soubesse do foco apenas nas roupas teria recusado o trabalho e que entende o porquê das pessoas terem ficado tão chateadas com o resultado:

O depoimento de Morgan foi algo que comprova: a revista Vice quase acertou em fazer um ensaio interessante tendo a chance de homenagear importantes escritoras e fazer conhecimento delas e de suas obras para seu público-alvo. Mas o foco no consumismo transformou tudo num erro feio. Suicídio e depressão não são glamourosos e devem ser tratados e considerados com a seriedade devastadora que possuem na vida de alguém, e não como uma atitude fashion.

Julia Tetzlaff Rosas
A partir do site LiteraTortura. Leia no original

Abaixo, as fotos publicadas no ensaio. Particularmente acho que elas possuem um potencial artístico enorme, infelizmente não aproveitado:








APRENDER ESPERAR AJUDOU A SUPERAR DEPRESSÃO

7/17/2013
Em depoimento, o religioso conta como recuperou a autoestima. Após sofrer uma lesão, o padre ficou três meses numa cadeira de rodas. Deixou de correr, engordou 40 quilos, diz que sentiu dor e frustração, mas perseverou. Assim, alega ter descoberto o significado da frase "o tempo de Deus"

PADRE MARCELO ROSSI

Padre Marcelo Rossi, em 2010. 

Quando machucou o tornozelo,
 ficou meses sem andar e beirou a
 depressão: “Agora, eu sei como é”
"Não conseguia explicar o que sentia. Parecia existir um deserto dentro de mim. Acordar e dormir eram os piores momentos daqueles dias de 2010. Na cama, deitado, imaginava que tudo o que acontecera no dia anterior se repetiria de novo. E de novo. É como obrigar alguém que gosta de provar novos sabores e combinações a comer, em todas as refeições, o mesmo prato. Não conseguia me olhar no espelho. Evitava encarar um reflexo frustrado. Chorava sem motivo. Machucar gravemente o tornozelo esquerdo, em abril daquele ano, não tirou apenas minha independência de ir e vir quando desejasse. Roubou o prazer que sentia todos os dias quando corria na esteira. Apagou minha autoestima. Foi a primeira vez que experimentei uma profunda tristeza na minha vida, um princípio de depressão.

Tudo aconteceu muito rápido naquele final de abril. No dia 27, depois de realizar a missa da manhã, recebi a visita do embaixador de Roma, Dom Dino Samaja, na minha sala. Ele disse: ‘Você foi presenteado’. Diante da minha surpresa e da paralisia pela qual fui acometido, Dom Dino continuou: ‘Você receberá um prêmio, em Roma, das mãos do (então) papa Bento XVI.’ A cerimônia tinha data marcada, 22 de outubro. Essa premiação, até então por mim desconhecida, é concedida pelo papa todos os anos. Cinco pessoas são escolhidas por se destacar na difusão do catolicismo no mundo. É obrigatória a presença do homenageado. Em caso de falta, o prêmio é cancelado. Naquele ano, eu seria um dos cinco a receber o prêmio Van Thuân, com o título de evangelizador moderno.

Dois dias depois, torcedor fanático do Corinthians, não conseguia dormir por causa do jogo em que o Flamengo, por 1 a 0, tirou meu time da disputa da Copa Libertadores da América. Mal-humorado e sem sono, decidi correr na esteira. Eram 4 horas da manhã. Pratico corrida sempre à tarde ou à noite, a 9 quilômetros por hora. Naquele dia, não era possível esperar tantas horas para aliviar o estresse. O treino não durou mais que cinco minutos. Tive uma vertigem, pisei mal na esteira e fui lançado para trás. Na hora, me lembrei de proteger a cabeça – regra básica das aulas de artes marciais que fiz na adolescência. Levantei do tombo com dor no corpo, em especial na clavícula. Decidi procurar ajuda médica. 

A avaliação mostrou que a clavícula estava bem. Meu tornozelo esquerdo não. Na queda, rompi todos os ligamentos. A previsão mais otimista falava em meses de tratamento – e nenhuma viagem. Pensei: ‘Não vou me recuperar a tempo de receber o prêmio’. Diante desse impasse, o médico deu duas opções. Uma cirurgia, de resultado incerto, ou centenas de sessões de fisioterapia. Sem a operação, o tratamento seria mais longo, mas era a única chance de voltar a caminhar até a entrega do prêmio, em outubro. Optei pela recuperação em casa."

MEMÓRIAS DE UM SUICIDA VIRA RADIONOVELA

7/16/2013
Imagem : divulgação
A radionovela Memórias de um Suicida, lançada neste mês de junho, no formato MP3, traz o relato de Camilo Cândido Botelho (pseudônimo) que cometeu suicídio no fim do século 19, para fugir do sofrimento pessoal, mas se viu do outro lado da vida e tendo de enfrentar seu drama. A história foi psicografada pela médium brasileira Yvonne A. Pereira, que na radionovela é interpretada pela atriz, dubladora e diretora Arlete Montenegro.

Com carreira iniciada no rádio, Arlete tornou-se uma das atrizes mais versáteis de sua geração. No trabalho de dublagem, é a voz de Miranda Priestly, personagem de Meryl Streep no filme O Diabo Veste Prada. Ela também dublou a personagem principal de Helen Mirren em A Rainha e Winifred Sanderson, interpretada por Bette Midler em Abracadabra.

“É um privilégio voltar a fazer novelas, pois faço novela desde que ela existe em rádio. (...) Além de tudo, são de um conteúdo absolutamente fantástico. É o que o povo precisa... são condutas e comportamentos que a maioria das pessoas desconhecia. Sinto-me muito honrada de fazer parte dessa história desde o início”, afirmou.

A atriz exalta a iniciativa do radialista Paiva Netto de tratar de um tema tão polêmico nessa radionovela. Para ela, Memórias de um Suicida conduz o ouvinte a compreender melhor a vida. “Tem uma lição muito forte. O suicídio é assunto atual, que vive nas páginas dos jornais, nas estatísticas. O mundo inteiro tem problema grave com suicidas, que não sabem que a morte não existe. E essa radionovela abrirá os olhos de muita gente, que evitará assim esse ato tão desastroso”, destacou.

Satisfeita com o trabalho, a atriz ressaltou a qualidade da produção (trilha sonora e efeitos especiais) e o talento dos colegas de dublagem, elementos que a fizeram rememorar a época de ouro do rádio nacional. “Tenho certeza de que os ouvintes ficarão encantados! Vocês ficarão maravilhados com o resultado!”.

A radionovela Memórias de um Suicida é uma iniciativa do radialista Paiva Netto. Os direitos autorais da obra literária pertencem à Federação Espírita Brasileira (FEB), que gentilmente autorizou sua radiofonização. Para adquirir esta e outras radionovelas, no formato MP3, acesse o site www.estacaopaz.com.br, ligue para (11) 3225-4732 ou envie um e-mail para sac@estacaopaz.com.br .

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL AUXILIA NA DEPRESSÃO

7/15/2013
Imagem : sxc.hu
Você sabia que acontecimentos positivos - como a promoção em um emprego, o início na faculdade ou até mesmo o nascimento de um filho - podem desencadear uma depressão? De acordo com Rodrigo Fonseca, fundador da Sociedade Brasileira de Inteligência emocional, as pessoas que não tem habilidade para lidar com os acontecimentos da vida são prejudicadas até quando conseguem alcançar objetivos e realizar sonhos.

“Imagine, então, para aquelas pessoas que não sabem como superar uma adversidade, como uma demissão, ou a morte de alguém próximo. E quantas pessoas passam por situações como essas todos os dias? Como evitar essa dor invisível, que hoje afeta mais de 350 milhões de pessoas em todo o mundo?”, indaga o especialista.

Para Rodrigo, muitos mais do que uma tristeza passageira, a depressão é uma tristeza que não tem fim e atinge uma em cada seis pessoas ao longo da vida. Em 2030 deverá ser a doença mais comum, que em função dos gastos com a população afetada, será a doença que mais produzirá custos econômico-sociais, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Quais são as reais causas dessa doença que só cresce?

A interação entre fatores genéticos, ambientais e psicológicos podem levar a essa doença silenciosa. Porém, os fatores psicológicos funcionam como um gatilho para o transtorno vir à tona.

“Se você tem uma predisposição genética para a doença, mas é capaz de usar seus recursos emocionais para lidar com os acontecimentos da vida, para recuperar e estabilizar suas emoções cada vez que algo novo acontece, poderá evitar o início de uma depressão e de tantas outras doenças. O desenvolvimento da Inteligência Emocional, que é a somatória de habilidades que permite as pessoas administrarem melhor suas emoções e as adversidades da vida, pode ser uma prevenção para que esse gatilho não seja acionado”, explica o especialista.

Segundo Rodrigo, a depressão, como todas outras doenças, é uma tentativa do nosso corpo nos trazer consciência sobre algo que estamos vivenciando, e que está nos gerando uma dor emocional que, se não for compreendida e tratada, acarretará naturalmente uma dor física.

Para ele, hoje, a partir de toda evolução científica neste campo emocional, podemos afirmar que a depressão é uma espécie de "Programa Emocional" que foi desenvolvido e gravado durante a fase mais importante da vida de todo ser humano: a gestação. De acordo com as experiências vividas e interpretadas por nós enquanto éramos "fetos", mais tarde essas mesmas memórias são acionadas por fortes experiências emocionais (positivas ou negativas), fazendo uma pessoa que vivia aparentemente saudável, começar a sentir desde angústias incontroláveis até a própria perda da vontade de viver.

Outra fase significativa para o desenvolvimento da doença é a infância. Estudos afirmam que entre 30% das crianças que sofreram maus tratos na infância, sofrerão com depressão quando chegarem aos 20 anos. Os traumas são seguidos de dores e tristezas que uma pessoa pode carregar por toda a vida se não der a eles um novo significado. Ficam registrados e mais tarde são interpretados de maneira que pode ser tão prejudicial a ponto de uma pessoa achar que não merece viver, ou que merece sentir a dor para o resto de sua vida. Pensamentos como esses podem desencadear os sintomas da depressão, como uma sensação de vazio e melancolia, a falta de prazer e motivação e o excesso de negatividade.

“A depressão é uma doença de origem emocional, psicológica e ambiental. Vai muito além de fatores genéticos e alterações químicas cerebrais. Por meio de medicamentos, a ciência nos permite controlar a parte química e genética, mas somente através do desenvolvimento da nossa Inteligência Emocional assumimos o poder de controlar e evitar a doença”, diz o Fundador da Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional. Entre as dicas:

• Atribuir novos significados para memórias que são registradas em nosso inconsciente quando éramos fetos e/ou crianças é um dos grandes passos para evitar que sejamos influenciados por essas memórias ocultas, que podem nos assombrar até o final de nossas vidas.

• Aprender a superar conflitos, aceitar as mudanças e todas emoções, especialmente as "negativas", são outros pequenos passos que podem ser aprendidos com o desenvolvimento desta Inteligência, evitando que as mudanças naturais das nossas vidas nos impeçam de alcançar aquilo que realmente queremos: SER FELIZ.

A partir do site Segs. Leia n o original

QUANDO ME DISSERAM QUE ELE DESISTIU

7/14/2013
Imagem : sxc.hu
Quando me disseram que ele desistiu, eu pensei, "que seja". Não se pode fazer muita coisa senão dar de ombros numa situação como essa. Apesar do que dizem, a derrota, assim como a vitória, só podem encontrar sua verdadeira dimensão dentro do derrotado ou do vitorioso, e nós de fora somos pálidos espectadores, por mais que nos solidarizemos. Dor e alegria são muito pessoais; por mais que tentemos sinceramente, só conseguimos arranhar a superfície. E ele desistiu, me falaram, e muito pouco podia ser feito disso.

Naturalmente, eu precisava refletir a respeito. Até mesmo desci e fui pra rua e, como fazia sol, perambulei pelo calçadão à beira-mar. E me coloquei a pensar sobre o que significa, precisamente, desistir nesse contexto. Faria sentido dizer que o detento que foge da penitenciária "desistiu" da cadeia? Que o faminto, ao comer, "desistiu" da fome, ou que o doente, ao se medicar, "desistiu" da doença? Porque a questão é simplesmente esta: o que nos obriga a algo se, decididamente, não há motivo plausível para tal? Desistir me parece uma palavra muito equivocada. O errado, ao contrário, está em insistir, na cadeia, na fome, na doença.

Há que deixar a natureza fazer seu trabalho, a natureza, que engloba esse mar e esse sol. Mas a natureza nos deu livre-arbítrio, que é conspurcado pela culpa e toda castração que a religião nos deixou. Uma vez saciados, pedimos a conta: é de uma simplicidade tal que talvez choque. Mas por que continuar no jogo, se já não há prazer no jogar? Se as fichas já acabaram e a banca levou tudo? Talvez o segredo esteja em ter esperança de que a maré se reverterá na próxima rodada. Mas a vida escoa enquanto aguardamos o golpe de sorte que não vem.

Dito isso, de olhar o mar e o sol, me dei por satisfeito. Voltei ao cotidiano, mas não gostaria, jamais, que dissessem de meu amigo que se tratava de um covarde, por ter desistido. Não direi que, ao contrário, covarde seja quem insiste. Não chego a tanto. Mas me parece óbvio que encostar o aço frio na própria têmpora não é, decididamente, coisa para fracos.

A partir do Blog Escrita Vulgar. Leia no original

DEPRESSÃO AOS 50 AUMENTA RISCO DE ALZHEIMER

7/14/2013
A depressão, especialmente a não tratada, é fator de risco para a doença de Alzheimer da mesma forma que a pressão alta aumenta o risco de infarto. E esse risco aumenta consideravelmente nos casos de depressão após os 50 anos de idade. A conclusão é de uma meta-análise de 23 estudos envolvendo 50 mil pessoas publicada esta semana pelo British Journal of Psychiatry e que tem o brasileiro Breno Satler Diniz como um de seus principais autores. Diniz é colaborador do Laboratório de Neurociências do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) e professor adjunto do Departamento de Saúde Mental da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O estudo mereceu destaque no jornal The New York Times.

Imagem : sxc.hu
A pesquisa mostra que pessoas com mais de 50 anos com depressão têm chances 65% maiores de desenvolver Alzheimer e duas vezes mais risco de ter demências vasculares no futuro. Isso significa que 31 a cada 50 depressivos nessa faixa de idade podem ter Alzheimer e 36 a cada 50 podem sofrer de demência vascular.

“Não é uma relação de causa e efeito, mas uma associação importante,” afirma o pesquisador. “Depressão não é uma doença benigna que afeta apenas o humor, mas uma doença com consequências sérias”, alerta. A depressão eleva os níveis de cortisol, que age sobre o hipocampo, em áreas responsáveis pelo aprendizado e memória de curto prazo. Além disso, ela produz inflamação crônica que afeta os vasos sanguíneos do cérebro e reduz os níveis de fatores neurotróficos, substâncias que protegem os neurônios.

“Importante ressaltar que a depressão não é único fator de risco para essas doenças, mas é um componente de peso”, explica Diniz, destacando a necessidade de tratamento. O próximo passo da pesquisa é entender e detalhar como isso acontece e determinar que marcadores biológicos estão envolvidos no processo.

O estudo pode ser lido através deste link.

ALIMENTOS PERIGOSOS PARA A DEPRESSÃO

7/13/2013
Descubra quais são os alimentos que podem intensificar a depressão ou mesmo induzir a ela, segundo a nutricionista Gabriela Tais Passoni. Todos eles atrapalham o bom funcionamento cerebral, principalmente a comunicação entre os neurônios e, consequentemente, afetam o equilíbrio emocional. Apesar de não precisarem ser banidos da dieta, controlar a quantidade de ingestão é fundamental:

1. Álcool

Por gerar alterações fisiológicas no trato gastrointestinal, prejudica a absorção de nutrientes como as vitaminas do complexo B, vitamina D, além de interferir em seu metabolismo e aumentar a excreção de vitamina C, magnésio, zinco, selênio, podendo causar danos cerebrais. O álcool pode interferir no humor, sono e motivação, e também afetar a eficácia dos medicamentos para depressão.

2. Carboidratos

A depressão está relacionada com a inflamação e com o desequilíbrio entre glicose e insulina. Com ingestão de uma quantidade elevada de carboidratos, há o aumento do índice glicêmico, que por sua vez aumenta os níveis do triptofano, fornecendo um bem-estar passageiro. O consumo de carboidratos aumenta a liberação de citocinas próinflamatórias, e a inflamação do organismo tem uma relação direta com a depressão.

3. Açúcar

Em excesso, pode prejudicar o equilíbrio emocional, porque afeta a transmissão neurológica e reduz os níveis de fator neurotrófico, que é um fator de crescimento do neurônio. A consequência desse mau funcionamento cerebral também afeta os receptores de membrana da serotonina, considerada o hormônio da felicidade, podendo causar transtornos depressivos.

4. Carne vermelha

Quando cozida, a carne vermelha forma as aminas heterocíclicas, que são substâncias indesejadas produzidas durante a exposição de alimentos a altas temperaturas, e que prejudicam uma série de funções do organismo, entre eles o bom funcionamento dos neurônios. As carnes também são fontes de aminoácidos que competem com o triptofano no cérebro e com isso diminuem a síntese de serotonina.

5. Alimentos industrializados

Estes são os alimentos mais ricos em gorduras trans, que são tóxicas para os neurônios. Essa gordura estimula a produção de citocinas pró-inflamatórias, que gera resistência à insulina e um desequilíbrio dos ácidos graxos essenciais (ômega-3) nas membranas cerebrais.

A partir da Revista Viva Saúde. Leia no original
 
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