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SENCIÊNCIA VERSUS CONSCIÊNCIA

3/26/2013
Imagem por alexandre_vieira
Cansados da vida por esta já ter sido demasiado preenchida de emoções e acontecimentos marcantes, talvez comparáveis a uma vida demasiado longa... isso nos dá essa sensação, de nos sentirmos demasiados velhos para a idade que temos, o peso no nosso interior parece cada vez maior e mais denso.

Em astronomia os buracos negros são considerados como os objectos cósmicos mais pesados e densos. Parece que é isso que está a acontecer no nosso interior, um vazio cada vez mais pesado e denso, e que se todo esse interior for libertado cá para fora vai destruir os que nos rodeiam, tamanha é a nossa dor e o nosso sofrimento... esse abismo é alimentado por nós a cada dia que passa por ser mais forte que nós, porque por fora nos sentimos cada vez mais transparentes, a nossa identidade a ser sugada para esse interior voraz.

Pensar na nossa longevidade, refletindo sobre o que até agora foi suportado, parece que o fim da nossa existência está tão longe de nós como a eternidade.

Por tudo isso é compreensível querer antecipar o fim da nossa vida, para deixarmos de alimentar esse nosso interior que está sugando tudo.

Admito, não consigo segurar o meu próprio buraco negro, é mais forte que eu em muitas ocasiões, destrói-me de dentro para fora, e mais facilmente atrai o negativo do nosso exterior não me deixando apreciar o que me rodeia com a atenção e a perspectiva merecida...

A minha solução? Desligo-me do que é exterior a mim, enfrento o meu próprio abismo como se ele fosse o meu oposto e me alimento dele. Não somos culpados por ter esse buraco dentro de nós, o mundo assim nos criou, nos prometendo e  fingindo felicidade, nesta vida e em outras existências... devíamos ter aprendido desde pequenos que o sofrimento faz parte da nossa natureza humana, enquanto criaturas sencientes. Essa é a nossa dávida e a nossa maldição enquanto criaturas...

Charles Darwin disse: "Não existe nenhuma diferença fundamental entre o ser humano e os animais superiores em termos de faculdades mentais. A diferença entre a mente de um ser humano e de um animal superior é certamente em grau e não em tipo". São sencientes, tem sentimentos, dor, medo, e querem preservar suas vidas tanto quanto nós humanos. (in dicionarioinformal.com.br)

Sensciência é a "capacidade de sofrer ou sentir prazer e felicidade".

Mas temos uma vantagem sobre as outras criaturas: a nossa consciência.

Então enfrento esse meu abismo interior, não mais viro as costas para "ele", fico de frente para ele, fecho os olhos e observo-o intensamente, e aprendi a me alimentar dele... o negativo se torna positivo, porque estou consciente que não o quero mais alimentar nem me deixar ser consumido por ele, apenas com a minha perseverança, insistência, determinação.

Depois de enfrentar esse nosso interior, o que está cá fora, aqueles pequenos pormenores que nos provocavam tão facilmente, deixam de ser assim tão relevantes, nos tornamos neutros porque estamos em equilíbrio, não há mais negativo nem positivo, deixamos de ter duas naturezas dentro de nós e passamos a ser um só...

Gostaria de ter aprendido isso em pequeno para não pensar que andei este todo tempo a sofrer pensando que um dia poderia ser feliz quando esse sofrimento terminasse, me alimentar de esperanças supérfluas e inventadas pelos outros, me deixar iludir... e apenas aceitar que a senciência faz parte de nós, a nossa consciência é que tem de se adaptar a ela.
सचेतन
A partir da Comunidade Q.M. 

MÉDICOS ESPÍRITAS ABORDAM DEPRESSÃO EM LIVRO

3/24/2013

Três médicos da Associação Médico-Espírita de Minas Gerais,  publicaram pela AME-BRASIL o livro “Depressão: abordagem médico-espírita” (São Paulo: Associação Médico-Espírita do Brasil, 2ª. edição, 2006. 192 p.). Trata-se de uma coletânea de textos sobre o assunto. Sua abordagem baseia-se em revisões de literatura e publicações sobre o tema de duas fontes distintas: médica e espírita. O livro emprega uma linguagem direta e clara, porque é voltado ao grande público, apesar de tratar de alguns temas técnicos.

Roberto Lúcio (psiquiatra) apresenta o diagnóstico, uma diferenciação conceitual entre depressão, tristeza e melancolia, as alterações orgânicas e neurofisiológicas, a abordagem cognitiva e as diferentes abordagens terapêuticas, incluindo a espírita, que considera a obsessão, os passes, o auto conhecimento e as atividades sociais.

Jáider (psiquiatra) trata da depressão e da ética. Oswaldo Heli (cardiologista) faz uma dissertação breve sobre a associação entre depressão e doença cardíaca, e comenta muitos casos descritos pelo espírito André Luiz.

Há a intenção de se discutir alguns mitos correntes no movimento espírita, oriundos do senso comum. Eles envolvem um desconhecimento sobre a visão psiquiátrica da depressão, que vai do seu conceito às fantasias sobre o tratamento com medicamentos “tarja preta”. Eles defendem a articulação entre o tratamento médico e as propostas do movimento espírita, sem fazer apologia destas.

A experiência dos autores e seu domínio técnico fazem do livro uma referência importante ao movimento espírita, especialmente às atividades de orientação do público que procura os centros espíritas para encontrar alternativas para seus problemas pessoais.
A partir de Espiritismo Comentado. Leia no original

JORNALISTA SE AUTO-MUTILAVA E TENTOU SUICÍDIO

3/22/2013
A vida pode se tornar muito cruel ao ponto de acharmos ser insuportável continuar. A jornalista Emma Forrest passou por isso. No desespero, feria a si própria com gilete e tentou se matar. Mas seu destino era outro. Aos 22 anos, a jornalista, escritora e roteirista Emma parecia levar uma vida maravilhosa: havia deixado a casa dos pais em Londres, cidade onde foi criada, para morar em Nova York, tinha um contrato com o jornal britânico The Guardian e estava prestes a publicar seu primeiro livro.

Mas, por trás da aparência bem-sucedida, havia uma jovem com sérios problemas psiquiátricos, que se cortava com gilete, sofria de bulimia e era extremamente autodestrutiva. Em Sua voz dentro de mim, Emma apresenta suas memórias, sem medo de expor o lado mais escuro que guarda dentro de si.

O livro começa com a autora descrevendo sua obsessão pelo quadro Ofélia, de Millais, em exposição na Galeria Tate, em Londres. Aos 13 anos, Emma passava as tardes observando a pintura, que retrata a namorada suicida de Hamlet, personagem da obra de Shakespeare.

Conforme lista outras de suas peculiaridades, bem como alguns aspectos curiosos de sua família, Emma direciona os leitores para a conclusão a que ela mesma chegou quando morava em Nova York: havia cruzado a fronteira que separa os excêntricos dos maníaco-depressivos.

Ao chegar ao ponto em que não sentia quase nada, somente dor e tristeza, Emma começa a frequentar o consultório do psiquiatra a quem se refere como Dr. R. Ainda assim, após algumas sessões, ela tenta o suicídio e vai parar na emergência de um hospital.

Levada pela mãe para terminar de se tratar na Inglaterra, a autora continua a ver o Dr. R quando volta aos Estados Unidos. Durante oito anos, ela é paciente dele, que tem papel fundamental em sua recuperação.

Quando tudo parecia bem – as visitas ao Dr. R tinham se tornado esporádicas e ela achava que havia encontrado o amor de sua vida –, a notícia da morte do médico cai como uma bomba e pode ameaçar seu progresso.

Sua Voz Dentro de Mim também fala dos relacionamentos amorosos de Emma. Um deles, em especial, chama a atenção: o namoro com o ator Colin Farrell, cujo nome não é citado no livro. Ela se refere a ele como seu “Marido Cigano”, ou simplesmente MC, e revela que se trata de uma estrela do cinema. Os dois ficaram juntos durante cerca de um ano, viveram uma história intensa e chegaram a fazer planos de ter um filho, mas Farrell decidiu botar um ponto final no caso, tempos depois da morte do Dr. R.

Sem o psiquiatra para apoiá-la, Emma terá que reunir forças para superar sozinha mais essa perda.
Apesar de toda a dor e do mergulho profundo na depressão e na autodestruição que permeiam o livro, Emma Forrest consegue explorar a beleza do amor e falar de superação ao longo das páginas. De quebra, ela ainda faz refletir sobre a relação que temos com nós mesmos. Ainda neste ano, Sua Voz Dentro de Mim deve chegar às telas do cinema, com a atriz Emma Watson no papel de Emma e o ator Stanley Tucci como o Dr. R.
A partir do R7. Leia no original

USP BUSCA VOLUNTÁRIOS COM DEPRESSÃO

3/21/2013
O Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) procura homens e mulheres, de 18 a 55 anos, com diagnóstico de depressão para participação de um estudo. Alguns sintomas são tristeza, falta de energia, apatia, perda de interesse e prazer nas atividades do dia a dia, alterações de sono e apetite, irritabilidade e baixa autoestima.

Conforme a Agência USP Notícias divulga nesta quarta-feira, os voluntários devem ter disponibilidade para comparecer ao hospital quatro vezes por semana durante um mês. Para o estudo será oferecido, gratuitamente, tratamento médico e um programa de exercícios físicos controlados.

Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (11) 98266-9227 ou no site www.progruda.com.

A PERDA DE MIM MESMO

3/21/2013
Efeitos da personalidade egóica
"É pela segunda vez que venho postar neste espaço. Como da outra vez me sinto muito mal. E para piorar o céu está muito nublado e isso contribui (e muito!) para que eu me se esconda no meio dessas negras nuvens.

Há cerca de dez dias me separei de minha namorada. Estávamos juntos há quase dois anos. No começo, o relacionamento estava super bem, nos amávamos intensamente, transavamos de forma louca, fazíamos muitas coisas legais juntos, ela, eu e nossos filhos. Mas como, muita das vezes, como é de se esperar, veio o declínio juntamente com sua obsessão e neuroses. 

Chegou ao ponto em que não estava entendendo mais nada. Muitas brigas, desconfianças, acusações, cobranças, idas e voltas etc. Por fim nos separamos! O mais intrigante é que desta vez nem conversamos sobre nossa separação, simplesmente cada um foi para seu lado sem falar nada. 

Sabe por mais que não estivéssemos bem sempre tive otimismo e achei que poderíamos chegar à paz, pois também sei que no fundo eu a amo e também sei que é recíproco. Mas devido nossa falha egóica, de não suportar a dor da frustração, silenciosamente, nos separamos. 

Mas na minha vida sempre foi assim. Muitas perdas significantes tive, inclusive a perda de mim mesmo. Tenho a sensação de estar em um eterno labirinto onde passo, repasso e nunca transpasso; vou e volto e nunca encontro a saída. O meu grito é silencioso no qual não quero que ninguém o ouça, inclusive eu; a minha carapaça existencial é de tal resistência que muitas vezes desconheço minha existência. Já que não existo, logo não penso, logo estou morto! 

Obrigado por deixar compartilhar minha dor." 
Anônimo
Depoimento em Suicídio : Frases

NO FUNDO DO POÇO NÃO TEM MOLA

3/20/2013
Divulgação
“No Fundo do poço não tem mola” (Editora Letra Livre) é o quarto livro da carreira da autora sul-mato-grossense Theresa Hilcar. Nesta obra a autora trata da depressão como patologia e seus aspectos filosóficos e sociais. O livro teve investimento do FIC (Fundo de Investimentos Culturais). O lançamento será hoje,19 de março, na livraria Leparole, às 18h30.

O livro retrata um pouco do universo da autora, um conjunto de crônicas de uma mulher que assume sem pudores fazer parte das estatísticas cujos números apontam a existência de milhares de mulheres com a mesma patologia. A depressão, segundo a autora, é tratada sempre com reservas e no mais absoluto silêncio pela maioria das pessoas É quase um despir-se existencial, um diário que se torna público.

As crônicas de Theresa Hilcar escritas como exercício de exorcizar a dor, tem o mérito de quebrar este silêncio e trazer à superfície questões como preconceito e os estigmas impostos pela sociedade que obriga as pessoas a serem felizes o tempo todo. A tristeza, segundo a autora, é algo incômodo para quem não a compreende. Questionamentos mais profundos a respeito da vida e das suas vicissitudes são explorados na obra. Apesar de tratar da tristeza, o livro não é enfadonho, mas leva o leitor a se deliciar com um texto preciso e ao mesmo tempo reflexivo.

Theresa Hilcar
Os leitores serão quase cúmplices de Theresa Hilcar, conhecendo segredos quase inconfessáveis da jornalista. No prefácio escrito pela professora Maria Adélia Menegazzo ela escreve:”... Há, no entanto, um aspecto nestas crônicas que as torna memoráveis. Theresa Hilcar toca a poesia na medida em que impõe cadência às palavras e que, numa certa medida, obriga-se ao uso de frases curtas, sem excessos, com pouca adjetivação. Desta forma, provoca uma leitura quase que vertical de suas frases, como se fossem versos. Filtra, assim, pela razão, a emoção, o sentimento lírico. A crônica é tanto melhor, quanto mais explore este aspecto, quanto mais revista o cotidiano e suas circunstâncias deste repensar subjetivo e raro” tipifica Menegazzo.

A autora já publicou três livros “O outro lado do peito”, “Tereza toda terça” e “No trem da Vida”. A jornalista é cronista no Jornal Correio do Estado. Thereza Hilcar é membro da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras.
A partir de Midiamax. Leia no original

SEI QUE NÃO POSSO CONTAR COM NINGUÉM

3/19/2013
Imagem :  por Andréa Farias
"Penso em suicídio todos os dias e semanas. Já tentei suicídio algumas vezes quando era adolescente, mas não obtive êxito. O medo falou mais alto. Primeiramente penso nos meus pais e na minha família, senão fosse por isso, já teria cometido suicídio. Mas eu não confio em mim. Acredito que no desespero eu possa me suicidar alguma hora.

Não gosto de viver, não gosto mais de nada, tudo dá errado pra mim. Não tive sucesso profissional, amoroso, financeiro. Não tenho um emprego, não consigo nada, nem uma mulher, um carro, uma boa instabilidade financeira. Sou muito azarado, amaldiçoado, condenado acho.

Pela minha idade hoje posso me considerar um fracassado, um ninguém. Eu sei que sou isso há muito tempo.

Estou ficando cada ano mais velho e não conquistei nada até agora, só um emprego, mas não o tenho mais. Já tenho quase 30 anos. Sou tímido, tenho fobia social. Sofro preconceito, desprezo de muitas pessoas por ser tímido. Não sou compreendido por ninguém. Sou muito medroso também. Sem falar que tenho gostos, segredos, que não podem ser revelados para ninguém. Pois tenho certeza que serei criticado. Minha vida é uma bosta, uma droga, um inferno. A morte me faria bem, confortaria a minha alma. A cada dia que passo fico mais feliz porque é um dia a menos de vida nessa droga de planeta, de mundo.

Peço perdão a Deus por pensar nessas besteiras, mas cheguei a conclusão que não tenho salvação, nem orações, acho que nem Deus podem me ajudar. O único que podia era eu mesmo, mas não acredito mais nisso. Não vejo futuro, nem presente, nada. Há muitos anos não sorrio verdadeiramente. 90 % dos meus sorrisos são falsos. Tenho uma vida boa, confortável, mas por causa do meu pai. Sou grato a isso. Nunca passei necessidade. Mas se dependesse de mim, se eu não tivesse ninguém, estaria morrendo na rua, seria um indigente, um mendigo tenho certeza, sem desmerecê-los. Não tenho capacidade de nada. Sou um inútil. Devo ter vindo nesse mundo a passeio, para me dar mal e sofrer. Se existem vidas passadas mesmo, devo ter sido uma pessoa muito ruim para passar pelas coisas que passo atualmente.

Esse é o meu desabafo. Sei que não posso contar com ninguém mesmo".
Anônimo
 
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