Estudos & Pesquisas

Últimas Postagens

Mostrando postagens com marcador doença. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador doença. Mostrar todas as postagens

A FACE FELIZ DE QUEM SOFRE DE DEPRESSÃO

10/05/2017
O vocalista do Linkin Park, Chester Bennington, com a mulher Talinda, em 2012; ele se matou neste ano

Trinta e seis horas antes de cometer suicídio, Chester Bennington, do Linkin Park, se divertia com a família num vídeo divulgado por sua mulher. "A depressão não tem rosto ou mau humor", escreveu Talinda, no Twitter.

Não sei como é para outras pessoas que sofrem com a doença, mas ouvi muitas vezes que eu parecia ótima. Eu queria estar bem, me divertir, voltar a experimentar aquilo que chamamos de felicidade. Desejava reencontrar a pessoa que sempre fui até sofrer uma crise de pânico e mergulhar numa tristeza profunda. Era a vontade de superar o problema que fazia com que, na maioria das vezes, eu não parecesse triste. Mas eu sabia que estava.

Durante mais ou menos um ano a hora mais feliz do meu dia era quando eu deitava na cama e fechava os olhos, com a esperança de que aquela noite de sono não terminasse nunca. Não era vontade de morrer, mas eu imaginava que se dormisse muito talvez acordasse mais disposta a ser feliz de novo.

Nunca era o suficiente. Nem o sono, nem os remédios, nem a paciência do meu psicanalista ou o infinito amor que recebi do meu marido e dos meus pais naquele período.

Eu queria estar bem. Me esforçava a reagir e parecer recuperada. Não podia decepcionar quem estava em minha volta. Então, eu tentava alcançar dentro de mim a pessoa que havia se perdido, mas durante a maior parte do tempo não tive forças para mergulhar tão fundo para resgatar aquela parte que havia naufragado.

Lembro que alternava entusiasmo exagerado em qualquer coisa que fizesse com dias e dias em que não queria sair de casa para nada. E era durante os episódios em que bancava a esfuziante que eu mais me enganava. E os outros acreditavam. E eu confiava no que eles viam.

Gostava de ouvir que estava bem, talvez eles conseguissem ver nitidamente o que eu não conseguia sentir. Em alguns momentos pensei que pudesse estar fingindo. Não estava. Estava tentando me arrancar daquele buraco. Mas entendi que a felicidade que eu transmitia era só a tarja preta que anestesiava a tristeza.

Funcionava. Cheguei a interromper a medicação, tudo com acompanhamento médico, porque me sentia melhor. Achava que tinha uma parte naquele processo que dependia apenas de vontade. Não adianta só querer. Levei um tombo. Mas foi dessa vez que entendi que dá para conviver pacificamente com a doença, embora os sintomas estejam apenas adormecidos.

Quase tudo que vivi naquele período parece meio nublado agora. Mesmo as lembranças dos bons momentos nem sempre têm a nitidez que a felicidade carimba em nossa memória. O cérebro não conseguia assimilar.

Não sei o que a depressão causa nos outros. Em mim, era como se a doença sufocasse no peito a pessoa alegre, divertida e bem-humorada que sempre fui. Era como se, por mais que eu tentasse, não conseguisse sentir prazer em pequenas coisas ou euforia nos grandes acontecimentos. Me olhava no espelho e não me enxergava. Passei um ano e meio da vida chapada de tristeza.

Deixei de fazer muitas coisas que gostava. O único prazer que eu tinha era afundar no sofá e beber. Beber até anestesiar os sentimentos e dormir noites intermináveis de sono. Tenho sorte. Muita gente não tem. Tornam-se alcoólatras, viciados em drogas, tiram a própria vida, tudo para fugir da dor de sentir-se triste.

Pessoas passam a vida lutando diariamente contra a depressão, algumas conseguem colocar a cabeça para fora da lama e respirar. Não sei o que funcionou no meu caso. Mas quando isso aconteceu, percebi que a doença tinha causado transformações em mim, inclusive fisicamente. Foi como se eu estivesse ficando sóbria aos poucos e me dando conta do estrago que ela tinha feito. E a ressaca é grande. Mas ela passa.

Imagine que você consegue recuperar o seu HD inteiro e ele te ajuda a lembrar quem você é, te mostra os caminhos que costumava fazer para sentir-se feliz. Dançar, correr, comer ovos mexidos no café da manhã, fazer piadas bobas, soltar o verbo. Você consegue se lembrar de como era antes da doença, que nem sempre teve que lidar com o desequilíbrio causado por suas emoções. Foi o que aconteceu comigo. E eu me agarrei a isso. E todos os dias faço um baita esforço para não soltar essa corda.

Hoje, sinto-me sóbria, e não porque não tomo mais remédios, mas porque voltei a experimentar sentimentos na intensidade que eles têm de fato. Fico feliz, alegre, decepcionada, animada e triste também. Faz parte da vida experimentar disso tudo no dia a dia. Já a depressão é um mergulho profundo na tristeza, mas nem sempre ela parece, aos olhos de quem está de fora, tão triste e devastadora quanto pode ser.

A partir do UOL. Leia no original

7 COISAS QUE VOCÊ NÃO DEVE DIZER PARA ALGUÉM COM DEPRESSÃO

9/15/2017

A depressão é um transtorno grave. Muitas vezes, ter boa vontade não é suficiente para conseguir ajudar quem tem a doença. Saber o que dizer (e o que não dizer) ajuda a mitigar o sofrimento.


A depressão é o problema psicológico mais recorrente em todo o mundo, vitimando adolescentes, jovens e adultos, sem distinção de sexo ou condição social. Se lidar com o transtorno é um grande desafio, demandando psicoterapia e, na maioria dos casos, o uso de antidepressivos, conviver com um quadro assim de forma menos direta, por acometer um familiar ou amigo, tampouco é fácil. Por uma parte, há uma imensa vontade de ajudar, de transmitir a energia necessária para que a pessoa consiga reagir e dar os primeiros passos rumo ao equilíbrio emocional e à cura; isso nem sempre é recebido como o esperado. Em outros casos, é possível que impere a dificuldade para entender os pormenores da situação, os sintomas e como o transtorno altera o curso da vida da pessoa; isso dificulta a comunicação e o relacionamento. Dizer a uma pessoa com depressão que há algo de exagero naquilo que sente fará com que se sinta ainda pior. É preciso entender que a depressão faz com que o mundo passe por um prisma de pessimismo e desalento. A verdade é que é difícil não haver frustração, já que a pessoa com depressão costuma fechar-se em si mesma, o que gera impotência em quem quer ajudar e não consegue. O apoio psicológico é o que pode ajudar a encontrar mecanismos eficientes para apoiar essas pessoas queridas. Entretanto, deixamos aqui algumas dicas para facilitar a comunicação e evitar que você provoque efeito contrário na pessoa que você deseja ajudar. Por isso, atento ao que nunca dizer: 1) Você está exagerando, não é tão mal assim Não se trata de minimizar o problema, dizendo que muitos passam por situações similares. O que será capaz de romper a barreira negativa que a rodeia é o fato de você se colocar à disposição para ser um aliado nessa busca por uma vida melhor, não julgando e fortalecendo a esperança na cura. A pessoa não escolhe interpretar a vida assim, por isso use empatia e ofereça acolhimento. Não tente forçar uma mudança de perspectiva; melhor tratar de transmitir a ideia de que o momento é duro, sim, mas que ela terá o apoio que necessita para encontrar uma via de escape. 2) Todos temos problemas, você precisa reagir Ninguém escolhe ter depressão. Cobrar uma reação que você considera "adequada" é colocar ainda mais pressão sobre a pessoa, que já se sente fragilizada e impotente. 3) Amanhã é outro dia e você se sentirá melhor Falar isso é fazer uma promessa, e você não tem os recursos necessários para cumpri-la. A pessoa com depressão sabe que o amanhã não será melhor, o que aumentará sua frustração. Prefira animá-la a fazer pequenas ações que podem trazer bem-estar imediato, como escutar uma música, comer algo que ela gosta, sair para caminhar… esses pequenos prazeres ajudam a desviar os pensamentos daquilo que mais angustia e provoca sofrimento. 4) Sei o que você está passando, porque já senti também Escutar que o outro também sofre não vai fazer qualquer diferença nesse processo. É preferível redobrar a dedicação à escuta e compreensão dos sintomas e do problema, para tirar conclusões que ajudem na hora de buscar soluções para a superação. Se há algo que ajuda a uma pessoa com depressão (ou outro transtorno) é ter uma via de diálogo aberta, que lhe permita falar do que sente, desabafar sobre sua dor, suas vontades não cumpridas e sua frustração. É normal que todas as atenções girem em torno da pessoa que tem depressão. O que muita gente não sabe é que, dificilmente, ela se sentirá cômoda ou confortável com isso. Falar de egoísmo é colocar a depressão como uma escolha, e não é. 5) Você precisa tomar o controle e melhorar de uma vez Não é questão de falta de vontade ou pouco esforço. Sair da depressão não é fácil, não é algo que se consiga sozinho, demanda tratamento com psicoterapia e medicamentos. A pessoa simplesmente está perdida e não vê o caminho para sair de todo esse sofrimento. Uma promessa de continuidade para uma pessoa com depressão significa uma promessa de mais sofrimento e mal-estar. Na maioria das vezes, a pessoa com depressão se sente presa e sem saída, tendo dificuldades para imaginar como terminará o dia, quanto mais para ir além no "aqui e agora". Não peça o impossível, pois estará colaborando para elevar a impotência a níveis máximos. Seja um ombro amigo e um apoio, independente de você entender ou não o caminho. 6) Vamos, a vida continua! Prefira dizer como sente falta de estar com ela e pergunte se há algo que possa fazer para ajudar. O melhor é tentar lembrar-lhe que há coisas pelas quais vale a pena seguir vivendo. Não cair na armadilha de criar uma lista, mas oferecer-se para ajudá-la a descobrir quais são. 7) Você está sendo egoísta É normal que todas as atenções girem em torno da pessoa que tem depressão. O que muita gente não sabe é que, dificilmente, ela se sentirá cômoda ou confortável com isso. Falar de egoísmo é colocar a depressão como uma escolha, e não é. Prefira dizer como sente falta de estar com ela e pergunte se há algo que possa fazer para ajudar.

TAXA DE SUICÍDIOS SUPERA A DE MORTOS POR AIDS E CÂNCER

9/09/2017

O câncer, a AIDS e demais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) há duas ou três décadas eram rodeadas de tabus e viam o número de suas vítimas aumentando a olhos nus. Foi necessário o esforço coletivo, liderado por pessoas corajosas e organizações engajadas, para quebrar esses tabus, falando sobre o assunto, esclarecendo, conscientizando e estimulando a prevenção para reverter esse cenário.

Um problema de saúde pública que vive atualmente a situação do tabu e do aumento de suas vítimas é o suicídio. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas.

A esperança é o fato de que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta.

Mas como buscar ajuda se sequer a pessoa sabe que ela pode ser ajudada e que o que ela passa naquele momento é mais comum do que se divulga? Ao mesmo tempo, como é possível oferecer ajuda a um amigo ou parente se também não sabemos identificar os sinais e muito menos temos familiaridade com a abordagem mais adequada?

PÂNICO : ALGUNS SINTOMAS DA DOENÇA

8/30/2017

A saúde mental ainda é considerada um tabu por muitos, apesar dos dados alarmantes: cerca de 15,1% da população brasileira sofre com algum tipo de transtorno, segundo relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS), divulgado em 2017. Deste percentual, 9,3% têm ansiedade, um dos principais problemas de saúde que desencadeiam a síndrome do pânico.

No último ano, apesar do receio em falar sobre o tema, diversas celebridades têm ajudado a derrubar o preconceito em torno da enfermidade. Giovanna Antonelli foi uma delas. Ela afirmou ter sofrido crises de pânico, aos 12 anos, assim como o padre Fábio de Melo que disse, recentemente, estar lutando contra a síndrome.

Ao compartilhar o momento difícil e sua melhora ao buscar tratamento médico, tanto o padre quanto Giovanna puderam alertar pessoas que sofrem com o mal ou que têm familiares na mesma situação a enfrentar ou até identificar transtorno.


Síndrome do pânico: o que é?


A síndrome que acomete três vezes mais mulheres que homens faz parte do que os especialistas enquadram de transtorno de ansiedade. De acordo com Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV), só é considerado transtorno do pânico quando os ataques não acontecem imediatamente a uma situação de estresse ou de ameaças físicas reais, como por exemplo um assalto.

"As crises duram cerca de 10 a 20 minutos e se repetem com frequência semanal ou diária", explica Mario Louzã, psiquiatra e doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, na Alemanha, e que atende em São Paulo. "Os ataques podem ocorrer até mesmo durante o sono", diz. "A síndrome deve ser compreendida como um transtorno de causa multifatorial, com impacto genético, dos hormônios e até do ambiente socioeconômicos", diz Triana Portal, psicóloga clínica, também de SP. Traumas, frustrações, preocupações financeiras ou perdas emocionais são alguns gatilhos que causam a crise.

Tratamento

O tratamento do transtorno do pânico é acompanhado por psiquiatras que prescrevem medicamentos e também indicam psicoterapia, que ajuda a identificar o pânico e criar mecanismos para manter o controle durante a crise. O tratamento é contínuo, mesmo que o indivíduo entre em um quadro assintomático, "já que a suspensão abrupta dos medicamentos podem provocar crises ainda mais severas que as iniciais”, afirma Louzã. O especialista diz ainda que não há uma "cura", mas, sim, uma diminuição da dosagem dos remédios e espaçamento das consultas.




Veja alguns sintomas da síndrome do pânico

  • Palpitação ou taquicardia

    É uma das reações mais comuns. O coração bombeia mais sangue enquanto as amígdalas cerebrais --estruturas responsáveis pelas emoções de medo e apreensão e que não têm nada a ver com as glândulas da garganta-- entram em intensa atividade. E como acontece em um susto, elas descarregam adrenalina no organismo, como se preparassem o corpo para fugir de um perigo. Esse é o sintoma que mais assusta pessoas durante as crises, que acham que estão sofrendo um ataque cardíaco.
  • Suor excessivo e tremor
    O corpo e a mente estão completamente interligados. Com a descarga do homônio da adrenalina no organismo, o estado de apreensão causa tais reações físicas de nervosismo.
  • Falta de ar e asfixia
    A dificuldade de respirar acontece em decorrência da aceleração cardíaca e do medo de não entender o que está acontecendo com o corpo.
  • Enjoo, tontura, calafrios e boca seca

    O estresse experimentado pelo organismo também causa essas reações fisiológicas. 30% dos pacientes dos pacientes apresentam algum problema no sistema vestibular --conjunto de órgão do ouvido interno, responsável por perceber os movimentos do corpo--, fazendo com que o cérebro receba informações errôneas sobre a posição em relação ao espaço, causando a sensação de queda e flutuação.
  • Despersonalização e desrealização

    Percebidos em crises mais severas, esses episódios são descritos como uma separação do corpo, de não se identificar durante a crise nem reconhecer o ambiente. Há pessoas que relatam não reconhecer o quarto e seus objetos pessoais, por exemplo.
Fonte: Mario Louzã, psiquiatra e doutor em Medicina pela Universidade de Würzburg, na Alemanha. Yuri Busin, psicólogo e diretor Centro de Atenção à Saúde Mental - Equilíbrio (SP). Triana Portal, psicóloga clínica (SP).

A partir do UOL. Leia no original
Imagem: Pexels

O QUE DIZER (OU NÃO DIZER) A UMA PESSOA COM DEPRESSÃO

8/29/2017

Quando uma pessoa de que gostamos está em depressão, queremos fazer de tudo para ajudar. Mas, muitas vezes, é difícil saber como agir. O diálogo ajuda, mas falar as palavras erradas pode atrapalhar bastante. Com a ajuda de especialistas, listamos 8 frases que devem ser evitadas -- e o que dizer no lugar delas:

Não diga: "Você precisa procurar ajuda”


Prefira: “Posso te ajudar a buscar ajuda especializada? Eu vou com você!”

É claro que quem tem depressão precisa de ajuda: essa doença dificilmente se cura sozinha. Mas ao usar a primeira frase, o deprimido se sente atacado e pode se isolar ainda mais, por defesa. Dependendo do estágio em que está, a pessoa também não consegue procurar ajuda sozinha, por isso, é melhor se oferecer.

Não diga: "Como isso foi acontecer com você?"


Prefira: “Poderia acontecer com qualquer pessoa”

O transtorno tem diferentes causas -- biológicas, psicológicas e sociais -- e afeta 322 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Por isso, a primeira pergunta, na verdade, não tem resposta, e só fará o deprimido se sentir ainda mais culpado e derrotado.

Não diga: "Até quando você vai ficar assim?"


Prefira: "Nós vamos ajudá-lo pelo tempo que for preciso, até você melhorar"

A depressão não tem prazo de validade. Se o deprimido tivesse algum controle sobre a situação, sairia dela imediatamente. Portanto, perguntar até quando ele ficará assim é uma cobrança desnecessária. Você vai ajudar mais ao mantê-lo motivado: ao perceber qualquer melhora no quadro, faça um elogio. 

Não diga: "Por que você não sai dessa cama e vai se distrair?"


Prefira: “Vou abrir as suas janelas para entrar sol”

A sensação de inutilidade invade os depressivos e a frase só potencializa o sentimento. Não é ruim incentivar, mas dá para fazer isso sem lembrar o outro que ele não consegue sentir prazer. Pode ajudar expor a pessoa à luz natural, que deixa o organismo mais disposto ou ativo. Uma caminhada de mais de 20 minutos também é uma boa, porque libera endorfina.

Não diga: "Ah, para, as coisas não estão tão ruins assim!"


Prefira: "Eu imagino que não deva estar sendo fácil para você”

Na depressão, é como se o indivíduo enxergasse o mundo com lentes cinza: a perspectiva dele é muito mais sombria. Por isso, chamá-lo de pessimista não vai mudar o que ele sente. É sempre a melhor opção não menosprezar a dor do outro, depressivo ou não. Aposte na empatia: deixe claro que você entende que a dor é real, mas que ele não está sozinho para lidar com ela.

Não diga: "Você tem que se esforçar"


Prefira: “Vamos enfrentar isso juntos!”

Por mais que o deprimido se empenhe para melhorar -- e, acredite, ele sempre tenta -- é invadido por uma tristeza paralisante. Por isso, é muito importante que ele não se sinta sozinho nessa luta constante. Ajude-o a reconhecer pequenas conquistas e pequenos passos em direção à melhora, que é sempre gradativa.

Não diga: "Eu não te reconheço mais"


Prefira: “É uma questão de tempo para você voltar a ser como era antes”

É melhor dizer que as mudanças de comportamento são temporárias e fazem parte da depressão. Também vale reforçar: embora a doença o faça acreditar que ele não é importante, para você, ele é, sim! É importante ajudá-lo a reconhecer o que é real e o que é um pensamento provocado pelo transtorno.

Não diga: "Você tem que ter fé na cura"


Prefira: “Sua fé pode ajudar, mas vamos buscar ajuda profissional também”

Para quem crê em algo superior, a fé pode ajudar a passar pelo momento. Mas um médico deve ser consultado, sempre, para diagnosticar o caso e orientar o tratamento, que pode exigir sessões de psicoterapia, medicamentos, além da prática de atividade física.
A partir do UOL. Leia no original

Imagem : Pexels


Fontes: Fabíola Luciano, psicóloga do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. Eduardo Ferreira Santos, psiquiatra e psicoterapeuta de adultos e adolescentes. Angelica Takushi Sanda, psicóloga. Fernanda G. Moreira, psiquiatra, psicoterapeuta e professora da Unifesp. Fernando Fernandes, psiquiatra do Programa de Transtornos do Humor do Instituto de Psiquiatria da USP.

FÁBIO DE MELO FALA SOBRE SÍNDROME DO PÂNICO

8/09/2017

O padre e cantor Fábio de Melo, que atua na diocese de Taubaté, no interior de São Paulo, falou a respeito da síndrome do pânico da qual sofre atualmente em entrevista ao programa “No Ar”, na Rádio Globo.

“Eu sou extremamente aberto a contar minhas fraquezas. Acabei de te dizer que estou enfrentando uma síndrome do pânico. Não tenho medo da minha humanidade, sei que sou afetivamente exigido o tempo todo, faz parte do meu trabalho, as pessoas se aproximam de mim e chegam muito afetuosas, cheias de histórias. E é claro que há um desgaste emocional natural de tudo aquilo que eu faço”, contou.

“Estou vivendo um tempo muito difícil na minha vida, mas com muita disposição, também, não me sinto vítima. Não gosto desse ‘ai, coitadinho, tá cansado’. Quero continuar minha vida e fazer o que eu faço”, disse Melo.

Nas redes sociais do religioso, fãs dele estão pedindo correntes de oração pela melhora da sua saúde e enviando mensagens positivas. No programa, padre Fábio também falou sobre o sucesso que faz nas redes sociais.


"Gosto dos personagens que me ajudam no snap, me ajudam no Instagram a dizer o que nem sempre eu posso diretamente dizer. Mas eu sou eu. Não me escondo atrás de ninguém. Gosto dessa verdade. A autenticidade é a fatura que a gente tem que pagar com gosto todos os dias."

A partir da Revista IstoÉ. Leia no original
Imagem :  Divulgação

PÂNICO : ESTUDANTES CRIAM APLICATIVO PARA AJUDAR PESSOAS EM CRISE

8/02/2017
Be Okay inclui recursos para acalmar durante ataques e possibilita montar histórico
Gabriella Lopes (à esquerda) e duas colegas da PUC-Rio elaboraram um app para ajudar pessoas com crise de pânico

Três universitárias desenvolveram um aplicativo de celular para ajudar pessoas que têm crises de pânico ou de ansiedade. Batizado de Be Okay, o app já está disponível para aparelhos com sistema iOS, de forma gratuita. A intenção é ajudar tanto no exato momento da crise quanto a longo prazo. Quando o ataque está acontecendo, o usuário pode acessar uma animação para acompanhar um exercício de respiração — já que a falta de ar é um dos principais sintomas —; pode ver fotos que o acalmam, selecionadas previamente por ele mesmo; pode acionar uma discagem rápida para alguém capaz de ajudá-lo nessa hora, entre outros recursos.

Uma das criadoras, Gabriella Lopes, de 20 anos, conta que nunca experimentou ela própria uma crise de pânico, mas tem amigos e familiares que já passaram por tal situação.

— Conforme pesquisávamos para desenvolver o app, nos demos conta de que todos com quem nós falávamos conheciam pelo menos uma pessoa que já teve crise de pânico. É algo comum, e muitas vezes essas pessoas se veem sem qualquer ajuda — diz ela, que é estudante de Design de Mídia Digital.

A plataforma doi desenvolvida dentro do Programa de Formação para Desenvolvimento de Aplicativos iOS, coordenado pelo Laboratório de Engenharia de Software do Centro Técnico Científico (CTC) da PUC-Rio. Além de Gabriella, participaram da criação as alunas Ana Luiza Ferrer, do curso de Engenharia de Produção, e Helena Leitão, de Sistemas de Informação.

— Várias das funções do app foram fruto de sugestões de pessoas que já passaram por crises. Uma delas nos disse que o que a acalmava nessas horas era ver fotos de cachorrinhos pug — lembra Gabriella. — Então nós criamos a possibilidade de o usuário do app selecionar algumas fotos para que, nos momentos de crise, ele possa acessar. São as fotos que fizerem algum sentido para ele, que provoquem relaxamento. O app é uma zona de conforto, como gostamos de chamar.

Além da ajuda imediata, é possível fazer um histórico, por meio de registros com detalhes da crise que ocorreu. Passado o ataque de pânico, o Be Okay oferece a opção de preencher um formulário com hora, duração, local e sintomas. Essa ferramenta foi acrescentada com o objetivo de dar ao usuário a possibilidade de identificar quais são os gatilhos que o levam à crise e verificar qual a frequência que isso acontece.

— Todas as técnicas de auxílio são muito úteis no momento que você está tendo o ataque. Mas e depois? É aí que entra a parte de registros. Você tem um controle muito maior. E um dos pontos do nosso aplicativo é exercer esse controle sobre algo que afeta a sua vida como um todo — destaca Gabriella.

A partir de O Globo. Leia no original
Imagens : Divulgação 

'SÍNDROME DO PÂNICO ME FEZ TER MAIS RESPEITO PELO SOFRIMENTO', DIZ PADRE FÁBIO

7/04/2017

Padre Fábio de Melo, famoso nas redes sociais por suas publicações divertidas e por ser amigo de celebridades como Evaristo Costa, Lucas Lucco e Alcione, deu detalhes sobre a síndrome do pânico, doença diagnosticada há dois anos e que voltou a se manifestar nos últimos dias.

"As vezes eu me pegava me escondendo debaixo da cama tamanho era o pavor que eu sentia", disse o religioso a Poliana Abritta, apresentadora do "Fantástico", da Globo –a entrevista foi ao ar neste domingo (20).

Segundo Melo, no auge da angústia, era à mãe a quem recorria. "Teve um dia que meu desespero era tão grande que eu não queria falar com outra pessoa que não fosse ela", disse.

"Eu sou o padre Fábio de Melo, eu tenho muita responsabilidade como o padre Fábio de Melo, mas eu continuo sendo o Fabinho da minha mãe", completou.

A doença, que afirma já está sendo tratada e acompanhada por especialistas, "abalou a sua fé" e o fez pensar em desistir da batina.

"Foram dias em que eu decidi tanta coisa rapidamente dentro de mim que pensei 'eu não quero mais ser padre, eu não tenho mais coragem de enfrentar as pessoas, eu não tenho mais condições de ser quem eu sou'."

Melo também afirmou que a doença o fez "mais confiante". "Retomei essa fé que me move. Eu acho que foi extremamente providencial eu ter vivido isso porque, se eu já tinha um respeito pelo sofrimento humano e pelo mistério que é o ser humano, hoje eu tenho muito mais".


'PARTILHE SUAS DORES", DIZ PADRE FÁBIO DE MELO

6/30/2017

No programa "Direção Espiritual" do dia 16 de agosto de 2017, na TV Canção Nova,  Padre Fábio de Melo fala sobre as perdas que enfrentamos para sermos quem somos, e sobre a importância de partilhar nossas dores, pois isso nos dá força para seguir em frente. Padre Fábio partilha as dificuldades que tem vivido ultimamente, em que tem sofrido com crises de síndrome do pânico.

Por outro lado, no Fantástico deste domingo (20/08), Poliana Abritta conversa com o padre Fábio de Melo sobre a síndrome do pânico, doença que o afetou no último mês. Em uma rede social, o padre admitiu que ficou uma semana trancado em casa, com sensação de morte e tristeza profunda. "Nunca chorei tanto na minha vida", disse. Ele se emocionou ao falar sobre a relação com a família, a fé, a morte recente da irmã e as redes sociais, além de assumir que pensa em fazer terapia. Fábio de Melo chegou a se esconder embaixo da cama por causa do medo, mas agora está medicado e cumprindo seus compromissos.

Acompanhe abaixo o trecho do programa em que Padre Fábio de Melo fala da dificuldade que tem vivido.


O QUE É DISTIMIA

5/24/2015

O que é Distimia?
Distimia é uma forma crônica de depressão, porém menos grave do que a forma mais conhecida da doença. Com a distimia, os sintomas de depressão podem durar um longo período de tempo - muitas vezes, dois anos ou mais.

O paciente com distimia pode perder o interesse nas atividades diárias normais, se sentir sem esperança, ter baixa produtividade, baixa autoestima e um sentimento geral de inadequação. As pessoas com distimia são consideradas excessivamente críticas, que estão constantemente reclamando e são incapazes de se divertir.

Só no Brasil existem cinco a 11 milhões de pessoas que sofrem desse mal, de acordo com a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Transtornos Afetivos (ABRATA).
Causas

A causa exata da distimia não é conhecida. A distimia pode ter causas semelhantes à depressão tradicional, incluindo:

Fatores bioquímicos: pessoas com distimia podem ter mudanças físicas em seus cérebros. O significado destas mudanças ainda é incerto, mas pode ser um caminho para buscar a causa
Fatores genéticos: a distimia parece ser mais comum em pessoas com grau sanguíneo de parentesco

Fatores ambientais: tal como acontece com a depressão, o ambiente pode contribuir para a distimia. As causas ambientais são situações da vida que são difíceis de lidar, como a perda de um ente querido, problemas financeiros ou um alto nível de estresse.

Fatores de risco

Certos fatores aumentam o risco de uma pessoa ter distimia. Veja:

  • Ter um parente de primeiro grau com distimia ou depressão
  • Eventos estressantes, como a perda de um ente querido ou problemas financeiros
  • Ser excessivamente dependente de aprovação e atenção das pessoas próximas.
  • Entre os pacientes que possuem algum transtorno mental, aproximadamente 36% apresentam sintomas depressivos leves e de longa duração – indicando um quadro de distimia. Dessa forma, é comum uma pessoa que tem um transtorno mental, como pânico ou fobia, desenvolver sintomas depressivos. É o que os psiquiatras chamam de "comorbidade", quando dois ou mais quadros psiquiátricos se associam num mesmo indivíduo.
Sintomas de Distimia

Os sintomas da distimia são os mesmos da depressão maior, mas em menor número e menos intensos. Os sinais podem incluir:

  • Tristeza ou humor deprimido na maior parte do dia, ou quase todos os dias
  • Perda de prazer nas atividades que antes eram agradáveis
  • Grande mudança em peso (ganho ou perda de mais de 5% do peso dentro de um mês)
  • Perda ou aumento do apetite
  • Insônia ou sono excessivo quase todos os dias
  • Inquietação
  • Fadiga ou perda de energia quase todos os dias
  • Sentimentos de desesperança, inutilidade ou culpa excessiva quase todos os dias
  • Problemas de concentração, que ocorrem quase todos os dias
  • Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio, plano de suicídio ou tentativa de suicídio.
  • As pessoas com distimia também apresentam altas taxas de faltas no trabalho, comparáveis as taxas de abstenção pode cardiopatias – uma das causas mais comuns no mundo inteiro.

Em crianças, a distimia pode ocorrer juntamente com o TDAH, distúrbios de comportamento ou de aprendizagem, transtornos de ansiedade ou deficiências de desenvolvimento. Exemplos de sintomas distimia em crianças incluem:

  • Irritabilidade
  • Problemas de comportamento
  • Mau desempenho escolar
  • Atitude pessimista
  • Habilidades sociais pobres
  • Baixa autoestima.
  • Sintomas distimia geralmente vêm e vão ao longo de um período de anos, e sua intensidade pode mudar ao longo do tempo. Quando a distimia começa antes dos 21 de idade, ele é chamada de distimia de início precoce. Quando começa depois disso, ele é chamada de distimia de início tardio.

Buscando ajuda médica

É perfeitamente normal sentir-se triste, chateado ou infeliz com situações estressantes da vida. Contudo, pessoas com distimia experimentam essas sensações constantemente durante por anos. Isso pode interferir nos relacionamentos, trabalho e atividades diárias.

Se você apresenta os sintomas de distimia e acredita que isso esteja atrapalhando duas atividades e modo de vida, busque ajuda. Se não tratada efetivamente, a distimia geralmente progride para depressão. Você pode buscar ajuda com profissionais de saúde mental (psicólogos, psiquiatras) ou procurar alguém próximo que pode ser capaz de ajudar, como um amigo, parente, professor, líder religioso ou alguém que você confia.

Na consulta médica

Especialistas que podem diagnosticar distimia são:

Psicólogo
Psiquiatra

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:

Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

Quando os sintomas começaram?
Sua vida é afetada por seus sintomas?
O que você tentou para se sentir melhor?
Que coisas fazem você se sentir pior?
Você tem algum parente tinha distimia, depressão ou outra doença mental?
O que você espera ganhar com o tratamento?

Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para distimia, algumas perguntas básicas incluem:

É possível tratar a distimia por conta própria?
Como a distimia é tratada?
Psicoterapia pode ajudar?
Existem medicamentos que podem ajudar?
Por quanto tempo seria necessário tomar a medicação?
O que eu posso fazer para me ajudar?
Você teria algum material impresso que eu posso levar comigo? Quais sites você recomenda?
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.

Diagnóstico de Distimia

O diagnóstico é baseado nos sintomas da pessoa. No caso de distimia, esses sintomas devem estar presentes por um longo período de tempo e ser menos grave do que nos pacientes com depressão.

O médico ou médico vai querer ter certeza de que os sintomas não são o resultado de uma condição física, como hipotireoidismo. Dessa forma, podem ser pedidos alguns exames de sangue e imagem para descartar outras possibilidades.

Será feita então uma análise psicológica completa, incluindo uma discussão com profissional da área de psicologia ou psiquiatria sobre os seus problemas, sentimentos e comportamento geral. Pode ser que você precise responder um questionário que ajuda no diagnóstico.

Tratamento de Distimia

Os dois principais tratamentos para a distimia são medicamentos e psicoterapia. Os medicamentos parecem ser mais eficazes no tratamento de distimia quando combinados com a psicoterapia.

Qual o tratamento se aproxima do seu quadro irá depender de fatores como:
  • Gravidade dos sintomas
  • O desejo do paciente de resolver questões emocionais ou situacionais que afetam sua vida
  • Preferências pessoais do paciente
  • Métodos de tratamento anteriores
  • Capacidade de tolerar medicamentos
  • Outros problemas emocionais que podem ocorrer junto com a distimia.
  • Medicamentos para distimia


Tipos de antidepressivos mais comumente usados para tratar a distimia incluem:
Inibidores seletivos da recaptação da serotonina (SSRIs)
Inibidores seletivos da recaptação da serotonina e da noradrenalina (ISRSN ou SNRI)
Antidepressivos tricíclicos
Quando se tem distimia, é necessário fazer acompanhamento médico e, se necessário, tomar antidepressivos para manter os sintomas sob controle.

Psicoterapia para distimia

A psicoterapia pode ajudá-lo a aprender sobre a sua condição e seu humor, sentimentos, pensamentos e comportamentos. Usando as ideias e conhecimentos que você adquire na psicoterapia, é possível aprender habilidades de enfrentamento saudáveis e gestão de estresse. A psicoterapia também pode ajudá-lo a:
Aprender a tomar decisões
Reduzir padrões de comportamento autodestrutivo, como a negatividade, a desesperança e a falta de assertividade
Melhorar a sua capacidade de funcionar em situações sociais e interpessoais de trabalho.
Você e seu terapeuta podem discutir que tipo de terapia é ideal, os objetivos do tratamento e outras questões, como a duração do tratamento.

Convivendo/ Prognóstico

A distimia não é uma doença que você pode tratar por conta própria. Mas, além de tratamento profissional, você pode tomar estes passos:
  • Siga o tratamento à risca. Mesmo que você sinta desmotivação, não deixe de tomar os medicamentos e frequentar a terapia
  • Aprenda mais sobre sua condição. Busque sites com informações sobre distimia e encontre pessoas que também convivem com a doença. Isso pode te ajudar a entender o que é normal do tratamento e como passar pelas dificuldades
  • Preste atenção aos sinais de alerta. Entenda o que desencadeia os sintomas de distimia e quanto é preciso ficar alerta para recaídas
  • Mantenha-se ativo. Pratique exercícios ou outras atividades que te façam bem, como jardinagem e leitura
  • Evite drogas e álcool.
  • Complicações possíveis

Não é incomum para uma pessoa com distimia também experimentar um episódio de depressão ao mesmo tempo. Isso é chamado de depressão dupla. É por isso que é tão importante procurar um diagnóstico médico precoce e preciso. O médico ou médica pode então recomendar o tratamento mais eficaz.

Prevenção

Não há nenhuma maneira de evitar a distimia. Entretanto, estratégias podem ajudar a afastar os sintomas de distimia precocemente:
  • Controle o estresse
  • Peça ajuda de sua família e amigos, principalmente nos momentos de crise
  • Obtenha tratamento ao primeiro sinal de problema.

A partir de Minha Vida. Leia no original
Fontes e referências
Revisado por: Fábio Roesler, psicólogo e Neuropsicólogo da Clínica de Cefaleia e Neurologia "Dr Edgard Raffaeli"
Havard Health Publications

"DOENÇA DO MAL HUMOR": COMO ELA PODE VIRAR DEPRESSÃO

5/23/2015
Distimia pode evoluir para depressão se não for tratada. Saiba mais sobre esse quadro crônico e como evitar complicações


A distimia corresponde a uma alteração crônica do humor, mas que não preenche os critérios necessários para ser considerada um quadro depressivo. Os pacientes com distimia apresentam uma alternância entre períodos de depressão e períodos em que se sentem relativamente bem. Na maioria do tempo, entretanto, sentem-se deprimidos, preocupados excessivamente e sobrecarregados; tudo é um esforço, e nada basicamente é desfrutado; apresentam pouca energia e pouca disposição, sentem-se cansados, com mau humor e irritados em graus variáveis; não obstante, são capazes de lidar com as exigências do dia a dia, como as responsabilidades domésticas e profissionais, mas sofrem uma queda na qualidade de vida.

Os estudos científicos demonstram que a distimia aumenta consideravelmente o risco de depressão. Uma pesquisa realizada por Akisal mostrou que 90% dos pacientes com distimia evoluem para um episódio de depressão maior. A maioria destes pacientes sequer sabe que está doente e que poderia ganhar qualidade de vida se estivesse em tratamento.

Tratamento é prevenção

A principal medida para evitar que a distimia se transforma em um quadro depressivo maior é o tratamento. Em medicina a principal medida é a preventiva, ou seja, agirmos antes que as tendências se transformem em doenças. Todos apresentam flutuações de humor que dependerão de inúmeras variáveis ? por exemplo condições do meio exterior, clima, estresse, excesso de informações, problemas circunstanciais, oscilações hormonais, condições de sono, perdas, ganhos, idade e outros. Se pudermos agir logo que os primeiros sintomas da distimia aparecem, o risco desta evoluir para depressão será muito menor.

Os cuidados básicos para evitar a depressão compreendem prevenção do estresse, muita atenção aos hormônios, comorbidades (a presença de outras doenças associadas como distúrbios de ansiedade, compulsões, traumas e fobias), doenças orgânicas (hormonais por exemplo), obesidade, alterações da qualidade do sono, uso ou abuso de álcool e drogas. Todos estes fatores isolados ou somados irão facilitar o desencadeamento da distimia.

Referências
AKISKAL H S,et alii.Chronic depressions . 1981, pp 297-315

 Persio Ribeiro Gomes de Deus
A partir de Minha Vida. Leia no original
Imagem : Gateiro

A RIQUEZA DO ESPÍRITO NO ESTADO DE DOENÇA

4/30/2015
Virginia Woolf, Vanessa Bell
"Considerando como a doença é comum, como é tremenda a mudança espiritual que traz, como é espantoso quando as luzes da saúde se apagam, as regiões por descobrir que se revelam, que extensões desoladas e desertos da alma uma ligeira gripe nos faz ver, que precipícios e relvados pontilhados de flores brilhantes uma pequena subida de temperatura expõe, que antigos e rijos carvalhos são desenraizados em nós pela ação da doença, como nos afundamos no poço da morte e sentimos as águas da aniquilação fecharem-se acima da cabeça e acordamos julgando estar na presença de anjos e harpas quando tiramos um dente, vimos à superfície na cadeira do dentista e confundimos o seu «bocheche... bocheche» com saudação da divindade debruçada no chão do céu para nos dar as boas-vindas - quando pensamos nisto, como tantas vezes somos forçados a pensar, torna-se realmente estranho que a doença não tenha arranjado um lugar, juntamente com o amor, as batalhas e o ciúme, por entre os principais temas da literatura."
Virginia Woolf, in "Acerca de Estar Doente"
Imagem : Reprodução

PESQUISA TRAÇA MAPA DA SAÚDE MENTAL E SUICÍDO

7/19/2013
Imagem : sxc.hu
Os pesquisadores Adeir Archanjo da Mota, doutorado em Geografia, e Raul Borges Guimarães, do Laboratório de Biogeografia e Geografia da Saúde da Unesp de Presidente Prudente, iniciaram o estudo “Geografia da Saúde Mental e o Suicídio no Brasil: Construção de Geoindicadores e Índice para Política Pública”. Segundo o primeiro levantamento, no Brasil, de 1996 a 2010, quase 120 mil pessoas se suicidaram. Em torno de 22 pessoas tiraram a própria vida por dia, sendo que as taxas mais elevadas prevalecem nas regiões Sul e Sudeste.

Conforme a 10ª Classificação Internacional das Doenças, caracterizam-se como tentativas de suicídio as internações e como suicídios os óbitos provocados por lesões autoprovocadas voluntariamente. O objetivo do estudo é analisar a distribuição espacial do suicídio e sua correlação com a existência de serviços de saúde mental, como também o acesso da população a eles.

Apesar de prevenível, o suicídio está entre as três principais causas de morte entre pessoas com idade entre 15 e 44 anos, sendo a segunda maior causa de óbito dos 15 aos 19 anos. A coordenadora da comissão de divulgação do Centro de Valorização da Vida (CVV) em Uberaba, Valderli Menezes, ressalta que ninguém procura realmente a extinção da própria vida. Na realidade, esta atitude deve ser considerada um ato extremo de comunicação, a última forma que uma pessoa encontra para fazer com que os outros saibam de seu sofrimento. “Hoje, nosso enfoque é na valorização da vida. Previne-se o suicídio quando se dá importância à pessoa que está passando por um sentimento de perda ou de qualquer outra ordem. O ponto central do suicídio é um gesto de comunicação. Pode ser extremo, mas é um pedido de socorro da pessoa que está no limite”, afirma.

Para a coordenadora, o ser humano se equilibra em uma balança e quando ele passa a viver situações de forte dor e sofrimento, o instinto de sobrevivência vai sendo sobrepujado pelo desejo de não sofrer mais. Mais de 80% das pessoas que tentaram tirar a própria vida uma vez voltaram a cometer o ato, quando a verdadeira causa do sofrimento não foi trabalhada.

O Centro de Valorização da Vida (CVV), instituição filantrópica em Uberaba, tem sede à rua Fausto Salomão Trezzi, nº 40, atendendo por meio dos telefones 141 e (34) 3317-4111, das 15h às 23 horas. O CVV atende ainda através da internet, pelo endereço www.cvv.org.br.
 
Copyright © QUERO MORRER. . OddThemes