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A VERDADE TEM UMA APARÊNCIA MENTIROSA - Cecília Meireles

1/14/2011
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Rio - 06/01/1936

Não quero que fiquem tristes com esta carta. Que adiantam, essas considerações? Eu, por mim, aceito tudo. Mas dôi-me o mal que o Fernando se fez. Às vezes, eu não acredito. Parece-me que estamos apenas à distância. Que ele chegará, logo mais. Mas eu o vi. E revolta-me estar viva, tendo-o visto assim. Ah! decididamente, não se morre de dor! Tive de vir para longe, com as crianças — pobrezinhas! Tomei um apartamento na praia, em Copacabana, onde se pode descansar um pouco entre a montanha e o mar. Estou sozinha com as pequenas, e uma amiga que me acompanhou em tudo isto. Mas sinto que necessito ficar ainda mais só. A solidão tem sobre mim um grande poder. Purifica-me. Exalta-me, interiormente.

Eu queria que ele ressuscitasse, para me explicar porque fez isto
(...) Estou com vontade de escrever agora um livrinho sobre a viagem'-'1. Talvez com um nome assim 'Lembrança-A A Raquel diz que gostava daquele "ar não se importa" do Fernando... Eu gostava do seu desinteresse por certas coisas; mas foi o "ar não se importa" que o matou. Ele viu a vida com uma simplicidade que ela não tem. Passou de leve pelos amigos, sem se dar conta. Dedicou-se aos que nunca o entenderam nem amaram, — apenas o aproveitaram. Por estes sacrificou muito. E nenhum deles agora me apareceu. Andou sempre um pouco longe da verdade -- porque a verdade tem uma aparência mentirosa, também. Teve tudo nas mãos. E não soube fazer nada com o que tinha. Eu queria que ele ressuscitasse, para me explicar porque fez isto. Porque eu o amei sobre todas as coisas, e não o entendi completamente, nem servi de nada. no único instante em que vale a pena servir a alguém.

Peço a V. V. todos que me desculpem esta carta imensa e triste... É como se estivesse conversando com v. v. todos, aqui perto. Escrevam-me quando puderem. Sobra outras coisas. Como antigamente. Façamos de conta que a vida é a mesma. Nem creio que venha a mudar. (...) Depois escreverei com mais vagar. Saudades a todos. Com a maior amizade,

O QUE SINTO TRAGO DESDE A INFÂNCIA

1/10/2011
"Pode ser inacreditável ver uma adolescente de 16 anos querendo morrer. Eu tava em uma das minhas depressões quando digitei no google, sem esperança de encontrar algo proveitoso, "QUERO MORRER" ! Pode ter sido por acaso, ou não.

O que sinto em mim trago desde a infância, quando vi as brigas horriveis de meus pais, pelas quais se separaram. Fui arrancada da minha mãe aos 6 anos pra morar com o pai que batia em minha mãe, e não a tive em meus momentos mais importantes.

Hoje, eu sofro e não a tenho ao meu lado para consolar-me. Meu pai não serve nem para dar um bom dia. Ele me sustenta, colégio bom, casa boa, comida. Não reclamei nunca. Mas eu prefiro catar lixo e ser feliz do que viver nesse inferno de dinheiro no qual vive minha familia. Não é a toa que a familia inteira é desestruturada.

Me sinto feia, despercebida, um verdadeiro patinho feio na frente de todos. Não sei se alguém vai ler isso, porque até eu mesma não li os outros depoimentos, mas confesso que não estava em um bom momento. Não sei o que é receber amor, a não ser de um namorado que eu tenho, e que na verdade, eu nem amo.

Enquanto ao meu pai, imagine uma filha repleta de medo do pai. Pois sou eu. Medo, angustia, insegurança, tudo isso me invade quando preciso lhe pedir algo, porque sei que o não é eterno. Uns dizem que ele me quer pra ele, outros dizem que é ciúmes, pois pareço demasiadamente com minha mãe, e ele foi deixado por ela, já que não aguentava mais apanhar. E eu apanhei, até essa tal Lei da Palmada surgir eu provei das mãos grossas e fortes de um homem que hora era o pai protetor, ora era o bicho papão do meu armário. Eu conto os dias pra minha maior idade, para só assim poder ir embora e morar com minha mãe, a única pessoa que poderá um dia me dar amor verdadeiro, reciprocamente. Ela faz falta :/ "

J.L.F.
Depoimento - Comunidade Q.M.

TEMOS MUITO O QUE APRENDER

1/09/2011
"A morte realmente é algo natural.

É a única coisa com a qual podemos contar com certa, inevitável, chega para todos. Mas não temos o direito de antecipá-la. Também já senti vontade de morrer, mas jamais de me matar. Jamais fazer isso comigo. Simplesmente não me importaria de morrer, não tenho medo da morte, mas ainda tenho muito o que aprender. Ainda tenho algumas pessoas que sofreriam muito caso eu fizesse a grande besteira de antecipar a minha partida; inclusive meu filho.

Meeu amor que já partiu e já está lá me esperando. Quero poder reencontrá-lo, ter o merecimento do abraço dele, quero merecer ficar ao lado dele novamente. Então seja como e quando Deus quiser. No início, achei que era castigo de Deus, continuar vivendo enquanto meu filho já não vivia mais. Mas li muito, me informei muito, rezei muito e aprendi que quanto mais vivemos, maior é o aprendizado. Temos muito o que aprender aqui.

Meu filho partiu aos 24 anos. Com certeza aprendeu tudo antes de mim."

S.O.M.

DESISTI DO SUICÍDIO: APTENDI A GOSTAR DE MIM

12/03/2010
"Meu nome é Ana Cristina sou portuguesa,mãe de 8 filhos, avó de 3 netos... Já sofri de depressão mais que uma vez, e numa delas, antes de ter acompanhamento psicológico, tive  uma tentativa de suicídio com overdose de comprimidos...

Felizmente alguém chegou a tempo e me levou para o hospital, fiz lavagem estomacal e sobrevivi. O que me motivou foi o cansaço de ter de ser sempre eu a resolver todos os assuntos aqui em casa. Era sempre tudo nas minhas costas, tudo eu... Aí pensei: 'Chega estou farta!Vou me matar e acabar com isso tudo.' E foi o que eu fiz, só que, no meu íntimo eu não queria morrer mesmo,até porque deixei os comprimidos na mesa de cabeceira e liguei para alguém antes de os ter tomado; ou seja o que fiz foi como uma chamada de atenção. Hoje eu entendo isso, mas se Deus não tivesse olhado por mim, não estaria aqui... Depois de começar a frequentar uma psicológa, eu fui entendendo muita coisa...

Aprendi a não guardar nada: se tiver de me zangar, eu zango; se tiver de chorar, eu choro;  se tiver de mandar pra trás das costas alguma coisa, eu mando...

Aprendi a gostar de mim, em vez de só olha prós outros, olhar pra dentro de mim mesma...

Entrei no site Partida e Chegada e fui ler diversas psicografias. Li, inclusive, livros espíritas e a verdade é que aprendi muito, evoluí espiritualmente, passei a ver a vida com outros olhos. Afinal Deus emprestou-nos este corpo para que pudéssemos cumprir nossa missão terrena. Quem somos nós pra destruir uma coisa que nem sequer é nossa, e da qual teremos que dar conta quando chegarmos ao plano astral? Aproveito para deixar um alerta: um suicida ou quem está a pensar fazer isso, dá sempre sinais... Cabe à família e aos amigos estarem atentos. E se possível lhes darem livros sobre o assunto. Aconselho vivamente o livro "Memórias de um Suicida", livro sobre o desencarne do escritor Camilo Castelo Branco. Fala de seus tormentos no Vale dos Suicidas, até ser resgatado. Esse livro muito me ajudou...

Espero que o meu testemunho ajude alguém...

E quem quiser falar comigo, sinta-se à vontade para o fazer. Ajudarei com todo o prazer..."

Lisboa, Portugal.

Imagem:  por flydime

FATORES DE RISCO DO SUICÍDIO

11/21/2010
Transtornos mentais Aspectos sociais

• Transtornos do humor, como depressão
• Transtornos mentais e de comportamento do uso de substâncias, como o álcool
• Transtornos de personalidade
• Esquizofrenia
•Transtornos de ansiedade
•Comorbidade aumenta os riscos (ou seja, sofrer de alcoolismo e de depressão) 

Aspectos sociais

• Sexo masculino
• Idade entre 15 e 35 anos e acima de 75 anos
• Muito pobres ou muito ricos
• Moradores de áreas urbanas
• Desempregados (principalmente perda recente
do emprego)
• Aposentados
• Isolamento social
• Solteiros ou separados
• Migrantes

Aspectos psicológicos

• Perdas recentes
• Perdas de parentes na infância
• Famílias conturbadas
• Datas importantes
• Reações de aniversário
• Personalidade impulsiva, agressiva ou de humor instável 

Condição de saúde limitante

• Doenças orgânicas incapacitantes
• Dor crônica
• Lesões desfigurantes
• Epilepsia
• Trauma medular
• Tumores malignos
• Aids

Imagem:  por ELEOTH

SE TIVESSE CONSEGUIDO, SERIA PIOR...

11/10/2010
"Meu nome é Clara, tenho 39 anos...
Assim como muitos, passei por um período de depressão terrível... Perdi u filho com 18 anos de idade (atropelamento por trem), e o que é pior, até hoje não me deixaram descobrir se foi acidente ou souicidio. Ele sofria muito, devido a muitos erros que cometeu.. A hipótese principal era de suicidio...
Afogada na angústia e na dor.. Tentei também suicídio.. Três vezes.. Sempre aparecia alguém pra me socorrer.. Sabem quem?? Minha filha (hoje com 11 anos apenas..)
Ela sofreu demais...
Minha ficha só caiu quando eu fui parar num hospital psiquiátrico... Ai eu ví o quanto estava agindo mal.. Pois por tres semanas fiquei longe de todos os que eu amava... Imaginem, se eu tivesse conseguido me matar? Seria muito pior...
Meu conselho é juntar forças... Se você não consegue sozinho procure ajuda: parentes, amigos, médicos.. Mas principalmente a ajuda de Deus, de Jesus... Em uma boa religião você sempre encontrará pessoas maravilhosas, pra te entenderem e te ajudar...
Hoje, eu nem penso em suicídio. Hoje vivo bem melhor, tenho o apoio e o carinho de todos...e o que é melhor, estou viva para cuidar de todos que eu amo....
Procurem ajuda, procurem a Deus...
Detalhe: se meu filho fosse vivo, hoje ele completaria 23 anos de idade!!!! Saudades...
Com muito amor..."
 
Imagem:  Naíra Dias

MEU NAMORADO SUICIDOU-SE

11/05/2010
"O testemunho que venho aqui deixar não é de ter vontade de suicidar-me, mas sim para que entendam aqueles que o pensam fazer, no sofrimento que causam aos outros. Na mistura de sentimentos que existe dentro de nós e sobretudo na enorme revolta, mágua, tristeza e muitos sentimentos negativos que ficam á volta da vossa imagem.

O meu namorado suicidou-se, enforcou-se na minha garagem.Ninguém pode imaginar o que é de um momento para o outro encontrarmos a pessoa que amamos, a pessoa com que vivemos, a pessoa com quem fizemos planos para um futuro e tantas juras de amor simplesmente pôr fim á vida de uma forma tão horrenda.

Tenho mil e uma perguntas na minha cabeça e sei que nunca irei obter uma resposta, pois a única pessoa que o seria capaz de fazer está morta!

Para quem o pensa fazer apenas aconselho a pedirem ajuda, falem com um amigo, tentem procurar algum tipo de ajuda porque na minha opinião tudo se consegue superar...menos a morte! A morte é uma coisa que todos nós temos certa e vamos ter muito tempo para estarmos mortos...agora para viver temos muito pouco tempo. Existe coisas muito boas para serem vividas e se sentirem que nada vale a pena olhem ao vosso redor pois concerteza haverá alguém que vos saberá dar valor. Percam um momento que seja para pensarem na dor que irão causar aos vossos pais, irmãos, amigos, familiares, namorada (o) pois muitos deles estão cá para vos ajudar a superar essa fase menos boa pela qual estão a passar.

Descobri este blog porque estava gravado no computador do meu namorado..."

Maria Francisca (Rede Quero Morrer)
Imagem:  tchola

BOBBY : FILME FALA DE OPÇÃO SEXUAL, PRECONCEITO E MORTE

10/08/2010


Este é um filme baseado na história verídica de um jovem homossexual, que aos 20 anos suicida-se. "Eu não posso deixar que ninguém saiba que eu não sou hétero. Isso seria tão humilhante. Meus amigos iriam me odiar, com certeza. Eles poderiam até me bater. Na minha família, já ouvi várias vezes eles falando que odeiam os gays, que Deus odeia os gays também. Isso realmente me apavora quando escuto minha família falando desse jeito, porque eles estão realmente falando de mim... Às vezes eu gostaria de desaparecer da face da Terra." Estas palavras estão escritas no diário de Bobby Griffith, quando tinha 16 anos. A sua mãe, "Mary Griffith", interpretada por Sigourney Weaver, sabendo da sexualidade do filho acredita  poder "curar" o filho com base na religião e terapias. Mas, quatro anos depois (1979),  Bobby desiste de viver e se lança de uma ponte.

Um filme intenso, dramático, e que espelha ainda hoje a realidade de muitas e muitos jovens no mundo. Mary após a morte do filho questiona-se a si e ao fundamentalismo religioso, redime-se da sua posição homofobica tornando-se uma defensora dos direitos GLBT. Baseado em fatos reais, mostra o drama de um garoto muito amado pela família,  na qual era visto como um garoto perfeitinho. Até a hora em que ele assume aos familiares ser homossexual. Daí em diante começa a luta da mãe para tornar o filho heterossexual.

Frases 

“Não dizer a verdade... Às vezes eu me sinto como se estivesse na ponta de um penhasco olhando para baixo, a ponto de cair e bater, sem lugar nenhum para ir exceto para baixo.”(09:24)

"Bobby, nós somos a sua família. Podemo superar isso. Eu sei que, se confiarmos em Deus, podemos resolver. É curável com a ajuda Dele." (14:37)

Mãe de Bobby Griffith
"Se um homossexual que quer renunciar a homossexualidade encontra um psiquiatra que sabe curar a homossexualidade ele tem uma grande chance de se tornar um heterossexual feliz nos eixos." (15:50)

“Nada que eu faça muda alguma coisa.
Eu tento e tento, mas sinto que é impossível.
Eles não sabem o que é estar na minha pele.” (21:97)

"Já estou feliz por estar longe de casa e livre. Parece uma nova vida. Um novo dia. E vou ser um sucesso de todas as formas que puder. O meu objetivo é alcançar um sentimento de orgulho e de valor como ser humano." (33:26)

"Por vezes sofro tanto...Estou assustado e sozinho. Estou condenado. Estou afundar-me lentamente num vasto lago de areia movediça. Um poço em fundo. Quem me dera poder rastejar para baixo de uma pedra e dormir para sempre". (33:26)

Trechos de 'O  Diário de Bobby':
"Ninguém me entende.
Ninguém nesta casa consegue aceitar o meu lado da história.
Posso sentir os olhos de Deus olhando para mim com pena.
Não posso deixar ninguém descobrir que não sou hétero. Seria tão humilhante...
Os meus amigos iriam odiar-me. A minha família...
Mãe. Já os ouvi demais.Disseram que odeiam os gays. E que até Deus odeia os gays.
Assusta-me mesmo quando falam assim, porque agora estão a falar sobre mim.
Eu não quero escolher o pecado. Não quero.
Estou tão irritado e frustrado com Deus...
Parece que estou no fim do caminho..."(56:04)

“A todos os Bobbies e Janes por aí...
Digo-vos estas palavras, como as diria aos meus preciosos filhos.
Por favor, não desistam da vida.
Nem de vocês. Vocês são muito especiais para mim.
E eu estou a trabalhar para fazer dessa vida um lugar melhor a mais seguro para vocês viverem. Prometam-me que vão continuar a tentar.
O Bobby desistiu do amor. Espero que vocês não o façam.
Estarão sempre no meu coração.”
(01:22)
 
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