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DEPRESSÃO: DOENÇA QUE PRECISA DE TRATAMENTO

1/15/2013

Depressão não é tristeza. É uma doença que precisa de tratamento. Cerca de 18% das pessoas vão apresentar depressão em algum período da vida. Quando o quadro se instala, se não for tratado convenientemente, costuma levar vários meses para desaparecer. Depressão é também uma doença recorrente. Quem já teve um episódio na vida, apresenta cerca de 50% de possibilidades de manifestar outro; quem teve dois, 70% e, no caso de três quadros bem caracterizados, esse número pode chegar a 90%.

A depressão é uma patologia que atinge os mediadores bioquímicos envolvidos na condução dos estímulos através dos neurônios, que possuem prolongamentos que não se tocam. Entre um e outro, há um espaço livre chamado sinapse, absolutamente fundamental para a troca de substâncias químicas, íons e correntes elétricas. Essas substâncias trocadas na transmissão do impulso entre os neurônios, os neurotransmissores, vão modular a passagem do estímulo representado por sinais elétricos.

Na depressão, há um comprometimento dos neurotransmissores responsáveis pelo funcionamento normal do cérebro. Acompanhe a seguir a entrevista realizada por Drauzio Varela com o médico Ricardo Moreno, psiquiatra e professor do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo.

DIFERENÇA ENTRE TRISTEZA E DEPRESSÃO

Drauzio – Vamos começar pela pergunta clássica: qual a diferença entre tristeza e depressão?

Ricardo Moreno – Tristeza é um fenômeno normal que faz parte da vida psicológica de todos nós. Depressão é um estado patológico. Existem diferenças bem demarcadas entre uma e outra. A tristeza tem duração limitada, enquanto a depressão costuma afetar a pessoa por mais de 15 dias. Podemos estar tristes porque alguma coisa negativa aconteceu em nossas vidas, mas isso não nos impede de reagir com alegria se algum estímulo agradável surgir. Além disso, a depressão provoca sintomas como desânimo e falta de interesse por qualquer atividade. É um transtorno que pode vir acompanhado ou não do sentimento de tristeza e prejudica o funcionamento psicológico, social e de trabalho.

SINTOMATOLOGIA DA DEPRESSÃO

Muitas pessoas portadoras de depressão não reconhecem os sintomas da doença. Que dicas dar aos familiares para ajudá-los a identificar o comportamento de um deprimido?

Em geral, o indivíduo com depressão reconhece que está sendo afetado por algo novo, diferente das outras experiências de tristeza que teve na vida. A família pode identificar o comportamento do deprimido pela mudança de atitudes, porque ele deixa de ser o que era, deixa de sentir alegria, apresenta queda de desempenho e passa a agir de forma diferente da habitual.

Exatamente por estarem deprimidos, a maioria leva bastante tempo para procurar ajuda, não é?

Infelizmente, isso acontece. Muitas vezes, os indivíduos custam a identificar como anormal o que estão sentindo. É comum atribuírem a depressão a um mau momento da vida ou a relacionam com um obstáculo que poderá ser transposto sem dar-se conta de que foram acometidos por uma doença que tem tratamento capaz de melhorar sua qualidade de vida.

Quais são os sintomas mais característicos de um quadro depressivo?

São muitos os sintomas da depressão. Talvez o mais evidente seja o humor depressivo, que se caracteriza por tristeza e melancolia, acompanhado por falta de ânimo e de disposição, incapacidade de sentir prazer em atividades habitualmente agradáveis, alterações do sono e do apetite, pensamentos negativos, desesperança, desamparo.

Um de meus pacientes dizia que apesar de estar tudo bem na vida, não conseguia olhar para nenhum lado sem ver os aspectos negativos e que esses assumiam importância muito maior do que os positivos.

De fato, essa doença provoca uma distorção na visão de mundo e de si mesmo. Lembro-me bem de um paciente que dizia existir uma nuvem cinzenta a seu redor que o impedia de olhar o espectro das cores. Achei uma definição interessante que bem traduz o sentimento depressivo.


COMPORTAMENTO FAMILIAR PARADOXAL

Existe uma contradição que se estabelece nesses quadros. A família vê a pessoa nesse estado e quer que reaja, mas ela não consegue e os familiares se voltam contra o deprimido. Isso é regra?

Essa é uma armadilha em que caem as famílias e o deprimido porque, esgotadas todas as tentativas para estimulá-lo, surge a raiva: “Ele não reage; eu tento, mas ele não quer melhorar”. Tal comportamento reforça a desesperança e a baixa autoestima próprias do indivíduo com depressão. Por isso, é importante esclarecer familiares e paciente que essa incapacidade de reação é uma das características da doença e ajuda a diferenciar o estado patológico do normal. Quando estamos tristes, somos capazes de reagir aos estímulos de prazer. O deprimido dificilmente o consegue. A depressão tira-lhe as forças. Ele não tem como lutar contra ela.

DOENÇA PREVALENTE NAS MULHERES

Por que as mulheres têm mais depressão do que os homens?

O sexo feminino passa por vários processos hormonais durante a vida: o início dos ciclos menstruais, a gravidez, o parto e, por último, a menopausa. Tudo isso implica alterações na produção dos hormônios sexuais femininos e torna a mulher mais vulnerável. Tanto é assim que no período da gravidez, do parto e da perimenopausa, a depressão ocorre com maior frequência. Após a menopausa, a relação da incidência entre homem e mulher tende a igualar-se, pois nessa fase cessam essas flutuações hormonais femininas.

DEPRESSÃO PÓS-PARTO

Fale um pouco da depressão ligada ao parto, especialmente desses quadros graves que se estabelecem no pós-parto quando mulheres chegam a matar seus próprios filhos?

Existem duas posições no pós-parto. A primeira é um estado leve de melancolia que dura de cinco a sete dias e não traz grandes consequências nem para as mães nem para as crianças. A outra é a depressão pós-parto propriamente dita, um manifestação mais grave, porque compromete a mulher e sua visão de mundo e favorece o risco de um infanticídio.

É um caso tão sério que o código penal não o reconhece como crime, pois considera que a mulher perdeu a crítica e o ajuizamento da realidade.


DEPRESSÃO NA MENOPAUSA

Na passagem da menopausa, muitas mulheres se queixam de que de repente caem numa tristeza incontrolável e apresentam forte labilidade emocional. Por que isso acontece?

A menopausa também é um período de risco de depressão para as mulheres. É um fenômeno relacionado com a perda da capacidade reprodutiva e com as mudanças hormonais do sexo feminino.

DEPRESSÃO NOS HOMENS

Em que faixa etária os homens estão mais predispostos a sentir depressão?

Nos homens, a depressão é mais frequente nos adultos jovens, isto é, no final da adolescência e início da vida adulta. Pode-se dizer que o pico da incidência da doença ocorre dos 18 aos 30, 40 anos,  justamente na fase mais produtiva do indivíduo.

DEPRESSÃO NA VELHICE

E na velhice, também ocorrem casos de depressão?

A depressão pode ocorrer em qualquer ciclo da vida: na infância, adolescência, na vida adulta e na velhice. A infância é a fase de diagnóstico mais difícil. Muitos casos passam despercebidos, pois os sintomas são atribuídos a características de personalidade da criança. Na velhice, acontece algo semelhante. Muitas vezes, atribui-se a queda de energia e disposição ao peso da idade. “Ele está velho, já fez o que tinha de fazer” é a explicação que se dá, ignorando os sintomas da depressão e a possibilidade de mudar sensivelmente a condição de vida do velho porque existe tratamento para essa doença.

MUDANÇAS NO PARADIGMA DO TRATAMENTO

No passado, depressão era tratada com aconselhamento e psicoterapia. Hoje, depressão é tratada mais agressivamente. O que mudou no conhecimento da fisiologia da depressão que permitiu essa transformação no tratamento?

No cérebro existem células nervosas, os neurônios, e substâncias químicas que estabelecem a comunicação entre elas, os neurotransmissores. Em condições normais, a quantidade dessas substâncias é suficiente, mas ela cai consideravelmente durante a crise de depressão. Os medicamentos antidepressivos aumentam a oferta de neurotransmissores e promovem a volta ao estado normal do paciente.

O tratamento da depressão mudou muito com a descoberta desses medicamentos que provocam algumas modificações químicas no cérebro pela oferta de substâncias mediadoras que estabelecem a comunicação entre uma célula nervosa e outra durante o processo de transmissão dos sinais. No deprimido, os níveis dos neurotransmissores são baixos. Os antidepressivos bloqueiam o mecanismo de recaptura (impedem que os neurotransmissores retornem à célula de origem) o que aumenta a quantidade dessas substâncias nesse espaço virtual entre os neurônios.

Na verdade, a depressão reflete uma alteração bioquímica do cérebro.
Os estados depressivos são provocados por uma disfunção na bioquímica do cérebro o que acarreta manifestações psicológicas e comportamentais.

O tratamento visa à modulação mais harmônica dessa bioquímica cerebral?

O tratamento visa a regular essa disfunção e existem medicamentos bastante eficazes nesse aspecto. Costumo dizer que, nos últimos 40 anos, eles apresentaram uma evolução importante porque, apesar das desvantagens dos efeitos colaterais, promovem uma melhora significativa nos pacientes. Na relação custo-benefício, a decisão tende sempre para o tratamento uma vez que restabelece a qualidade de vida e diminui o risco de morte por suicídio ou outras doenças.

EFEITOS COLATERAIS

Quais os  principais efeitos colaterais desses medicamento?

Existem vários grupos de antidepressivos. Alguns provocam boca seca, intestino preso; outros, tremor. Os mais recentes, os chamados antidepressivos de nova geração, podem ocasionar ansiedade, tremores, inquietação, náuseas e, às vezes, vômitos. No entanto, isso acontece com pequena parcela das pessoas que tomam essa medicação, talvez 20% ou 30% delas.

No tratamento da depressão existe um complicador importante. Em geral, leva algum tempo para que o doente sinta os benefícios da medicação, mas os efeitos colaterais desagradáveis são piores no começo.

De fato, o medicamento leva de 10 a 15 dias para começar a ter boa ação antidepressiva. Em compensação, os efeitos colaterais são imediatos. Isso dificulta bastante a adesão ao tratamento e faz com que o paciente tenda a abandoná-lo precocemente.

ESTRATÉGIAS DE CONVENCIMENTO

Que estratégia você usa para explicar isso aos pacientes?

Tento ser o mais claro possível para convencê-los de que vale a pena suportar o desconforto inicial se considerados os riscos e o sofrimento que a depressão traz. Mostro-lhes que a primeira escolha de antidepressivos funciona bem em aproximadamente 70% dos casos. Nos outros, será necessário trocar de medicamento ou combinar formas diferentes de tratamento.

DURAÇÃO DO TRATAMENTO

Depressão é uma doença crônica. Em muitos casos há períodos em que a pessoa passa bem e depois volta a ficar deprimida. Isso implica tratamentos muito longos?

Sabemos que a doença tende a ser recorrente em mais ou menos metade dos pacientes. Quem já teve um quadro de depressão tem 50% de possibilidade de ter outro. Para quem já teve dois episódios, o risco aumenta para 70% e, para quem teve três, sobe para mais de 90%. Portanto, alguns pacientes precisarão tomar medicamentos durante anos e outros, pela vida toda com o intuito de prevenir a recorrência. Para esses pacientes, o acompanhamento psicológico e uma boa relação médico-paciente são fundamentais para a adesão e sucesso do tratamento.

Como convencer os pacientes de que precisam tomar os remédios a vida inteira?

É preciso explicar que a retirada do medicamento nunca deve ser feita de forma abrupta, porque no processo de diminuição gradativa da dose os sintomas podem voltar. Isso convence o paciente da necessidade de manter o tratamento por um período mais longo ou até pela vida toda.

GATILHOS DESENCADEANTES DA DEPRESSÃO

Existem fatores que disparam o processo depressivo?

Sabemos hoje que existe predisposição genética para a depressão. Os indivíduos nascem com vulnerabilidade para a doença, mas ela não se manifesta em todas as pessoas predispostas. Isso vai depender de vários fatores, chamados estressores, que funcionam como gatilho. Por exemplo, o estresse psicológico provocado por qualquer adversidade da vida, o estresse físico, certas doenças, o consumo de drogas lícitas ou ilícitas e alguns medicamentos de uso contínuo podem precipitar os quadros. Entre as drogas lícitas destaca-se o álcool e entre as ilícitas, as estimulantes como a cocaína e a as anfetaminas.

Isso me faz lembrar de que, no passado, havia medicamentos associados, com certa frequência, à ocorrência de suicídios. Em alguns casos, por não receberem esclarecimentos sobre a ação das drogas, os médicos prescreviam um remédio para controlar a pressão arterial e desencadeavam um episódio depressivo.


DEPRESSÃO SAZONAL

O que se sabe sobre a influência do clima, especialmente nos países frios, sobre a depressão?

Há um quadro de surtos depressivos, chamado depressão sazonal, que está relacionado diretamente com os fotoperíodos, isto é, com a luminosidade. No outono e no inverno, especialmente nos países frios, a luz diminui muito e algumas pessoas se tornam mais vulneráveis às flutuações normais do humor e desenvolvem quadros depressivos.

FORÇA DA HEREDITARIEDADE

Você falou que uma pessoa pode nascer com predisposição para desenvolver depressão. Existe uma relação direta entre pais depressivos e seus filhos?

Existe. A ocorrência de depressão num membro da família aumenta muito a possibilidade de um parente próximo ou de primeiro grau ser afetado pela doença. Filhos de deprimidos, em geral, manifestam maior predisposição do que filhos de pais não deprimidos. No entanto, devem sempre ser considerados, nesses casos, não só os fatores genéticos, mas também o peso dos fatores ambientais.

REFLEXO NAS RELAÇÕES AFETIVAS

Quando aparece um quadro depressivo na família, como ficam as relações afetivas?

Geralmente a família se desestrutura bastante. A tendência inicial é querer ajudar o indivíduo a reagir. Como ninguém consegue, aflora um sentimento de frustração difícil de contornar. Por outro lado, uma série de crenças populares, que rotulam a depressão como falta de vontade, defeito de caráter e doença de rico, interferem negativamente. A mistura dessas crenças com as tentativas infrutíferas de auxílio distorcem as relações familiares. Além disso, deve-se considerar o impacto social e econômico que a doença pode representar para toda a família.

ORIENTAÇÃO AOS FAMILIARES

Como você orienta os familiares nesses casos?

O primeiro passo é a informação. Todos, inclusive os pacientes, precisam saber o que está sendo feito, que riscos correm os doentes, os benefícios do tratamento e o prognóstico a longo prazo. Acima de tudo, é preciso vencer o medo. De modo geral, os doentes e suas famílias têm medo da doença mental, da loucura. Abordados esses temas, consegue-se melhorar o resultado do tratamento e as relações interpessoais.

O que a família pode fazer para ajudar a pessoa deprimida a sair da crise mais depressa?

Ricardo Moreno – A família pode fornecer parâmetros da realidade. Não deve deixar a pessoa trancada no quarto o dia todo com as cortinas fechadas, nem deixá-la desrespeitar a necessidade de alimentação e higiene.

Esse paciente precisa ser estimulado o que não significa levá-lo ao shopping ou pô-lo para correr. Significa estimulá-lo de acordo com suas possibilidades de desempenho. Ninguém incentiva um paciente de UTI a andar pelos corredores do hospital. É importante respeitar as limitações que a doença impõe naquele momento.

A atividade física ajuda?

A atividade física ajuda bastante. Há evidências de que associada a tratamentos medicamentosos e psicológicos pode ser um componente importante para alcançar resultados satisfatórios no tratamento.

DEPRESSÃO: DOENÇA IMPACTANTE?

Dê um exemplo prático de quão incapacitante pode ser um quadro depressivo?

A depressão se divide em leve, moderada e grave. É um engano imaginar que a depressão leve seja menos incapacitante se considerarmos a duração dos sintomas. No entanto, os quadros moderados e graves comprometem mais o indivíduo que fica com baixa produtividade, autoestima diminuída e uma visão distorcida do mundo. Já tive pacientes que ocupavam cargos importantes, recebiam salários razoáveis, desfrutavam uma condição de vida relativamente boa e pediram demissão, porque não se julgavam merecedores daquele emprego. Isso a curto e a longo prazo provoca desdobramentos complicados e desgastantes para a família e para o indivíduo.

Tive também pacientes que tentaram o suicídio. Apesar de todos, felizmente, terem continuado vivos, alguns ficaram com sequelas importantes e sua atitude pôs em xeque valores éticos, morais e religiosos e criou um conflito traumático na família. Sob o ponto de vista econômico, o indivíduo deprimido representa, ainda, um ônus para si, para a família e para a sociedade.

Você considera uma boa orientação aconselhar as pessoas a não tomarem decisões radicais durante as crises?

Geralmente aconselhamos o paciente e sua família a não tomarem nenhuma decisão importante ou definitiva enquanto perdurar a crise.

Num relacionamento sentimental a depressão é devastadora e frequentemente destrói casamentos, não é mesmo?

Destrói casamentos e sempre interfere negativamente na relação.

POSSIBILIDADES DE PREVENÇÃO

O que se pode fazer neste mundo moderno para não cair em depressão?

A primeira coisa é apelar para o bom-senso. Não há uma receita básica, mas todos podemos contar com o bom-senso para conseguir uma qualidade de vida satisfatória. Depois, é preciso desenvolver a capacidade de enfrentar e resolver problemas, dificuldades e conflitos. Tanto isso é possível que apenas 18% da população apresenta quadros depressivos ao longo da vida. Problemas todos temos. É necessário, dentro das possibilidades, aprender a lidar com eles e a não deixar que nos abalem demais.
A partir do site Estação Saúde. Leia no original

O QUE FUNCIONA NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO ?

1/13/2013
Há algum tempo, a depressão foi considerada o mal do século. Infelizmente este título lhe faz jus, tendo-se em vista os enormes prejuízos sociais e laborais que este transtorno é capaz de gerar.

Estatísticas recentes da Organização Mundial da Saúde apontam que entre 10 e 20 por cento da população já teve ou terá um transtorno depressivo ao longo de sua vida. Resumidamente, os principais sintomas que a depressão apresenta são perda do interesse ou prazer, humor deprimido, mudanças de peso sem serem programadas por dietas ou outras intervenções, insônia ou sono excessivo e fadiga. Pode ocorrer também irritabilidade com agitação, sentimentos de culpa excessivos e dificuldade de concentração, além de pensamentos relacionados com a morte. Estes sintomas precisam estar presentes por, pelo menos, duas semanas, durante todos os dias ou por boa parte dos dias. Portanto, é plenamente compreensível que este seja um transtorno preocupante e incapacitante para as pessoas.

De forma diferente de outras condições médicas, a depressão é um quadro complexo que exige dos psicólogos, psiquiatras e demais profissionais da saúde uma atenção para o diagnóstico e o tratamento. Isso se deve ao fato de que os transtornos mentais são causados, em parte, por fatores biológicos, como a genética, e em parte por fatores comportamentais, como por exemplo a criação, relacionamento com as pessoas significativas e o estresse ambiental. Essa combinação complexa de fatores é única para cada paciente, e precisa ser levada em conta no diagnóstico e no tratamento. Sem atacar estas duas pontas, o problema permanecerá existindo com intensidade.

Não existe atualmente uma fórmula única e infalível para o tratamento da depressão. Embora a indústria farmacêutica avance a cada dia, oferecendo novas estratégias mais eficientes no combate aos sintomas depressivos, dificilmente uma medicação sozinha terá a palavra final no tratamento deste transtorno. Em pesquisa recente publicada pela PLOS ONE, onde Arif Khan, da Northwest Clinical Research Center de Washington, fez um levantamento com 13.802 pacientes que participaram de estudos sobre a depressão entre os anos de 1979 e 2001, foi identificado que o melhor tratamento contra os sintomas depressivos é uma combinação entre psicoterapia e a administração de medicamentos. Esse resultado foi melhor em comparação com a administração isolada de medicamentos e melhor também do que a psicoterapia somente. Assim, há sólidas evidências que é a combinação entre psicoterapia e medicamento o que faz a diferença no tratamento dos quadros depressivos.

Resta por fim lamentar que os convênios não sejam suficientemente sensíveis a estes dados de pesquisas. Focados ainda nos tratamentos médico-biológicos tradicionais, são raros os que aceitam cadastramento de psicólogos para tratamento psicoterápico. Muito se melhoraria a qualidade de vida dos pacientes e a velocidade de resposta terapêutica, com menos dias de hospitalização e outros efeitos danosos, se estes dados fossem considerados. Talvez somente por força de lei, que já vem fazendo bons progressos nos últimos anos, e com muita, mas muita reclamação dos conveniados, que esta barreira seja finalmente derrubada.
Vinícius R. Thomé Ferreira
Psicólogo, doutor em Psicologia e professor da Imed

TRISTEZA, DEPRESSÃO E SEXO

11/14/2012
Depressão é uma palavra muito utilizada e abusada, sendo demasiadas vezes usada de forma pouco cuidada. Assim, torna-se difícil sabermos se alguém à nossa volta (ou até mesmo nós) está com uma depressão, ou se está apenas triste. Estar triste não é o mesmo que estar deprimido, pois a tristeza constitui a resposta normal e temporária às desilusões, às perdas e às crises em geral. Por sua vez, a depressão é um sentimento patológico de tristeza com critérios de diagnósticos precisos e definidos.

Um dos principais sintomas da depressão é a falta de interesse em diversos aspetos da vida, podendo incluir o sexo, o desinteresse pela sua saúde, pela aparência e pela conjugalidade, resultando numa perda de intimidade.

A depressão pode ser uma batalha difícil de vencer, mas com o tratamento e os cuidados adequados, é possível sair da mesma fortalecido(a) e em direção à felicidade. Contribui para a evolução do caso, as saídas com familiares e amigos, estar atento às datas das sessões de psicoterapia, bem como exercício físico e muito diálogo. Também o sexo pode ser bastante importante na recuperação de uma depressão, graças às endorfinas que inundam o cérebro durante um orgasmo.

Contudo, pela confusão que podem gerar, merece ser lançado um alerta sobre os, tão frequentes, casamentos por hábito e não por amor. O perigo é que a realidade de ser apenas mãe, e não ser mulher, não realiza ninguém. Tome-se como exemplo as depressões, a porção de ansiolíticos e antidepressivos que estas mulheres ingerem, as neuroses que desencadeiam e as doenças físicas que as afligem. E, claro, o peso e o desconforto que esta dependência afectiva vai exercer sobre os filhos.

Mas a (triste) realidade é que pela carga social, as pessoas prolongam relações que já não fazem sentido em termos pessoais, mas que o fazem em termos sociais e até financeiros, aumentando a sua tristeza e a dos outros.

Assim, se por um lado a tristeza, ou em situações mais graves a depressão, pode "derrotar" o sexo, também por outro lado, o sexo contribui para "derrotar" a tristeza ou a depressão. Depende (e muito) das bases que sustentam a relação conjugal.

A partir da Revista Festa. Leia no original

UMA REFLEXÃO SOBRE TRANSTORNOS EMOCIONAIS

10/30/2012
No vídeo acima, o psiquiatra Sérgio Belmont fala sobre os sintomas da depressão e como ela pode ser tratada

Depressão, ansiedade, pânico, TOC, bipolaridade, esquizofrenia, doença de Alzheimer e abuso de álcool, crack e outras drogas estão entre os mais comuns e incapacitantes distúrbios mentais, que, somados, atingem uma em cada três pessoas, ao longo da vida. Por falta de conhecimento ou receio, no entanto, esses males tão comuns não são devidamente diagnosticados e tratados, na maior parte das vezes. Para fornecer informação qualificada sobre o assunto, em linguagem acessível, a jornalista Naiara Magalhães e José Alberto de Camargo lançam, pela Editora Gutenberg, o livro Não é coisa da sua cabeça, um guia detalhado sobre o complexo território dos transtornos da mente, destinado a todos os que se interessam pelo assunto.
Para o médico e escritor Drauzio Varella, que assina a quarta capa da obra, Não é coisa da sua cabeça apresenta os transtornos emocionais “com muita propriedade” e assume o propósito de “servir de orientação para todos nós que lutamos para manter a sanidade num mundo cada vez mais enlouquecedor”. “É um livro muito interessante, bem escrito, que trata das alterações da mente e do comportamento humano como se os autores conversassem com o leitor”, define.
Com o respaldo de trinta dos mais conceituados especialistas da área – entre médicos, psicólogos, terapeutas e pesquisadores, em sua maioria ligados à Universidade de São Paulo (USP) – e do relato de dezesseis pessoas que superaram ou estão superando um transtorno emocional, os autores identificam a tênue linha que separa atitudes e comportamentos considerados dentro do padrão de normalidade psíquica e aqueles definidos como desordens mentais. Ao longo de onze capítulos, o livro vai distinguindo ansiedades momentâneas, tristezas e desânimos passageiros, falhas de memória pontuais, manias, superstições e excentricidades inofensivas das doenças psíquicas, que trazem sofrimento para as pessoas, comprometem sua vida prática e interferem na vida dos que estão a sua volta. Testes recomendados pelos especialistas ajudam o leitor a avaliar se há em si sinais de alguma dessas doenças.
Além de discorrer sobre as origens, os sintomas e os tratamentos dos problemas mais comuns e impactantes nesse campo, o livro aborda as atitudes que os familiares podem tomar em benefício da pessoa em sofrimento, avalia a cobertura que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece – e deixa de oferecer – nos tratamentos de saúde mental, e dá dicas de como prevenir os transtornos da mente. Ao final, um glossário ajuda a entender termos do universo psíquico, como mente, alma, razão, emoção, personalidade, delírio, estresse, psicoterapia, psicanálise, psiquiatria, entre outros. Buscando afastar noções simplistas, segundo as quais as doenças da mente são vistas como falhas no caráter, fraqueza, frescura, ou simples “criações da cabeça das pessoas”, o livro abre as portas desse complexo tema para que os leitores percebam que qualquer um – até alguém próximo – pode ser acometido por alguma dessas dificuldades.

FAMOSOS SOFREM DE TRANSTORNO BIPOLAR

10/27/2012

Lark Voorhies: a mãe da atriz contou que
a filha foi diagnosticada com este tipo de
desordem, depois de um vídeo em que Lark
parece brigar com as respostas se tornou um
viral na internet.
"Existem coisas que traumatizaram ela", disse a mãe


Jesse Jackson Jr.: segundo relatórios médicos,
 o congressista americano vem
 recebendo medicação para a
 bipolaridade, após uma inexplicável
 licença médica há cerca de dois meses


Demi Lovato: depois de passar três meses em reabilitação por problemas como bulimia, anorexia e depressão, a cantora de 18 anos anunciou que sofre de bipolaridade. Ela contou à revista People que não sabia que sofria do problema até começar o tratamento. A cantora disse também que pretende continuar falando sobre suas experiências, com o objetivo de ajudar as outras pessoas. "Eu sinto que não é uma coincidência Deus me colocar nessa situação e me dar a voz que eu tenho. Acredito que meu propósito na Terra é muito mais do que ser uma cantora ou atriz. Eu acho que é alertar as pessoas e ampliar a consciência sobre um problema que muitas pessoas não falam a respeito"

Catherine Zeta-Jones: a atriz divulgou publicamente o seu diagnóstico e se colocou à disposição para apoiar quem sofre com o distúrbio bipolar. Em entrevista à revista People, ela disse que "não há necessidade para sofrer em silêncio", e que se ela conseguisse ajudar ao menos uma pessoa a procurar ajuda, então sua experiência terá valido a pena.


Jean-Claude Van Damme: o ator disse ao site E! Online que vem recebendo tratamento para a doença. Ele contou que depois que tornou público o problema, a comoção das pessoas ao seu redor vem ajudando no processo.


Amber Portwood: Amber já experienciou muitos altos e baixos na frente das câmeras. Ela disse que toma medicação para tratar a bipolaridade desde que foi diagnosticada, em 2008. "Eu não acho que sou bipolar, para ser honesta. Eu acho que todo mundo acha que é bipolar hoje em dia", disse em uma entrevista. Mais recentemente, ela tratou a doença com mais seriedade. Eu luto com isso. Eu odeio isso, falou, referindo-se ao seu diagnóstico

Sinead O'Connor: em 2007, a cantora contou no programa The Oprah Winfrey Show sobre sua batalha com a o transtorno bipolar. Ela falou para a apresentadora que o tratamento trouxe a chance para construir uma nova vida

Michael Angelakos: depois de cancelar vários shows, no último mês de julho, o líder da banda Passion Pit contou que foi diagnosticado com o problema aos 18 anos. "Minha depressão estava tão ruim quando cancelei tudo, mas as pessoas não entendem que isso não é apenas debilitante, é muito abrangente", desabafou.


Carrie Fisher: a atriz discutiu publicamente o problema no ano de 2000, dizendo que foi viciada em drogas por muito tempo antes de descobrir que era depressiva. Carrie fala abertamente sobre sua batalha, que incluiu um período em um hospital psiquiátrico. "Ser bipolar pode ser um grande desafio e exigir muita coragem", contou.

Patty Duke: a atriz foi diagnosticada com o problema aos 35 anos. Em entrevista, ela contou que a descoberta foi um alívio, porque isso significava que ela não era a única pessoa no mundo que se sentia daquela forma. Ela disse que, quando era jovem, achava que existia algo errado com ela. Ao longo dos anos, falou abertamente sobre o assunto e chegou a escrever um livro sobre o tema. Patty afirmou que se considera uma sortuda, por ter acesso à mídia, escrever um livro e falar sobre seu problema.

Jane Pauley: a apresentadora discutiu seu problema em 2004, durante uma entrevista. Depois de lutar com uma depressão por meses e não se sentir melhor, Jane disse que ficou chocada quando o seu médico explicou que ela estava sofrendo do transtorno bipolar. Em seu livro, ela conta que não sabia quando ou onde teria outro episódio bipolar, mas que já está adaptada com suas mudanças de humor.


Linda Hamilton: a atriz contou a Larry King em 2005 que sua saúde mental foi piorando ao passo que sua carreira profissional foi crescendo. E por ter sofrido de depressão, ela disse que conversa abertamente com seus filhos e os lembra que é importante falar sobre os seus sentimentos. "Eu gosto de falar para que as pessoas saibam que não estão sozinhas", contou.


DEPRESSÃO EM JOVENS LEVA À AUTOMUTILAÇÃO

10/26/2012

Você conhece seu filho? No fim da infância e durante a adolescência o diálogo com ele se torna difícil. Nesse período da vida pais e filhos podem se afastar por causa disso. Os jovens podem viver dramas, experiências e riscos que os pais nem imaginam. Na primeira reportagem da série especial, exibida pelo Jornal da Record, a repórter Cleisla Garcia mostra uma prática secreta de adolescentes que choca os pais e os especialistas: a automutilação.

A partir do R7. Veja no original

DEPRESSÃO: MAIORIA NÃO BUSCA TRATAMENTO

10/25/2012
Embora seja uma doença tratável, seis em cada dez pessoas que sofrem de depressão na América Latina e no Caribe, não procuram ou não recebem o tratamento adequado. Na região, a depressão afeta 5% da população adulta. “Esta é uma doença que pode afetar qualquer pessoa, em algum momento de suas vidas, de modo que devem ser apoiadas psicológica e socialmente”, disse o Conselheiro Sênior de Saúde Mental da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), Jorge Rodriguez.

Nos casos mais graves, a doença pode levar ao suicídio. Quase um milhão de pessoas se matam a cada ano em todo o mundo. Nas Américas são cerca de 63 mil. “Em termos humanos, significa sofrimento e economicamente envolve custos significativos para as famílias e para os Estados”, disse Rodriguez.

Na região da América Latina e Caribe, estima-se que a porcentagem do orçamento de saúde atribuída à saúde mental é inferior a 2% e, desta, 67% é gasta em hospitais psiquiátricos. Os transtornos mentais e neurológicos somam 14% da carga global de doenças em todo o mundo. Na América Latina e no Caribe, esse número chega a 22%.

Como parte do Dia Mundial da Saúde Mental (dia 10/10/2012), a OPAS se junta à Federação Mundial para Saúde Mental (WFMH, na sigla em inglês) para aumentar a conscientização sobre esta doença que afeta mais de 350 milhões de pessoas de todas as idades pelo mundo.

“Depressão, uma crise global” é o tema do Dia este este ano, que pede por um reconhecimento maior à doença e a seu combate. A Organização Mundial de Saúde desenvolveu uma campanha que inclui folhetos e um vídeo para chamar a atenção para este problema de saúde pública.
A partir da ONU Brasil. Leia n o original

350 MILHÕES SOFREM DE DEPRESSÃO NO MUNDO

10/24/2012
Mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A organização alertou para a necessidade de combater o estigma em torno da doença e incentivar que os governos implementem tratamentos para combater o transtorno. Pelos dados da OMS, pelo menos 5% das pessoas que vivem em comunidade sofrem de depressão. "Temos alguns tratamentos muito eficazes para combater a depressão. Infelizmente só metade das pessoas com depressão recebe os cuidados de que necessitam. De fato, em muitos países, o número é inferior a 10%", disse o diretor do Departamento de Saúde Mental e Abuso de Substâncias, Shekhar Saxena. "É por isso que a OMS está trabalhando com os países na luta contra a estigmatização como ato essencial para aumentar o acesso ao tratamento."

A OMS define depressão como um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimentos de culpa e baixa autoestima, além de distúrbios do sono ou do apetite. Também há a sensação de cansaço e falta de concentração.

A depressão pode ser de longa duração ou recorrente. Na sua forma mais grave, pode levar ao suicídio. Casos de depressão leve podem ser tratados sem medicamentos, mas, na forma moderada ou grave, as pessoas precisam de medicação e tratamentos profissionais. A depressão é um distúrbio que pode ser diagnosticado e tratado por não especialistas, segundo a OMS. Mas o atendimento especializado é considerado fundamental. Quanto mais cedo começa o tratamento, melhores são os resultados.

Vários fatores podem levar à depressão, como questões sociais, psicológicas e biológicas. Estudos mostram, por exemplo, que uma em cada cinco mulheres que dão à luz acaba sofrendo de depressão pós-parto. Especialistas recomendam que amigos e parentes da pessoas que sofrem de depressão participem do tratamento.

Em 1992, a Federação Mundial para Saúde Mental lançou o Dia Mundial de Saúde Mental na tentativa de aumentar a conscientização sobre as questões na área e estimular a discussão sobre os transtornos mentais e a necessidade de ampliar os investimentos na prevenção, na promoção e no tratamento. Mais informações podem ser obtidas no site da OMS.

POESIA AJUDA PACIENTE A SUPERAR A DEPRESSÃO

10/22/2012
Os versos poéticos escritos em momentos de crise foram fundamentais na vida da paciente portadora de transtornos mentais de um dos centros de atenção psicossocial (Caps 3), a dona de casa Leda Solange Aguiar Santos, 57. Leda, após 20 anos de tratamento da bipolaridade e depressão profunda, descobriu em uma das suas visitas ao Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro que, ao colocar no papel tudo o que sentia, poderia amenizar o seu sofrimento.

“Uma vez ou outra encontro em alto mar enfrentando enormes ondas turbulentas, sei que não sou a única, mas sem que eu perceba vou sendo conduzida delicadamente até a praia. Já me sinto segura e começo a caminhar, seguindo a trilha em que eu mesma as traço. De pé e cabeça erguida, não olho as pegadas que deixei para trás, é neste momento que contemplo o céu e lá estão elas! São as estrelas que brilham de uma maneira inexplicável, creio que durante todos esses anos todas estiveram ao meu favor, iluminando a minha vida”.

Esse é apenas um trecho do poema ‘A Mente’, do livro de poemas ‘Ler e Ver’ da dona de casa, onde faz um desabafo de seus sentimentos e vivências, que marcaram a sua vida.

Natural de Porções (BA), Leda Solange veio de uma família humilde. Sua mãe, no momento do parto sofreu complicações e teve hemorragia. Devido ao problema ficou em coma por 27 dias.

“Meus pais contavam que tiveram que dar mais atenção para a minha mãe e me deixaram de lado. Mas nós duas conseguimos sobreviver e por causa de toda essa complicação não fui amamentada com o leite materno. Por causa de todo esse sofrimento da minha mãe, meus pais sempre colocaram esse dolo sob a minha responsabilidade”, conta Leda.

Na escola, Leda sempre teve dificuldade em fazer amigos. Sua vida foi marcada, após rejeição sofrida por seus pais, por não ter dinheiro para pagar as mensalidades e continuar os estudos.

“Já passava mal desde criança e isso fazia com que as outras crianças se afastassem de mim. Quanto comecei a estudar na 5ª série, meu pai havia conseguido uma bolsa de estudos, porém após o início das aulas sempre fomos cobrados por cada centavo. O fato de papai e mamãe não terem condições de pagar a escola tive que para de estudar”, relembra.

Leda Solange já escreveu poemas falando sobre aborto, economia, política, idosos, concurso público, amor e do Amazonas, Estado que a acolheu ‘com muito carinho’, como faz questão de deixar claro.

“Ainda tenho crise, mas não são como antes. Cheguei a pensar em me matar por quatro vezes. Lembro que da primeira vez andei na balsa do São Raimundo e estava a fim de colocar um ponto final na minha vida. Mas as pessoas que estavam por perto me acolheram. Essas sensações coloco no papel e desabafo”, diz.
A partir do site Em Tempo. Leia no original

APRENDA SOBRE A DEPRESSÃO EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES

10/16/2012

Cerca de 350 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão. O número é um registro da nova estatística da OMS, Organização Mundial da Saúde, sobre a incidência da depressão no mundo. São mais de 350 milhões de casos e, o pior, os efeitos desse distúrbio nas crianças são tão intensos e graves como nos adultos. O Hoje em Dia conta com a participação de Ênio Roberto de Andrade, diretor do serviço de psiquiatria infantil e de adolescentes do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo. Na entrevista, ele falou sobre o mal e deu dicas para os pais identificarem o distúrbio nos pequenos.

ENTÃO VOCÊ QUER SE MATAR ?

9/30/2012
Marcela Bossiger
Eu quero me matar, Marcela.

"Então você que ser matar? Porque ninguém liga pra você. Sua família te odeia. Certo? Não. Seu pais entram no seu quarto de manhã e encontram um cadáver. Se esforçam ao máximo para não pensar negativo, e pra pensar que você só está brincando. Então eles começam a te chacoalhar. Porque você não está respirando? Eles ficarão arrasados. Lágrimas. Muitas lágrimas. Mais lágrimas do que você já chorou sua vida inteira. Foram eles? Eles foram a razão de você ter feito aquilo? Mais lágrimas. Dor. Todo dia. Toda noite. Todo segundo do dia. Culpa. Mais culpa. E os seus melhores amigos? Eles não vão ligar. Certo? Não.

Qual será a primeira coisa que virá à mente deles quando o seu diretor entrar na sala e avisar à turma que você não está viva? Sua melhor amiga se senta aos prantos. Aquela garota para a qual você sorria mas com quem nunca conversava? Ela está chorando agora. O menino que te chutava debaixo da mesa só pra te irritar? Ficará chocado. Ficará devastado. Irá se culpar. E a sua professora? Pensamentos cruzando sua mente. Ela se perguntará se você se matou porque ela não tornou a escola confortável o bastante para você. Dor. Devastação. Tudo junto. Quem organiza seu funeral? 
'Curta cada minuto da sua vida como se fosse o último."

Quem vai pegar suas coisas? Roupas? Cadernos? Algumas das garotas mais velhas que costumavam te irritar na escola? Se sentirão arrependidas. Irão se culpar. Veja, se você se matar hoje, jamais saberá o que pode acontecer amanhã. Jamais saberá porque estará morta. Completamente morta. Sem respirar. Sem vida. Só morta. Sua família se odeia por isso. Sua melhor amiga entra em depressão. Lágrimas. Lágrimas. Mais lágrimas que em um rio. Tudo por que você se matou por pensar que ninguém ligava pra você. Certo? 


Você é amada. Por muitos. Alguém nesse instante está pensando em você. E agora, estou pensando em todos que pensaram ou estejam considerando o suicídio. Você é linda. Não importa se é negra, branca, homossexual, alta, baixa, gorda ou anoréxica. Você é linda. Quer se matar? Pense nisso antes. Não há volta. E eu juro que, se você o fizer, não estará apenas se ferindo; estará ferindo muitos. Está criando mais lágrimas do que já se permitiu chorar. Está tornando todo mundo infeliz e fazendo-os se sentir culpados e com dor. Eles jamais se sentirão plenos como se sentiam quando tinham você. Você é linda. E nunca está sozinha."

Depoimento no Ask. Leia o original
Desde que descobriu que estava com câncer,
 ela criou esta página no Facebook para
 compartilhar experiências com velhos e, cada vez mais, novos amigos

'FERIDAS DA ALMA' TRATA DAS ANGÚSTIAS HUMANAS

9/29/2012
A sociedade está em alerta. A cada ano aumenta o número de pessoas com alguma doença do grupo dos Transtornos do Humor. A depressão, por exemplo, é uma das doenças que mais incapacita pessoas no mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil é o país com a maior prevalência da doença no último ano, com 10,8% da população apresentando o distúrbio mental.  Já o transtorno Bipolar atinge cerca de seis milhões de pessoas no planeta.  

Diante dessas enfermidades que afetam drasticamente a sociedade, o Padre Reginaldo Manzotti, após ouvir relatos das angustias de milhares de pessoas, pesquisou muito sobre o tema. Apesar do aumento de casos no século XXI, ele descobriu que essas doenças não são males da modernidade. Elas vêm desde muito antes de Jesus Cristo, apenas não eram conhecidas com os nomes atuais.

Para alentar aqueles que sofrem desse mal, o padre, que reúne multidões, decidiu escrever o livro “Feridas da Alma”. A obra, que propõe uma reflexão sobre nossas angústias e afirma que para todos esses problemas há uma solução, foi lançado neste mês, em Curitiba (PR). No mais recente livro, Padre Reginaldo procura responder aos diversos questionamentos sempre com uma linguagem simples e otimista. “Quem já não sentiu os medos e dores da angustia, depressão e muitos males que afligem a nossa alma? O que nos mantém encurvados? O que tem sido um peso em nossos ombros e nos impede de termos uma posição de esperança e confiança? Qual é o impedimento para vivermos melhor? Essas são algumas das perguntas que tento desvendar”, explica. 

Ele acredita que não há inimigos para a fé. “A Palavra de Nosso Senhor Jesus Cristo é atual e serve para todos nós. Ele nos diz: ‘mulher, homem, estás livre da tua doença. Eu te liberto da depressão. Eu te liberto da angustia. Eu te liberto desse jugo’”, completa o padre. 

Sobre Padre Reginaldo Manzotti

Uma figura religiosa de destaque no Brasil atualmente, o Padre Reginaldo Manzotti é natural de Paraíso do Norte, no interior paranaense. Nascido em 1969, foi ordenado sacerdote aos 25 anos. Atualmente, é pároco da Igreja Nossa Senhora de Guadalupe, em Curitiba, e coordena a Associação Evangelizar é Preciso, que possui milhares de membros em todo o país. Já são 15 anos de sacerdócio em que, colocando-se como instrumento de Deus, o padre por suas palavras inspiradoras e seu carisma, atrai muitas pessoas . 

SAIA DO ESCURO. A DEPRESSÃO TEM TRATAMENTO

9/28/2012
Portugal lança no dia 1 de outubro sua nova campanha nacional sobre a depressão, contando com o apoio de várias sociedades científicas e associações de doentes. Sob o título de "Saia do escuro. A depressão tem tratamento", esta nova campanha englobará várias iniciativas relacionadas com uma patologia que afeta actualmente 20% da população portuguesa. O arranque inicia-se por várias cidades do país e que pode ser acompanhado através do site www.saiadoescuro.pt.

A depressão é uma das doenças psiquiátricas mais comuns na nossa sociedade, sendo que cerca de 20% dos portugueses sofrem desta patologia. A meta é alertar e esclarecer para os diversos tipos de depressão e salientar que esta doença tem tratamento.

A idéia original é dar cor ao cenário negro da depressão, como demonstra o cartaz da campanha, onde várias pessoas se juntam para colorir um muro onde estarão inscritos alguns sintomas da depressão.

Manifestando-se de forma diferente de pessoa para pessoa, a depressão não escolhe idade nem sexo, apresentando-se em várias dimensões ao nível dos sintomas emocionais, físicos e físicos dolorosos. Tristeza, desinteresse, falta de apetite, cansaço, falta de energia, insônia ou dores musculares e de costas, são alguns dos sintomas da depressão que não devem ser desvalorizados.

António Palha, presidente da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM), revela que "a depressão é um flagelo que atinge cada vez mais portugueses como mostrou o estudo epidemiológico apresentado há dois anos onde se salienta a alta prevalência da depressão. A campanha «Saia do escuro. A depressão tem tratamento» dentro da perspectiva psico-educativa, pode ajudar aqueles que sofrem de depressão a perceberem que esta é uma doença tratável e que se os doentes forem bem acompanhados podem ter de fato uma melhor qualidade de vida."

Neste sentido, o presidente da SPPSM diz que "este tipo de campanha é de grande importância já que ajudam os doentes e as suas famílias a perceberem melhor o que é a depressão e como lidar com esta patologia, fazendo-os sentir que podem estar apoiados na doença. Por outro lado, é igualmente necessário, nos dias de hoje, a divulgação e identificação dos sintomas e, também, o respectivo tratamento."

João Relvas, presidente da Associação Portuguesa de Psiquiatria Biológica, explica que a compreensão da depressão passa pelo entendimento da interacção de diferentes factores biológicos, psicológicos, culturais e sociais e dos seus efeitos recíprocos.

"De uma maneira geral o grande público desconhece estes aspectos estando muitas vezes a depressão associada a fraqueza de carácter, falta de força de vontade e outros mitos que tendem a promover falsos conceitos e uma visão estereotipada que favorece a estigmatização da doença psiquiátrica em geral e da depressão em particular", enfatiza ainda.

Por outro lado, o médico destaca também que é importante dar a conhecer as diversas possibilidades de tratamento, mostrando que a remissão é possível. "O tratamento deve ser feito depois de uma avaliação clínica correcta. A terapêutica pode ter várias vertentes, das quais as principais são as medicações psicofarmacológicas e as psicoterapias, em particular a psicoterapia cognitivo-comportamental. Actualmente, a ênfase do tratamento é colocada na remissão e recuperação do episódio depressivo actual e na prevenção das recaídas e recorrências futuras. Os anti-depressivos têm um papel importante nesta estratégia terapêutica, devido aos seus menores efeitos secundários e a uma maior aceitação e adesão por parte dos doentes."

No idoso a depressão é também uma realidade, estando muitas vezes associada a casos de suicídio. Lia Fernandes, presidente da Associação Portuguesa de Gerontopsiquiatria, confirma que "a depressão é ainda o problema de saúde mental, mais frequentemente ligado ao suicídio na idade avançada. Contudo, nem todos os idosos que se suicidam estão deprimidos, e nem todos os deprimidos se suicidam. Apesar disto, detectar precocemente e tratar a depressão ajuda a reduzir o risco individual de suicídio. De facto, entre as causas mais frequentes de suicídio nos idosos em Portugal, destacam-se sobretudo as doenças físicas, institucionalização, viuvez, baixo suporte social e doenças psiquiátricas (depressão e alcoolismo). Só assim se compreende que o suicídio seja actualmente uma realidade em crescimento, nos mais velhos (correspondendo a ¼ do total de suicídios do país)."

Para Delfim Oliveira, presidente da Associação de Apoio aos Doente Depressivos e Bipolares (ADEB), "a doença depressiva pode ter graves consequências na qualidade de vida da pessoa, particularmente nos casos em que não é tratada adequadamente. Assim, acções como a campanha «Saia do escuro. A depressão tem tratamento» têm a capacidade de sensibilizar a população para a gravidade que a depressão tem no quotidiano dos doentes e, ao ser percebida como doença, criar maior receptividade para os tratamentos, por serem eficazes e melhor tolerados, que possibilitam mais ganhos de saúde e consequentemente maior qualidade de vida."

Na opinião de Filipa Palha, presidente da Encontrar-se, o negativismo associado à depressão é um dos principais problemas relacionados com a área da saúde mental. Neste sentido é fundamental ter uma atitude positiva de procurar ajuda e encarar a doença com normalidade: "o estigma associado à doença mental ainda é um dos maiores obstáculos à promoção da saúde mental. Desta forma é fundamental combater todos os preconceitos e negativismo associados a problemas mentais e encará-los como qualquer outro tipo de problema de saúde. Aceitando sem vergonha, procurando ajuda e tratamento. Infelizmente, os doentes depressivos ainda têm receio de serem rejeitados, rotulados, discriminados, não respeitados. Poucas pessoas têm a coragem de partilhar as suas experiências, de demonstrar que não perderam a sua identidade e que, apesar de tudo, continuam o seu percurso de vida dentro da normalidade."

QUEM TEM FÉ PODE DESENVOLVER DEPRESSÃO ?

9/27/2012

A depressão é uma doença séria que, especialmente nas últimas décadas, tem atingido pessoas de todas as idades, classes sociais, religiões, sendo considerada um mal do século 21. Ela pode levar o indivíduo a um estado de agonia e melancolia profundas e até ao suicídio. Do ponto de vista médico, a depressão, ou transtorno depressivo maior, é um problema que tem diversas causas e que se apresenta com uma grande variedade de sintomas. Os mais comuns são humor rebaixado, acompanhado de tristeza, angústia e sensação de vazio, e redução da capacidade de sentir satisfação/prazer.

Existem vários tipos de depressão; as mais conhecidas são a depressão maior, a crônica (ou distimia), a atípica, a pós-parto, a sazonal (durante estações do ano), a menstrual e a senil.

A depressão é um problema endógeno (bioquímico e emocional) que altera a forma como a pessoa enxerga a si própria e os outros, interpreta a realidade e manifesta suas emoções. Essa disposição mental normalmente afeta todo o metabolismo da pessoa, podendo diminuir sua imunidade e aumentar a chance de ela desenvolver doenças como infarto, derrame e diabetes, por exemplo.

Trata-se de uma doença de fundo psicobioemocional, que afeta a autoestima e a autoimagem da pessoa, a fisiologia do corpo e da mente dela, comprometendo seu raciocínio, sua memória e concentração. Assim, alguém em estado depressivo normalmente não tem vontade de fazer nada e pode ver-se dominado por desânimo, apatia, desesperança, sentimentos de perda e fracasso, falta de energia ou impaciência para realizar até as tarefas mais simples, como tomar banho, ver televisão ou comunicar-se com alguém. E, se não houver um tratamento adequado, o quadro depressivo poderá perdurar por semanas, meses e até anos, prejudicando a saúde e os relacionamentos da pessoa e gerando consequências irreversíveis.

Às vezes, essa doença demora a ser diagnosticada e tratada devido à dificuldade de sua identi¬ficação, tendo em vista os diversos sintomas e o preconceito com que o problema é encarado tanto na sociedade como na igreja.

Um dos principais motivos de as pessoas deprimidas terem receio de procurar algum tipo de ajuda é o fato de temerem ser estigmatizadas pela família, pelos amigos ou colegas de trabalho que, por falta de informação, costumam confundir depressão com frescura, preguiça, desmotivação e incapacidade de lutar pela vida, ou problemas espirituais.

A pessoa deprimida fica triste e apática, e pode deixar de orar, de ler a Bíblia, de ir à igreja, e até ser levada a pensar que Deus a abandonou. Então, no meio eclesiástico, ela pode ser rotulada como “espiritualmente fraca” por aqueles que não compreendem as causas e a gravidade da depressão e costumam espiritualizar tudo, considerando todas as doenças psicoemocionais como obra satânica.

Mas a verdade é que a depressão pode atingir qualquer um. Sendo o homem é uma unidade psicossomática, tem um corpo, uma alma e um espírito, que estão intrinsecamente interligados. Por isso, doenças emocionais e espirituais podem acarretar enfermidades físicas, e vice-versa.

Existem inúmeras doenças psicossomáticas causadas por culpa devido a pecados não confessados (Salmo 32). No entanto, nem toda enfermidade mental ou emocional é causada por culpa ou por espíritos malignos. É preciso investigar cada caso, para averiguar a causa do problema e buscar o tratamento mais adequado.

Toda pessoa com bom senso sabe que regularmente deve consultar médicos, fazer exames e check-ups de saúde, e buscar aconselhamento com um neurologista, psiquiatra, psicólogo, se perceber que necessita de um tratamento terapêutico e medicamentoso.

Não há nada de vergonhoso nisso; ao contrário, quanto antes ela identificar o problema e buscar uma solução, mais rápido será a saída do túnel escuro da depressão.

Jesus, de modo indireto, validou o trabalho dos médicos quando disse, em Mateus 9.12, que os sãos não necessitavam de médico, e sim os doentes. Se você se encontra oprimido pela depressão, procure ajuda de um médico imediatamente e ore a Deus, pedindo-lhe que oriente seu tratamento e o abençoe com a cura.

Isso não significa que Deus não possa intervir e curar integralmente a pessoa depressiva. É claro que Ele pode e tem poder para isso! Contudo, também pode usar a medicina, os médicos e os medicamentos, como instrumentos de cura para as pessoas depressivas.

Em suma, sempre é bom combinar o tratamento espiritual, com o emocional e o físico. Isso é indispensável à nossa saúde integral!

A partir do site Verdade Gospel . Leia no original

SUGESTÕES DE LEITURA:
1 Reis 18—19; Salmos 38; 116; Eclesiastes 9.2; Tiago 5.17

DEPRESSÃO E ESTRESSE PODEM ENCOLHER O CÉREBRO

9/25/2012
A depressão grave e o estresse crônico podem encolher o cérebro, bloqueando a formação de novas conexões nervosas. Isso foi o que apontou um estudo americano divulgado no jornal Daily Mail. Segundo a pesquisa, esses problemas interrompem circuitos associados com o funcionamento mental e emotivo.

Isso poderia explicar porque pessoas com grande transtorno depressivo sofrem de perda de concentração e memória e têm suas respostas emocionais prejudicadas. De acordo com os cientistas, esses pacientes apresentam vários genes envolvidos na construção das sinapses, pontos de conexão entre as células cerebrais, suprimidos. Esse processo contribuiria para a retração do córtex pré-frontal do cérebro.

Os pesquisadores analisaram o tecido cerebral de pacientes que morreram após serem diagnosticados com grande transtorno depressivo. Eles descobriram sinais moleculares de atividade reduzida em genes necessários para a função e estrutura das sinapses no cérebro. As evidências apontam para o envolvimento de um único "interruptor" genético, ou fator de transcrição, uma proteína chamada GATA1.

"Nós queríamos testar a ideia de que o estresse provoca uma perda de sinapses cerebrais em humanos. Então, mostramos que os circuitos normalmente envolvidos na cognição são interrompidos quando este fator de transcrição único é ativado", afirmou Ronald Duman, professor da Universidade de Yale e líder do estudo. A pesquisa foi publicada na última edição da revista Nature Medicine.

Outros estudos em ratos mostraram que quando GATA1 foi ligada, os roedores mostraram sinais de depressão. Isso sugere que a perda de sinapses no cérebro pode estar ligada a sintomas depressivos, bem como perturbações mentais. "Esperamos que através do reforço de conexões sinápticas, seja com medicamentos novos ou terapia comportamental, poderemos desenvolver terapias antidepressivas mais eficazes", acrescentou Duman.
A partir do Portal Terra. Leia no original

TERAPIA ONLINE AJUDA COMBATER DEPRESSÃO

9/24/2012
Segundo um novo estudo da Universidade de New South Wales (Austrália), terapia cognitiva comportamental via internet tem o poder de reduzir dramaticamente tanto a depressão quanto os pensamentos suicidas em pacientes. A pesquisa envolveu 300 pacientes inscritos pelos seus médicos em um programa de seis lições de terapia cognitiva comportamental para a depressão via internet no site www.thiswayup.org.au.


Segundo os pesquisadores, a redução de pensamentos suicidas ao fim do programa foi evidente, independentemente do sexo e idade. “Antes do curso, metade das pessoas que preenchiam os critérios para depressão pensavam que estariam melhores mortas. Quando elas concluíram o curso 10 semanas depois, metade das 300 pessoas deixou de preencher os critérios para a depressão, e metade das pessoas que antes preferiam estar mortas já não pensavam mais dessa forma”, disse o principal autor do estudo, o professor Gavin Andrews da Escola de Psiquiatria da universidade.

Essa não é a primeira vez que o grupo faz estudos do tipo. Eles já haviam mostrado que pacientes depressivos que participavam de terapias online tinham taxas de recuperação tão eficazes quanto os que participavam de terapias presenciais.

Mas este é o primeiro estudo a demonstrar essa associação quanto ao cuidado primário, ou seja, o primeiro tratamento. “No momento, é de rotina excluir pacientes com pensamentos suicidas frequentes de participar de terapias cognitivas comportamentais online. Dado que os pensamentos suicidas são parte integrante da depressão, esta pesquisa mostra que há uma base racional para a inclusão de pessoas com ideias suicidas nesse tipo de programa via internet”, conclui Andrews.

E a internet serve não só para curar, como também para “diagnosticar” depressão. Um estudo da Universidade de Ciência e Tecnologia de Missouri, EUA, sugeriu que a forma como as pessoas usam a internet pode indicar se elas estão em maior risco de depressão ou não. Os pesquisadores observaram que o uso da internet de pessoas depressivas segue um padrão distinto dos seus colegas não depressivos. Um software poderia ser desenvolvido para monitorar a atividade online de estudantes e parentes para sinais de depressão.

A partir de MedicalXpress. Leia no original
 
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