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ESTUDO E EFICÁCIA DA ACUPUNTURA NA DEPRESSÃO

4/18/2015
Estudos comprovam a eficácia da Acupuntura Médica no tratamento da depressão, mal que assombra a vida de jovens, adultos, idosos e, até mesmo, de crianças


A depressão, disfunção que faz parte dos chamados transtornos afetivos e do humor, vem tomando caráter epidêmico em todo o mundo. A sua prevalência média atual é de aproximadamente 16% da população mundial. Apesar disso, não existe ainda uma definição precisa sobre o melhor procedimento terapêutico a seguir. A acupuntura médica tem se revelado uma importante alternativa de tratamento, com resultados positivos e comprovados em estudos.

Um desses estudos mais recentes, publicado no Jornal Americano de Psiquiatria: Effects of Electroacupuncture on Depression and the Production of Glial Cell Line–Derived Neurotrophic Factor Compared with Fluoxetine: A Randomized Controlled Pilot Study (2013), indicou que o tratamento por acupuntura é capaz de regularizar os níveis cerebrais do Fator Neurotrófico derivado do Cérebro (GDNF), que se encontra diminuído em pacientes deprimidos. O estímulo através da eletroacupuntura se mostrou, inclusive, superior ao efeito da fluoxetina (medicamento utilizado no tratamento de depressão) na capacidade de regulação do GDNF.

Outro importante estudo nessa área é o trabalho do dr. Wang da Universidade de Pequim: CLINICAL EXPERIENCE: Effects of Electro-Acupuncture on Personality Traits in Depression: A Randomized Controlled Study (2013), que comparou os efeitos antidepressivos da acupuntura e da Paroxetina no tratamento da depressão. Sessenta pacientes foram selecionados de acordo como os critérios estabelecidos e feita a avaliação por escala apropriada antes e depois do tratamento. Os resultados mostraram que houve melhora significativa em ambos os grupos após 24 semanas de tratamento, concluindo que a eletroacupuntura se mostrou tão eficaz no tratamento da depressão quanto o antidepressivo Paroxetina – e sem os efeitos colaterais de uma medicação.

 A explicação acerca do mecanismo pelo qual  a acupuntura tem a capacidade de minorar os distúrbios emocionais, se alicerça na sua ação moduladora do sistema nervoso central.  “Sabe-se, hoje, que a inserção da agulha de Acupuntura estimula terminações nervosas existentes na pele e nos tecidos subjacentes, principalmente nos músculos. A ‘mensagem’ gerada por esses estímulos segue através de fibras nervosas periféricas até o sistema nervoso central (medula e cérebro) e aí  incrementa a liberação de diversas substâncias químicas conhecidas como neurotransmissores: serotonina, noradrenalina e dopamina, que são exatamente as mesmas relacionadas ao controle do humor e das emoções. Além dessa ação moduladora sobre as emoções, o estímulo das agulhas     desencadeia  uma série de outros efeitos importantes, tais como, analgésico, anti-inflamatório, relaxante muscular e sobre  os sistemas endócrino e imunológico”, explica Dr. Dirceu Sales, presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura (CMBA).

Há décadas, existem importantes estudos que a referendam a ação neuromoduladora da acupuntura, como os de Luo, Jia e Zhan (1985), Lou e cols (1990), Yang (1994) e Han (1996).  No trabalho de Luo, em estudo randomizado prospectivo que contou com 241 pacientes foi comparado o efeito da eletroacupuntura com o da amitriptilina. Nos dois grupos estudados houve melhora substancial da doença depressiva, sem qualquer diferença nos índices de recorrência a longo prazo.

Ação da Acupuntura - Pesquisas das últimas décadas vieram a atestar que a inserção de agulhas de acupuntura em pontos específicos do corpo provocam fenômenos de neuromodulação em três níveis: periférico (local), espinal e supraespinal- resultando em liberação de variadas substâncias neuromoduladoras com normalização de funções motoras, sensoriais, autonômicas, neuroendócrinas, de controle de expressão emocional, além de corticais espinais.( Cheng & Pomerans, 1980; Mayer Price & Refii, 1977; Sjolund & Eriksson- 1979; Souvannakiti e cols., 1993, Wu & Deng, 1993).

Sobre o CMBA: Fundado em 1984,  o Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura é uma associação civil de âmbito nacional, sem fins lucrativos, que congrega médicos acupunturistas de todo o Brasil - é o órgão oficial da acupuntura médica do país, respondendo frente ao meio médico nacional, às autoridades de saúde e às instituições governamentais.

DEPRESSÃO AFETA DOIS MILHÕES DE PORTUGUESES

4/14/2015


No ano passado, em Portugal, foram vendidas mais de 20 mil embalagens de anti depressivos por dia que dá um total de oito milhões de embalagens por ano. O número é revelado pela ordem dos psicólogos que adianta ainda que cerca de 2 milhões de portugueses, 17% da população, sofrem de algum tipo de depressão ao longa da vida.

* * *
Dois terços das pessoas que tomam antidepressivos não têm depressão


Por outro lado, um estudo norte-americano concluiu que 69% das pessoas medicadas com o antidepressivo mais prescrito não sofrem de depressão.

A equipa de investigadores descobriu que muitos médicos não usam os critérios oficiais para prescrever os medicamentos: além dos 69% que tomam antidepressivos sem sintomas correspondentes aos critérios de uma depressão clínica, outros 38% não sofriam de qualquer outro problema mental, como transtorno obsessivo-compulsivo, pânico ou ansiedade.

Para esta pesquisa foram avaliadas pessoas que tomavam inibidores seletivos da recaptação da serotonina (SSRI), o medicamento antidepressivo mais prescrito para tratar depressão e outras doenças psiquiátricas por ter menos efeitos secundários comparando com outro tipo de antidepressivos.

Desde 1998 que a prescrição de antidepressivos triplicou nos países mais ricos do mundo segundo um estudo da Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento (OCDE). A Islândia é o país com maior número de medicamentos prescritos, seguindo-se Austrália, Canadá, Dinamarca, Suécia e Portugal.

'A DEPRESSÃO MATA, EU QUASE MORRI DUAS VEZES'

4/11/2015

Rebeca Gusmão, ex-nadadora brasileira que conquistou quatro ouros no Pan-Americano de 2007, mas depois teve as medalhas retiradas após ser banida do esporte pelo uso de anabolizantes. Hoje com 30 anos, Rebeca Gusmão já se recuperou das polêmicas, do duro período em que foi banida da natação por conta do doping e até da depressão.

Excluída das piscinas pelo Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) pelo uso de anabolizantes, a agora ex-nadadora respira novos ares. Rebeca Gusmão trabalha como personal trainer em Brasília (DF), dá palestras motivacionais e faz até ensaios sensuais. O corpo já está bem diferente daquele dos tempos de atleta, quando aos 14 anos disputou o Pan-Americano de 1999 ou então ganhou 4 medalhas de ouro no Rio de Janeiro em 2007.

As medalhas, retiradas dela por conta do doping, e a participação nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 não representam a maior emoção da vida da ex-nadadora, que hoje em dia serve de inspiração e até ajuda idosos a superar o medo das piscinas.

Veja um trecho de seu depoimento à  ESPN.

Você passou por depressão?
Eu tive uma depressão forte. Eu engordei muito, cheguei a pesar 104kg e ao mesmo tempo eu tinha preocupação com a minha família porque minha mãe também entrou em depressão. Tudo na minha casa girava em torno da natação, do que eu fazia. Eu tinha que me concentrar naquele momento em me manter forte. Quando eu precisava de colo, eu tinha que estar como uma rocha, mas queria desmoronar. Eu acordava 4h30min da manhã e ia para a casa dos meus pais para pegar o jornal, para eles não verem. Na hora do noticiário da hora do almoço ou da noite, eu procurava estar na casa deles para não deixar eles verem porque o dia que eu vi uma repórter na televisão falando que eu podia pegar de 3 a 5 anos de prisão...escutar a voz da minha mãe no fundo, chorando, foi duro. Desde aquela época meu pai e minha mãe não assistem mais televisão, não leem jornal, não vêm noticiário. Eu até achei engraçado porque quando fui na casa deles outro dia eu falei "Pai, você viu o avião que caiu?" e ele respondeu: "Que avião?". Eles se desligaram do que acontece no mundo.

A depressão mata, eu quase morri duas vezes por causa dela. A primeira foi por causa da natação. Eu fiquei muito mal, várias vezes na minha cabeça passou fazer alguma besteira. A outra foi quando acabou meu casamento, foi uma depressão mais profunda. Emagreci bastante. Eu tive uma overdose de medicação. Eu cheguei a ficar 3 dias em coma. Depois que eu acordei desse coma parece que acendeu a luz na minha vida. Eu ainda uso a medicação até hoje, mas numa dose menor. Antes eu precisava ficar dopada o dia todo. Hoje não, uso da mesma forma que um diabético precisa da insulina.

Como está sua vida hoje em dia?
Hoje eu estou trabalhando como Personal Trainer, sou modelo também, dou palestras. Hoje eu estou fazendo uma coisa que eu nunca pensei que fosse fazer. Descobri que mais gratificante que ganhar uma medalha, representar seu país, é você ajudar as pessoas a conseguir seus objetivos. Tenho alunos que eram obesos e hoje são magros. Essa semana me emocionei com uma aluna minha de 66 anos que tinha pavor de água e ela entrou, mergulhou, nadou comigo. São coisas que realmente você vê que valem muito mais de uma medalha. Eu estou amando o momento que estou vivendo.

'ATENÇÃO PLENA' NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO

3/18/2015

Aproveitar todos os momentos do dia a dia, dedicar a máxima atenção a cada atividade, guardar uns minutos para estar com os seus pensamentos... soa a autoajuda. Mas Mark Williams, investigador da Universidade de Oxford, apoia-se em estudos científicos que nos provam que o mindfulness não é só para místicos


Investigador e professor emérito de psicologia clínica na Universidade de Oxford, Mark Williams, 62 anos, é uma referência no estudo e aplicação de mindfulness, ou atenção plena. O método que desenvolveu foi incorporado pelo Sistema Nacional de Saúde britânico no tratamento e prevenção da depressão, diminuindo para metade o risco de recaída, em pacientes de alto risco. Começou por ser um cético, mas acabou por se render à técnica que compara a um exercício de ginásio - mas para a mente. Veio esta semana pela primeira vez a Portugal para lançar o seu livro Mindfulness e para dar uma conferência, tão concorrida como um concerto de pop rock, na Fundação Champalimaud. Atento e atencioso, conseguiu convencer uma cética a experimentar o seu método. "Afinal, são só oito semanas."

Afinal, o que significa mindfulness?
Significa ter consciência do que se passa, momento a momento. A maioria das pessoas está quase sempre em piloto automático, o que implica que estejamos muito stressados - logo, não estamos em controlo sobre o que acontece ao nosso corpo, à nossa mente e à nossa vida. Não fazemos pausas suficientes para descansar ao longo do dia, para refletir, para estar em sintonia com o tempo, com o que estamos a fazer ou com o que pretendíamos estar a fazer... Mindfulness é um treino que utiliza técnicas simples de meditação, que já são conhecidas e usadas há vários séculos, e que podem ser utilizadas num contexto secular para permitir que as pessoas aprendam a prestar atenção a cada momento, e que o façam intencionalmente. Estando em controlo, sem se autocensurarem ou sem se julgarem a si próprias - reações que por vezes nos motivam a não querer parar para pensar. É o contrário de mindlessness (mente vazia, falta de propósito ou significado). 

E como se aplica no dia a dia?
Quando se está em piloto automático, não sabemos a que sabe a comida, caminhamos sem reparar por onde andamos, ouvimos sem escutar, porque a mente está a divagar. Desperdiçamos momentos da nossa vida porque não estamos despertos. A palavra meditação significa "cultivar". Não cultivar um jardim ou um terreno, mas sim cultivar uma forma de estar presente, de estar acordado para todos os aspetos da vida. Enquanto estamos abstraídos a pensar, a planear, a recordar, é frequente que diferentes estados de espírito se aglutinem, agregando-se a tristeza, preocupação, ansiedade, sem sequer nos apercebermos. Ao meditarmos, passamos a estar conscientes da forma como nos sentimos e podemos reagir antes que seja demasiado tarde.

Passar a ferro é muito aborrecido. Qual o interesse em estar consciente deste ato?
O mindfulness dá-lhe uma escolha, não é uma obrigação. Se acha alguma coisa aborrecida, não tente ignorar essa sensação. Repare no que consiste. Pense como se fosse um detetive - e Portugal é famoso pelos seus exploradores que navegaram pelo mundo. Explore o seu corpo e a sua mente, dentro desse espírito de descoberta. Aborrecimento é uma noção muito interessante, costuma vir ligado a um ligeiro desconforto. Onde é que sente desconforto no seu corpo? 
Na minha mente...

Porque está desligada do seu corpo. A maioria de nós vive dentro da sua mente grande parte do tempo. Mas provavelmente vai haver alguma dor, alguma contração algures no corpo que reflete esse aborrecimento. Se mudar a atenção da sua mente para o seu corpo pode descobrir que há algo em que não tinha reparado antes. Através desse processo de curiosidade pode descobrir todo um tipo de padrões semelhantes entre o corpo e a mente, e da próxima vez que estiver aborrecida pode aceitar esse sentimento com mais compaixão. O aborrecimento pode levar a algo mais, como comer algo que não precisava de comer... Reconhecer estes sinais permite-lhe evitar fazer algum disparate. Ou seja, é um modo de estar presente, reconhecendo que até os estados de espírito que são desagradáveis, como o aborrecimento, são afinal compostos por várias camadas que merecem ser descortinadas.

É mais difícil para pessoas distraídas?
Fez-se uma pesquisa com alunos do primeiro ciclo e percebeu-se que as crianças menos atentas foram as que apresentaram melhores resultados. Então montamos um programa, adotado em escolas públicas, que começou com rapazes de 14 e 15 anos, e depois se estendeu. A dada altura do programa, enviavam mensagens de telemóvel uns aos outros a dizer "para e respira". O grupo meditava antes de dormir, seguia a técnica de pés no chão e rabo na cadeira, habituaram-se a fazer pausas ao longo do dia. Contaram-nos que usavam estas técnicas quando se sentiam assustados, quando os pais discutiam, antes de marcarem um penalty ou entrarem num palco. Os miúdos que se encontravam deprimidos, ansiosos ou preocupados passaram a sentir-se melhor. Também houve benefícios em quem não tinha nenhum problema especial. 

Em crianças mais novas, também resulta?
Há uma meditação que se chama Body Scan e que pratico com o meu neto, de 7 anos, quando ele não consegue dormir. Focamo-nos primeiro nos dedos do pé e vamos subindo pelo corpo. Geralmente adormece antes de chegar aos joelhos...

O mindfullness está muito associado aos fenômenos 'new age'. Não devia?
Sim, é verdade... Em 1992, quando comecei, era bastante cético. Pensava que era apenas para pessoas religiosas ou que viviam na Califórnia. Só que vi os seus efeitos em pessoas com dor física profunda, e que, através da meditação, conseguiam recuperar as suas vidas. ?A dor física não acabava, mas deixava de ser tudo. Então, adaptámos a técnica ao tratamento da depressão e hoje foi integrada no Sistema Nacional de Saúde britânico. Mas mindfulness é sobretudo prevenção, de ocorrência de novas crises depressivas. 

Vários estudos relacionam a meditação com uma série de benefícios, também ao nível do envelhecimento, ou da imunidade.

O estado que se alcança através da meditação pode ter impacto na nossa estrutura de ADN, nomeadamente nos genes que influenciam o envelhecimento ou o aparecimento de doenças como o cancro. Pessoas que meditam mais vezes e durante mais tempo registam mudanças permanentes no cérebro, ficam mais focadas, com uma memória melhor. ?O que acaba por ser do senso comum. Se aprendemos algo novo, como tocar um instrumento, o cérebro vai sofrer alterações. ?O mesmo acontece através da meditação.

O mindfulness surge como ponto de equilíbrio nesta era do multitasking?
Vivemos num estado de ameaça constante. Nas pessoas que estão sempre em múltiplas tarefas, a amígdala [estrutura cerebral ligada à resposta ao perigo] está cronicamente em estado de alerta - como se estivéssemos a ser perseguidos por um leão, o tempo todo. Por exemplo, se soletrar a palavra multitasking, demora uns 5 segundos. A palavra tem 12 letras, se contar até 12, demora cerca de 3 segundos. Ao todo, são 8 segundos. Agora tente alternar entre soletrar e contar. Veja se ainda demora 8 segundos. Não, demora muito mais. Chamo a isto o custo de alternar. Precisamos de aprender a fazer uma atividade de cada vez. Há técnicas que nos permitem realizar todas as tarefas, sem nos sobrecarregarmos deste modo. O mindfulness é uma dessas técnicas.

O que diz aos céticos?
Que tentem. Isto é como ir ao ginásio - parece fácil, mas afinal é complicado. Sobretudo conseguir que a pessoa não desista. Quando se começa a meditar, passado 30 segundos a mente dispersa-se. Muitas pessoas pensam que deveriam estar a limpar a mente e que estão a fazer algo de errado. Mas meditar não se trata de limpar a mente, mas sim de reconhecer os padrões da nossa mente, como esta opera. A maioria das pessoas não está atenta e segue erroneamente a sua mente, sendo absorvidas por aquilo que ela dita. Quando se medita, o processo simplifica-se - dá à sua mente apenas uma coisa para fazer. Por exemplo, foca-se apenas na respiração. Mais tarde ou mais cedo, as pessoas aprendem o que significa pensar. É como se tivéssemos um balão na mão, o deixássemos ir com o vento e o apanhássemos novamente. Peço às pessoas que sejam elas próprias cientistas e que experimentem, que tirem conclusões. São apenas 8 semanas, não tem nada a perder. 

O que fez o mindfulness por si?
Teria de perguntar à minha esposa e à minha família [risos]. O tempo, que parecia passar cada vez mais depressa, de repente abrandou. Passei a ter mais momentos no meu dia em que podia refletir se estava a fazer o que queria. Cheguei a um ponto em que digo a mim mesmo: Não tenho que fazer isto, não vou responder a este email agora. Essa capacidade de abrandar é muito importante.

A partir do site Visão. Leia no original


PROJETO QUER PREVENIR DEPRESSÃO PERINATAL

3/16/2015
Uma equipe de investigadores do Serviço de Psicologia Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), dirigido pelo professor António Ferreira de Macedo, acaba de obter um financiamento de 200 mil euros para aplicar um programa pioneiro a nível internacional, que visa minimizar o elevado impacto negativo da Depressão Perinatal (gravidez e pós-parto).

O Projeto “Rastreio, prevenção e intervenção precoce na depressão perinatal – Eficácia de um novo programa nos cuidados de saúde primários” é financiado pelo Programa Iniciativas de Saúde Pública, European Economic Area Grants (EEA-Grants), do Mecanismo Financeiro do Espaço Econômico Europeu 2009-2014, resultante do memorando de entendimento celebrado entre o Estado Português e os países doadores (Islândia, Liechtenstein e Noruega).

De uma forma genérica, o projeto, coordenado pela investigadora Ana Telma Pereira, consiste, numa primeira fase, na aplicação a uma vasta amostra representativa de mulheres portuguesas, recrutadas nos cuidados de saúde primários e maternidades das regiões de Coimbra e de Aveiro, de um novo teste preditivo de auto-resposta intitulado “Rastreio e Prevenção da Depressão Perinatal”.

Desenvolvido de raiz na Universidade de Coimbra, pela equipa do Serviço de Psicologia Médica, o teste avalia sintomas e fatores de risco, permitindo prever quais as mulheres com maior probabilidade de ter depressão durante a gravidez e no período pós-parto.

Paralelamente, a equipe vai realizar ensaios clínicos (aos níveis da prevenção e intervenção precoce), por forma a validar a eficácia do programa de rastreio.

Ana Telma Pereira explica que o grande objetivo da investigação, que dá continuidade ao trabalho científico desenvolvido na última década pelo Serviço de Psicologia Médica da FMUC, e do qual resultaram muitas publicações e apresentações internacionais, é «continuar a contribuir para a minimização do elevado impacto negativo da Depressão Perinatal. Note-se que apesar da Depressão Perinatal ser um problema de saúde pública prevenível e tratável, sem programas de rastreio menos de 10% das mulheres afetadas recebem tratamento».

«Todas as mulheres no período perinatal poderão, potencialmente, beneficiar com esta intervenção, pois a todas será dada a oportunidade de serem avaliadas quanto à presença de sintomas de depressão perinatal e fatores de risco associados. Todas aquelas que mantenham ou a quem seja diagnosticada a patologia serão encaminhadas para consulta externa de psiquiatria, para avaliação e tratamento especializado por membros da equipa de investigação, no Centro de Responsabilidade Integrada de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra», conclui a investigadora.


A partir de Sul Informação. Leia no original

SUS TERÁ REMÉDIOS PARA TRANSTORNO BIPOLAR

3/11/2015

Medicamentos serão oferecidos na rede pública a 271 mil pessoas. Principal complicação da doença mental é o suicídio.



Ministério da Saúde decidiu incorporar cinco medicamentos para tratar brasileiros que sofrem de transtorno afetivo bipolar (TAB) ao Sistema Único de Saúde (SUS).

A doença é caracterizada por alterações no humor que se manifestam como episódios de mania, hipomania e depressão.

Segundo portaria divulgada nesta terça-feira (10) no Diário Oficial da União, os medicamentos clozapina, lamotrigina, olanzapina, quetiapina e risperidona serão oferecidos a 271 mil pessoas em tratamento no país.

A decisão foi tomada após relatório da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS, responsável por realizar consulta pública sobre o tema.
De acordo com o documento, o gasto com os remédios ainda este ano deve variar entre R$ 89,3 milhões, considerando a menor dose, e R$ 176,2 milhões, considerado a maior dose.

O tratamento para TAB depende da apresentação da doença e consiste em monoterapia ou terapia combinada com lítio, anticonvulsivos, antipsicóticos ou antidepressivos. A principal complicação da doença é o suicídio.

Levantamento feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que a doença mental está entre as dez que mais afastam os brasileiros do trabalho. Ocupa o terceiro lugar na lista, depois da depressão e da esquizofrenia.

PESQUISA TRAÇA MAPA DA SAÚDE MENTAL E SUICÍDO

7/19/2013
Imagem : sxc.hu
Os pesquisadores Adeir Archanjo da Mota, doutorado em Geografia, e Raul Borges Guimarães, do Laboratório de Biogeografia e Geografia da Saúde da Unesp de Presidente Prudente, iniciaram o estudo “Geografia da Saúde Mental e o Suicídio no Brasil: Construção de Geoindicadores e Índice para Política Pública”. Segundo o primeiro levantamento, no Brasil, de 1996 a 2010, quase 120 mil pessoas se suicidaram. Em torno de 22 pessoas tiraram a própria vida por dia, sendo que as taxas mais elevadas prevalecem nas regiões Sul e Sudeste.

Conforme a 10ª Classificação Internacional das Doenças, caracterizam-se como tentativas de suicídio as internações e como suicídios os óbitos provocados por lesões autoprovocadas voluntariamente. O objetivo do estudo é analisar a distribuição espacial do suicídio e sua correlação com a existência de serviços de saúde mental, como também o acesso da população a eles.

Apesar de prevenível, o suicídio está entre as três principais causas de morte entre pessoas com idade entre 15 e 44 anos, sendo a segunda maior causa de óbito dos 15 aos 19 anos. A coordenadora da comissão de divulgação do Centro de Valorização da Vida (CVV) em Uberaba, Valderli Menezes, ressalta que ninguém procura realmente a extinção da própria vida. Na realidade, esta atitude deve ser considerada um ato extremo de comunicação, a última forma que uma pessoa encontra para fazer com que os outros saibam de seu sofrimento. “Hoje, nosso enfoque é na valorização da vida. Previne-se o suicídio quando se dá importância à pessoa que está passando por um sentimento de perda ou de qualquer outra ordem. O ponto central do suicídio é um gesto de comunicação. Pode ser extremo, mas é um pedido de socorro da pessoa que está no limite”, afirma.

Para a coordenadora, o ser humano se equilibra em uma balança e quando ele passa a viver situações de forte dor e sofrimento, o instinto de sobrevivência vai sendo sobrepujado pelo desejo de não sofrer mais. Mais de 80% das pessoas que tentaram tirar a própria vida uma vez voltaram a cometer o ato, quando a verdadeira causa do sofrimento não foi trabalhada.

O Centro de Valorização da Vida (CVV), instituição filantrópica em Uberaba, tem sede à rua Fausto Salomão Trezzi, nº 40, atendendo por meio dos telefones 141 e (34) 3317-4111, das 15h às 23 horas. O CVV atende ainda através da internet, pelo endereço www.cvv.org.br.
 
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