Estudos & Pesquisas

Últimas Postagens

DRAUZIO VARELLA E OS SINTOMAS DA DEPRESSÃO

4/10/2013


Depressão é uma doença psiquiátrica, crônica e recorrente, que produz uma alteração do humor caracterizada por uma tristeza profunda, sem fim, associada a sentimentos de dor, amargura, desencanto, desesperança, baixa autoestima e culpa, assim como a distúrbios do sono e do apetite.

É importante distinguir a tristeza patológica daquela transitória provocada por acontecimentos difíceis e desagradáveis, mas que são inerentes à vida de todas as pessoas, como a morte de um ente querido, a perda de emprego, os desencontros amorosos, os desentendimentos familiares, as dificuldades econômicas, etc. Diante das adversidades, as pessoas sem a doença sofrem, ficam tristes, mas encontram uma forma de superá-las. Nos quadros de depressão, a tristeza não dá tréguas, mesmo que não haja uma causa aparente. O humor permanece deprimido praticamente o tempo todo, por dias e dias seguidos, e desaparece o interesse pelas atividades, que antes davam satisfação e prazer.

A depressão é uma doença incapacitante que atinge por volta de 350 milhões de pessoas no mundo. Os quadros variam de intensidade e duração e podem ser classificados em três diferentes graus: leves, moderados e graves.

Existem fatores genéticos envolvidos nos casos de depressão, doença que pode ser provocada por uma disfunção bioquímica do cérebro. Entretanto, nem todas as pessoas com predisposição genética reagem do mesmo modo diante de fatores que funcionam como gatilho para as crises: acontecimentos traumáticos na infância, estresse físico e psicológico, algumas doenças sistêmicas (ex: hipotireoidismo), consumo de drogas lícitas (ex: álcool) e ilícitas (ex: cocaína), certos tipos de medicamentos (ex: as anfetaminas).

Mulheres parecem ser mais vulneráveis aos estados depressivos em virtude da oscilação hormonal a que estão expostas principalmente no período fértil.

Sintomas

Além do estado deprimido (sentir-se deprimido a maior parte do tempo, quase todos os dias) e da anedonia (interesse e prazer diminuídos para realizar a maioria das atividades) são sintomas da depressão:

1) alteração de peso (perda ou ganho de peso não intencional); 2) distúrbio de sono (insônia ou sonolência excessiva  praticamente diárias); 3) problemas psicomotores (agitação ou apatia psicomotora, quase todos os dias); 4) fadiga ou perda de energia constante; 5) culpa excessiva (sentimento permanente de culpa e inutilidade); 6) dificuldade de concentração (habilidade diminuída para pensar ou concentrar-se); 7) ideias suicidas (pensamentos recorrentes de suicídio ou morte); 8) baixa autoestima, 9) alteração da libido.

Muitas vezes, no início, os sinais da enfermidade podem não ser reconhecidos. No entanto, nunca devem ser desconsideradas possíveis referências a ideias suicidas ou de autodestruição.

Diagnóstico

O diagnóstico da depressão é clínico e toma como base os sintomas descritos e a história de vida do paciente. Além de espírito deprimido e da perda de interesse e prazer para realizar a maioria das atividades durante pelo menos duas semanas, a pessoa deve apresentar também de quatro a cinco dos sintomas supracitados.

Como o estado depressivo pode ser um sintoma secundário a várias doenças, sempre é importante estabelecer o diagnóstico diferencial.

Tratamento

Depressão é uma doença que exige acompanhamento médico sistemático. Quadros leves costumam responder bem ao tratamento psicoterápico. Nos outros mais graves e com reflexo negativo sobre a vida afetiva, familiar e profissional e em sociedade, a indicação é o uso de antidepressivos com o objetivo de tirar a pessoa da crise.

Existem vários grupos desses medicamentos que não causam dependência. Apesar do tempo que levam para produzir efeito (por volta de duas a quatro semanas) e das desvantagens de alguns efeitos colaterais que podem ocorrer, a prescrição deve ser mantida, às vezes, por toda a vida, para evitar recaídas. Há casos de depressão que exigem a associação de outras classes de medicamentos – os ansiolíticos e os antipsicóticos, por exemplo – para obter o efeito necessãrio.

Há evidências de que a atividade física associada aos tratamentos farmacológicos e psicoterápicos representa um recurso importante para reverter o quadro de depressão.

 Recomendações

* Depressão é uma doença como qualquer outra. Não é sinal de loucura, nem de preguiça nem de irresponsabilidade. Se você anda desanimado, tristonho, e acha que a vida perdeu a graça, procure assistência médica. O diagnóstico precoce é o melhor caminho para colocar a vida nos eixos outra vez;

* Depressão pode ocorrer em qualquer fase da vida: na infância, adolescência, maturidade e velhice. Os sintomas podem variar conforme o caso. Nas crianças, muitas vezes são erroneamente atribuídos a características da personalidade e nos idosos, ao desgaste próprio dos anos vividos;

* A família dos portadores de depressão precisa manter-se informada sobre a doença, suas características, sintomas e riscos.  É importante que ela ofereça um ponto de referência para certos padrões, como a importância da alimentação equilibrada, da higiene pessoal e da necessidade e importância de interagir com outras pessoas. Afinal, trancafiar-se num quarto às escuras, sem fazer nada nem falar com ninguém,está longe de ser um bom caminho para superar a crise depressiva.
Drauzio Varella
A partir da Estação Saúde. Leia no original

SUICÍDIO : SEM JUSTIFICATIVA

4/09/2013
A literatura sobre o suicídio é ampla e segue vários enfoques, do apoio ao doente mental até o apoio ao trauma familiar – por vezes passando por algumas considerações de cunho ético, filosófico e cultural.

Em nossa cultura cada vez mais secular, o suicídio é progressivamente menos julgado como uma questão moral, de ação e deliberação: torna-se o mero produto de uma doença. Isso com certeza tem o lado positivo de poder ajudar a família a encontrar algum tipo de consolo, já que, ao menos em grande parte, as questões de saúde estão fora de seu controle. Mas, por outro lado, não lida com os fortes impactos culturais desta ação.

Sem querer entrar muito a fundo em filosofia da mente e nas bases falhas do funcionalismo que permeia toda a ciência cognitiva e de saúde mental, é preciso deixar claro que a crença numa causalidade unidirecional (da fisiologia pro comportamento) não tem justificação ou evidência – se não em certos âmbitos muito restritos de estudo e com metodologias estabelecidas já com ela em mente.

Isto é, embora a causalidade que vai da fisiologia para nossa consciência seja o principal enfoque hoje, há evidências fortes de uma causalidade noutro sentido, por exemplo, neuroplasticidade. Uma visão em que a fisiologia determina quase totalmente nossas tendências habituais, chegando ao ponto de determinar nossas ideações, e, através desta, nossos comportamentos e ações particulares, não se sustenta.

Ainda assim, é a perspectiva usual da experiência científica que alcança grande penetração na visão usual das pessoas comuns.

Essa perspectiva se espelha na forma com que encaramos o suicídio. Ao nos depararmos com o suicídio de alguém, podemos até passar por alguns momentos de raiva, mas todos nós tendemos, e algumas vezes somos encorajados, a retirar totalmente a responsabilidade moral do suicida sobre seu ato – algumas pessoas chegam a achar a ação corajosa, ou tentam mesurar o grande sofrimento pelo qual passou antes de tomar tal ação extrema. Porém, parece existir uma grande incongruência ao não encararmos, por exemplo, um pedófilo com a mesma benevolência.

O exato mesmo tipo de justificativa fisiológica e psiquiátrica que temos para a depressão e para alguns suicídios temos hoje para o pedófilo perpetrador de certos abusos. Aqui temos uma escolha bem simples: ou exercemos a condenação moral para ambos, ou os consideramos igualmente como doentes que fizeram coisas desagradáveis, que, enfim, compreendemos, porque estavam além de suas forças.

Difícil, não é?

Creio que precisamos, necessariamente, escolher a opção da condenação moral. Isso não quer dizer que faltamos com respeito ao doente, ou deixamos de amá-lo. Isso apenas quer dizer que, socialmente, deixamos claro que ninguém é totalmente determinado a agir desta ou daquela forma, e que há ações que devem ser universalmente condenadas.

O suicídio depende de ideação, isto é, da pessoa considerar, vez após vez, sua própria morte como uma saída lícita para os problemas reais que a assolam. Um suicida constrói, por dizer assim, seu suicídio em conjunto com os outros hábitos mentais de sua doença, por exemplo, a depressão. Aqui é preciso reconhecer como razoavelmente óbvio que essa fisiologia é construída por essa habituação na mesma medida em que essa habituação é construída por fisiologia.

Escolher uma das duas coisas como determinante é fazer uma aposta metafísica – passar a agir por crença, e não por evidência.

Daí também que o suicídio possua um elemento cultural e ideológico. Sociedades onde o suicídio é visto como uma saída honrosa possuem níveis mais elevados de suicídio. É simplesmente mais fácil, num contexto desse tipo, idear, ao longo de toda doença, o ato derradeiro a ser tomado.

E não caiamos em relativismo moral: a ação dos samurais não precisa ser respeitada como ethos japonês na mesma medida em que os sacrifícios humanos dos maias ou as infibulações/circuncisões de algumas culturas africanas merecem nossa total e justificada reprovação. Não caiamos na falácia antropológica de que, porque é aceito em uma cultura naturalmente, não será imoral.

Ademais, há elementos filosóficos que podem ajudar nas ideações nefastas. O argumento libertário para o suicídio diz, por exemplo, que teríamos o direito e a liberdade de tirar a própria vida. No entanto, se a nossa vida é nossa no sentido de que podemos fazer o que quisermos com ela, exceto no que isso limite ou prejudique a liberdade de outro, precisamos certamente considerar que um futuro eu, e em certo sentido “um outro”, estará sendo privado de liberdades.

A pessoa pulou e, enquanto cai do décimo andar, mudou de ideia. Ela traiu a si mesma no futuro: quando ela queria deliberar o oposto, era tarde demais – imagine então depois de morta (mesmo num cenário de vida após a morte, todos parecem concordar que a deliberação não será muito ampla – num cenário sem vida após a morte, a deliberação é nenhuma).

Nesse sentido, se consideramos que nossa individualidade é mutável (com amplas evidências em primeira pessoa de que é), não temos direito de privar nenhum futuro eu possível do exato mesmo direito de escolha que temos hoje.

Seppuku, ou harakiri: o tal ritual de
 suicídio dos guerreiros japoneses
Matar a si próprio é, antes de mero assassinato, frustrar a liberdade de um alguém futuro que poderia vir a ser substancialmente diferente. É, portanto, um crime ainda maior do que simplesmente tirar a vida de outra pessoa: além de tirar uma vida é uma deliberação contra a própria capacidade de deliberação.

Por outro lado, a própria ideia de que somos donos de nós mesmos ao ponto de podermos tomar essa decisão é enganosa. Muitas pessoas investiram tempo e atenção para que hoje estejamos vivos e sejamos capazes de ler um texto como esse. Sem falar nos insetos que morrem na produção de nosso arroz, e os trabalhadores explorados que fazem nossas roupas.

Os sofrimentos, as intenções e boas motivações de todas essas pessoas estão por trás de/e sustentam tudo que somos hoje. Essa superestrutura toda então resolve se voltar contra si mesma, após um hábito embasado em algumas ideações totalitárias e arbitrárias sobre autodeterminação? Isso é exatamente como se a crista de uma onda tivesse direito sobre toda a massa de água que a leva no oceano.

É de uma frivolidade sem dúvida trágica: um indivíduo que trai seu futuro e tudo que o constitui em troca de uma crença numa possibilidade de alívio. É muita fé no lugar errado.

Porém, toda essa ingratidão e filosofia de botequim com certeza não são a causa do suicídio. São apenas fatores contribuintes, na raiz da ideação ou como uma das tantas justificativas desta.

Como disse antes, quando uma pessoa chega a tentar o suicídio, essas ideologias já não são o ponto central da ideação. Elas podem ter sido importantes quando a ideação se formou, mas no fim, a pessoa é levada pela energia de hábito e, como todos concordamos, até mesmo pela fisiologia. Nesse momento, argumentos não são mais úteis: os argumentos são úteis bem antes, em diálogo com a cultura e com as posições gerais das pessoas.

Quando as energias de hábito já se cristalizaram, algumas vezes já é tarde demais, ou ao menos a intervenção precisa ser sistêmica, mas bem antes talvez seja possível colocar algumas dúvidas em pessoas que futuramente podem passar por esses questionamentos.

Essa parte filosófica pode funcionar como uma vacina.
A partir do Blog Papo de Homem. Leia no original

SUICÍDIO COSTUMA SER COMETIDO POR JOVENS E IDOSOS

4/08/2013
A OMS estima que 1 milhão de pessoas tirem a própria vida por ano em todo o mundo. Especialistas acreditam que esse número seja pelo menos 20% maior

Dez mil pessoas tiram a própria vida no Brasil anualmente, segundo dados do Ministério da Saúde. No mundo, o total chega a 1 milhão, estima a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse número, de acordo com a Sociedade Brasileira de Psiquiatria (SBP), é subestimado e pode ser de 20% a 30% maior por várias razões, inclusive devido a subnotificações em órgãos de saúde e segurança pública dos municípios. Os coeficientes de mortalidade são três a quatro vezes maiores entre pessoas do sexo masculino. Muito associado a idosos, nos últimos 30 anos, o ato de atentar contra si ronda também pessoas mais jovens. Dados da SBP indicam que há dois grupos de risco: pessoas com idade entre 15 e 30 anos e os idosos, acima de 65.

“Os médicos fora da psiquiatria (e mesmo algumas equipes da área) não estão preparados para lidar porque existe um tabu, não falam, não comentam e não estudam o fenômeno do suicídio. Fingem que o problema não existe e essa atitude gera reflexo na formação acadêmica dos profissionais, pois o assunto fica relegado a um segundo plano”, aponta o presidente da Comissão de Prevenção ao Suicídio da SBP, Humberto Correa, também professor titular de psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais.

PORTUGAL : CRESCE O NÚMERO DE SUICÍDIOS

4/07/2013
Há mais casos de suicídios em Portugal, segundo um relatório que analisa a realidade europeia. Portugal, com cinco atos suicidas por dia, está no topo da lista de países onde se assinala um maior aumento da taxa de suicídios, nos últimos 15 anos.

O número de suicídios aumentou em Portugal, de acordo com um relatório europeu, que coloca o país no terceiro posto da lista onde se verificou maior aumento, nos últimos anos.

Numa análise à realidade europeia, contaram-se cerca de 20 milhões de casos de depressão, com 60 mil mortes por suicídio por ano. O agravamento da situação social, a asfixia financeira de muitas famílias em risco e a pioria do acesso à saúde estão a originar um aumento dos suicídios.

Os especialistas previram, recentemente, um ‘boom’ de depressões, que em muitos casos podem conduzir ao suicídio. Essas perspetivas confirmaram-se.

Para evitar males maiores, uma comissão de psiquiatras, enfermeiros e académicos portugueses e estrangeiros está a executar um plano de prevenção. O objetivo faz parte do Plano Nacional de Saúde Mental 2007-2016, mas a concretização foi acelerada devido ao aumento esperado de depressões causadas pela crise.

Portugal registara, em 2010, um consumo médio de antidepressivos cinco vezes superior à média europeia.
A partir do PTJornal. Leia no original

ACREDITO EM DEUS, MAS NÃO QUERO MAIS VIVER

4/07/2013
Tenho 21 anos, sou cristã, acredito muito em Deus e no evangelho. Mas não quero mais viver... não vejo sentido para isso, não sou feliz porque algo me falta, morro todos os dias um pouco e estou oca por dentro. De uns 2 meses a 3 meses para cá, eu vivo entre altos e baixos, e não sei como controlar as minhas crises. Hoje foi um dos dias mais difíceis pra mim...

Acho que chorei umas 2 horas seguidas dentro do carro no meio da rua, pensei em me internar em um hospital de 'doido'que tem perto da minha casa pensei em todas as formas que eu poderia me matar. 
Desde q começou essa fase da minha vida, eu comecei a ter vontade de me suicidar...mas hoje foi bem mais crítico, pensei em me enfocar, cortar a jugular, jogar o carro num barranco, me jogar de um viaduto... enfim...

Sei que não tenho motivos para viver dessa forma porque tenho uma família maravilhosa.Mas algo me falta. Nunca tive uma vida 'normal', porque minha mãe morreu quando eu era criança, e desde então eu tive que crescer e ser forte pra tudo na minha vida. Mas com o tempo a gente vai cansando de ser forte, cansando de ser surrado pela vida e pelas circunstâncias, as vezes me sinto mais mãe do meu pai do que filha. Para falar a verdade, acho que fui filha por pouco tempo.

Desde que minha irmã casou, sou eu que cuido da casa...e as vezes me sinto sobrecarregada de responsabilidade, porque não tenho ninguém para me ajudar com nada. 

AS vezes converso com minhas amigas sobre isso,converso com minha irmã,meu namorado, mas acredito que só a minha irmã que realmente entende, porque ela passou por tudo que estou passando...ela quase se suicidou na minha frente quando eu era criança ( Hoje ela está curada).

Não tenho forças para mais nada...nem orar eu consigo, meu namoro mal começou e já está por um fio porque ele não consegue se adaptar as crises. Fico muito triste, porque ele disse que não consigo fazê-lo feliz.Me sinto incompetente, fraca, medíocre... um lixo.

Tento ficar feliz...ser mais tranquila e maleável...mas parece que uma gota vira um oceano, e ele disse que não dá mais conta.

Já não sei o que eu faço da minha vida...só tenho vontade de ficar em casa..mas infelizmente tenho q me arrastar para o trabalho e para faculdade que termino daqui 3 meses.

Não tenho mais vontade de nada...só de morrer. Antes o medo do inferno me 'segurava' para não fazer nada contra minha própria vida, mas hoje parece que nem isso importa mais.

Sei que todos que entram nesse site estão passando por algo parecido, mas honestamente eu tenho a esperança que alguém possa ler isso e me ajude, porque sei que estou no fundo do poço. E que preciso de ajuda. Não sei o que eu tenho...nem sei se é depressão..transtorno bipolar...ou apenas uma fase.
To confusa.

Mas ainda assim quero que o Senhor me leve. Essa é a única oração q eu tenho feito. Quem pode me ajudar ...

PORTUGAL TEM PROGRAMA PREVENÇÃO DO SUICÍDO

4/04/2013
O Plano Nacional de Prevenção do Suicídio (PNPS) 2013-2017 está em discussão pública, no site da Direção-Geral da Saúde (DGS), até ao dia 30 de abril. A submissão dos contributos pode ser efetuada através do endereço contributos.pnps@dgs.pt.

O PNPS 2013-2017 é uma necessidade premente do país tendo em conta:
  • O impacto do suicídio na saúde pública;
  • O aumento das taxas de suicídio registado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) na última década;
  • A subnotificação dos suicídios, que oculta a verdadeira dimensão do fenómeno;
  • A prevalência de fatores de risco, nomeadamente da doença mental;
  • A dificuldade na harmonização da terminologia relacionada com os diversos tipos de atos suicidas e comportamentos autolesivos, que compromete o seu estudo;
  • A dificuldade de registo e avaliação da efetividade das medidas implementadas ou a implementar;
  • A necessidade de criar sinergias com as experiências e recursos existentes.

Os comportamentos autolesivos e atos suicidas representam um grave problema de saúde pública. Apesar de toda a sensibilização e formação desenvolvidas, a prevenção do suicídio carece de um programa sistematizado e articulado que permita a identificação de intervenções, a avaliação da implementação e da sua eficácia.

O grupo de peritos nomeados para a elaboração do Plano Nacional de Prevenção do Suicídio, a que a Sociedade Portuguesa de Suicidologia se associou, teve em conta a realidade nacional, caracterizada pela pouca fiabilidade do registo do número de atos suicidas, diferentes terminologias e diferentes clusters, bem como as orientações mais recentes da Organização Mundial de Saúde e as recomendações constantes do “Suicide Prevention Action Network, USA” (2001) – Rede de Ação de Prevenção do Suicídio nos Estados Unidos.

O PNPS 2013-2017 inclui:

Medidas universais, destinadas à população em geral;
Medidas seletivas, para grupos de risco específicos;
Medidas indicadas para indivíduos em elevado risco.
A monitorização e avaliação do plano permitirão a sua adequação e redefinição sempre que necessário.

O PNPS 2013-2017 contempla, assim, as condições para uma uniformização da terminologia, uma melhoria no registo dos atos suicidas e, a prazo, uma redução de comportamentos autolesivos e atos suicidas.
A partir do Portal da Sáude. Leia no original

PSIQUIATRAS E ANTIDEPRESSIVOS

4/03/2013
Então eu fui a um novo psiquiatra...

O médico é novo, simpático, bem educado, atencioso e me olhava com aquela carinha de dó que os psiquiatras fazem pros deprimidos...Ele me ouviu, não fez questionamentos, também não deu conselhos, não indicou terapia (como todos os outros fizeram) e foi logo passando os remédios e alguns exames de sangue e outros neurológicos. falou sobre os efeitos colaterais que, convenhamos, não são nada bons, principalmente pra quem tem que levantar cedo, preparar o café da família, pegar um trânsito complicado e coordenar uma equipe de 50 pessoas no trabalho; sem falar que preciso do famoso remedinho pra dormir, senão é insônia na certa. E o principal: o cara já foi logo me dando o telefone do laboratório pra conseguir um desconto no preço do remédio que custa em média 200,00 a caixa com 28 comprimidos (o mês não tem 30 ou 31 dias?).

Esse é o preço de 1 dos remédios, tenho que tomar mais outros 2. Meu filho que tem deficiência toma outros 4, que também são caros. E o IPVA e o IPTU já chegaram. Como se cuida da saúde neste país? E por quê os medicamentos são tão caros? E o pior de tudo, em casos de depressões profundas, como a minha, nunca se tem a certeza se o remédio irá realmente funcionar. Acho que devo me resignar e passar os meus finais-de-semana trancada no quarto, durante a semana sou obrigada a trabalhar. Ou abreviar a vida, há sempre essa opção. 
S.S.

*   *   *
Mais uma Vez no Psiquiatra

Essa semana voltei ao psiquiatra, pra ser sincero não acredito que ele possa me ajudar, mesmo assim acabo indo.

Não falo dos meus verdadeiros sentimentos pra ele, minhas tristezas e neuroses ele jamais entenderia, apenas faço um breve resumo, sem perder tempo falando um monte da minha vida chata para ele.

Desta vez ele não quis receitar meu calmante preferido, ah, ele sabe que vou lá só por causa da bendita receita medica, por isso nem fica me questionando nada.

Me sugeriu um medicamento novo, um indutor do sono, disse que não me daria meu tranquilizante por causa do risco de dependência química e toda essa balela que a gente já conhece.

Mas eu gostei, o remédio tem um bom efeito, e tirando a amnésia anterógrada não apresenta mais nenhum efeito colateral; gostei bastante.

E minha relação com ele é assim; acho que ele confia em mim, eu sei oque eu preciso, sei me equilibrar, então ele sabe que quando vou ate ele é porque as coisas estão um pouco pior, mas que logo passa, e depois de alguns longos meses estarei lá de volta, conto a mesma historia,;e saio todo contente com minha receitinha na mão, como se fosse um premio, um vale trégua, um tratado de paz... mesmo que temporariamente!
Jonh 
 
Copyright © QUERO MORRER. . OddThemes