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7 COISAS QUE VOCÊ NÃO DEVE DIZER PARA ALGUÉM COM DEPRESSÃO

9/15/2017

A depressão é um transtorno grave. Muitas vezes, ter boa vontade não é suficiente para conseguir ajudar quem tem a doença. Saber o que dizer (e o que não dizer) ajuda a mitigar o sofrimento.


A depressão é o problema psicológico mais recorrente em todo o mundo, vitimando adolescentes, jovens e adultos, sem distinção de sexo ou condição social. Se lidar com o transtorno é um grande desafio, demandando psicoterapia e, na maioria dos casos, o uso de antidepressivos, conviver com um quadro assim de forma menos direta, por acometer um familiar ou amigo, tampouco é fácil. Por uma parte, há uma imensa vontade de ajudar, de transmitir a energia necessária para que a pessoa consiga reagir e dar os primeiros passos rumo ao equilíbrio emocional e à cura; isso nem sempre é recebido como o esperado. Em outros casos, é possível que impere a dificuldade para entender os pormenores da situação, os sintomas e como o transtorno altera o curso da vida da pessoa; isso dificulta a comunicação e o relacionamento. Dizer a uma pessoa com depressão que há algo de exagero naquilo que sente fará com que se sinta ainda pior. É preciso entender que a depressão faz com que o mundo passe por um prisma de pessimismo e desalento. A verdade é que é difícil não haver frustração, já que a pessoa com depressão costuma fechar-se em si mesma, o que gera impotência em quem quer ajudar e não consegue. O apoio psicológico é o que pode ajudar a encontrar mecanismos eficientes para apoiar essas pessoas queridas. Entretanto, deixamos aqui algumas dicas para facilitar a comunicação e evitar que você provoque efeito contrário na pessoa que você deseja ajudar. Por isso, atento ao que nunca dizer: 1) Você está exagerando, não é tão mal assim Não se trata de minimizar o problema, dizendo que muitos passam por situações similares. O que será capaz de romper a barreira negativa que a rodeia é o fato de você se colocar à disposição para ser um aliado nessa busca por uma vida melhor, não julgando e fortalecendo a esperança na cura. A pessoa não escolhe interpretar a vida assim, por isso use empatia e ofereça acolhimento. Não tente forçar uma mudança de perspectiva; melhor tratar de transmitir a ideia de que o momento é duro, sim, mas que ela terá o apoio que necessita para encontrar uma via de escape. 2) Todos temos problemas, você precisa reagir Ninguém escolhe ter depressão. Cobrar uma reação que você considera "adequada" é colocar ainda mais pressão sobre a pessoa, que já se sente fragilizada e impotente. 3) Amanhã é outro dia e você se sentirá melhor Falar isso é fazer uma promessa, e você não tem os recursos necessários para cumpri-la. A pessoa com depressão sabe que o amanhã não será melhor, o que aumentará sua frustração. Prefira animá-la a fazer pequenas ações que podem trazer bem-estar imediato, como escutar uma música, comer algo que ela gosta, sair para caminhar… esses pequenos prazeres ajudam a desviar os pensamentos daquilo que mais angustia e provoca sofrimento. 4) Sei o que você está passando, porque já senti também Escutar que o outro também sofre não vai fazer qualquer diferença nesse processo. É preferível redobrar a dedicação à escuta e compreensão dos sintomas e do problema, para tirar conclusões que ajudem na hora de buscar soluções para a superação. Se há algo que ajuda a uma pessoa com depressão (ou outro transtorno) é ter uma via de diálogo aberta, que lhe permita falar do que sente, desabafar sobre sua dor, suas vontades não cumpridas e sua frustração. É normal que todas as atenções girem em torno da pessoa que tem depressão. O que muita gente não sabe é que, dificilmente, ela se sentirá cômoda ou confortável com isso. Falar de egoísmo é colocar a depressão como uma escolha, e não é. 5) Você precisa tomar o controle e melhorar de uma vez Não é questão de falta de vontade ou pouco esforço. Sair da depressão não é fácil, não é algo que se consiga sozinho, demanda tratamento com psicoterapia e medicamentos. A pessoa simplesmente está perdida e não vê o caminho para sair de todo esse sofrimento. Uma promessa de continuidade para uma pessoa com depressão significa uma promessa de mais sofrimento e mal-estar. Na maioria das vezes, a pessoa com depressão se sente presa e sem saída, tendo dificuldades para imaginar como terminará o dia, quanto mais para ir além no "aqui e agora". Não peça o impossível, pois estará colaborando para elevar a impotência a níveis máximos. Seja um ombro amigo e um apoio, independente de você entender ou não o caminho. 6) Vamos, a vida continua! Prefira dizer como sente falta de estar com ela e pergunte se há algo que possa fazer para ajudar. O melhor é tentar lembrar-lhe que há coisas pelas quais vale a pena seguir vivendo. Não cair na armadilha de criar uma lista, mas oferecer-se para ajudá-la a descobrir quais são. 7) Você está sendo egoísta É normal que todas as atenções girem em torno da pessoa que tem depressão. O que muita gente não sabe é que, dificilmente, ela se sentirá cômoda ou confortável com isso. Falar de egoísmo é colocar a depressão como uma escolha, e não é. Prefira dizer como sente falta de estar com ela e pergunte se há algo que possa fazer para ajudar.

QUEM VAI SE MATAR NÃO AVISA ? VEJA COMO PREVENIR SUICÍDIOS

9/13/2017

“Falar é a melhor solução” é o slogan do “Setembro Amarelo”, campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 90% dos casos poderiam ser evitados e, um dos caminhos, é conversar e fazer o tema deixar de ser um tabu.

A seguir, com a ajuda de Karen Scavacini, psicoterapeuta e autora do livro “E Agora? Um Livro para Crianças Lidando com o Luto por Suicídio” (AllPrint Editora), e Eliane Soares, voluntária do CVV (Centro de Valorização da Vida) há 18 anos, listamos dicas práticas de como você pode ajudar a prevenir essas mortes.

Leve ameaças a sério

Um dos grandes mitos sobre o suicídio está em pensar que quem vai se matar não dá sinais. Se alguém chega ao ponto de dizer algo do gênero, é porque tem algo errado. Portanto, diante de uma ameaça, coloque-se à disposição para ajudar essa pessoa. 

Cuide de quem está de luto

Existem grupos --presenciais e online--  de apoio para ajudar pessoas que viveram o suicídio de uma pessoa amada. Para cada pessoa que se mata, cerca de dez são afetadas diretamente, segundo Karen. Por isso, é preciso cuidar de quem fica. A culpa é um sentimento frequente entre filhos, pais, parceiros e outros que conviviam com o suicida por acharem que poderiam ter evitado a morte. Entretanto, ninguém é culpado.

Não guarde segredos

Principalmente entre os adolescentes, é comum que a pessoa que pensa em tirar a própria vida desabafe e peça segredo. Para ajudar a prevenir, o indicado é não se calar diante de uma ameaça de suicídio. É preciso entender que, ao dividir o assunto com um adulto de confiança, por exemplo, você não estará expondo a pessoa, mas ajudando-a a sair da melhor forma da situação. No caso de adultos que receberem uma notícia como essa, o ideal é procurar um familiar que possa ajudar de maneira efetiva a encontrar um caminho.

Seja um bom ouvinte

Quando o assunto é suicídio e você se coloca à disposição para ajudar, o ponto principal é ouvir sem criticar e julgar. Eliane diz que quando o suicida tem a oportunidade de desabafar e sinalizar o sofrimento, a probabilidade de cometer o ato diminui. Deixe a pessoa falar o que sente.

Ajude a diminuir o tabu

A falta de conhecimento sobre o assunto é uma das chaves para a prevenção do suicídio não funcionar. Quando falamos sobre o suicídio, não estamos incentivando a prática, mas clareando os caminhos para preveni-lo. Diante de uma mudança brusca de comportamento, preste atenção no próximo e coloque as dicas anteriores em ação.

A partir do UOL. Leia no original
Imagem : Wikimedia

CAMPANHA 'SETEMBRO AMARELO' É ATACADA EM REDE SOCIAL

9/11/2017


Sobre a difamação da campanha "Setembro Amarelo" (iniciativa do CVV), promovida por postagem (imagem com texto) de um dos administradores (G. Alves) da página do facebook denominada "Mentes Insanas", que anexo abaixo, esclareço o seguinte:

1º) Dias atrás, quando vi tal post compartilhado num dos grupos que frequento aqui no facebook, acessei a página "Mentes Insanas", e postei comentário criticando o mesmo. Crítica, como era de se esperar, totalmente ignorada pelos administradores da página;

2º) Denunciei ao Facebook a referida publicação, mas infelizmente o sistema de denúncia, que fica em link nos recursos da própria publicação (no topo da mesma, à direita), tem itens pré-selecionados pelo Facebook e vc não pode escrever nada. Não pode apresentar sequer uma palavra de argumento. Procurei tanto no Facebook, como no sistema de "buscas" do Google, um e-mail ou telefone do Facebook para solicitar providências, mas simplismente não existe. A Administração do Facebook é uma "entidade superior" a qual nenhum cidadão, mortal como qualquer um de nós, tem acesso - talvez apenas via processo judicial;

3°) Por fim, resolvi enviar mensagem aos administradores da página "Mentes Insanas", que colo abaixo:

DENUNCIEI AO FACEBOOK SUA PUBLICAÇÃO DE 06 DE SETEMBRO DE 2017, ÀS 20:00 HORAS, NA QUAL O SENHOR, USANDO PALAVRAS DE BAIXO CALÃO E ARGUMENTOS ESTAPAFÚRDIOS, PROMOVE A DIFAMAÇÃO DA CAMPANHA "SETEMBRO AMARELO".

Como não consigo enviar o texto com os fundamentos da minha denúncia para o Facebook, envio aqui para sua apreciação. Segue:

Quero denunciar esta publicação, pois é abusiva e o autor incorre em crime de difamação, pervisto no Código Penal Brasileiro, "Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.".

Cheguei a postar nos comentários da publicação o seguinte:
"Como não existe botão "dislike" no facebook, sou obrigado a comentar o post, que é uma pérola de "nonsence" (contrassenso). Seguindo esse linha torta de raciocínio, a campanha "Outubro Rosa" de prevenção ao câncer de mama, por exemplo, também é uma campanha hipócrita, feita por hipócritas, pois apenas quem já teve câncer de mama pode mensurar o sofrimento de ter tal doença, e pessoas com câncer de mama morrem durante todos os meses do ano.

O autor desse infeliz post, além de querer se passar por "porta voz dos suicidas" (linha 9: " ... mais um de nós acaba de cometer suicídio ..."), é um sujeito que se acha "o dono da verdade", pois tem a pretensão de julgar a subjetividade de centenas (talvez milhares) de pessoas que de boa fé se engajam, participam, apoiam ou de alguma forma se solidarizam com a campanha "Setembro Amarelo", de conscientização sobre a prevenção do suicídio, que, basta dizer, foi iniciada no Brasil, em 2014, pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), que é uma entidade sem fins lucrativos que atua gratuitamente na prevenção do suicídio desde 1962, respeitada não só no Brasil, mas em todo mundo. Quantas milhares de vidas já devem ter sido salvas pelos voluntários do CVV?

Sr. "G. Alves", pelas palavras de baixo calão que usou no post, e sobretudo pelos seus estapafúrdios argumentos para difamar e desmerecer uma campanha séria e edificante como a "Setembro Amarelo", pelo menos para mim, ficou bem fácil entender porque você mesmo colocou o nome da sua triste página do facebook de "Mentes Insanas".

Link da história da campanha "Setembro Amarelo" pode ser encontrado no site "setembroamarelo.org.br".
PS: "O sábio duvida com freqüência e altera sua mente; o tolo é obstinado e não duvida, ele sabe todas as coisas, menos sua própria ignorância." "

Infelizmente meu comentário foi ignorado pelo autor deste post criminoso, que é o administrador da página.

Solicito que a Administração do Facebook retire imediatamente o post e comunique ao administrador da página que ele não pode, sob hipótese nenhuma, difamar uma campanha como a "Setembro Amarelo", séria e de cunho humanitário, realizada pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), entidade sem fins lucrativos. Em razão de atuar há mais de meio século, milhares e milhares de vidas já devem ter sido salvas pelos seus voluntários.

Na hipótese da Administração do Facebook "fazer vista grossa" e se omitir do seu dever legal de impedir a continuidade dessa prática delituosa, na condição de advogado que sou, entrarei em contato com o CVV e gratuitamente irei oferecer os meus serviços para tomar as medidas legais cabíveis contra "o autor da página" e "a empresa Facebook", também fazendo uso dos meios de comunicação de massa para divulgar os fatos aqui narrados e a omissão da empresa no cumprimento da Lei.

Atenciosamente, Dom Campos (OAB/RJ nº XXXXX). Niterói, 08/09/2017.;

4º) A resposta que recebi do administrador da página "Mentes Insanas" foi uma palavra: "Que?". Não creio que caiba réplica, ou qualquer tipo de diálogo, pois tudo que tinha a dizer está contido na minha mensagem. Só a "má fé" justifica a publicação e uma resposta dessas aos meus questionamentos e pedido de retirada do post. Chamar os voluntários do CVV , bem como todas as pessoas que se engajam, participam, apoiam ou de alguma forma se solidarizam com a campanha "Setembro Amarelo" de "HIPÓCRITAS" é ultrapassar todos os limites. Um dos princípios mais básicos de respeito à Lei e a boa convivência entre as pessoas já diz: "A liberdade de um vai até onde começa o direito do outro";

5º) O pior de tudo é que a página "Mentes Insanas" dispõe de enorme visibilidade, com mais de 704 mil seguidores. E a publicação em questão, já apresenta 7.569 compartilhamentos e mais de 5 mil curtidas (em 10/09/2017, às 19 horas). 

Assim sendo, na minha opinião, o estrago causado pela publicação da página "Mentes Insanas" à séria e edificante Campanha "Setembro Amarelo" já está consumado. Mesmo que a publicação fosse retirada da página nesse exato momento, ela já se encontra espalhada por toda rede social. Um enorme desserviço à toda sociedade, e sobretudo as pessoas que trabalham com seriedade na prevenção do suicídio.

Isto me faz lembrar o conto "Penas ao Vento", que fala sobre a Maledicência (falar mal dos outros, fofocar) e suas consequências. Corta-se um travesseiro de penas com uma faca do alto de um prédio. As penas se espalharão por toda parte e depois será impossível recolhe-las. O mesmo ocorre quando se espalham calúnias e inverdades sobre alguém, ou como no caso, sobre uma Campanha séria e uma entidade sem fins lucrativos e acima de qualquer suspeita como o CVV (Centro de Valorização da Vida).

Agradeço a todos que tiveram a paciência de ler este meu extenso relato, cuja publicação me senti no dever moral de fazer.

Confessando-me perdido, sem saber agora que rumo tomar, cordialmente me despeço, Dom Campos, 10/09/2017.

A publicação na página "Mentes Insanas" você pode acessar clicando aqui.


O IMPORTANTE É SAIR DOS TRILHOS

9/10/2017


Sair dos trilhos é fugir a um padrão de comportamento, não agir conforme o esperado. Todos nós temos paradigmas. Desses que encalacram a vida da gente. Eles nascem, brotam, surgem do nada, pelos cantos, frestas e paredes, por cima, por baixo, de pé, deitado, em nossa casa, nas padarias, nos escritórios, nas empresas, nos jornais, nas tevês. 

Mas o que são paradigmas? Diriam  as testemunhas do trabalho e das idéias de Albert Einstein: “ele fez o seu trabalho mais brilhante quando desafiou os paradigmas da ciência e ousou sair dos trilhos, violando regras que constrangiam seu pensamento. Felizmente não se deixou limitar pelo mundo tridimensional que conhecia. Ele usou a
imaginação para ir além das suas experiências e entrar de corpo e alma num universo multidimensional. Nós, físicos e amigos de Einstein, descobrimos que essa idéia se aproxima
mais do  modo pelo qual o universo se estrutura na realidade. Einstein só pode chegar a ela por seu espírito transgressor. De maneira imaginativa e inovadora, e de natureza perseverante, saiu dos trilhos, voou sentado na ponta de um raio de luz.”

Mas quer ver como nasce um paradigma?

Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No centro dessa jaula puseram uma escada e no ponto mais alto da escada, no último degrau, um bonito e maduro cacho de nanicas, a marca de bananas preferida dessa macacada. Quando um macaco subia a escada para apanhar uma banana que fosse, os cientistas esguichavam água fria – atente para o detalhe – nos que estavam no chão. Esses pagavam o maior mico. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada, os outros enchiam o pobre coitado de pancada. Passado algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada. E as nanicas continuavam lá, tentadoras. Então os cientistas substituíram um dos cinco macacos.

primeira coisa que ele fez, morrendo de fome que estava, foi subir tranquilamente a escada. Os outros macacos, antes que o jato gelado de água fosse detonado, retiraram o novato rapidinho e não deixaram por menos, pancada em cima de pancada no calouro. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo aprendeu, não subia mais a escada. Um segundo macaco foi substituído, e a mesma coisa acabou acontecendo, tendo o primeiro substituto participado, com entusiasmo, da surra ao novato.

Bem, um terceiro foi trocado, e o fato repetiu-se. Subiu a escada, pancada. Um quarto e, finalmente, o último dos veteranos foi substituído. Os cientistas ficaram, então, com um grupo de cinco macacos que, mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naquele que tentasse
chegar às bananas. 

Se fosse possível perguntar a algum deles porque batiam em quem tentasse subir a escada, com certeza a resposta seria: “Não sei, as coisas sempre foram assim por aqui…”

Agora continue fora dos trilhos e troque essa jaula pela sua casa, padaria, escritório, empresa. Em grandes companhias o pessoal da administração diz que isso não pode porque o ‘policy’ da empresa não permite. As coisas sempre foram assim por aqui! Daí a gente traduz ‘policy’ e vê que é a linha política, o plano de ação, a orientação, o método, as normas, os programas, os TRILHOS. Bem que Einstein dizia, “é mais fácil desintegrar um átomo do que um paradigma, um preconceito.”


*     *     *
Sobre a animação

A divisão entre os poderosos e os impotentes nunca foi tão grande. E nestes tempos difíceis, temos de perceber que, se queremos mudar o mundo, precisamos mudar a forma como ele funciona. AIME é uma organização de caridade que faz exatamente isso, usando mentoring para tornar o sistema de educação mais justa e inclusiva para todos. 

Porque as crianças com acesso a uma boa educação têm condições de sair da pobreza e começar a quebrar o ciclo de desigualdade. Na Austrália, AIME já capacitou dezenas de milhares de crianças para mudar o curso de suas vidas. 

Créditos 
Filme: Dirigido por Laurent Witz Animado por Zeilt produções criadas por M & C Saatchi, Sydney música composta por Olivier Defradat letras cantadas por Mariot Pejot

A partir de artigo Cláudio Corrêa de Almeida
Imagem : Pixabay

'PENSAMENTOS SUICIDAS ESTAVAM LÁ', DIZ VIÚVA DE CHESTER BENNINGTON

9/09/2017
Viúva de Chester Bennington publica foto do cantor com os filhos: 'pensamentos suicidas estavam lá'


Foto foi tirada dias antes do vocalista do Linkin Park ter sido encontrado morto.

“Isso aconteceu dias antes do meu marido tirar a própria vida. Os pensamentos suicidas estavam lá, mas você nunca sabe”, escreveu Talinda Bennington em sua conta no Twitter.

A viúva de Chester Bennington publicou, no dia 07/09/17, uma foto tirada alguns dias antes do suicídio do vocalista da banda Linkin Park em julho deste ano.

Talinda já havia se manifestado sobre a morte do marido:

"Eu perdi minha alma gêmea, e minhas crianças perderam o herói delas - o papai. Nós tínhamos vida de conto de fadas e agora se tornou uma tragédia de Shakespeare. Como eu posso seguir a vida?", destacou a viúva.

TAXA DE SUICÍDIOS SUPERA A DE MORTOS POR AIDS E CÂNCER

9/09/2017

O câncer, a AIDS e demais doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) há duas ou três décadas eram rodeadas de tabus e viam o número de suas vítimas aumentando a olhos nus. Foi necessário o esforço coletivo, liderado por pessoas corajosas e organizações engajadas, para quebrar esses tabus, falando sobre o assunto, esclarecendo, conscientizando e estimulando a prevenção para reverter esse cenário.

Um problema de saúde pública que vive atualmente a situação do tabu e do aumento de suas vítimas é o suicídio. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas.

A esperança é o fato de que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta.

Mas como buscar ajuda se sequer a pessoa sabe que ela pode ser ajudada e que o que ela passa naquele momento é mais comum do que se divulga? Ao mesmo tempo, como é possível oferecer ajuda a um amigo ou parente se também não sabemos identificar os sinais e muito menos temos familiaridade com a abordagem mais adequada?

SETEMBRO AMARELO : FALAR É A MELHOR SOLUÇÃO

9/04/2017

Setembro está se iniciando e, com ele, chamamos a todos para falar sobre suicídio, um tema ainda tabu na nossa sociedade.

O CVV (Centro de Valorização da Vida), a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e Conselho Federal de Medicina (CFM) trouxeram para o Brasil, em 2014, a campanha "Setembro Amarelo". Na mesma lógica do “Outubro Rosa” e “Novembro Azul”, o "Setembro Amarelo" tem como objetivo chamar a atenção das pessoas à problemática do suicídio e estimular a conversa sobre a questão por meio de diversas atividades que serão realizados no decorrer de setembro.

O dia 10 de setembro foi oficializado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

O suicídio é uma questão urgente e preocupante. Um dado alarmante é que o suicídio é a segunda maior causa de mortes entre jovens na faixa de 15 a 29 anos. No Brasil, a cada 45 minutos uma pessoa morre por suicídio (32 por dia), de acordo com dados do Ministério da Saúde de 2014. Segundo a OMS, a cada ano, mais de 800 mil pessoas tiram a própria vida no mundo. A OMS prevê que o número de suicídios no mundo pode dobrar até 2020.

Esses dados mostram que o suicídio é uma questão de saúde pública.

O suicídio é uma questão que impacta a sociedade como um todo, pois ele não escolhe cor, raça, nível social ou cultural.  Estudo realizado pelo IBGE, com coordenação da OMS, na região de Campinas, mostrou que ao longo da vida, 17,1% dos brasileiros “pensaram seriamente em por fim à vida”, 4.8% chegaram a elaborar um plano para tanto, e 2,8% efetivamente tentaram o suicídio.

O silêncio é a pior solução. De cada três pessoas que tentaram o suicídio, apenas uma foi, logo depois, atendida em um pronto-socorro. Um dado importante para ser compartilhado é que 90% dos casos pode ser prevenido.

Ações

Uma das ações que mais chamam a atenção durante a campanha é a iluminação de pontos turísticos e de destaque com a cor amarela, como aconteceu com o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, nos últimos anos. O desafio é aumentar o número de pontos iluminados de amarelo e ações de engajamento nas ações de prevenção ao suicídio este ano, mas é necessária a adesão de prefeituras, clubes, condomínios comerciais e residenciais e qualquer outra organização que possa ajudar nas ações.

Para colaborar, qualquer pessoa pode divulgar em suas redes sociais, iluminar ou identificar a fachada de uma casa ou prédio e sugerir a iluminação do local de amarelo, promover passeios de motos ou bicicletas com balões, fitas ou panos amarelos, caminhadas com camisetas amarelas, debates ou outras ações que impactem a população.

O site setembroamarelo.org.br traz mais informações e alguns materiais de apoio que podem ser utilizados sem prévia autorização. Todos que enviarem fotos de suas iniciativas para o e-mail setembroamarelo@cvv.org.br poderão ver o material compartilhado na fanpage do CVV (facebook.com/cvv141) ou do Setembro Amarelo (facebook.com/setembroamarelo).

Sobre o CVV

O CVV - Centro de Valorização da Vida, fundado em São Paulo em 1962, é uma associação civil sem fins lucrativos, filantrópica, reconhecida como de Utilidade Pública Federal em 1973. Presta serviço voluntário e gratuito de apoio emocional para todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo. Os mais de um milhão de atendimentos anuais são realizados por 2.000 voluntários em 18 estados mais o Distrito Federal, pelo telefone 141 (24 horas), pessoalmente (nos 76 postos de atendimento) ou pelo www.cvv.org.br via chat, Skype e e-mail. Desde setembro de 2015 realiza o atendimento pelo telefone 188, primeiro número sem custo de ligação para prevenção do suicídio, nesse primeiro momento exclusivamente no estado do RS.

Atividades Marcadas para o Mês de Setembro:

Dia 10/09 –  Caminhada pela Valorização da Vida e Pedalada pela Vida. Local da Concentração: Av. Paulista, esquina com a Brigadeiro Luiz Antonio. Horário: 10 horas. Não é preciso fazer inscrição.

Dia 11/09 – Seminário Setembro Amarelo. Conversando sobre Prevenção do Suicídio - Local: Câmara Municipal de São Paulo, Viaduto Jacareí, 100 - 1º Andar. Horário: 14 às 18 horas. Não é preciso fazer inscrição.

Dia 12/09 - Seminário Setembro Amarelo. Conversando sobre Prevenção do Suicídio - Local : Assembleia Legislativa ​do Estado de São Paulo - ​      ​                   Auditório​ Franco Montoro​.-​ Av Pedro Alvares Cabral, 201 - Horário a partir das 14 horas - ​Não​ ​é preciso fazer inscrição.

Dia 14/09 – Caminhada Noturna pela Valorização da Vida. Local da Concentração: em frente ao Teatro Municipal de São paulo, no centro. Horário: 20 horas. Não é preciso fazer inscrição.

'SURTO DE SUICÍDIOS' NA USP MOBILIZA ALUNOS E PROFESSORES

9/03/2017
Marcos Santos/USP Imagens

Um série de tentativas de suicídio entre alunos do quarto ano de medicina da USP tem mobilizado estudantes e professores de uma das melhores faculdades do país.

Ao menos seis casos foram registrados neste ano –três nas últimas semanas de abril.

O clima de tensão aparece em páginas do Facebook dos estudantes –que citam "surto de suicídios"– e em textos de professores aos alunos.

"Ficamos muito chocados com os acontecimentos recentes envolvendo a saúde dos alunos. Há uma grande apreensão e tristeza pairando em todos nós", escreveu o coordenador do curso de clínica médica do quarto ano, Arnaldo Lichtenstein.

Em outra carta, um grupo de profissionais do serviço de psicoterapia do IPq (Instituto de Psiquiatria da USP) fala sobre a angústia dos alunos.

"Esgotamento, ansiedade, depressão, internações psiquiátricas, tentativas de suicídio, mortes. Os relatos [dos estudantes] nos parecem crescentes em frequência e intensidade, e soam como um pedido de ajuda."

O texto fala sobre as dificuldades em lidar com o assunto no ambiente acadêmico e termina com um convite para que os alunos saiam do silêncio e falem "do que não se fala, a não ser na privacidade dos corredores".

Na condição de anonimato, a Folha conversou com seis estudantes. Eles relatam que, no quarto ano, o aluno fica mais vulnerável porque as pressões se multiplicam.

"A formatura está próxima e a realidade da profissão vai matando as ilusões dos tempos de calouros. Há disputas infantis por notas, muitas divulgadas nominalmente."

Outro afirma que não existe tempo suficiente para atividades que não estejam ligadas ao mundo médico. As aulas começam às 8h e terminam às 18h quase todos dias.

"Além do cansaço mental, da desumanização cotidiana, temos que ter a cabeça tranquila para estudar doenças."

Os alunos apontam como um dos focos do problema a disciplina de clínica médica. "Em apenas dez semanas de duração, somos cobrados sobre fisiopatologia das doenças, sobre diagnósticos e sobre quais exames solicitar para excluir ou confirmar hipóteses", relata um deles.

Ele se queixam também que a saúde mental do aluno não é considerada quando se trata de faltas. "As notas de conceito [quase 50% da nota final] são multiplicadas pela frequência. Se o aluno está deprimido, não consegue ir às aulas. Mas não podemos faltar sem punição. Não temos tempo para cuidar da nossa saúde mental e física."

Outro fator de estresse são as "panelas". No quarto ano, são formados grupos de cerca de 15 alunos para o estágio obrigatório (internato).

Em várias universidades, como na Unicamp, os grupos são formados por sorteio, mas, na USP, é por livre escolha. São os alunos que decidem com quem se agruparão, o que gera grupos de exclusão e perseguição.

"Alunos mal vistos ou que não são bem relacionados, por inúmeros motivos, acabam sobrando e formando a famigerada 'panela lixo' ou são excluídos e têm que mendigar uma vaga entre os grupinhos já formados."

APOIO PSICOLÓGICO

Para Francisco Lotufo Neto, professor de psiquiatria indicado pela diretoria da FMUSP para falar sobre o assunto, as tentativas de suicídio estão relacionadas a uma soma de fatores.

"São jovens em amadurecimento, enfrentando a entrada numa profissão que tem contato com o sofrimento humano. É um curso difícil, que exige das pessoas. Também há a pressão pelo sucesso."

Em sua opinião, isso tudo leva a uma maior predisposição à depressão, que é mais prevalente entre os estudantes de medicina do que na população em geral.

Segundo ele, na comissão de graduação já existe um grupo que acompanha os alunos com dificuldades (por exemplo, que foram mal nas provas ou que têm faltado às aulas), mas que agora, após as tentativas de suicídio, foi criado um grupo de atendimento psicológico para atendimento individualizado.

Foi instituída também uma linha telefônica que funciona 24 horas para onde os alunos podem ligar em situações de emergência. "Fiquei como plantonista o fim de semana todo, mas ninguém ligou", diz Lotufo.

Sobre as queixas relativas à falta de tempo dos alunos, ele afirma que a nova grade curricular da medicina, implantada a partir de 2015, já prevê mais tempo livre aos alunos. "O atual quarto ano ainda segue a grade antiga."

Em relação às panelas, disse que já houve uma proposta da direção em adotar sorteios na formação dos grupos, mas que a maioria dos alunos foi contrária à ideia.

Sinais de Alerta

Ilustração Carolina Daffara/Editoria de Arte/Folhapress
  • falar sobre querer morrer
  • procurar formas de se matar
  • falar sobre estar sem esperança ou sobre não ter propósito
  • falar sobre estar se sentindo preso ou sob dor insuportável
  • falar sobre ser um peso para os outros
  • aumento no uso de do álcool e drogas
  • agir de modo ansioso, agitado ou irresponsável
  • dormir muito ou pouco
  • se sentir isolado
  • demonstrar raiva ou falar sobre vingança
  • ter alterações de humor extremas
  • quanto mais sinais, maior pode ser o risco da pessoa
Ilustração Carolina Daffara/Editoria de Arte/Folhapress
O que fazer
  • não deixar a pessoa sozinha
  • tirar de perto armas de fogo, álcool, drogas ou objetos cortantes
  • ligar para canais de ajuda
  • levar a pessoa para uma assistência especializada
Ilustração Carolina Daffara/Editoria de Arte/Folhapress
Alguns pontos de alerta para depressão em adolescentes:
  • Mudanças marcantes na personalidade ou nos hábitos
  • Piora do desempenho na escola, no trabalho e em outras atividades rotineiras
  • Afastamento da família e de amigos
  • Perda de interesse em atividades de que gostava
  • Descuido com a aparência
  • Perda ou ganho inusitado de peso
  • Comentários autodepreciativos persistentes
  • Pessimismo em relação ao futuro, desesperança
  • Disforia marcante (combinação de tristeza, irritabilidade e acessos de raiva)
  • Comentários sobre morte, sobre pessoas falecidas e interesse por essa temática
  • Doação de pertences que valorizava
Cerca de 90% das pessoas que morrem de suicídio possuíam transtornos mentais. Elas poderiam ser tratadas e acompanhadas


Mitos em relação ao suicídio

Se eu perguntar sobre suicídio, poderei induzir uma pessoa a isso

Questionar sobre ideias de suicídio, fazendo-o de modo sensato e franco, fortalece o vínculo com uma pessoa, que se sente acolhida e respeitada por alguém que se interessa pela extensão de seu sofrimento.

Ele está ameaçando o suicídio apenas para manipular...

Muitas pessoas que se matam dão previamente sinais verbais ou não verbais de sua intenção para amigos, familiares ou médicos. Ainda que em alguns casos possa haver um componente manipulativo, não se pode deixar de considerar a existência do risco de suicídio.

Quem quer se matar, se mata mesmo

Essa ideia pode conduzir ao imobilismo. Ao contrário dessa ideia, as pessoas que pensam em suicídio frequentemente estão ambivalentes entre viver ou morrer. Quando falamos em prevenção, não se trata de evitar todos os suicídios, mas sim os que podem ser evitados.

Veja se da próxima vez você se mata mesmo!

O comportamento suicida exerce um impacto emocional sobre nós, desencadeia sentimentos de franca hostilidade e rejeição. Isso nos impede de tomar a tentativa de suicídio como um marco a partir do qual podem se mobilizar forças para uma mudança de vida.

Uma vez suicida, sempre suicida!

A elevação do risco de suicídio costuma ser passageira e relacionada a algumas condições de vida. Embora a ideação suicida possa retornar em outros momentos, ela não é permanente. Pessoas que já tentaram o suicídio podem viver, e bem, uma longa vida.

Telefones e sites de ajuda

Centro de Valorização da Vida (CVV): 141

Também é possível entrar em contato e receber apoio emocional do CVV via internet, a partir de email, chat e Skype 24 horas por dia


Fontes: American Foundation for Suicide Prevention; Centro de Valorização da Vida; "Comportamento suicida: vamos conversar sobre isso?", de Neury José Botega, membro-fundador da Associação Brasileira de Estudos e Prevenção do Suicídio; "Preventing Suicide: A Global Imperative", da Organização Mundial da Saúde

A partir da Foilha de S.Paulo. Leia no original
 
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