Estudos & Pesquisas

Últimas Postagens

Mostrando postagens com marcador espiritualidade. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador espiritualidade. Mostrar todas as postagens

DEPRESSÃO E ESPIRITUALIDADE

9/03/2011
Em seus caminhos em busca do autoconhecimento, as pessoas por vezes passam por situações naturais, embora não muito favoráveis para os processos em si. Muitas acabam sentindo-se solitárias e por vezes tristes, o que leva a terceiros questionarem a respeito do que acontece com elas. Nascem então insinuações a respeito de isolamento, desvio intelectual, alienação ou até mesmo depressão.

SE QUER MORRER, ESPERE SEU TEMPO

1/25/2011
"Existem várias pessoas que chegaram perto do suicídio e não o cometeram. Essas pessoas em geral depois disso conseguiram dar a volta por cima e superar todos os seus problemas. A vida deu uma guinada para cima. Cito o exemplo de Agnaldo Timóteo. É importante que se perceba que a compulsão ao suicídio é uma prova que a vida coloca diante de quem tem essa compulsão. Querer se suicidar é um desejo latente que brota do inconsciente, porque o inconsciente tem uma noção de que a vida espiritual é muito melhor do que a vida material, mas quem faz a opção pelo suicidio não irá usufruir das delícias da vida espiritual, porque interrompeu um processo que ainda não chegara ao seu fim. Relatos de além túmulo nos informam que há muito sofrimento reservado a quem interompe o fio da vida e as consequências são terríveis além do que terá que recomeçar tudo de novo em outras vidas no futuro.

Isso significa que irá passar por todas as angustias que o levaram ao suicídio, com o objetivo de ter a coragem da superação, agora sem lançar mão do recurso da fuga. Isso sem falar que essa fuga não resolve o problema nem o impede, antes pelo contrário, o agrava tendo em vista que normalmente o suicida tem um papel a desempenhar no curso dos acontecimentos, e pelo seu ato se vê afastado desse curso sem ter o poder de intervir. Papel esse que seria o seu. Invariavelmente assistirá com pesar as catástrofes que seu gesto causou sem ter meios de impedir e com um consequente sentimento de culpa que no estado espiritual é muito mais forte.

Se alguém tem intenção de morrer, espere seu tempo. Por cento isso valerá mais a pena."

C.R.
Depoimento - Comunidade Q.M.
Imagem :  por mindfulness

SUICÍDIO: SERÁ MESMO O FIM ?

1/06/2011

Quando cursava a Faculdade de Psicologia, resolvi trabalhar como plantonista no CVV (Centro de Valorização da Vida), uma instituição filantrópica, que na ocasião eu ajudava por telefone ou pessoalmente às pessoas que se sentiam solitárias, desesperadas ou angustiadas e pensavam em se suicidar (muitos, infelizmente, se suicidavam mesmo).

A solidão, sem dúvida alguma, era o principal motivo que levava homens e mulheres a praticarem o suicídio. Esse trabalho me deu uma boa base para entender melhor a prática do suicídio, pois constatei que haviam duas formas de suicídio: a direta e a indireta.

Obviamente, em se tratando do ser humano, há que se levar em conta que somos um fenômeno muito singular, único; sendo assim, cada um reage de forma muito particular diante das adversidades, vicissitudes da vida. Portanto, não existe uma regra, uma fórmula para se entender o comportamento do ser humano, sobretudo, o que o leva a se autodestruir.

Desta forma, a desistência de viver pode se dar de forma direta, explícita, como dar um tiro na cabeça, envenenar-se ou tomar um coquetel de remédios letais, cortar o pulso, atirar-se contra um carro, ligar o fogão de gás num ambiente fechado, etc. É o suicídio clássico.

Mas existem aqueles que são mais sutis, que chamamos de suicídio indireto. Nesses casos, somos suicidas quando comemos, bebemos e/ou fumamos em excesso, dirigimos embriagados, reagimos a um assalto (usamos outrem para nos matar), praticamos o sexo livre sem o uso de preservativos, fazemos uma dieta alimentar rígida (anorexia), entramos numa depressão profunda, etc.
Sendo assim, somos suicidas também quando negligenciamos, tratamos mal o nosso corpo ou de alguma forma desistimos de viver.

Do ponto de vista espiritual, cármico, o suicídio é muito sério, pois ao atentar contra a própria vida, ao abreviarmos a nossa estadia nesse planeta - indo embora antes do tempo -, estamos transgredindo às leis divinas, espirituais.

O que observo com freqüência nos relatos de meus pacientes que passam pela TRE (Terapia Regressiva Evolutiva) - A Terapia do Mentor Espiritual -, abordagem psicológica e espiritual breve, canalizada por mim pelos Espíritos Superiores do Astral, em suas sessões de regressão, é que após cometerem suicídio numa vida passada, seus espíritos deixam seus corpos físicos e sentem a dor do tiro, do veneno, da queda no abismo e geralmente vão para um lugar escuro do astral inferior (umbral).
Muitos por terem mutilado seus corpos astrais com o suicídio, na encarnação seguinte, vêm com defeitos físicos e mentais. Ou seja, quem deu um tiro na cabeça pode vir com problemas mentais; quem tomou veneno vem com problemas na boca ou no aparelho digestivo; quem se jogou do precipício vem com defeitos físicos, aleijados, etc.

Há ainda aqueles que contraem uma doença auto-imune, que é o caso, por exemplo, do Lúpus (causa desconhecida pela medicina) também chamada de doença de auto-agressão, onde os anticorpos, que são uma defesa natural do organismo, ao invés de combaterem os microorganismos (bactérias, vírus e outros agentes) se viram contra o próprio organismo, agredindo os tecidos da pele, articulações, fígado, coração, pulmão, rins e cérebro. Portanto, esse desequilíbrio do sistema imunológico, essa auto-agressão, é uma forma indireta, sutil de suicídio.

O suicida, ao matar seu corpo físico, tem por objetivo parar de pensar, sentir, enfim, de sofrer. Mas isso não ocorre, porque a morte não existe, pois, como seres espirituais em evolução, somos imortais, perenes, indestrutíveis. Ao sair de seu corpo físico, o espírito continuará atormentado e, o pior, irá agravar a sua situação pela culpa que sente por ter tirado a sua própria vida, bem como ficará à mercê de seus obsessores espirituais (desafetos de seu passado).

A visão da ciência materialista de que a vida começa com o nascimento e termina com a morte tende a reforçar a crença de muitos de que morreu, acabou tudo. Obviamente, quem pensa assim, acredita que para resolver seu sofrimento, suas dores, a saída é a morte.

Mas muitos pacientes que pensavam dessa forma, após terem passado por fortes experiências espirituais, e conversado com o seu mentor espiritual (ser desencarnado, responsável diretamente pela nossa evolução espiritual) recebendo suas sábias orientações acerca da causa de seus problemas e sua resolução, mudaram radicalmente sua visão sobre a vida e a morte, e saíram dessa terapia com a firme convicção de que a morte não existe e, portanto, o suicídio não é a solução.

Vídeo de animação produzido por Haedys Produções

LIVROS TRATA DE SUICÍDIO E ESPIRITUALIDADE

12/05/2010
lygia
A roteirista e escritora carioca Lygia Barbiére Amaral é casada e mãe de quatro filhos - Sophia (12 anos), Alice (9 anos), Estevão (6 anos) e Miguel (7 meses). Morando há 15 anos em Caxambu (MG), formada em jornalismo, pós-graduada em teatro e com mestrado em literatura brasileira, ela se apaixonou pela literatura ainda menina, o que a motivou mais tarde, inclusive, a ser professora de língua portuguesa. "Mas sempre soube que iria escrever”.
Autora de obras de sucesso, entre elas O jardim dos girassóis, a autora entrelaça as ideias espíritas em emocionantes histórias de personagens que se envolvem com dilemas existenciais, como síndrome do pânico, alcoolismo, depressão, regressão de memória e suicídio.

Lygia Barbiére lança agora pela Editora Correio Fraterno uma nova edição, revisada e ampliada, do seu consagrado romance A luz que vem dentro. E faz questão de salientar que seus livros não são psicografados, mas frutos de muito trabalho e suor. Acompanhe sua entrevista.

Você relaciona o suicídio com obsessão. Isso é sempre uma verdade?
Acho que sim. A Laura [personagem principal de A luz que vem de dentro ] estava obsediada quando se suicidou. Ela entrou numa sintonia negativa. Acredito que cerca de 80% dos suicídios sejam causados por obsessão. É uma questão de instantes, às vezes; em outras, uma ideia que fica nos perseguindo.

Você se baseou em caso verídico para escrever seu livro A luz que vem de dentro? Por que a abordagem desse tema?
Quando tive a minha filha Sophia, ela não queria mamar no peito. Foi um desespero pra mim, que tinha me programado para ter parto normal, amamentar. Até dois meses,tentamos tudo o que era possível. Ela ia ficando magra, com aspecto de doente e eu desesperada, até que tudo se resolveu. Depois de um tempo, um casal de amigos dos meus pais foi nos visitar. Contaram a história de uma moça que também não havia conseguido amamentar, entrou em depressão e se suicidou. Pensei: Meu Deus, coitada, ela não conseguiu vencer. Aquilo me doeu muito e decidi estudar sobre suicídio. Queria ajudar, e, na medida do possível, fazer alguma coisa para que outras pessoas não fizessem o mesmo.

Você sentiu a ajuda da autora Yvonne Pereira para escrever esse romance?
Acho que sim. Eu rezava muito para ela me ajudar. Em geral, quando escrevo, tenho sempre muita ajuda. E agradeço muito a Deus por isso.

Suas obras não são psicográficas; exigem muito trabalho de pesquisa. Quanto tempo você leva para escrever um romance?
Leio em torno de 200 obras para cada romance que escrevo, para depois poder pesquisar e relacionar os itens necessários à história. Para escrever A luz que vem de dentro levei nove meses. Realmente A luz veio à luz. (risos)

E por que exatamente esse título?
Porque somente a luz que vem dentro é que pode ajudar tirar as trevas em volta de nós, que geram tanta dificuldades e compromissos. Há um trecho na história em que um dos irmãos da moça que se suicidou encontra um bilhete que ela mesma deixou para ele há muito tempo, onde diz que ele tinha que achar a luz que vem de dentro, encontrar a solução dentro dele. Isso ilustra que o suicídio é uma questão de envolvimento de um momento da pessoa. A moça, no caso, já havia pensado um dia iluminadamente. Há pessoas que se revoltam, que julgam, mas é preciso ter compaixão do suicida, porque isso pode acontecer com qualquer um de nós.

Mas ainda se fala meio de lado sobre casos de suicídio. Por quê?
luzpequena
Isso passa pela cabeça de muito mais pessoas que você imagina. E muitas vezes não se quer falar sobre o assunto por próprio medo. Porque, na verdade, o que mais nos incomoda no outro é o que justamente se tem. A psicologia diz isso. E quem não passa momentos difíceis em que surge a ideia de desistir da luta?

O suicídio é isso, para você?
Sim. É você desistir da oportunidade que tem de crescer e aprender na vida. É você acreditar que não consegue mais. É preciso saber que nada está fora do lugar. E que estamos preparados para dar conta do recado, inclusive da dor por que passamos.

Mas o senso comum diz que devemos falar apenas de coisas boas, para não cairmos em vibração negativa...
O conhecimento da vida, numa visão aberta para a espiritualidade, só ajuda você a pensar antes de se enganar, de se desesperar. Acho que o suicídio, principalmente, acontece muito mais porque não se conversa a respeito das tristezas, das angústias. Quanto mais eu puder externalizar, mais possibilidades terei de me sentir acolhida, de pedir ajuda para outras pessoas.

Na sua opinião, falta contato entre as pessoas. Está faltando ombro amigo?
Sim. Não podemos esquecer que um desespero, uma desilusão, pode desencadear o suicídio numa fração de segundos. No Congresso Espírita de Brasília, uma mensagem de Yvonne Pereira mostrou que um grupo de suicidas foi desarticulado durante o evento e que eles queriam levar mais gente dessa forma. Ela fala que o momento que atravessamos é seriíssimo. Há alguns espíritos que, depois que cometem o suicídio, querem levar outros para a mesma situação, por vingança, diversão ou ignorância, porque ainda não despertaram para a luz. Eles se aproveitam dos nossos momentos de fraqueza.

Por que há tanto suicídio?
Porque precisamos ter uma visão mais espiritualista da vida. Descobrir e compreender realmente o que estamos fazendo aqui. Não estou na Terra apenas para comprar roupas, sapatos, carro novo, ir para churrasco ou balada. Os valores estão muito deturpados; muitas vezes nem são passados de pais para filhos. Muitos não dão conta de criar, quanto mais de passar valores. Aí se sentem culpados e substituem essa tarefa por dar coisas, presentes . Que, contudo, não tapam o vazio que fica, a falta de esperança, de perspectivas, de crença em si mesmo, nos próprios valores. O homem veio ao mundo para servir e ser útil. Quem se sente útil não pensa em suicídio.

Você concorda que muitas pessoas se decepcionam com a falta da felicidade ilusória estampada nas capas das revistas: a mãe perfeita, a mulher sensual, o executivo bem-sucedido, a família feliz...
Não podemos nos entregar a essa ilusão, senão tudo fica muito superficial. Ao se viver esse mundo de Hollywood, acaba-se deslumbrado , perdendo-se a noção da tarefa, do que se veio fazer aqui. Quando você está fazendo aquilo para o que veio, você se sente bem com você mesmo e com o próximo.

Que solução você daria para a sociedade materialista, que valoriza o glamour, a posse, o poder ?
Perceber que tudo isso é transitório. Como digo sempre a meus filhos, você não pode levar um sofá para o mundo espiritual. Nem um computador. São coisas materiais, que fazem parte deste contexto de vida aqui. Mas a nossa sociedade, infelizmente, valoriza tanto o material, o ilusório que o desejo de felicidade acaba se desvirtuando.

Nas suas pesquisas, o que mais lhe chamou atenção?
Em 2001, o suicídio já era considerado a terceira causa de morte de jovens no Brasil, perdendo apenas para homicídios e acidentes de trânsito. A mesma reportagem informava os jovens tinham entre 15 e 24 anos e que este número havia aumentado cerca de 40 por cento só entre 1993 e 1998. Pelo que li recentemente, o quadro só piorou de lá para cá.

Não seria uma desistência do espírito, quando ele começa a assumir as suas tarefas, a sua reencarnação?
Não sei. Acho que também é muita droga e muito álcool. Eles acabam se destruindo, ficando muito loucos, assediados por obsessores. Bebem antes de ir pra balada, durante e depois; se drogam até se sentirem fora da realidade, para “ficar bem”. Depois pegam o carro, correm e morrem. Quando não, vão ficando desequilibrados em meio a tantos devaneios. E aí as portas realmente se abrem. Foi uma escolha.

Você sente saudades de seus personagens?
Alguns realmente marcam a gente. A Laura [de A luz que vem de dentro], por exemplo, era bailarina. Ela se joga de um edifício. No mundo espíritual, percebe que para voltar à reencarnação, precisará valorizar o que destruiu . Em determinado momento da história, ela pergunta ao médico sobre suas dificuldades, limitações futuras: “...mas eu nunca mais vou poder dançar?” Isso me emocionou muito. Passado algum tempo, fui a um espetáculo de balé. Chorei tanto! Parece que eles ganham vida própria depois que a gente acaba o livro. A gente sente saudades.

Como você costura suas histórias? O que é, afinal, escrever um romance?
Eu tenho regras. Fiz o curso de oficina de roteiros, na Globo. Tenho formação para escrever telenovelas. Há a parte técnica, determinados pontos que têm que ser marcantes na história para se criar suspense, os ganchos, os pontos fortes. Desde o começo sei qual o fim a que quero chegar. Um romance, por exemplo, não pode ter apenas o tema central. É preciso que se relatem outras histórias sobre outros temas interessantes, que despertem a leitura, como se fizéssemos uma linda embalagem para presente, criando curiosidade, expectativa.

E o que você tem a dizer sobre quem critica os romances espíritas. Eles aproximam ou distanciam da realidade?
Não se trata de uma ilusão. Os meus romances são baseados, sim, na vida real. Como fazia Janete Clair, eu busco um fato atual, um recorte da vida e trago para dentro do tema que quero explorar. Há um preconceito muito grande com relação aos romances. Fico profundamente incomodada quando ouço: ah, não se pode só ler romance, tem que estudar para entender o espiritismo. Ora, assim como existem as mais diversas religiões para as mais diversas pessoas e tipos de entendimento, assim também é com a literatura. O romance é uma maneira mais fácil de se assimilar conceitos. E para isso, tenho todo um trabalho como escritora. O maior elogio que posso receber é saber que uma pessoa que nunca leu, começa a se interessar por leitura, ao ler um dos meus livros. E o meu objetivo é dar a minha contribuição ao maior número de pessoas.

E no caso do suicídio...
Se eu conseguir passar alguma informação para que as pessoas saibam como é o suicídio e pensem duas vezes antes de fazer qualquer coisa, já vou ficar muitíssimo feliz. Que a história consiga ser uma ruptura no pensamento, porque o conhecimento faz o contraponto na hora de qualquer impulso. Meu objetivo em todos os livros é fazer as pessoas pensarem, terem a informação espírita. O objetivo não é dar lição de moral. Cada um conclui o que quiser. Passo a minha leitura sobre os temas e divido com o leitor.

Você se angustia quando escreve? Como é o sentimento do escritor enquanto está desenvolvendo uma obra?
É muito difícil. Mas escrever, para mim, sempre foi uma necessidade. Lendo entrevistas de grandes escritores, Jorge Amado, Rubem Braga, que descrevem exatamente aquela angústia que sinto, vejo que faz parte. Quando a gente nasce com isso, tem que escrever , porque se não colocar para fora, começa a intoxicar e você acaba adoecendo. Quando estou criando, tudo está ótimo. Quando escrevo um capítulo legal, fico feliz, porque consegui fazer o meu trabalho. Em compensação, no dia em que não rende sinto uma tristeza profunda, uma sensação de incompetência, fico zangada comigo mesma. É muita pesquisa, muita transpiração. Claro que há a inspiração, como em quaquer trabalho. Tenho uma ajuda imensa da espiritualidade, à qual tenho uma gratidão sem tamanho. Mas meus livros não são obras psicografadas. Tenho certeza. Fico megulhada na vida dos personagens , tentando compreender o universo de cada um, buscando a coerência das suas reações. Quando encerro uma história, choro. É uma despedida em todos os sentidos. Você sente que existe além dos personagens toda uma equipe espiritual que trabalhou junto e que ela também termina seu trabalho e vai embora. É muito emocionante, como as cenas de bastidores de último capítulo de novela. Fico em estado de graça.

A quem você recomenda esse seu livro?
A todos os que tenham vontade de entender um pouco sobre o tema. Procurei falar de uma maneira bem ampla, como para onde vão os suicidas, como é a organização, o que sentem, como se recuperam e o que podemos fazer por quem, infelizmente, se suicida. E que não existe aquela história: não posso fazer mais nada por aquela pessoa que já se foi de uma maneira tão triste. Não. Pode-se fazer ainda muita coisa, através do auxílio da prece, enviando-lhe fluidos positivos que a desperte para recomeçar. Nada está acabado. Também é próprio para qualquer idade. Minha filha de doze anos está lendo A luz que vem de dentro. Foi uma iniciativa dela, fiquei preocupada se era a hora certa. Mas ela parece tão empolgada, tão satisfeita que acabei percebendo que era uma decisão que não cabia a mim. Acredito que os livros – todos os livros – têm o “poder mágico” de atrair quem está precisando deles.

A partir do jornal Correio Fraterno. Leia no original

VIDA E MORTE : ÚLTIMA POSSIBILIDADE DO AMOR

12/04/2009

— Vocês têm uma forte ligação porque são almas-gêmeas.

Eu não sabia como absorver aquilo, como reagir. Eu já ouvira a frase, é claro, mas apenas das maneiras mais banais, dentro do contexto de baladas triviais e poesia.

— O que isso significa, literalmente — Albert disse — é que vocês possuem o mesmo comprimento de onda, a aura de vocês vibram juntas.

Mesmo assim, não tive nenhuma reação. De que adiantava saber aquilo se em nada ajudava Ann?

— Foi por isso que você se apaixonou tão rapidamente por ela quando a encontrou na praia naquele dia — Albert prosseguiu. — Sua alma comemorava uma reunião com ela.
Só consegui olhar para ele. De algum modo, a notícia não me surpreendeu. Nunca fui supersticioso em vida. Ainda assim, sempre insisti com Ann que não nos encontráramos por acaso.

Entretanto, de que adiantava saber disso?
— Por isso você queria tanto ficar com ela depois da sua morte — Albert disse. — Por isso você nunca parou...
— Então, foi por isso que ela sentia uma ligação tão forte — interrompi-o. — Ela tinha de se matar. Para se unir a mim, para alcançar aquela união de novo.
— Não — Albert balançou a cabeça. — Ela não fez isso para se unir a você. Como poderia, se ela não acreditava que isso era possível? — Ele balançou a cabeça de novo. — Não, ela se matou para dar fim à existência dela, Chris. Assim como ela acreditava que sua existência terminara.
— Para pôr fim à dor dela, Albert.
— Certo, a dor dela — ele disse. — Mas não era ela quem devia tomar essa decisão. Você não entende isso?
— Sei que ela estava sofrendo. É tudo o que sei.

Ele suspirou. — É a lei, Chris, acredite em mim. Ninguém tem o direito...
— De que adianta saber tudo se não me ajuda a encontrá-la — interrompi-o, tristemente.
— Porque — ele disse — como vocês são almas-gêmeas, fui autorizado a continuar ajudando você, apesar das minhas reservas.

Olhei para ele, confuso. — Se ela não pode ser encontrada... — Eu me calei, desesperançado, uma súbita visão turvando minha vista, nós dois, como navios-fantasmas do espírito, vagando eternamente em busca de Ann. Era o que ele queria dizer?— Ainda há uma última alternativa — ele disse. Ele colocou a mão sobre meu ombro. — Uma angustiante possibilidade.

Trecho do livro : Amor além da vida - Richard Matheson

Artigo relacionado:
Amor Além da Vida agora em livro

VIDA APÓS VIDA, A LIÇÃO DO APRENDIZADO

11/07/2009
Shakespeare descreveu a morte da seguinte maneira: “o país não descoberto de cujas fronteiras nenhum viajante retorna”. Uma descrição maravilhosa, mas totalmente imprecisa. Todos nós descobrimos este país depois de nossa “morte”. Além disso, é uma fronteira da qual todos os viajantes um dia devem retornar.

Somos três coisas em uma só : — espírito, alma e corpo, o último terço, na vida em Terra, é composto de corpos físico, etérico e astral. Não discutirei nosso espírito desta vez. Nossa alma contém a essência de Deus dentro de nós. Essa essência direciona nosso curso de vida, guiando nossa alma por meio de muitas experiências de vida. Cada vez que uma porção da alma desce para a carne, ela absorve aquela experiência e progride, tomando-se enriquecida com isso. Ou... é prejudicada por ela.

Isso era essencialmente o que Albert dissera, lembrei. O suicídio de Ann prejudicara sua alma e agora ela tinha optado por absorver experiência positiva suficiente para reconstruí-la.

— Como este eu maior é aumentado ou diminuído? — continuou — Pela memória. Cada um de nós tem uma memória interna e outra externa, a externa pertence ao nosso corpo visível, a interna ao nosso corpo invisível ou espiritual. Cada pensamento que tivemos, desejamos, falamos, realizamos, ouvimos ou vimos é inscrito nesta memória interna.

“Essa lembrança abrangente sempre fica na ‘casa do Pai’, crescendo ou diminuindo com o resultado de cada nova vida física. O corpo astral, ou espiritual, volta à Terra, mas permanece o mesmo. Apenas o corpo de carne e seu etérico são alterados.

Existe uma linha de comunicação entre o ser mais elevado e qualquer que seja a forma física que a alma tenha escolhido. Por exemplo, se o ser físico recebe uma inspiração, ela vem da alma. A chamada ‘pequena voz’ é o conhecimento de antigas lições que alertam um indivíduo para não cometer um ato que prejudicaria sua alma.

No entanto, na grande maioria das vezes, exceto nos casos daqueles nascidos receptivos à sua existência ou que, olhando para seu interior, meditando, tornam-se conscientes dela, a penetração do seu verdadeiro eu raramente é percebida.

O processo funciona da seguinte maneira: vida após vida de esforço, intercalada com períodos de descanso e estudos neste plano, gradualmente direciona a alma para aquilo que ela quer ser. Algumas vezes, o que não é obtido em vida pode ser alcançado na vida após a morte para que o próximo renascimento seja acompanhado por um maior nível de consciência, mais habilidade em realizar a aspiração definitiva em direção a Deus.Assim, as três coisas em uma que nós somos experimenta uma tríade de encarnação, desencarnação e reencarnação. O homem deve estar bem consciente de como morrer, porque ele fez isso muitas vezes. Ainda assim, cada vez que ele retorna para a carne, com raras exceções, ele se esquece de novo.”

Artigo relacionado:
Amor Além da Vida agora em livro

PENSE NA MORTE COMO UM SONO NECESSÁRIO

11/07/2009

"A vida na Terra é apenas um panorama de vividas observações que parecem reais para você.
Por que a vida após a morte deveria parecer menos real?
Mas não quero confundir você.
Ela vai parecer real o suficiente para você.
E, por favor, meu irmão, não a tema.
A morte não é a rainha dos terrores.
A morte é uma amiga.
Considere desse modo. Você tem medo de dormir à noite? Claro que não. Porque você sabe que acordará de novo.
Pense na morte da mesma maneira: um sono do qual, inevitavelmente, você acordará.
A verdadeira vida é um processo de se tornar. A morte é um estágio nessa progressão. A vida não é seguida pela não vida.
Há apenas uma única continuidade de ser.
Somos parte de um plano, jamais se esqueça disso. Um plano para levar cada um de nós para o nível mais alto de que somos capazes. Este caminho será sombrio algumas vezes, mas levará, com certeza, à luz.
No entanto, jamais se esqueça de que pagamos por cada ato, pensamento e sentimento cometidos por nós.
Uma frase da Bíblia diz tudo.
O que um homem planta, um homem colhe.
As pessoas não são punidas pelos seus atos, mas pelos próprios atos.
Eu gostaria que as pessoas acreditassem nisso.
Gostaria que os homens e as mulheres de todo o mundo soubessem, além de qualquer sombra de dúvida, que eles terão de enfrentar as conseqüências de sua vida.
O mundo poderia mudar da noite para o dia.
Que Deus o abençoe.
Eu volto para meu amor".


Artigo relacionado:
Amor Além da Vida agora em livro

NÃO EXISTE VIDA APÓS A MORTE, SÓ A MORTE!

11/06/2009
"Eu não tenho nada — ela disse. Eu não sabia dizer se ela falava para si mesma ou para mim. — Meu marido faleceu. Meus filhos estão crescidos. Estou sozinha. Abandonada. Se tivesse coragem, eu me mataria".

Suas palavras horrorizaram-me. Ter cometido suicídio e acabar em um lugar tão terrível quanto esse a fez pensar em se matar. Uma consideração pervertida e inexorável dentro de uma reflexão.

— Eu me sinto tão pesada — ela disse. — Tão cansada e pesada. Mal consigo levantar meus pés. Durmo o tempo todo, mas sempre acordo exausta. Eu me sinto vazia. Oca.

As palavras de Albert voltaram para me atormentar. — O que acontece aos suicidas — ele disse — é que eles têm um sentimento de estarem vazios por dentro. Seu corpo físico foi eliminado prematuramente, seu corpo etérico preencheu o vazio. Mas esses corpos etéricos têm a sensação de vazio pelo tempo que seus corpos físicos teriam de viver.

Dei-me conta, naquele momento, por que tinha sido impossível entrar em contato com sua mente. Ao se colocar neste lugar, ela removeu sua mente de todas as lembrancas positivas. Sua punição — embora tenha sido auto-imposta — era relembrar apenas as situações adversas em sua vida. Ver o mundo que ela lembrava por meio das lentes do negativismo total. Nunca ver a luz, apenas sombras.

— Como era aqui antes? — perguntei impulsivamente. Senti um frio no estômago. Comecei a sentir medo.

Ann olhou para mim, mas parecia mirar as trevas dos seus pensamentos enquanto respondia. Pela primeira vez ela disse frases mais extensas.

— Eu vejo, mas não claramente — ela disse. — Eu ouço, mas não claramente. Acontecem coisas que não entendo completamente. A compreensão está sempre a alguns passos à minha frente. Jamais consigo alcançá-la. Tudo está distante de mim. Sinto raiva por não ouvir ou ver direito, por não entender. Por que sei que não sou eu que está perdendo coisas. Mas que tudo à minha volta é vago e me mantém a poucos passos da compreensão. Sei que sou enganada de algum modo. Lograda.

“Coisas acontecem na minha frente e vejo acontecendo, mas não tenho certeza se entendo, mesmo parecendo que estou. Há sempre algo mais acontecendo que não consigo compreender. Algo que sempre perco, embora não saiba como estou perdendo ou por quê.

Tento entender o que está acontecendo, mas não consigo. Mesmo agora, enquanto converso com você, sinto que estou perdendo alguma coisa. Digo a mim mesma que estou certa, que tudo à minha volta está distorcido. Mas mesmo quando penso assim, tenho uma premonição de que sou eu. Que estou tendo outra crise nervosa, mas não consigo identificá-la desta vez porque é sutil demais e além da minha compreensão.

Tudo me escapa. Não consigo descrever isso de maneira melhor. Assim como nada funciona na minha casa, nada funciona na minha mente também. Estou sempre confusa, sem referências. Eu me sinto como se estivesse nos sonhos que meu marido tinha.”

(...)

Ela balançou a cabeça, parecendo uma criança apavorada.
— Você não entende por que eu digo essas coisas? — eu disse. — Não é só o fato de meus filhos terem os mesmos nomes que os seus filhos. Não só o fato de minha esposa ter o mesmo nome que o seu. Seus filhos são meus filhos. Você é minha esposa. Não sou apenas um homem que se parece com seu marido. Eu sou seu marido. Nós sobrevivemos...

Parei quando ela se levantou bruscamente. — Mentira! — ela gritou.
— Não! — dei um salto. — Não, Ann!— Mentira! — ela berrou. — Não existe vida após a morte! Apenas a morte!

Artigo relacionado:
Amor Além da Vida agora em livro
 
Copyright © QUERO MORRER. . OddThemes