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ESTOU GRÁVIDA E MEU MARIDO SE SUICIDOU

9/01/2011
Eu acabo de perder meu marido em razão de suicídio. De fato, é difícil se colocar no lugar dele quanto ao sofrimento descrito por muitos de vocês como algo avassalador, incontornável, sufocante. 

Entender as razões é algo que foge do que presumo ser lógico, racional, mas também não há porque entender já que o fato foi consumado e é irreparável. 

ÓRFÃOS DO SUICÍDIO (PARTIMOS COM ELES)

7/20/2011
“Estava assistindo televisão e conversando ao telefone com uma amiga quando minha mãe passou por mim. Trocamos olhares, mas não nos falamos. Ela foi para o quarto e se trancou. Minutos depois, ouvi um barulho muito forte e um gemido. Chamei por ela, mas ninguém respondeu. Arrombei a porta e me deparei com minha mãe daquele jeito... caída na cama, com um tiro no peito... Num ato de desespero, tentei reanimá-la. Mas seus os olhos estavam entreabertos e as pupilas dilatadas... Eu não podia fazer mais nada. Fechei suas pálpebras e, em choque, fui procurar ajuda.” Arianne Menezes, 27 anos, é paulistana. Fisioterapeuta, ficou órfã de mãe aos 18.

A VIDA SEM ELES - ÓRFÃOS DE SUICIDAS

7/20/2011
“Passei a me sentir solitário nos anos que se seguiram à morte do meu pai. Ficava muito quieto, fechado. A sensação que eu tinha era de ter me trancado no meu quarto e que ali era o meu mundo. Continuei indo à escola, fazendo minhas atividades. Mas quando chegava a hora da saída, pensava que ele não iria mais me buscar como já tinha feito outras vezes, quando vinha a São Paulo. Parecia que tudo tinha ficado mais difícil — lembrava dele nos momentos mais improváveis. Não tinha vontade de ir às festas do colégio, da família. Chegava a ficar uma semana sem falar com ninguém. Até hoje, mesmo nos momentos em que fico feliz, sinto uma tristeza enorme. Porque quando acontece uma coisa muito boa, eu queria que ele estivesse vivo para dividir a alegria comigo”, diz Daniel.

A VERDADE TEM UMA APARÊNCIA MENTIROSA - Cecília Meireles

1/14/2011
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Rio - 06/01/1936

Não quero que fiquem tristes com esta carta. Que adiantam, essas considerações? Eu, por mim, aceito tudo. Mas dôi-me o mal que o Fernando se fez. Às vezes, eu não acredito. Parece-me que estamos apenas à distância. Que ele chegará, logo mais. Mas eu o vi. E revolta-me estar viva, tendo-o visto assim. Ah! decididamente, não se morre de dor! Tive de vir para longe, com as crianças — pobrezinhas! Tomei um apartamento na praia, em Copacabana, onde se pode descansar um pouco entre a montanha e o mar. Estou sozinha com as pequenas, e uma amiga que me acompanhou em tudo isto. Mas sinto que necessito ficar ainda mais só. A solidão tem sobre mim um grande poder. Purifica-me. Exalta-me, interiormente.

Eu queria que ele ressuscitasse, para me explicar porque fez isto
(...) Estou com vontade de escrever agora um livrinho sobre a viagem'-'1. Talvez com um nome assim 'Lembrança-A A Raquel diz que gostava daquele "ar não se importa" do Fernando... Eu gostava do seu desinteresse por certas coisas; mas foi o "ar não se importa" que o matou. Ele viu a vida com uma simplicidade que ela não tem. Passou de leve pelos amigos, sem se dar conta. Dedicou-se aos que nunca o entenderam nem amaram, — apenas o aproveitaram. Por estes sacrificou muito. E nenhum deles agora me apareceu. Andou sempre um pouco longe da verdade -- porque a verdade tem uma aparência mentirosa, também. Teve tudo nas mãos. E não soube fazer nada com o que tinha. Eu queria que ele ressuscitasse, para me explicar porque fez isto. Porque eu o amei sobre todas as coisas, e não o entendi completamente, nem servi de nada. no único instante em que vale a pena servir a alguém.

Peço a V. V. todos que me desculpem esta carta imensa e triste... É como se estivesse conversando com v. v. todos, aqui perto. Escrevam-me quando puderem. Sobra outras coisas. Como antigamente. Façamos de conta que a vida é a mesma. Nem creio que venha a mudar. (...) Depois escreverei com mais vagar. Saudades a todos. Com a maior amizade,

O QUE SINTO TRAGO DESDE A INFÂNCIA

1/10/2011
"Pode ser inacreditável ver uma adolescente de 16 anos querendo morrer. Eu tava em uma das minhas depressões quando digitei no google, sem esperança de encontrar algo proveitoso, "QUERO MORRER" ! Pode ter sido por acaso, ou não.

O que sinto em mim trago desde a infância, quando vi as brigas horriveis de meus pais, pelas quais se separaram. Fui arrancada da minha mãe aos 6 anos pra morar com o pai que batia em minha mãe, e não a tive em meus momentos mais importantes.

Hoje, eu sofro e não a tenho ao meu lado para consolar-me. Meu pai não serve nem para dar um bom dia. Ele me sustenta, colégio bom, casa boa, comida. Não reclamei nunca. Mas eu prefiro catar lixo e ser feliz do que viver nesse inferno de dinheiro no qual vive minha familia. Não é a toa que a familia inteira é desestruturada.

Me sinto feia, despercebida, um verdadeiro patinho feio na frente de todos. Não sei se alguém vai ler isso, porque até eu mesma não li os outros depoimentos, mas confesso que não estava em um bom momento. Não sei o que é receber amor, a não ser de um namorado que eu tenho, e que na verdade, eu nem amo.

Enquanto ao meu pai, imagine uma filha repleta de medo do pai. Pois sou eu. Medo, angustia, insegurança, tudo isso me invade quando preciso lhe pedir algo, porque sei que o não é eterno. Uns dizem que ele me quer pra ele, outros dizem que é ciúmes, pois pareço demasiadamente com minha mãe, e ele foi deixado por ela, já que não aguentava mais apanhar. E eu apanhei, até essa tal Lei da Palmada surgir eu provei das mãos grossas e fortes de um homem que hora era o pai protetor, ora era o bicho papão do meu armário. Eu conto os dias pra minha maior idade, para só assim poder ir embora e morar com minha mãe, a única pessoa que poderá um dia me dar amor verdadeiro, reciprocamente. Ela faz falta :/ "

J.L.F.
Depoimento - Comunidade Q.M.

TEMOS MUITO O QUE APRENDER

1/09/2011
"A morte realmente é algo natural.

É a única coisa com a qual podemos contar com certa, inevitável, chega para todos. Mas não temos o direito de antecipá-la. Também já senti vontade de morrer, mas jamais de me matar. Jamais fazer isso comigo. Simplesmente não me importaria de morrer, não tenho medo da morte, mas ainda tenho muito o que aprender. Ainda tenho algumas pessoas que sofreriam muito caso eu fizesse a grande besteira de antecipar a minha partida; inclusive meu filho.

Meeu amor que já partiu e já está lá me esperando. Quero poder reencontrá-lo, ter o merecimento do abraço dele, quero merecer ficar ao lado dele novamente. Então seja como e quando Deus quiser. No início, achei que era castigo de Deus, continuar vivendo enquanto meu filho já não vivia mais. Mas li muito, me informei muito, rezei muito e aprendi que quanto mais vivemos, maior é o aprendizado. Temos muito o que aprender aqui.

Meu filho partiu aos 24 anos. Com certeza aprendeu tudo antes de mim."

S.O.M.

DESISTI DO SUICÍDIO: APTENDI A GOSTAR DE MIM

12/03/2010
"Meu nome é Ana Cristina sou portuguesa,mãe de 8 filhos, avó de 3 netos... Já sofri de depressão mais que uma vez, e numa delas, antes de ter acompanhamento psicológico, tive  uma tentativa de suicídio com overdose de comprimidos...

Felizmente alguém chegou a tempo e me levou para o hospital, fiz lavagem estomacal e sobrevivi. O que me motivou foi o cansaço de ter de ser sempre eu a resolver todos os assuntos aqui em casa. Era sempre tudo nas minhas costas, tudo eu... Aí pensei: 'Chega estou farta!Vou me matar e acabar com isso tudo.' E foi o que eu fiz, só que, no meu íntimo eu não queria morrer mesmo,até porque deixei os comprimidos na mesa de cabeceira e liguei para alguém antes de os ter tomado; ou seja o que fiz foi como uma chamada de atenção. Hoje eu entendo isso, mas se Deus não tivesse olhado por mim, não estaria aqui... Depois de começar a frequentar uma psicológa, eu fui entendendo muita coisa...

Aprendi a não guardar nada: se tiver de me zangar, eu zango; se tiver de chorar, eu choro;  se tiver de mandar pra trás das costas alguma coisa, eu mando...

Aprendi a gostar de mim, em vez de só olha prós outros, olhar pra dentro de mim mesma...

Entrei no site Partida e Chegada e fui ler diversas psicografias. Li, inclusive, livros espíritas e a verdade é que aprendi muito, evoluí espiritualmente, passei a ver a vida com outros olhos. Afinal Deus emprestou-nos este corpo para que pudéssemos cumprir nossa missão terrena. Quem somos nós pra destruir uma coisa que nem sequer é nossa, e da qual teremos que dar conta quando chegarmos ao plano astral? Aproveito para deixar um alerta: um suicida ou quem está a pensar fazer isso, dá sempre sinais... Cabe à família e aos amigos estarem atentos. E se possível lhes darem livros sobre o assunto. Aconselho vivamente o livro "Memórias de um Suicida", livro sobre o desencarne do escritor Camilo Castelo Branco. Fala de seus tormentos no Vale dos Suicidas, até ser resgatado. Esse livro muito me ajudou...

Espero que o meu testemunho ajude alguém...

E quem quiser falar comigo, sinta-se à vontade para o fazer. Ajudarei com todo o prazer..."

Lisboa, Portugal.

Imagem:  por flydime
 
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