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FLORBELA : O ESPÍRITO E A ALMA DE UMA FLOR

11/26/2009
Por Altamirando Carneiro

A poetisa portuguesa Florbela de Alma da Conceição Espanca nasceu em Vila Viçosa, Portugal, em 8 de dezembro de 1894. Desencarnou na véspera do seu 36° aniversário, confessando que se suicidou, conforme psicografia registrada no livro "Antologia do Mais Além", do médium e escritor Jorge Rizzini. Florbela iniciou seus estudos nos liceus de Évora e, dois anos depois, ingressou na Faculdade de Direito de Lisboa, onde estudou até o terceiro ano.

PARA QUÊ?

Publicou "Livro de Mágoas", "Livro de Soror Saudade e Charneca em Flor", sua obra-prima, considerado um dos mais notáveis livros de poesias em língua portuguesa. Contudo, Florbela não viu a obra editada; morreu semanas antes.


À poesia de Florbela Espanca caracteriza-se pela recorrência dos temas do sofrimento, da solidão, do desencanto, aliados a uma imensa ternura e a um desejo de felicidade e plenitude.

Vamos apresentar dois sonetos da poetisa, o primeiro dela encarnada e o segundo, já como Espírito. Em Para quê?, Florbela Espanca demonstra toda a contrariedade, tristeza e desencanto que lhe vai na alma e que poderiam ser melhor compreendidos com a convicção de que, estando num mundo de expiações e provas, todas essas contrariedades são infortúnios passageiros, na caminhada evolutiva do Espírito. Já em Minha Cruz, Florbela fala do suicídio que cometera. Esse poema pode ser conferido no livro "Antologia do Mais Além", de Jorge Rizzini.

Altamirando Carneiro é jornalista e escritor. Dirige o jornal O Semeador e a Sociedade de Arte Poética Castro Alves. Texto publicado originalmente na Revista Universo Espírita, n. 30, pág. 16.

Tudo é vaidade neste mundo vão...
Tudo é tristeza, tudo é pó, é nada!
E mal desponta em nós a madrugada,
Vem logo a noite encher o coração!

Até o amor nos mente, essa canção
Que o nosso peito ri à gargalhada,
Flor que é nascida e logo desfolhada,
Pétalas que se pisem pelo chão!...

Beijos de amor! Pra quê?... Tristes vaidades!
Sonhos que logo são realidades,
Que nos deixam a alma como morta!

Só neles acredita quem é louca!
Beijos de amor que vão de boca em boca,
Como pobres que vão de porta em porta!


MINHA CRUZ

Revejo novamente a minha cruz!
Voltam com ela todos os cansaços...
Quem me cortou os pulsos?
Doem-me i os braços!
E essa morta? Quem trouxe à meia luz?

Tem a face de mármore... os pés nus...
Por onde, dize lá, foram teus passos?
Tens nos olhos tristes, puros, olhos baços.
-Essa morta sou eu! Cristo Jesus!

Ninguém tanto sofreu num só momento
Estava viva e soluçava ao vento!
E eu era a louca que tombara morta...

Trinta anos a minha alma a vaguear...
Por certo alguém a viu nesse lugar,
A bater, sempre em vão, de porta em portal

SUICÍDIO : A MORTE AMEDRONTA E EXCITA

11/20/2009
A morte nos amedronta e excita ao mesmo tempo. Não é só o cineasta Eric Steel que se sente atraído pela morte. Basta lembrarmos das inúmeras vezes em que espichamos a cabeça para fora da janela do carro diante de um acidente na estrada ou de como nos esforçamos em saber como foi a morte de Fulano ou de Sicrano.

Guilherme Dota, um analista de sistemas de Campinas (São Paulo), foi mais além. Ele é o criador da comunidade “Profiles de gente morta”, no orkut. Guilherme observou que, se de repente uma pessoa que tem seu perfil no orkut morre, o profile dela fica vagando como se nada tivesse acontecido, como a lenda daquele navio fantasma, o "Holandês Voador" (que dizem que navega até hoje pelos mares com uma tripulação fantasma).

Para André Camargo Costa, mestre em psicologia pela USP e autor da palestra "Aprender a morrer", tudo o que gera medo tende a gerar atração. “Essa curiosidade pode parecer mórbida mas, no fundo, é apenas uma tentativa de elaboração da própria. Afinal, não é fácil aceitar - quer estejamos preparados, quer não - que um dia todos devemos morrer."

A comunidade "Profiles de gente morta" tem 40 mil membros e a procura por ela cresce vertiginosamente. A parte mais triste ao navegar nessa comunidade é perceber que maioria dos perfis é de jovens que morreram em acidentes de carros ou que - pasme! - se suicidaram. Infelizmente, a quantidade de suicidas no planeta não é nada pequena e é exatamente aqui onde essa matéria quer chegar: existem bem mais pessoas desiludidas com a vida, a ponto de se livrar dela, do que podemos imaginar. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, são 8 mil por ano. No mundo, 1,5 milhão.

SUICÍDIO: O PONTO DE PARTIDA É A SOLIDÃO

11/18/2009

A dúvida - “Não sei o que leva uma pessoa a fazer isso” – está presente muitas vezes no documentário "A Ponte" -- veja na mensagem "Por quê as pessoas se suicidam?". Se já é difícil aceitar a nossa própria morte que, sabe-se lá quando vem, imagine aceitar a do outro que se desfaz da vida como alguém que joga uma casca de banana no lixo. Certamente, muitos motivos levam uma pessoa a cometer suicídio. Para o psiquiatra Roberto Shinyashiki, existem dois tipos de suicidas em potencial: “Um é o depressivo, que tem falta de enzimas cerebrais e portanto realmente precisa tomar remédio. O outro é o que está passando por uma crise existencial profunda e ele, na verdade, não tem coragem de destruir o mundo que criou e destrói a si próprio”.

O CVV recebe entre 80 e 100 ligações por dia

Para entender melhor esse processo, procuramos Carlos M., voluntário há 10 anos do Centro de Valorização da Vida (CVV). “Nesses anos, atendi milhares de telefonemas de pessoas desesperadas porque perderam o emprego, descobriram uma gravidez indesejada, foram avisados de uma doença terminal, perderam o emprego, se separaram da pessoa amada... Mas acredito que todas elas tenham um ponto de partida em comum: a solidão", relatou Carlos.

"Nosso foco no CVV é o que o ser humano, do outro lado da linha, está sentindo, não a história em si. Estamos presentes no momento agudo, sem julgamentos”. O CVV não dá conselhos. Apenas pergunta para a pessoa como ela está se sentindo naquela momento. “Essa pergunta mexe na veia e ajuda. Queremos que a pessoa tenha uma visão de si mesma e perceba sua capacidade de aguentar as pressões. Todo mundo é capaz de superar a crise, de se acalmar e refletir”. completa Carlos. Segundo ele, a data em que as pessoas mais procuram o CVV é no Dia dos Namorados.´

SUICÍDIO: A FALSA SOLUÇÃO DO PROBLEMA

11/14/2009

“Quando você quer morrer, não pensa na dor que as pessoas que gostam de você sentirão e sim no alívio que vai dar a eles”
A escritora paulista Stella Florence, 40, viu a morte bem de perto quando tinha 24 anos. “Eu era muito apaixonada por um cara e nós fomos para o Rio de Janeiro passar uns dias. Numa noite, ele estava muito alterado e quis transar comigo. Eu recusei e ele me bateu e fez sexo comigo à força. Eu me senti péssima. Depois disso, ele chegou em casa com uma mulher muito bonita. Aí que fiquei arrasada de vez. Quando eles saíram, só tive forças para chegar até a varanda do apartamento e me debruçar. Quando fui pular, um copo de vidro que estava ao meu lado se estilhaçou, do nada. Isso me assustou e ajudou a sair do transe. Percebi que, quando você quer morrer, não pensa na dor que os outros vão sentir e sim no alívio que vai dar. Pensa que as pessoas vão ficar melhor sem você, sem sua presença triste, nefasta”, desabafa Stella.

M.R., 32, designer, tentou o suicídio por overdose aos 22 anos. “Desde que eu era adolescente sofria pela falta de compreensão da minha família e amigos. Eu me senti excluída por todos e até de mim mesma. Isso gerou um grande conflito de personalidade. Quando a gente está deprimida tenta fugir completamente da realidade. E vale tudo!” – revela M.R. Aos 22 anos, ela teve uma nova fase de depressão. Foi a época em que se envolveu com drogas. “Eu quis acabar com meu sofrimento e apelei para as drogas pesadas. Mas alguma coisa me impediu de morrer. Depois disso, descobri que todo buraco tem mola e virei a mesa. Hoje não me deixo mais afundar...”, finaliza.

A maioria das tentativas de suicídio é cometida pelas mulheres

A explicação, segundo a psiquiatra Alessandra Diehl Reis, da Universidade Federal de São Paulo, é que os homens buscam formas mais brutais de suicídio, como tiro ou enforcamento. Raramente as mulheres usam essas técnicas, preferem os soníferos, e, portanto, têm mais chances de serem socorridas e sobreviver. Para a psicóloga Rejane Bronhara Puttinni, diferentemente do homem, a mulher quando não consegue mais expressar suas emoções ligadas a fatos que a contrariam, acaba se fechando. "Elas realmente adoecem e é uma tristeza muito profunda no coração, no sentimento e na emoção", conta a psicóloga.

Por Gisela Rao
Reportagem publicada originalmente no Portal iTodas

QUE FAZER QUANDO ALGUÉM PENSA EM SUICÍDIO

11/12/2009
Alexandrina Meleiro, médica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, sugere três atitudes:

1- A primeira coisa é vencer o tabu de falar sobre morte e suicídio com a pessoa que está com essa idéia na cabeça. Enfrente o tema. Não tente disfarçar a situação. Cerca de 70% das pessoas que se mataram comunicaram antes de alguma forma suas intenções e ninguém deu ouvidos. Preste muita atenção no que ela tem a dizer. A pessoa precisa perceber que tem um fator de proteção em sua vida, ou seja: família, amigos, alguém de confiança que esteja disposto a ouvir.

2- Tente mostrar para ela que, por pior que seja a situação, sempre existe um plano B. Muitas pessoas se suicidam porque perderam muito dinheiro, ou romperam algum relacionamento onde eram dependentes afetivamente, por serem jogadores patogênicos, por gravidez na adolescência etc. Mas sempre existe uma saída para qualquer um desses becos.

3- Se a situação for muito grave, você deve levá-la a um profissional para que ele avalie o diagnóstico. Se é o caso de dar remédios, de internar, de indicar uma psicoterapia.

 
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