Estudos & Pesquisas

Últimas Postagens

Mostrando postagens com marcador morte. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador morte. Mostrar todas as postagens

SEI QUE NÃO POSSO CONTAR COM NINGUÉM

3/19/2013
Imagem :  por Andréa Farias
"Penso em suicídio todos os dias e semanas. Já tentei suicídio algumas vezes quando era adolescente, mas não obtive êxito. O medo falou mais alto. Primeiramente penso nos meus pais e na minha família, senão fosse por isso, já teria cometido suicídio. Mas eu não confio em mim. Acredito que no desespero eu possa me suicidar alguma hora.

Não gosto de viver, não gosto mais de nada, tudo dá errado pra mim. Não tive sucesso profissional, amoroso, financeiro. Não tenho um emprego, não consigo nada, nem uma mulher, um carro, uma boa instabilidade financeira. Sou muito azarado, amaldiçoado, condenado acho.

Pela minha idade hoje posso me considerar um fracassado, um ninguém. Eu sei que sou isso há muito tempo.

Estou ficando cada ano mais velho e não conquistei nada até agora, só um emprego, mas não o tenho mais. Já tenho quase 30 anos. Sou tímido, tenho fobia social. Sofro preconceito, desprezo de muitas pessoas por ser tímido. Não sou compreendido por ninguém. Sou muito medroso também. Sem falar que tenho gostos, segredos, que não podem ser revelados para ninguém. Pois tenho certeza que serei criticado. Minha vida é uma bosta, uma droga, um inferno. A morte me faria bem, confortaria a minha alma. A cada dia que passo fico mais feliz porque é um dia a menos de vida nessa droga de planeta, de mundo.

Peço perdão a Deus por pensar nessas besteiras, mas cheguei a conclusão que não tenho salvação, nem orações, acho que nem Deus podem me ajudar. O único que podia era eu mesmo, mas não acredito mais nisso. Não vejo futuro, nem presente, nada. Há muitos anos não sorrio verdadeiramente. 90 % dos meus sorrisos são falsos. Tenho uma vida boa, confortável, mas por causa do meu pai. Sou grato a isso. Nunca passei necessidade. Mas se dependesse de mim, se eu não tivesse ninguém, estaria morrendo na rua, seria um indigente, um mendigo tenho certeza, sem desmerecê-los. Não tenho capacidade de nada. Sou um inútil. Devo ter vindo nesse mundo a passeio, para me dar mal e sofrer. Se existem vidas passadas mesmo, devo ter sido uma pessoa muito ruim para passar pelas coisas que passo atualmente.

Esse é o meu desabafo. Sei que não posso contar com ninguém mesmo".
Anônimo

O MUNDO NÃO É PARA MIM

3/08/2013

"Às vezes bate a realidade, a encaro de frente porque é bobagem me enganar: o mundo não é para mim. Angustiada por ter que viver uma rotina pesada, vazia e sem emoção não que seja dor. Preocupo-me com o futuro. ''O que será de mim?',me pergunto. Quando sabemos que tudo que começa tem seu fim e é exatamente esse fim que espero. Quanto tempo terei que ficar nessa situação, sem saber para onde ir? Responsabilizo-me pela minha situação. A covardia tantas vezes me tirou chances, hoje me arrependo. O amanhã eu desconheço. Meu plano agora? Também não sei, acho que estou à deriva, orando pra que Deus me liberte. Quantas as vezes em que pensei que mudaria, que as coisas... não saí do lugar!

Posso dizer por mim mesma que me perdi, que já não me recordo de quem fui, daquela garota cheia de sonhos. Hoje só vejo uma imagem lamentável que só quer se esconder, que não quer ser vista, que não mais quer existir..."
A partir da Comunidade QM. Leia no original

SABE QUANDO VOCÊ SE SENTE IMPOTENTE ?!

3/03/2013
Imagem por angelssol
Sabe quando você se sente impotente? E ainda sabe que a culpa é sua por tudo estar acontecendo dessa maneira? Sabe como é difícil olhar pra trás e saber que você poderia ter feito diferente, mas não fez. Pior ainda é saber que você sabe dos erros, mais não aprendeu com eles, continua a errar da mesma forma... Medos. Medos graves mesmo, sabe? Não é medo do “bicho papão” de ser roubado, de um “filme de terror” ou algo assim. O medo que eu sinto é o pior medo que alguém pode sentir... Medo do futuro! Meu futuro é incerto, estou construindo ele hoje, o pior de tudo é que estou construindo errado, cheio de falhas. Nada acontece como eu planejei. Minhas vontades parecem ser maiores que meus sonhos, meus objetivos, minha carência muda meu comportamento.

Quanto eu faço por ter as pessoas ao meu lado? E elas não fazem nada por mim... Mesmo assim, eu cometo o mesmo erro de ir atrás, de ferir os meus sonhos. É tão triste saber que meus sonhos estão afundando e eu assistindo isso, me sentindo impotente, com as mãos amarradas. 

Não sei como achar uma saída, realmente não sei onde esta aquela famosa “luz no fim do túnel”, mas estou a procurá-la. Ainda bem que eu ainda tenho força pra continuar, ou talvez “empurrar com a barriga” mesmo sabendo que o certo seria de outro jeito. Fico a pensar... Porque eu não consigo? Por quê? Se eu sei o que é certo a se fazer, se eu sei o que deve ser feito... Fico a pensar o porquê de eu não ter a capacidade intelectual para conseguir traçar meus objetivos, fico a pensar onde estão as minhas qualidades? Só vejo mentiras sobre mim... Eu não sou nada do que as pessoas acham que eu sou: não inteligente, eu não sou legal, eu acho que nem mesmo “coração bom” como algumas pessoas falaram que eu tenho. Que tipo de ser humano eu sou? E o porquê que eu tenho que ser assim? Fico a pensar, como eu posso conseguir mudar? Sumir com esse orgulho que me sufoca a cabeça, acabar com esse egoísmo que machuca meu peito, e desaparecer com essa inveja que sufoca meu amor próprio.

Onde eu posso conseguir ajuda? Quem pode me ajudar? Eu sei que não adianta chorar, não adianta fingir, as máscaras caem um dia... Eu só quero ser um ser humano melhor, eu só quero poder ajudar a minha mãe, meus irmãos, eu só quero poder dar orgulho a minha família, amá-los como eles me amam e me sentir amado também. Será se é pedir muito? Sabe, eu juro, dinheiro não me interessa muito, o que me interessa é o que ele pode me proporcionar, ajudar todas as pessoas que eu amo. Eu sei que dinheiro não trás saúde, amor ou até mesmo felicidade, mas ele ajuda e muito nesses fatores... Eu só queria ter o suficiente pra ajudar minha família e poder seguir em frente, porque eu sonho em ter uma família, filhos, esposa, netos. Sonho com um futuro bom. Mas, como eu posso conseguir isso, se eu estou tendo a chance e a estou perdendo, devido a minha preguiça, burrice, orgulho, egocentrismo, maldade, egoísmo, inveja, falta de amor próprio, “vadiagem”. Como eu posso mudar isso, se esse sou eu? Eu queria realmente poder responder essa pergunta a mim mesmo... Eu queria realmente mudar, (viver dói, dói muito! Mas é necessário viver...).

Um dia li um texto que me identifiquei muito “a síndrome dos 20 e poucos anos”, como é difícil chegar a essa fase, sonhos, interesses, objetivos, pessoas, amigos, responsabilidades, é uma difícil transição e o pior é que você tem que traçá-la sozinho, ninguém pode te ajudar, mas precisamos de ajuda (eu preciso), escrevo esse texto de forma de desabafo, pra eu mesmo às vezes ler e saber quem sou eu, pra eu saber que se eu fracassei ou fracassar o culpado sou eu e mais ninguém... O meu choro, vem com poucas lágrimas, mas me dói tanto... Às vezes eu acho que se eu chorasse com mais vigor poderia até não acabar com toda a dor que eu sinto agora, mas me aliviaria um pouco só que infelizmente nem isso eu tenho mais (lágrimas).  Tem uma música do "los hermanos" que eu fico a pensar no trecho dela que diz assim: (...) “e se eu fosse o primeiro a voltar, pra mudar o que eu fiz... Quem então agora eu seria?”.

Então, quem eu seria? Na verdade eu não sei mudar, eu não consigo mudar, mas eu quero, quero muito! Tenho as ferramentas, sei dos meus erros, mas porque eu não consigo usá-las? Porque eu sou tão “burro” ao ponto de me ver errando e não mudar? Por que eu não tenho capacidades cognitiva e intelectual para ser um profissional de sucesso? São tantos os porquês e nenhuma as respostas... Mas, fica tranquilo... Eu to seguindo, mesmo com o coração todo quebrado, cheio de mágoas e às vezes me sentindo a “pior pessoa do mundo”, mas como eu já disse é necessário viver... Certo de que cada um tem seu destino, fico a imaginar como os deficientes (visuais, cegos, surdos, mudos, paraplégicos ou outras síndromes) quais são os porquês deles, e as respostas que eles encontram pra continuar com vigor e “felicidade” talvez o sorriso deles sejam igual ao meu: cheio de tristeza, que ninguém percebe. Não percebem porque somos guerreiros, porque conseguimos viver e apesar de todas as dificuldades, sabemos que é preciso continuar... Ás vezes não por nós, mas por quem amamos, mesmo dando trabalho, mesmo sendo “uma pedra no sapato” dessas pessoas que nos amam, mesmo assim elas nos amam, não sei por que, mas amam...
A partir da Comunidade QM. Leia no original

O SUICÍDIO É UMA CARACTERÍSTICA DO HOMEM

3/02/2013
É difícil precisar o primeiro suicídio, mas ele sempre fez parte da história do homem, alguns famosos e conhecidos, mas a maioria absoluta está anônima debaixo de uma sombra tétrica que abriga a incompreensão e o arrependimento. Observado na evolução humana e nos vários modelos de sociedade experimentados, vê-se que o suicídio já foi encarado como saída honrosa para situações difíceis, ato de honra e mesmo de coragem.

Na atualidade com o estilo de vida ora adotado, o suicídio se transformou em um verdadeiro “flagelo”, no Brasil subiu cerca de 17% nos últimos dez anos e embora o país não tenha “cultura” nesse tipo de morte, os índices não param de ascender.

Na contramão dos demais países, aqui o suicídio é praticado tanto por jovens como por pessoas adultas e os motivos são os mais variados, desde amores não correspondidos, ignorância pura e simples, tribulações financeiras, perda de emprego, problemas de saúde, etc.

Na semana passada o suicídio do ator Walmor Chagas deu um toque “dramático” ao tema. Homem inteligente, reconhecido pelos pares como um dos maiores atores do mundo, intelectual e...suicida.

Essas qualidades de Walmor parece que não combinavam com a condição de suicida, tanto que o desconforto na família e da própria mídia foi evidente na abordagem do tema, qualquer um que fosse falar sobre o fato de plano ignorava a “palavra maldita” condicionava a “causa mortis” aos “indefectíveis” laudos.

Walmor aos 82 anos vivenciava complexos problemas de saúde e segundo amigos, esse fato o teria levado a “escolher a hora da morte” como afirmou um deles.

Salvo nas culturas onde o suicídio é tido como ato de honra e coragem, ele é de difícil compreensão, em nosso caso onde de fato o Estado não tem nada de laico, esse viés torna-se impossível.

Sendo o suicídio um ato solitário ou de publicidade do desespero como escreveu Fernando Sabido, será sempre chocante porque contraria o instinto maior da preservação vida.

Se pudéssemos conversar com cada suicida, certamente a maioria iria declarar que gostaria de não tê-lo praticado (muitos entre o ato e a morte externam com desespero esse desejo), embora Nietzsche o reconheça como “admissão da morte no tempo certo e com liberdade”, pensamento coerente para quem achava que “o evangelho morreu na cruz”.

Intelectual ou ignorante, famoso ou anônimo o suicídio está a disposição de todos como se fosse um tipo de “nivelador social”, uns o praticam com o fito de entrar para a história, outros para dar um fim na sua própria.

É específico do homem, nenhum outro animal o utiliza, talvez porque seja ele o único a saber que vai envelhecer e morrer, alguns não suportam isso.
Rogério Antonio Lopes
A partir do Paraná Online. Leia no original

AS LIÇÕES DE UM SUICÍDIO

2/07/2013
Imagem por Mikamatto
“Ainda não desistiu de mim, né?” Essa pergunta me foi feita por um querido ex-aluno no chat do Facebook. Dentre tantos, apenas algumas dezenas travam algum contato “real” comigo, fora de sala de aula, a maioria entre 20 e 30 anos, recém-formados ou quase, inquietos e acossados pelas fantasias de inconformismo que começam a ceder diante da urgência de “ganhar a vida”. É quase uma crônica de desespero abafado, típica de sua geração que se vê às voltas com o teste do valor de verdade de suas juvenis aspirações de “mudar o mundo”. Do alto do meio século que já se aproxima contemplo as minhas próprias e, com crueldade melancólica investigo-me especialmente os fracassos, pessoais e geracionais.

A história de nossas vidas é feita das incongruências entre o que sonhamos, pensamos, dizemos e o que efetivamente fazemos. Desse intrincado nó se revela não apenas nossa psique individual, mas, sobretudo, o espírito da época que forjou-se por determinada geração. Nosso conformismo ou resistência, serenidade ou aspereza, cinismo auto-complacente ou obstinação comporá o enigma a ser decifrado pelos biógrafos e historiadores críticos, atentos especialmente aos motivos pelos quais realizamos ou deixamos de realizar as tarefas que nos cabiam, numa palavra, ao legado de nossa geração.

Minha geração cantou que “seus heróis morreram de overdose”. Emblemática narrativa para desistências niilistas. Mas ouça Aaron Swartz, o prodígio ativista libertário da internet: “Eu sinto fortemente que não é suficiente simplesmente viver no mundo como ele é....eu cresci e através de um lento processo percebi que o discurso de que nada pode ser mudado e que as coisas são naturalmente como são é falso...e mais importante: há coisas que são erradas e devem ser mudadas. Depois que percebi isso, não havia como voltar atrás. Eu não poderia me enganar e dizer: “Ok, agora vou trabalhar para uma empresa”. Depois que percebi que havia problemas fundamentais que eu poderia enfrentar, eu não podia mais esquecer disso.” Sua curta e revolucionária vida e o caráter enfaticamente político de seu suicídio, aos 26 anos, pode vir a ser um anátema para toda a sua geração. Ou um desafio para os menos acomodados. Um espelhamento pedagógico para quase trintões e também para quase cinquentões.

Que coisas erradas devem ser mudadas? Uma sugestão a quem vive na quinta cidade mais desigual do mundo e tem vinte e tantos anos: envergonhe-se, olhe ao redor, avalie seus ideais simbólicos, e comprometa-se politicamente com as causas comuns. A seu modo engaje-se, incomode, surpreenda e não cale diante de injustiças.

Grata, meu jovem amigo. Em plena fúria autoinspecional diante do que considero uma vida quase irrelevante, sua queixa aflita revolve o que em mim ainda é vontade e força. Há inúmeros campos de batalha para os bons combates. Não desisto de vocês, não quero; seria igualmente desistir de mim.
Professora de Filosofia e Ética da Unifor
A partir do jornal O Povo. Leia no original

O SUICÍDIO COMO FORMA DE MANIFESTAÇÃO

2/03/2013
Imagem: por epSos.de
Há dez dias Aaron Swartz se suicidou. Ele tinha 26 anos. Em pouco tempo de vida, suas contribuições para o mundo digital foram significativas: aos 14 anos, foi um dos inventores do RSS, formato que liberta o conteúdo das páginas web. Mais tarde foi co-fundador do agregador de notícias colaborativas Reddit e do grupo ativista DemandProgress. Figura importante na luta pela liberdade da informação na rede, foi uma voz forte no combate às propostas de restrição SOPA e PIPA.

Nas fotos que circularam o mundo ele mostra um sorriso confiante, desafiador, com jeito de roqueiro. Mas a pose escondia uma personalidade atormentada pela depressão, agravada pelo processo judicial que enfrentava. Seu crime? Baixar clandestinamente trabalhos acadêmicos do repositório JSTOR e outras pequenas transgressões, nada muito grave. Como Swartz era um ativista, a lei resolveu pegar pesado com ele e o acusou de criminoso, alegando 13 contravenções diferentes.

Uma grande batalha jurídica é, no mínimo, estressante. Ela consome tempo e recursos que não são devolvidos. Mas não é o fim do mundo, ainda mais depois que casos mais graves como o do aplicativo de troca de músicas NAPSTER, do repositório de conteúdo ilegal The PirateBay e do super hacker Kevin Mitnick já tinham passado. Para Aaron Swartz, no entanto, ela foi o motivo derradeiro para transformar sua vida triste em uma morte exemplar, um manifesto. Em poucas horas, de relativamente desconhecido, popular somente entre alguns círculos técnicos, ele se tornou célebre e chamou a atenção para sua causa, criando constrangimentos ao sistema penal americano e à defesa da propriedade intelectual.

Seu tiro, no entanto, pode sair pela culatra. Há 110 anos o jovem filósofo Otto Weininger se suicidou na casa em que seu ídolo Beethoven tinha morrido. Sua morte dramática transformou seu livro "Sexo e Caráter" em best-seller, influenciando intelectuais como Wittgenstein, Kafka e James Joyce até chegar às mãos da propaganda Nazista. Oportunistas, os nazis perceberam que poderiam usar trechos do texto para difundir com clareza argumentos racistas, anti-semitas e misóginos. Morto, o autor não teve como se defender e entrou para a história como mentor intelectual do genocídio, mesmo que não haja como provar qualquer vínculo.

Há quem considere haver no suicídio uma certa nobreza, um tal "suicide chic". Inspirados por Kurt Cobain, Sid Vicious, Ian Curtis, Yukio Mishima, Hunter Thompson, Virginia Woolf, Hemingway, Maiakóvski, van Gogh ou tantos outros, alguns jovens buscam na morte uma conexão com seus heróis e a popularização de seu discurso. Esquecem de levar em conta que foi a obra, não a morte, que lhes garantiu a notoriedade. E que, vivos, poderiam ter feito muito mais.

Da mesma forma que certos artistas não conseguiram dar conta de suas demandas, expectativas e insegurança e acabaram vítimas de severa depressão ou dependentes de álcool e drogas pesadas, gente comum sofre em uma sociedade de consumo e entretenimento, que exige desempenhos cada vez maiores e cujos valores morais vem se esgarçando. Para os desesperados o suicídio é a solução final, o meme extremo, o viral único, a resistência verdadeiramente original de quem acredita deixar a vida para entrar na história.

Via redes sociais, alguns se despedem enquanto outros viram notícia entre um desabafo, uma foto de pé e um link divertido. Na grande galeria online, os mortos sobrevivem como parte do espetáculo, a um clique de distância de um Gangnam Style ou de um massacre na Síria.

Na vitrine social tudo é meio amortecido, anestesiado. O público se distancia do que vê e filtra como pode, assimilando os fatos de maneira fria e cruel. Mais tarde, em retrospecto, talvez sinta algum remorso. Talvez isso só aconteça se a próxima vítima for alguém realmente conhecido. Por enquanto é apenas parte de um grande espetáculo. O show precisa continuar, mesmo que alguém morra na contramão atrapalhando o Sábado.

Luli Radfahrer
 Professor-doutor de Comunicação Digital da ECA (Escola de Comunicações e Artes) da USP há 19 anos. Trabalha com internet desde 1994 e já foi diretor de algumas das maiores agências de publicidade do país. Hoje é consultor em inovação digital, com clientes no Brasil, EUA, Europa e Oriente Médio. Autor do livro "Enciclopédia da Nuvem", em que analisa 550 ferramentas e serviços digitais para empresas. Mantém o blog www.luli.com.br, em que discute e analisa as principais tendências da tecnologia. A partir da Folha de S.Paulo. Leia no original.

MEDRADO FALA SOBRE A ENERGIA DA DEPRESSÃO

2/01/2013

Íntegra da palestra de José Medrado em doutrinária da Cidade da Luz, em agosto de 2005, falando sobre a depressão. Ele defende que devemos buscar "quebrar a cadeia de sentimentos" que nos conduzem ao fundo do poço emocional. "As coisas estão aí para serem enfrentadas, ninguém tem um fardo que não consegue carregar", ensina. "Mesmo diante desses processos é importante lembrar que 'tudo é energia'. Não tente encontrar culpa ou culpados. Se você quer modificar o problema, saia da energia desse problema", conclui. 

O médium baiano José Medrado é fundador da "Cidade da Luz", um grande complexo espiritual e de solidariedade, localizado em Salvador (BA). Acompanhe semanalmente no Blog Partida e Chegada (todas as quartas) suas palestras. 
 
Copyright © QUERO MORRER. . OddThemes